Em diferentes momentos históricos, o nacionalismo foi um fator importante para processos de independência, posicionamentos políticos, bem como para o desenvolvimento de conflitos entre diferentes Estados. Diante disso, é um tema muito comentado em leituras didáticas e nas mídias informativas, mas, afinal, você sabe o que é nacionalismo?
Neste texto, você encontra definições e características do que é o nacionalismo, com exemplos de como esse conceito pode interferir na história da humanidade, bem como da sociedade brasileira. Para a preparação pré-vestibular, ainda, você encontra uma questão de prova com resolução e comentários ao final do artigo. Leia e saiba mais.
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Definição de nacionalismo
A palavra nacionalismo é derivada do termo “nação”, é utilizada com um conceito das ciências humanas para designar o sentimento e ideologia em que os cidadãos defendem a nação em que vivem, valorizando suas características.
Essa concepção data do século XVIII, especialmente durante a Revolução Francesa, quando os franceses das classes sociais mais baixas uniram-se como um só povo para lutar em favor de direitos específicos.
Ser nacionalista, na base da ideia, permite que o indivíduo tenha um senso de pertencimento com o local em que se está inserido. Diante disso, símbolos, a linguagem, culinárias e costumes permitem que o cidadão se identifique como parte integrante daquela nação e, consequentemente, se diferencie de outras pessoas ao redor do mundo.
Por exemplo, alguns símbolos brasileiros são utilizados para criar o senso de identidade nacional, como a bandeira do país e suas cores, que aparecem em letreiros, camisetas e até uniformes de empresas. O hino nacional, cantado religiosamente em campeonatos esportivos são outra forma de pertencimento nacionalista.
O nacionalismo, para além dos territórios internos, é uma forma de identificação de cada país. Como modelo, podemos citar o carnaval e o futebol, que são marcas do Brasil em outros continentes, as massas italianas que denotam parte da cultura do país, o famoso pastel de Belém como uma representação culinária de Portugal, entre outros símbolos nacionais.
Nacionalismo do ponto de vista político
Ao olhar o nacionalismo do ponto de vista político, fica evidente que os partidos nacionalistas tendem a defender os interesses da nação com maior afinco, por vezes são rígidos quanto às tradições, argumentando que a cultura do país deve ser preservada ou até mesmo imutável ao longo dos anos.
No decorrer dos séculos, o nacionalismo foi um conceito importante para o senso de pertencimento, que garantiu o êxito de milhares de lutas de independência ao redor do mundo, como a união de pequenos territórios que resultou nas Unificação Alemã e Unificação Italiana, no século XIX. Então, de certa forma, as ideias nacionalistas permitem que o povo se una em favor da preservação de seu Estado.
O Brasil, por exemplo, é um país que passou por um intenso processo de colonização, que não permitia uma liberdade e união entre os indivíduos que aqui viviam. Por volta do século XIX, então, as ideias nacionalistas se difundiram no país, e os moradores perceberam que havia um povo com costumes, ideias e formações culturais semelhantes, que constituíam uma entidade política.
Em 1822, então, houve a Independência do país, a partir de então o nacionalismo brasileiro entrou em ascensão. Diante disso, os movimentos literários do século XIX tiveram grande importância, uma vez que autores como Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, José de Alencar, entre outros, dedicaram-se a escrever sobre as diferentes regiões do país.
As obras valorizavam o povo brasileiro e deixavam de lado as escritas que só citavam características europeias, que são distintas do que é vivenciado em um território tropical americano. Assim, pouco a pouco, a ideia de pertencimento, os símbolos nacionais e o conceito de “ser brasileiro” se difundiu na sociedade nacional.
+ Veja também: Ciência política: o que é, história e importância
Radicalização do nacionalismo
Por outro lado, é importante lembrar que a radicalização política pode acontecer em qualquer setor da sociedade. No caso dos nacionalistas, a valorização e idealização excessiva sobre um povo ou nação pode abrir caminhos para discursos xenofóbicos, racistas e eugênicos. Quando esses excessos acontecem, muitos estudiosos preferem trocar o termo de “nacionalismo” para “ufanismo”.
Como exemplos ufanistas típicos estão as grandes ditaduras do século XX, como os movimentos nazifascistas na Alemanha e Itália. No caso do nazismo, por exemplo, a valorização da Alemanha foi colocada acima dos direitos humanos, resultando em antissemitismo extremo, com medidas drásticas em nome do “bem da nação”.
+ Veja também: O que é Congresso Nacional? Saiba as funções, seus membros e conheça a arquitetura do local
Questão de vestibular: o que é nacionalismo?
Enem (2017)
O dicionário da Real Academia Espanhola não usa a terminologia de Estado, nação e língua no sentido moderno. Antes de sua edição de 1884, a palavra nación significava simplesmente “o agregado de habitantes de uma província, de um país ou de um reino” e também “um estrangeiro”. Mas agora era dada como “um Estado ou corpo político que reconhece um centro supremo de governo comum”.
HOBSBAWM, E. J. Nações e nacionalismo (desde 1870). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990 (adaptado).
A ideia de nação como lugar de pertencimento, ao qual os indivíduos têm ligação por nascimento, constitui-se na Europa do final do século XIX. Sua difusão resultou
A) na rápida ascensão de governos com maior participação popular, dado que a unidade nacional anulava as diferenças sociais.
B) na construção de uma cultura que incorporava todas as parcialidades equilibradamente dentro de uma identidade comum.
C) na imposição de uma única língua, cultura e tradição às diferentes comunidades agregadas ao Estado nacional.
D) na anulação pacífica das diferenças étnicas existentes entre as comunidades que passaram a compor a nacionalidade.
E) em um intenso processo cultural marcado pelo protagonismo das populações autóctones.
Resposta: não é possível falar em anulação das diferenças sociais já que a sociedade burguesa é profundamente desigual, e as classes populares não participam do Estado nacional ao “pé de igualdade” com as classes dominantes. Além disso, o processo de construção dos Estados Nacionais não foi pacífico e, muitas vezes, populações originárias foram marginalizadas e/ou dizimadas.
Assim, a alternativa C é mais correta porque já começa com um elemento de desigualdade importante: a imposição de uma língua. Sim, veja no caso do Brasil. A rigor, sempre houve inúmeras línguas indígenas, depois africanas, depois europeias. Ao final, o português é a língua oficial. Em países europeus, como na Espanha, a mesma situação, é até mais conflituosa, quanto pensamos na região da Cataluña. Além disso, o Estado nacional é marcado pela construção de uma identidade juridicamente arquitetada, para que o povo residente em determinado território possua um sentido único. Há muito peso ideológico nesse processo e há muito peso cultural, mas da cultura dominante.
Alternativa correta: C.
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