Florestan Fernandes foi um dos mais importantes sociólogos brasileiros do século XX, reconhecido por sua contribuição decisiva para a consolidação das ciências sociais no país e por seu compromisso com a transformação social.
Algumas de suas obras mais importantes são “A integração do negro na sociedade de classes” (1964), “A revolução burguesa no Brasil” (1974) e “O desafio educacional” (1989).
Por conta de sua relevância social e política, o Portal Estratégia Vestibulares listou sete de suas citações para serem usadas como repertório sociocultural na redação dos vestibulares e do Enem. Confira!
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Quem foi Florestan Fernandes?
Florestan Fernandes nasceu em São Paulo, em 1920. Vindo de uma família pobre, trabalhou desde a infância em diversas atividades, como engraxate e lavador de pratos, para ajudar no sustento da casa.
Ingressou na Universidade de São Paulo (USP) em 1941, onde se formou em Ciências Sociais e iniciou sua trajetória acadêmica. Como professor da USP, foi responsável por modernizar a sociologia brasileira, defendendo uma prática científica rigorosa, crítica e voltada para os problemas concretos do país.
Ele se destacou por estudar as estruturas sociais brasileiras com foco especial na desigualdade, no racismo e na reprodução das injustiças por meio das instituições, especialmente a escola.
Em “A integração do negro na sociedade de classes”, publicada em 1964, Florestan analisa como o racismo estrutural impede a verdadeira inserção do negro na vida social e econômica brasileira, criticando a ideia de uma democracia racial.
Essa crítica aparece também em outra de suas obras mais conhecidas, “O mito da democracia racial”, onde desmente a ideia de que o Brasil teria superado o preconceito racial por meio da miscigenação.
Cassado durante o regime militar em 1969, Florestan foi afastado da USP e obrigado a continuar sua carreira acadêmica no exterior, lecionando em universidades no Canadá e nos Estados Unidos. Com a redemocratização, retornou ao Brasil e passou a atuar politicamente de forma mais direta.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), foi eleito deputado federal em 1986 e teve papel atuante na Assembleia Constituinte de 1987-1988, onde defendeu pautas como a educação pública, os direitos das minorias e a justiça social.
Florestan Fernandes morreu em 1995, mas deixou um legado que permanece vivo. Foi um pensador que não se limitou a interpretar o Brasil, mas que buscou transformá-lo com base em uma sociologia científica e comprometida. Veja algumas de suas citações abaixo!
1 – “Contra as ideias da força, a força das ideias.”
Esta citação de Florestan Fernandes afirma que a resposta mais poderosa à opressão, à violência institucional e ao autoritarismo não deve ser outra forma de violência, mas sim a resistência por meio do pensamento crítico, do conhecimento e do compromisso com a transformação social.
2 – “O negro vai ser sempre, enquanto não houver democracia no Brasil, o nosso melhor ponto de referência para determinar que o Brasil não é uma sociedade democrática. (…)” – em entrevista para o programa Vox Populi, em 1984
Florestan Fernandes disse isso em um programa de televisão da TV Cultura chamado Vox Populi, conhecido por reunir intelectuais, artistas, políticos e outras figuras públicas em conversas francas e aprofundadas sobre temas relevantes da sociedade.
O sociólogo usou a condição da população negra como um “índice” da profundidade da desigualdade no país. Enquanto os negros continuassem marginalizados, era impossível dizer que o Brasil era uma democracia verdadeira. Apesar de ser uma citação de 1984, ela ainda se mostra atual.
3 – “Uma democracia deve ser um regime político, econômico, cultural, social que permite estabelecer igualdade entre todas as raças.” – em entrevista para o programa Vox Populi, em 1984
Esta citação é uma continuação do raciocínio anterior de Florestan Fernandes. O fato de os negros seguirem sendo os mais pobres, com menos acesso à educação, à saúde, ao trabalho digno e aos direitos civis e políticos, demonstrava que a democracia brasileira era (e ainda é) incompleta, seletiva e excludente.
4 – “Um povo educado não aceitaria as condições de miséria e desemprego como as que temos.”
Esta citação resume uma das principais convicções de Florestan Fernandes: a educação como instrumento de conscientização e transformação social. Para ele, a escola não deveria apenas transmitir conteúdos, mas formar cidadãos críticos, capazes de compreender as estruturas de dominação e lutar contra as injustiças.
5 – “Em suma, a sociedade brasileira largou o negro ao seu próprio destino, deitando sobre seus ombros a responsabilidade de se reeducar e de se transformar para corresponder aos novos padrões e ideias do ser humano, criados pelos advento do trabalho livre, do regime republicano e do capitalismo.” – no livro A integração do negro na sociedade de classes (1964)
Nesta frase, Florestan critica o processo de abolição da escravidão e a falsa promessa de igualdade no Brasil, denunciando o abandono institucional e social sofrido pela população negra após a abolição em 1888.
Esse raciocínio desconstrói o mito da abolição como um ato libertador e mostra que, na prática, a escravidão foi sucedida por novas formas de exclusão e marginalização, já que responsabilizou o negro pela própria integração, perpetuando o racismo estrutural.
6 – “Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas.”
Para Florestan Fernandes, o conhecimento científico não deve ser neutro nem indiferente às necessidades da sociedade, especialmente em contextos marcados por desigualdades e exclusão, como o brasileiro. Ou seja, a ciência sem responsabilidade social é incompleta e, muitas vezes, cúmplice da opressão.
7 – “É muito complicada a vida de um intelectual na sociedade de consumo de massa.”
Essa frase reflete a preocupação de Florestan Fernandes com o lugar do pensamento crítico em um mundo cada vez mais dominado pelo consumismo, pela superficialidade e pela lógica mercantil.
Para ele, o intelectual tem o papel de questionar, problematizar e denunciar as contradições da sociedade. Mas, nesse contexto de massificação cultural e comercialização do saber, esse papel se torna cada vez mais difícil.
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