Eletronegatividade e eletropositividade: conceitos, diferenças, exemplos

Eletronegatividade e eletropositividade: conceitos, diferenças, exemplos

Eletronegatividade e eletropositividade são duas propriedades da tabela periódica que relacionam os elementos químicos com sua capacidade de atrair ou liberar elétrons para o sistema em que estão inseridos. 

Conhecer essas características é importante porque elas determinam a configuração dos átomos nas moléculas, participam da classificação de moléculas inorgânicas, estão relacionadas com a força das ligações químicas, entre outros pontos. 

Neste artigo, você pode explorar os conceitos de eletronegatividade e eletropositividade, como eles estão distribuídos na tabela periódica, quais as aplicações dessas definições nas moléculas e átomos e muito mais. Vamos lá?

Conceitos de eletronegatividade e eletropositividade

O que é eletronegatividade?

Eletronegatividade é o potencial que um átomo tem de atrair elétrons para sua eletrosfera. Assim, quanto mais eletronegativo um elemento químico, maior sua tendência em adquirir elétrons para perto de si.

Trata-se de um conceito relativo, porque sempre compara a atração que um elemento exerce sobre átomos de outro elemento. Por exemplo, o flúor é mais eletronegativo que o oxigênio, mas o oxigênio pode ser mais eletronegativo do que o cálcio, por exemplo. 

Assim, em cada caso, a eletronegatividade se manifesta de uma forma diferente. Nas ligações covalentes, em que ocorre compartilhamento de elétrons, os átomos mais eletronegativos “puxam” o par eletrônico para mais perto de suas órbitas. 

+ Veja também: Ligações químicas: tipos, características e exercícios 

Eletronegatividade: propriedade periódica

A eletronegatividade é uma propriedade periódica que é fruto da atração elétrica entre as partículas negativas que estão no meio com a porção positiva que fica dentro do núcleo atômico. Então, quanto menor for a órbita de um átomo, mais “expostos” estão seus prótons e, consequentemente, a atração por elétrons é mais pronunciada. É por isso que, quanto menor o raio atômico, maior a afinidade por elétrons. 

Ao observar uma molécula formada por dois elementos, se você deseja saber qual é o mais eletronegativo, deve saber que a eletronegatividade cresce da esquerda para a direita nas famílias. Enquanto que, nos grupos químicos, é maior quanto mais para cima, conforme demonstra o esquema a seguir.

eletronegatividade e eletropositividade - tabela periódica
Imagem: Adaptação/Wikimedia

Note que os gases nobres estão marcados em vermelho. Essa notação foi adotada porque a estabilidade desses elementos químicos é tamanha que eles não alteram a quantidade de elétrons em sua órbita naturalmente. Então, eletronegatividade não é um conceito admitido nessa família. 

Nesse sentido, de todos os elementos da tabela periódica, o que é mais eletronegativo é o flúor. Que fica no canto superior direito do diagrama. Existe até mesmo um macete importante para isso, que é o “FON”, representando os três átomos que apresentam maior eletronegatividade: flúor, oxigênio e nitrogênio. 

Eletronegatividade: interação entre átomos

Conhecer esse conceito é importante, por exemplo, porque a ligação entre o oxigênio e um desses três elementos resulta em uma ligação de hidrogênio. Essa interação química é tão forte que favorece a tensão superficial da água, permitindo até mesmo que os mosquitos pousem em sua superfície. 

Na classificação dos compostos inorgânicos, o conhecimento da eletronegatividade também é essencial. É o caso dos óxidos, que são compostos binários formados pela junção entre o oxigênio e outro elemento químico menos eletronegativo. 

Conforme o que aprendemos até aqui, qual seria o elemento químico que, ligado ao oxigênio, não seria considerado um óxido? Como é necessário que esse segundo átomo seja mais eletronegativo que o oxigênio, só pode ser o flúor, porque é o único elemento que tem mais atração por elétrons do que o O.

O que é eletropositividade?

A eletropositividade é a grandeza química e matemática que mensura o potencial de um elemento químico em liberar elétrons para o sistema. Isso significa que é um conceito oposto ao da eletronegatividade. 

De certa forma, essa diferença é traduzida também nas características associadas a essa grandeza. Por exemplo, quanto maior a eletropositividade, maior o raio atômico — afinal, quanto maior a distância entre o núcleo positivo e a camada de valência, menor a atração entre essas duas porções do átomo. Assim, os elétrons ficam mais “soltos” na estrutura. 

Eletropositividade: propriedade periódica

Na tabela periódica, então, a eletropositividade é maior quanto mais para baixo e para esquerda estiver o elemento químico. Nesse caso, portanto, o elemento mais eletropositivo da tabela química é o frâncio (Fr).

eletropositividade - tabela periódica, sentido de crescimento
Imagem: Adaptação/Wikimedia

Eletropositividade: caráter metálico

A eletropositividade também pode ser chamada de caráter metálico. Isso acontece porque os metais têm essa tendência catiônica, de perder elétrons e ficar positivo na estrutura. Tal propriedade é tão importante nos elementos metálicos que existe até uma teoria que descreve essas observações. 

Quando átomos de metais estão aproximados, eles formam estruturas cristalinas chamadas de retículos ou cristais. Devido a eletropositividade, nota-se que há um trânsito constante de elétrons, que não podem escapar daquele retículo, mas se movimentam por entre os átomos. 

É um processo dinâmico: um átomo A com alta eletropositividade libera seus elétrons para o meio. Então um cátion B atrai as partículas — nesse momento B torna-se um átomo neutro. Mas, ao se estabilizar, o metal volta à eletropositividade, liberando elétrons na estrutura cristalina, que serão capturados por outro cátion e assim sucessivamente.

A movimentação observada resulta em na teoria da nuvem eletrônica. Basicamente, a transição eletrônica contínua traz a sensação de que os átomos estão imersos em um mar eletrônico, como uma névoa de partículas subatômicas.

+ Veja também: Partículas subatômicas: principais tipos e características
Ligações metálicas: o que são, características, questões

Questões sobre eletronegatividade e eletropositividade

(UFOP) Eletronegatividade é uma propriedade periódica importante. Em relação a essa propriedade, assinale a afirmativa CORRETA:

a) O frâncio (Fr) é o mais eletronegativo de todos os elementos.
b) O flúor (F) é o menos eletronegativo de todos os elementos.
c) O sódio (Na) é o mais eletronegativo de todos os elementos.
d) O carbono (C) é mais eletronegativo que o silício (Si).
e) O potássio (K) é mais eletronegativo que o cálcio (Ca).

O frâncio é o elemento mais eletropositivo de todos. 
O flúor é o elemento mais eletronegativo de todos. 
O sódio não está entre os elementos mais eletronegativos da tabela periódica.

Com essas informações elencadas, elimina-se as três primeiras alternativas, que trazem pontos incorretos a respeito de eletronegatividade e eletropositividade. Para conferir as outras opções, é necessário observar uma tabela periódica.

Tabela periódica para observar eletronegatividade e eletropositividade
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Carbono e silício estão na mesma família da tabela periódica. Como o sentido de crescimento da eletronegatividade é para cima e para a direita, podemos assumir que o elemento químico mais acima na família será o mais eletronegativo. Nesse caso, o carbono é mais eletronegativo que o silício, como aponta a alternativa D.

Nos resta conferir porque a letra E está errada. Basicamente, o potássio e o cálcio estão no mesmo grupo da tabela periódica. Nesses casos, o elemento mais à direita será o mais eletronegativo. Ou seja, o cálcio atrai mais elétrons do que o potássio. 

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