9 questões sobre o pré-modernismo que já caíram no Enem e vestibulares

9 questões sobre o pré-modernismo que já caíram no Enem e vestibulares

O movimento, que surge no início do século XX, atravessa momentos intensos na política brasileira; confira suas características e questões sobre o assunto

O início do século XX marca o surgimento do pré-modernismo, movimento literário e artístico que tem como características o nacionalismo, a escrita simples e que foge do academicismo e muitos personagens que acompanham tais mudanças, como imigrantes, sertanejos, suburbanos, funcionários públicos e afins.

Ao tratar, portanto, do Brasil e de suas diferenças sociais, o movimento difundiu alguns estilos de vida e realidades que até o presente momento foram pouco contempladas na literatura nacional.

O pré-modernismo acontece no momento em que há a chamada República Velha, com dilemas políticos e sociais marcantes, como os seguintes movimentos: Revolta da Vacina, Revolta dos Canudos, Revolta da Chibata, Revolta da Armada, Revolta dos Malês e outros.

O Portal Estratégia Vestibulares trouxe 9 questões sobre o pré-modernismo que já caíram no Enem e nos vestibulares, com resoluções extraídas do nosso Banco de Questões e algumas com explicações dos professores do EV. Confira!

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Enem (2023)

Quaresma despiu-se, lavou-se, enfiou a roupa de casa, veio para a biblioteca, sentou-se a uma cadeira de balanço, descansando. Estava num aposento vasto, e todo ele era forrado de estantes de ferro. Havia perto de dez, com quatro prateleiras, fora as pequenas com os livros de maior tomo. Quem examinasse vagarosamente aquela grande coleção de livros havia de espantar-se ao perceber o espírito que presidia a sua reunião. Na ficção, havia unicamente autores nacionais ou tidos como tais: o Bento Teixeira, da Prosopopeia; o Gregório de Matos, o Basílio da Gama, o Santa Rita Durão, o José de Alencar (todo), o Macedo, o Gonçalves Dias (todo), além de muitos outros.

BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro: Mediafashion, 2008.

No texto, o uso do artigo definido anteposto aos nomes próprios dos escritores brasileiros

A demonstra a familiaridade e o conhecimento que o personagem tem dos autores nacionais e de suas obras.
B consiste em um regionalismo que tem a função de caracterizar a fala pitoresca do personagem principal.
C é uma marca da linguagem culta cuja função é enfatizar o gosto do personagem pela literatura brasileira.
D constitui um recurso estilístico do narrador para mostrar que o personagem vem de uma classe social inferior.
E indica o tom depreciativo com o qual o narrador se refere aos autores nacionais, reforçado pela expressão “tidos como tais”.

Resposta:

A – correta – gabarito. O major Policarpo Quaresma era conhecido pelo seu ufanismo, daí valorizar tanto essa cultura literária.
B – incorreta. Não se trata de regionalismo, uma vez que o romance se ambienta no Rio de Janeiro.
C – incorreta. Apenas o uso do artigo definido não caracteriza a língua como culta.
D – incorreta. O texto em si não comenta a origem do personagem.
E – incorreta. Pelo contrário, não é depreciativo, mas sim laudatório.

Alternativa correta: A

Uneb (2019)

Mágoas

Quando nasci, num mês de tantas flores, 
Todas murcharam, tristes, langorosas, 
Tristes fanaram redolentes rosas, 
Morreram todas, todas sem olores.
Mais tarde da existência nos verdores 
Da infância nunca tive as venturosas 
Alegrias que passam bonançosas, 
Oh! Minha infância nunca tive flores!
Volvendo à quadra azul da mocidade, 
Minh’alma levo aflita à Eternidade, 
Quando a morte matar meus dissabores.
Cansado de chorar pelas estradas, 
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz de minhas dores!

ANJOS, Augusto. Mágoas. Eu e outras poesias. Disponível em: <https://www.luso-poemas.net/modules/news03/article.php?storyid= 1448 © Luso-Poemas>. Acesso em: 14 nov. 2018.

Excerto 1

Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poema das Sete Faces. Alguma Poesia. Rio de Janeiro. Ed. José Olímpio, 1983. p.3-4).

Excerto 2

Quando eu nasci
um anjo louco muito louco 
leio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto 
com asas de avião.

Let’s play that Todo Dia É Dia D, CD Torquato Neto Vários Artistas, Dubas Música, 2002.

Excerto 3

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher, 
esta espécie ainda envergonhada. 

PRADO, Adélia. Com licença poética. Poesia Reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.

Excerto 4

Quando nasci veio um anjo safado 
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado 
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou 
Mas vou até o fim.

BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

Assim como Augusto dos Anjos em “Mágoas”, os excertos 1, 2, 3 e 4 constituem uma reflexão acerca do nascimento, distintas entre si, pela época, pela visão de mundo e pelo tratamento que cada um deles dá a esse tema, mantendo um perceptível distanciamento.

Considerando-se esses excertos, é improcedente afirmar:

A Para Drummond, a palavra “anjo” contém um sentido semântico ligado à previsão fatídica, consolidada pelo uso do estrangeirismo “gauche”.
B No excerto 2, os termos “barroco” e “louco” remetem a uma contradição ideológica, comprovada pelo verso “com asas de avião”, que remete ao desejo de liberdade.
C Em Adélia Prado, o ”anjo esbelto” traz a enunciação de uma nova era, em que a libertação se faz pela expressão “carregar bandeira”.
D O último excerto revela uma atitude de rejeição do sujeito poético a um determinismo “predestinado” pelo “anjo safado”, configurado pela adversativa “Mas”.
E A palavra “anjo”, em todos os fragmentos, mantém o sentido ideológico judaico-cristão, perpetuado desde a Idade Média, de respeito e reverência, sem registro de ressignificação.

Resposta: 

Alternativa correta: E

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UFPR (2020)

Ao mesmo tempo em que narram fatos, os narradores de Casa de Pensão e Clara dos Anjos também assumem postura intrusa e opinativa: eles interrompem a narração de acontecimentos e inserem seus comentários e opiniões, apresentando análises sociológicas ou psicológicas de acontecimentos, ambientes e personagens. Nas alternativas abaixo, foram transcritos trechos dos dois romances. Assinale a alternativa em que se observa tal atitude intrusa e opinativa do narrador no romance de Aluísio Azevedo.

A “Por outro lado, as mulatas folgavam em tê-lo perto de si, achavam-no vivo e atilado, provocavam-lhe ditos de graça, mexiam com ele, faziam-lhe perguntas maliciosas, só para ‘ver o que o demônio do menino respondia’. E logo que Amâncio dava a réplica, piscando os olhos e mostrando a ponta da língua, caíam todas num ataque de riso, a olharem umas para as outras com intenção”.
B “Muita vez chorou de ternura, mas sempre às escondidas; muita vez sentiu o coração saltar para o filho, mas sempre se conteve, receoso de cair no ridículo./ E não se lembrava, o imprudente, de que o amor de pai é bem ao contrário do amor de filho; não se lembrava de que aquele nasce e subsiste por si e que este precisa ser criado; que aquele é um princípio e que este é uma consequência; que um vem de dentro para fora e que o outro vem de fora para dentro”.
C “O seu ideal na vida não era adquirir uma personalidade, não era ser ela, mesmo ao lado do pai ou do futuro marido. Era constituir função do pai, enquanto solteira, e do marido, quando casada. Não imaginava as catástrofes imprevistas da vida, que nos empurram, às vezes, para onde nunca sonhamos ter de parar. Não via que, adquirida uma pequena profissão honesta e digna do seu sexo, auxiliaria seus pais e seu marido, quando casada fosse”.
D “A casa da família do famoso violeiro não ficava nas ruas fronteiras à gare da Central; mas, numa transversal, cuidada, limpa e calçada a paralelepípedos. Nos subúrbios, há disso: ao lado de uma rua, quase oculta em seu cerrado matagal, topa-se uma catita, de ar urbano inteiramente. Indaga-se por que tal via pública mereceu tantos cuidados da edilidade, e os historiógrafos locais explicam: é porque nela, há anos, morou o deputado tal ou o ministro sicrano ou o intendente fulano”.
E “O provinciano, muito desvigorizado com a moléstia, sentia perfeitamente que os lúbricos impulsos, que dantes lhe inspirava a graciosa rapariga, iam-se agora destecendo e dissipando à luz de um novo sentimento de gratidão e respeito. A primitiva Amélia desaparecia aos poucos, para dar lugar àquela extremosa criança, àquela irmãzinha venerável, que lhe enchia o quarto com o frescor balsâmico de sua virgindade e rociava-lhe o coração com a trêfega mimalhice de sua ternura”.

Resposta:

Alternativa A: incorreta. O trecho é do romance Casa de Pensão, mas aqui temos a figura do narrador onisciente que apenas apresenta os fatos narrados sem emitir opinião.

Alternativa B: correta. O narrador emite sua opinião em relação ao comportamento de Vasconcelos, pai de Amâncio, expondo as consequências das omissões paternas: “E não se lembrava, o imprudente, de que o amor de pai é bem ao contrário do amor de filho”.

Alternativa C: incorreta. Esse trecho, que apresenta uma opinião do narrador, está no romance de Lima Barreto, Clara dos Anjos.

Alternativa D: incorreta. Neste trecho, o narrador de Clara dos Anjos apenas descreve um espaço urbano que integra o cenário do romance.

Alternativa E: incorreta. Neste trecho de Casa de Pensão, o narrador onisciente externa os impulsos que dominam os personagens.

Alternativa correta: B

UFU (2015)

―Mamãe, Mamãe!
―Que é minha filha?
―Nós não somos nada nesta vida.

Todos os Santos -Rio de Janeiro-Dezembro de 1921-janeiro de 1922.

BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. Tecnoprint/Ediouro, s/d. p. 77.

De acordo com o trecho acima, assinale a alternativa correta.

A O diálogo entre dona Engrácia e sua filha Clara simboliza de forma alegórica a desumanização da mulher negra e pobre, numa sociedade regida por D. Pedro I, mas manipulada por uma elite branca preconceituosa.
B Este pequeno diálogo pode ser considerado uma metáfora de uma classe social típica da Primeira República: indivíduos escravos, sem perspectiva de ascensão econômica, os quais lutavam pela assinatura da Lei Áurea.
C O diálogo entre Clara e sua mãe, Engrácia, que aparece ao final do romance Clara dos Anjos, publicado em plena Monarquia, simboliza a falta de perspectiva da mulher negra, analfabeta e pobre.
D Este pequeno diálogo, que fecha o final do romance Clara dos Anjos, pode ser considerado uma metáfora do sofrimento de uma classe social que, mesmo com a assinatura da Lei Áurea, continuava estigmatizada etnicamente.

Resposta:

Alternativa correta: D

Unicamp (2016) (1ª fase)

Quanto ao conto Negrinha, de Monteiro Lobato, é correto afirmar que:

A O narrador adere à perspectiva de dona Inácia, fazendo com que o leitor enxergue a história guiado pela ótica dessa personagem e se torne cúmplice dos valores éticos apresentados no conto.
B O modo como o narrador caracteriza o contexto histórico no conto permite concluir que Negrinha é escrava de dona Inácia e, portanto, está fadada a uma vida de humilhações.
C A maneira como o narrador comenta as características atribuídas às personagens contrasta com as falas e as ações realizadas por elas, o que caracteriza um modo irônico de apresentação. 
D O narrador apresenta as falas e pensamentos das personagens de modo objetivo; assim, o leitor fica dispensado de elaborar um juízo crítico sobre as relações de poder entre as personagens.


Resposta:

A – incorreta. Pelo contrário, por meio de ironias denuncia seu falso moralismo.

B – incorreta. Não há dados suficientes para se afirmar isso.

C – correta – gabarito. Em diversos momentos da narrativa, o leitor percebe a ironia do narrador ao comentar as características das personagens. D. Inácia, por exemplo, é considerada pessoa de boa fée bondosa, embora aplique castigos cruéis e injustos a uma criança, apenas para aliviar-se do mau humor.

D – incorreta. Não é objetivo, porque não é parcial. Há subjetividade no uso da ironia.

Alternativa correta: C

UEG (2012)

Leia o fragmento a seguir.

ABELARDO I – Por que não? O pânico do café. Com dinheiro inglês comprei café na porta das fazendas desesperadas. De posse de segredos governamentais, joguei duro e certo no café-papel! Amontoei ruínas de um lado e ouro do outro! Mas há o trabalho construtivo, a indústria…

ANDRADE, Oswald de. O rei da vela. Rio de Janeiro: Mediafashion, 2008. p. 35 

Considerando-se a peça e seu contexto histórico, a personagem Abelardo I

A converteu todo o seu capital em ouro.
B não foi prejudicada pela Crise de 1929.
C perdeu dinheiro durante o Encilhamento.
D não recorreu ao auxílio de capital estrangeiro.

Resposta:

Alternativa correta: B

Categoria "Questões" não encontrada no catálogo.

Unitins (2021)

Sobre a vida e as obras de Lima Barreto, pode-se afirmar que:

I – Sua principal obra, Triste Fim de Policarpo Quaresma, tem cunho social e influenciou fortemente os romancistas da terceira geração modernista.
II – As obras de Lima Barreto são realistas e têm uma visão crítica da sociedade brasileira. O escritor usa a ironia, não só a temática nacionalista, como também discute as diferenças sociais e a questão do preconceito racial.
III – A obra Triste Fim de Policarpo Quaresma foi publicada, inicialmente, em folhetins, em 1911. E, no formato impresso, foi lançada apenas em 1915.
IV – O autor era negro e pobre, mas tinha um padrinho com posses que lhe permitiu estudar no Colégio Pedro II e depois ingressar na escola Politécnica. Não concluiu o curso de Engenharia, mas foi aprovado em um concurso público.

Com base na análise das afirmações anteriores, conclui-se que:

A Apenas II está correta.
B Estão corretas I, II e III.
C Apenas I e II estão corretas.
D Apenas III está correta.
E Apenas II, III e IV estão corretas.

Resposta:

Alternativa correta: E

Enem (2016)

TEXTO I

Embora eles, artistas modernos, se deem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho que a arte anormal. De há muitos já que a estudam os psiquiatras em seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. Essas considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti. Sejam sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte caricatural.

LOBATO, M. Paranoia ou mistificação: a propósito da exposição de Anita Malfatti. O Estado de São Paulo, 20 dez.1917 (adaptado).

TEXTO II

Anita Malfatti, possuidora de uma alta consciência do que faz, a vibrante artista não temeu levantar com os seus cinquenta trabalhos as mais irritadas opiniões e as mais contrariantes hostilidades. As suas telas chocam o preconceito fotográfico que geralmente se leva no espírito para as nossas exposições de pintura. Na arte, a realidade na ilusão é o que todos procuram. E os naturalistas mais perfeitos são os que melhor conseguem iludir.

ANDRADE, O. A exposição Anita Malfatti. Jornal do Commercio, 11 jan. 1918 (adaptado).

TEXTO III

MALFATTI, A. O homem amarelo, 1915-1916. Óleo sobre tela, 61 x 51 cm. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 28 fev. 2013.

A análise dos documentos apresentados demonstra que o cenário artístico brasileiro no primeiro quartel do século XX era caracterizado pelo(a)

A domínio do academicismo, que dificultava a recepção da vertente realista na obra de Anita Malfatti.  
B dissonância entre as vertentes artísticas, que divergiam sobre a validade do modelo estético europeu.  
C exaltação da beleza e da rigidez da forma, que justificavam a adaptação da estética europeia à realidade brasileira.  
D impacto de novas linguagens estéticas, que alteravam o conceito de arte e abasteciam a busca por uma produção artística nacional.  
E influência dos movimentos artísticos europeus de vanguarda, que levava os modernistas a copiarem suas técnicas e temáticas.

Resposta:

Alternativa A: incorreta. O Modernismo negava o academicismo. A obra de Anita Malfatti já tende a abandonar a vertente realista.

Alternativa B: incorreta. O academicismo se apropriava de valores europeus e os modernistas também estavam espelhando seu expressionismo no exterior. A diferença é que o Modernismo costumava ser mais crítico a essa apropriação.

Alternativa C: incorreta. Não há uma rigidez da forma na obra de arte representada, nem exaltação da beleza.

Alternativa D: correta – gabarito. Monteiro Lobato não é muito fã da obra de Anita Malfatti, qualificando a sua obra como se tivesse sido feita em manicômio. Ou seja, houve rejeição de parte da comunidade artística em relação à sua obra. O Modernismo é um movimento que vai defender a produção de uma arte genuinamente brasileira, e, nesse processo há apropriação de elementos estéticos, mas buscando valorizar as características nacionais.

Alternativa E: incorreta. Não é uma mera cópia, mas sim apropriação/mescla cultural. Trata-se do conceito de antropofagia.

Alternativa correta: D

UFRGS (2018)

Leia o trecho da crônica O vestuário feminino, de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934).

É uma esquisitice muito comum entre senhoras intelectuais, envergarem paletó, colete e colarinho de homem, ao apresentarem-se em público, procurando confundir-se, no aspecto físico, com os homens, como se lhes não bastassem as aproximações igualitárias do espírito.

Esse desdém da mulher pela mulher faz pensar que: ou as doutoras julgam, como os homens, que a mentalidade da mulher é inferior, e que, sendo elas exceção da grande regra, pertencem mais ao sexo forte, do que do nosso, fragílimo; ou que isso revela apenas pretensão de despretensão. Seja o que for, nem a moral nem a estética ganham nada com isso. Ao contrário; se uma mulher triunfa da má vontade dos homens e das leis, dos preconceitos do meio e da raça, todas as vezes que for chamada ao seu posto de trabalho, com tanta dor, tanta esperança, e tanto susto adquirido, deve ufanar-se em apresentar-se como mulher. Seria isso um desafio? Não; naturalíssimo pareceria a toda a gente que uma mulher se apresentasse em público como todas as outras. […]

Os colarinhos engomados, as camisas de peito chato, dão às mulheres uma linha pouco sinuosa, e contrafeita, porque é disfarçada. […] Nas cidades, sobre o asfalto das ruas ou o saibro das alamedas, não sabe a gente verdadeiramente para que razão apelar, quando vê, cingidas a corpos femininos, essas toilettes híbridas, compostas de saias de mulher, coletes e paletós de homem… Nem tampouco é fácil de perceber o motivo por que, em vez da fita macia, preferem essas senhoras especar o pescoço num colarinho lustrado a ferro, e duro como um papelão!

Considere as seguintes afirmações sobre o trecho.

I. – A crônica, publicada em 1906, registra as exigências que uma sociedade patriarcal impõe a mulheres que circulam no âmbito público.
II. – A crônica apresenta um chamado para que mulheres de atuação pública – espaço majoritariamente masculino – mantenham características convencionadas como femininas, em especial no vestuário.
III – A autora, ao falar do vestuário feminino, está tratando também de meio, raça e gênero, temas estruturantes do debate literário no final do século XIX, início do XX. 

Quais estão corretas?

A Apenas II.
B Apenas III.
C Apenas I e II.
D Apenas I e III.
E I, II e III.

Resposta: 

Alternativa correta: E

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