Problemas sociais urbanos: quais são e como afetam a realidade

Problemas sociais urbanos: quais são e como afetam a realidade

Os problemas sociais urbanos abrangem todos os dilemas estruturais, próprios das cidades. Falta de emprego, moradia precária, violência, pouca acessibilidade, baixo acesso aos centros de saúde, transporte coletivo sucateado e situações semelhantes são os principais exemplos.

No artigo a seguir, você verá um resumo sobre os conflitos sociais advindos do processo de urbanização dos países, com suas principais causas e consequências, principalmente no Brasil. Acompanhe!

O que são problemas sociais urbanos?

As questões urbanas que afetam a sociedade surgiram com o intenso processo de urbanização que aconteceu nos países em diferentes épocas. No Brasil, por exemplo, o êxodo rural e a formação das cidades ficou em evidência a partir da metade do século XX, menos de cem anos atrás. 

Diferentemente de outras nações desenvolvidas, que apresentam planejamento urbano, o nascimento dos municípios brasileiros aconteceu sem organização prévia: os indivíduos se instalavam onde e como era possível. Com isso, uma série de fatores negativos surgiram, como você verá adiante. 

Déficit habitacional 

A moradia precária é um dos maiores problemas sociais urbanos dos países subdesenvolvidos. As casas não apresentam as condições adequadas para abrigar os moradores.

Muitas vezes, a estrutura está sujeita a ação da natureza, por isso chuvas podem resultar em alagamento, desabamento de paredes, destelhamento, umidade e mofo. Em casos mais graves, essas habitações inseguras estão próximas a zonas de deslizamento de terras.

No verão brasileiro, é muito comum encontrar notícias de famílias que foram soterradas ou até mesmo perderam entes queridos devido a enchentes e desabamento de morros. 

Em 2022, por exemplo, a cidade de Franco da Rocha foi marcada por uma situação assim. A soma entre as alterações climáticas intensas e as condições frágeis das cidades resultaram em fortes chuvas que causaram deslizamento de terras, soterramentos e a morte de mais de uma dezena de pessoas.

Outro exemplo de déficit habitacional está na matéria prima utilizada para a construção: casas feitas com pau a pique ou material barrento são determinantes até mesmo para a saúde dos cidadãos.

Insetos como o barbeiro se alojam nas frestas das paredes e, muitas vezes, carregam o protozoário causador da doenças de chagas. Caso o habitante se contamine, apresentará sintomas dessa enfermidade que ataca o esôfago, coração e intestinos.

Segregação socioespacial

No ponto de vista de localização dentro das cidades, um fator muito recorrente nas grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro é a segregação socioespacial, que também está relacionada com o processo de favelização.

Isso acontece porque com a especulação imobiliária e o preço das mercadorias em zonas centrais, a população de baixa renda é repelida para as regiões periféricas. O problema aqui se agrava em duas principais vertentes.

Geralmente, para se adaptar nos locais afastados dos centros urbanos, os cidadãos se alojam em favelas e comunidades sem qualquer infraestrutura. Passam a viver sem saneamento básico, atendimento sanitário e até mesmo precisam recorrer a meios ilegais para conseguir iluminação.

Quando o indivíduo não consegue se alojar em uma dessas realidades, somada a outros fatores de ordem pessoal, ele pode ficar em situação de rua. Nesse caso, a situação torna-se extrema: não há abrigo, a alimentação é deficiente ou inexistente, a higiene fica comprometida e o ser humano fica completamente vulnerável.

+ Veja também: Como o conceito de favela pode ser cobrado no vestibular?

Violência e criminalidade como problemas sociais urbano

Os crimes que acontecem em meio urbano podem ser atribuídos a diversos fatores, dentre os quais os principais são o desemprego e a falta de acesso aos direitos humanos básicos.

Considerando a população marginalizada, observa-se um menor índice de educação, profissionalização e maior necessidade de emprego para o sustento. Tais pontos, quando somados a necessidade cada vez maior de trabalhadores especializados, gera um grande bolsão de pessoas desempregadas nos países.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), 45,9% dos brasileiros aptos a trabalhar não possuem emprego fixo ou registrado, muitas vezes optando pela remuneração informal e pela busca incessante por trabalho. 

Com esses fatores, muitas vezes, a criminalidade aumenta exponencialmente.Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que 1% a mais de desempregados homens resulta em um crescimento de 1,8% na taxa de homicídios. O mesmo documento também mostra que para cada 1% de jovens homens que concluem os estudos, a taxa de violência diminui em 1,9%.

Portanto, é possível associar o desemprego e a educação deficiente com a ocorrência de assaltos, sequestros, furtos, invasões domiciliares, latrocínios e outros crimes próprios dos grandes centros urbanos.

Mobilidade Urbana 

Outro tópico muito citado dentre os problemas sociais urbanos está na dificuldade de deslocamento entre as diferentes regiões, principalmente nas metrópoles, como na maioria das capitais brasileiras.

Problemas sociais urbanos - mobilidade e trânsito

O primeiro ponto a ser citado é o transporte público: observa-se que a ineficiência dos sistemas coletivos resulta em diversos transtornos para a vida dos usuários. Dentre os obstáculos podemos citar ônibus e trens quebrados, superlotação, passagem caras, trajetos extensos e mal planejamento geral.

Como consequência direta dessa realidade, muitos brasileiros optam por utilizar veículos próprios para a locomoção. Assim, as vias tornam-se superlotadas e não suportam um tráfego adequado, o que gera trânsitos quilométricos.

Além disso, a segregação socioespacial citada acima, faz com que muitos funcionários tenham que se deslocar por horas até que cheguem aos locais de trabalho:

 Uma pesquisa levantada pelo IBGE entre 2017 e 2018 mostra que aproximadamente 23% da população desloca-se entre 30 minutos e 1h para chegar ao trabalho. Em um cenário ainda pior, outros 14% demoram entre mais do que 1h nesse trajeto. 

Por fim, é necessário citar também que a acessibilidade das vias urbanas atrapalha a vida dos cidadãos que possuem incapacidades visuais, locomotoras, auditivas, entre outras deficiências.

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Agora que você já conhece os principais problemas sociais urbanos, aproveite para se aprofundar nos fundamentos da sociologia, sua relação com a urbanização e as diferentes formas de entender a sociedade. 

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