Conjunções subordinativas: conceito, classificação e exemplos práticos

Conjunções subordinativas: conceito, classificação e exemplos práticos

As conjunções podem estabelecer dois tipos de relações: de coordenação (quando as duas orações ligadas são independentes); ou  subordinação (quando uma oração determina ou completa o sentido de outra). Neste artigo, vamos tratar sobre as conjunções subordinativas e quais sentidos elas podem assumir em cada situação:

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Conjunções subordinativas

Causais

As conjunções subordinativas causais exprimem causa.

Exemplos: como, já que, pois, porque, que, uma vez que.

  • Ela foi embora, porque estava muito triste.

Cooncessivas

As conjunções subordinativas concessivas são aquelas que exprimem contraste.

Exemplos: ainda que, embora, posto que, se bem que.

  • Vou encontrá-lo, embora ache que não tem mais solução.

Condicionais

As conjunções subordinativas condicionais são aquelas que exprimem condição.

Exemplos: caso, desde que, contanto que, se;

  • Irei se puder.

Conformativas

As conjunções subordinativas conformativas são aquelas que exprimem conformidade.

Exemplos: como, conforme, segundo.

  • Resolvi a questão conforme você me ensinou.

Comparativas

As conjunções subordinativas comparativas são aquelas que exprimem comparação.

Exemplos: como (relacionado a tal, tão, tanto), como se, do que (relacionado a mais, menos, maior, menor, melhor, pior), que.

  • Prata vale menos do que ouro.

Consecutivas

As conjunções subordinativas consecutivas são aquelas que exprimem consequência.

Exemplos: de forma que, de maneira que, de modo que, que (relacionado a tal, tão, tanto, tamanho).

  • Era tão alta que não passava na porta.

Finais

As conjunções subordinativas finais são aquelas que exprimem finalidade.

Exemplos: a fim de que, para que, porque, que.

  • Menti para que não brigasse comigo.

Integrantes

As conjunções subordinativas integrantes são aquelas que antecipam uma oração com valor de substantivo*

Exemplos: que (para orações afirmativas), se (para orações negativas).

  • Insisti que ele viesse.
  • Não sei se ele vem.

Proporcionais

As conjunções subordinativas proporcionais são aquelas que exprimem proporção.

Ex.: à medida que, à proporção que, ao passo que.

  • À medida que andávamos, ficava mais escuro.

Temporais

As conjunções subordinativas temporais são aquelas que exprimem tempo.

Exemplos: antes que, apenas, assim que, até que, depois que, logo que, quando, tanto que.

  • Assim que a vi, me emocionei.

Conjunções que expressam mais de um valor

Algumas conjunções podem significar mais de um valor dependendo do contexto. Muitas vezes em exercícios você deverá identificar qual aspecto uma mesma conjunção representa e, por vezes, os nomes dos valores serão apresentados serão diferentes. Por isso, não se preocupe tanto em decorar, mas sim em compreender o contexto e interpretá-lo.

Estas são algumas das principais possibilidades de significado e valores das conjunções:

como

Adição: Não só é bonito, como é inteligente.
Causa:
Como não sabia português, estudou.
Comparação: Estudou
como um gênio.
Conformidade: Estudou
como o manual mandava.

e

Adição: Ele é bonito e inteligente.
Adversativo: Ele não sabe português
e não estuda.
Conclusivo: Ele estudou português
e passou de ano.
Final: Ele ia estudar
e passar na prova.

pois

Adversativo: Está estudando? Pois eu não estou.
Conclusão: Está estudando, pode,
pois, passar de ano.
Explicação: Preciso estudar,
pois não sei a matéria.

porque

Causa: Estudei, porque não sabia a matéria.
Explicação: Porque está a estudar muito, ele não deve saber a matéria.

mas

Adição: Não só é bonito, mas inteligente.
Adversativo: Estudou muito,
mas não passou de ano.
Atenuação: Ia mal na escola,
mas disfarçava.
Compensação: Não saiu com os amigos,
mas foi bem na prova.
Restrição: Estudou,
mas apenas para passar de ano.
Retificação: Matemática é difícil,
mas poucos se dedicam ao português.

que

Adição: Estuda que estuda, mas não passa de ano.
Adversativo: Preciso estudar,
que não essas poucas horas. 
Causa: Prevenido
que era, estudou.
Comparação: Ele estuda mais
que os amigos.
Concessão: Estude uma hora
que seja.
Conjunção Integrante: O importante é
que você estude (o importante é isso).
Consecutiva: Tanto estudou
que passou de ano.
Explicação: Estude,
que a prova é amanhã.
Final: Estudou para
que passasse de ano.
Modo: Sem
que percebas, terás aprendido a matéria.
Tempo: Sempre que estuda, vai bem na prova.

se

Causa: Se você tinha dificuldades, por que não estudou?
Condição:
Se você estudar, irá entender a matéria.
Concessão:
Se não aprendeu tudo, ainda assim passou de ano.
Conjunção Integrante: Não sei
se estudou o suficiente. (se funciona como complemento de estudou: não sei isso.)
Tempo:
Se estuda, supera todos os outros.

Conjunções Subordinativas: questão comentada

A questão a seguir foi cobrada no Vestibular da Fuvest, exame de acesso aos cursos da USP, na edição de 2010. A questão trata sobre Conjunções Subordinativas.

Vestibular FUVEST 2010

Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.

Meu caro Mário,

Estou te escrevendo rapidamente, se bem que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a respeito da Conferência, que acabei de ler agora). Vem-me uma vontade imensa de desabafar com você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.

Fernando Sabino.

No texto, o conectivo “se bem que” estabelece relação de

a) conformidade.
b) condição.
c) concessão.
d) alternância.
e) consequência

Comentários

Há a ideia de contraste entre as ideias “escrevendo rapidamente” e “muitíssima coisa que eu quero te falar”, criando uma ideia de concessão, portanto, a correta é a alternativa C.

Alternativa A está incorreta, pois não há relação de conformidade (não há valor de “conforme haja muito a falar, escrevo rapidamente”).

Alternativa B está incorreta, pois muito a falar não é condição de escrever rapidamente.

Alternativa D está incorreta, pois não há ideia de que ora há muito a dizer e ora se escreve rapidamente.

Alternativa E está incorreta, pois muito a dizer não é consequência de escrever rapidamente.

Gabarito: C

Vestibular ITA 2011 (adaptada)

A questão a seguir foi cobrada no Vestibular do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, na seleção de 2011. A questão trata sobre Conjunções Subordinativas.

Assinale a alternativa em que a análise da relação de sentido expressa pelo elo coesivo destacado em negrito está EQUIVOCADA.

a) “O resultado será o mesmo em qualquer mensuração, desde que se use um relógio preciso”.

Relação de condição: apresenta uma condição relativamente ao que se afirma na oração anterior.

b) “O tempo é independente e completamente separado do espaço. Isso é no que a maioria das pessoas acredita; é o consenso. Entretanto, tivemos que mudar nossas ideias sobre espaço e tempo”.

Relação de oposição: apresenta uma argumentação contrária ao que foi dito antes.

c)    “Ainda que nossas noções, aparentemente comuns, funcionem a contento quando lidamos com maçãs ou planetas, que se deslocam comparativamente mais devagar, não funcionam absolutamente para objetos que se movam à velocidade da luz, ou em velocidade próxima a ela”.

Relação de concessão: introduz uma ideia de quebra de uma expectativa em relação ao que se espera.

d) “Ele mostrou que o conceito de éter era desnecessário, uma vez que se estava querendo abandonar o de tempo absoluto”.

Ligação de alternância: introduz uma oração cujo conteúdo exclui o conteúdo da outra.

e) “Como não há força atuando sobre o corpo, a sua velocidade não aumenta, nem diminui, nem muda de direção. Portanto o único movimento possível do corpo na ausência de qualquer força atuando sobre ele é o movimento retilíneo uniforme”.

Ligação conclusiva: introduz uma conclusão relativamente ao enunciado anterior.

Comentários

A alternativa D é a incorreta, pois “uma vez que” é uma conjunção que expressa valor de causa, não alternância. O período significa que “ele mostrou que o conceito de éter era desnecessário, já que se estava querendo abandonar o de tempo absoluto.

Substituindo-se os conectivos por outros mais comuns de cada tipo de relação, teríamos:

A alternativa A está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “se”.

A alternativa B está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “mas”.

A alternativa C está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “embora”.

A alternativa E está correta, pois pode-se substituir o conectivo por “logo”.

Gabarito: D

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