Período Regencial é o nome que se dá aos anos entre o Primeiro e o Segundo Reinado, após o então imperador D. Pedro I abrir mão do trono para que seu filho, D. Pedro II fosse coroado como o novo imperador. O fato ocorreu em abril de 1831 e, após nove anos, seu filho foi coroado, em 1840.
E essa transição ocorreu dessa forma porque, em 1831, D. Pedro II tinha somente cinco anos de idade. A Lei da época, que constava na Constituição de 1824, dizia que, nesse caso, seria necessário realizar um período de transição, o que levaria o País a ser governado por regentes. E seria assim até 1844, quando Pedro completaria 18 anos.
+ Primeiro Reinado: características, acontecimentos e declínio
+ Segundo Reinado: contexto histórico e principais acontecimentos
Nesse tempo, houve quatro regências distintas e movimentações políticas intensas, que causaram insatisfações de grupos locais e, por consequência, diversas revoltas, entre elas, a cabanagem, balaiada, sabinada, revolta dos malês e revolta dos farrapos.
+ Revoltas Regenciais: definição, Balaiada, Cabanagem, Farroupilha, Malês e Sabinada
As disputas, principalmente entre liberais e conservadores, levaram ao chamado Golpe da Maioridade, em 1840, que resultou na antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, aos 14 anos, e, finalmente, sua coroação, tornando-o D. Pedro II.
O Portal Estratégia Vestibulares listou, com apoio do Banco de Questões do EV, questões sobre o Período Regencial, um importante assunto e momento histórico brasileiro e que frequentemente aparece nos vestibulares nacionais. Confira agora as perguntas, com as resoluções dos nossos professores.
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Enem (2019)
A Regência iria enfrentar uma série de rebeliões nas províncias, marcadas pela reação das elites locais contra o centralismo monárquico levado a efeito pelos interesses dos setores ligados ao café da Corte, como a Cabanagem, no Pará, a Balaiada, no Maranhão, e a Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a Revolução Farroupilha era aquela que mais preocuparia, não só pela sua longa duração como pela sua situação fronteiriça da província do Rio Grande, tradicionalmente a garantidora dos limites e dos interesses antes lusitanos e agora nacionais do Prata.
PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
A característica regional que levou uma das revoltas citadas a ser mais preocupante para o governo central era a
A autonomia bélica local.
B coesão ideológica radical.
C liderança política situacionista.
D produção econômica exportadora.
E localização geográfica estratégica.
Resposta:
Essa é uma questão de interpretação de texto. Ao destacar a “situação fronteiriça” do Rio Grande do Sul como um agravante da Guerra dos Farrapos, o texto considera a região estratégica para a garantia da soberania do país na região platina, o que torna a alternativa E a resposta.
Alternativa correta: E
Unicamp (2017)
O escritor José de Alencar relata como ocorriam as reuniões do Clube da Maioridade, realizadas na casa de seu pai em 1840. Discutia-se nessas ocasiões a antecipação da maioridade do imperador D. Pedro II, então com apenas 14 anos, para que ele pudesse assumir o trono antes do tempo determinado pela Constituição. No fim da vida, José de Alencar rememora os episódios de sua infância e chega a uma surpreendente conclusão: os políticos que frequentavam sua casa na ocasião iam lá não porque estavam pensando no futuro do país, mas apenas para devorar tabletes e bombons de chocolate. Conforme o relato do escritor, os membros do Clube da Maioridade, discutindo altos assuntos na sala de sua casa, pareciam realmente gente séria e preocupada com os destinos do Brasil, até que chegava a hora do chocolate. Para Alencar, a discussão política no Brasil se resumia a um “devorar de chocolate”, isto é, cada um defendia apenas seus interesses particulares e nada mais.
(Adaptado de Daniel Pinha Silva, “O império do chocolate”, em http://www.revistadehistoria.com.br/secao/leituras/o-imperio-do-chocolate. Acessado em 01/08/2016.)
Sobre o Golpe da Maioridade e a visão de José de Alencar a esse respeito, é correto afirmar que:
A O golpe foi uma manobra das elites políticas, que criaram uma forma de alterar a Constituição e contemplar os seus interesses durante o período regencial, fato criticado por Alencar ao fazer uma anedota com o chocolate.
B Ao entregar o poder a um jovem de 14 anos, alegando ser maior de 18, os políticos do Império manifestavam uma ousada visão política para evitar a influência da Inglaterra nos assuntos brasileiros, preservando seus interesses como donos de escravos.
C O golpe foi uma resposta dos conservadores às propostas liberais que pretendiam estabelecer a República no país, e Alencar apontou uma prática política dos parlamentares que é recorrente na história do país.
D José de Alencar expressou sua decepção com os políticos e, ao registrar sua visão sobre o Clube da Maioridade, o escritor contribuiu para inibir procedimentos semelhantes durante o Império, assegurando uma transição pacífica e legal para a República, em 1889.
Resposta:
Para responder à questão, vamos primeiramente relembrar o que foi o golpe da maioridade para depois analisarmos o texto.
Bem, o golpe da maioridade foi o processo que garantiu ascensão ao trono de D. Pedro II, em23 de julho de 1840, quando ele tinha apenas 14 anos. A antecipação da maioridade foi a estratégia do Partido Liberal para dar fim ao Período Regencial (1831-1840), quando o Brasil foi governado por regências.Isto aconteceu em razão abdicação de D. PedroI (pai de D. Pedro II) como imperador do País quando o herdeiro só tinha cinco anos.
O texto aborda a visão do escritor José de Alencar acerca dos políticos que frequentavam a sua casa nos últimos anos do período regencial. Associar as reuniões ao desejo de chocolate assume uma dimensão cômica e crítica, já que as experiências políticas atendiam aos interesses particulares, distantes da preocupação com as questões nacionais mais profundas. Vejamos as alternativas:
A – Correta. A alternativa identifica a anedota de Alencar sobre as ações das elites políticas do Brasil Império que atuavam de forma a defender seus próprios interesses, em especial, faz referência às manobras na Constituição para garantir as permanências de poder.
B – Incorreta. Não há qualquer relação com a Inglaterra explicitada no texto.
C – Incorreta. Os liberais não pretendiam, nesse momento, estabelecer uma República no Brasil.
D – Incorreta. A alternativa erra ao identificar uma contribuição de Alencar para a inibição de práticas políticas semelhantes àquelas a que ele assistiu na casa de seu pai, e por afirmar a existência de uma transição pacífica para a República.
Alternativa correta: A
Uece (2017) (2ª fase)
Entre abril de 1831 e julho de 1840, durante o período em que o príncipe herdeiro, Pedro de Alcântara, foi menor de idade, o Brasil esteve sob comando de regentes. As quatro regências (duas trinas e duas unas) se seguiram durante nove anos que marcaram a nossa história no século XIX. Sobre esse período, é correto afirmar que
A ocorreram avanços sociais inegáveis, como a abolição da escravatura e a concessão do direito ao voto para os analfabetos, contudo ambos foram revogados com a chegada de D. Pedro II ao trono.
B foi um período de grande agitação social e política no qual ocorreram revoltas de escravos, como a dos Malês, em Salvador e revoltas separatistas como a Cabanagem, no Pará, a Sabinada, na Bahia e a Farroupilha, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
C foi um período de grande paz interna, o que proporcionou um desenvolvimento econômico e social sem precedentes, isso foi o que garantiu a D. Pedro II um governo longevo de 49 anos que só acabou com sua morte em 1889.
D durante esses anos o país expandiu seu território, tendo anexado à Província Cisplatina e o estado do Acre, definindo assim suas atuais fronteiras e sua posição de maior país da América do Sul.
Resposta:
Veja que esta questão é parecida com uma outra também cobrada pela UECE. Uma característica do período Regencial é “turbulência”, pois, diante das indefinições, dentro da polêmica centralização X federalização (autonomia para as províncias), muitas revoltas ocorreram. Além disso, não se debatiam as questões sociais a fundo, até por isso, por mais que alguns grupos defendessem a abolição da escravidão, ela não chegou a se consumar (a A está errada, a C também, pois fala em “paz interna”). Quanto à alternativa D, o Acre foi anexado ao Brasil no começo do século XX, por mio do Tratado de Petrópoli: documento firmado entre a Bolívia e o Brasil a 17 de novembro de 1903.
A alternativa correta é a letra B
Alternativa correta: B
Famema (2021)
Foram os próprios liberais que defenderam a nomeação do presidente da província pelo governo central, de modo que garantisse a articulação das partes em um todo dirigido pelo governo do Rio de Janeiro. O que a experiência em 1831 ensinou à elite brasileira é que a autonomia regional tinha de conviver com um controle mais rígido do governo central para manter a ordem interna.
(Miriam Dolhnikoff. “Elites regionais e a construção do Estado Nacional”. In: István Jancsón (org.). Brasil: formação do Estado e da Nação, 2003. Adaptado.)
O excerto refere-se às consequências da experiência política inaugurada na história brasileira em 1831 e que resultou em
A fechamento do Poder Legislativo e adoção do Poder Moderador.
B projetos de recolonização do Brasil e imposição do absolutismo monárquico.
C rivalidades entre grupos dominantes e rebeliões populares.
D dissolução do poder central e consolidação de repúblicas regionais.
E enfraquecimento militar do Estado e início da propaganda abolicionista.
Resposta:
Alternativa correta: C
Ufam (2018)
Entre 1833 e 1839, houve revoltas de escravos em diferentes províncias do Império do Brasil. Embora fossem derrotadas e seus líderes sofressem pena capital por enforcamento, tais revoltas provocaram bastante medo nas camadas sociais dirigentes do Império, uma vez que, pelo menos em uma delas, senhores escravocratas e suas famílias foram mortas. O medo era de que eclodissem revoltas de escravos em todo o Brasil. Essas revoltas ficaram conhecidas sob os nome de Revolta de Carrancas (1833), Revolta dos Malês (1835) e Revolta de Manoel Congo.
Assinale a alternativa CORRETA quantos as respectivas províncias brasileiras onde essas revoltas aconteceram:
A Pernambuco, Santa Catarina e Pará.
B Sergipe, Ceará e Rio Grande do Norte.
C Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro.
D São Paulo, Pernambuco e Mato Grosso.
E Maranhão, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.
Resposta:
As revoltas escravas mencionadas – Carrancas, Malês e Manoel Congo – ocorreram em diferentes províncias do Brasil durante o Período Regencial. Cada uma delas teve motivações próprias, mas todas expressaram a insatisfação com a escravidão e o desejo de liberdade. Suas repercussões foram grandes, especialmente entre as elites, que temiam uma insurreição generalizada.
A Revolta de Carrancas (1833) ocorreu em Minas Gerais; a Revolta dos Malês (1835), na Bahia; e a Revolta de Manoel Congo, em Vassouras, província do Rio de Janeiro. Portanto, a alternativa C está correta.
Alternativa correta: C
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Fuvest (2022)
A revolta dos Malês, ocorrida em Salvador em 1835,
A foi uma revolta organizada por escravizados e libertos, contra a escravidão e a imposição da religião católica.
B expressava as aspirações de liberdade dos escravos urbanos impedidos de comprar as suas cartas de alforria.
C externava a indignação da população urbana branca com as práticas da violência e dos castigos públicos.
D reivindicava mais autonomia para as províncias, contrapondo-se à política centralizadora empregada pelos gestores imperiais.
E fracassou em decorrência das dificuldades encontradas na arregimentação de escravos dos engenhos do Recôncavo.
Resposta:
O enunciado é bem enxuto, mas traz informações importantes para resolvermos a questão: tempo e espaço. Lembre-se que em 1835, o Império do Brasil vivia o Período Regencial (1831-1840), marcando por grande instabilidade política e social. Várias revoltas ocorriam por todo território nacional, revoltas que questionavam a legitimidade do governo regencial. Muitas delas lutaram pela separação de sua província do resto do império, declarando-se repúblicas. Outras, contaram com grande participação popular, colocando em xeque as estruturas da sociedade imperial, como a escravidão. Com isso em mente, vejamos do que se tratou a Revolta dos Malês, em Salvador:
A – Correta! “Malê” era uma designação de caráter étnico para os africanos muçulmanos vindos da África Ocidental. Entre o final do século XVIII e início do XIX, aquela região do continente africano passava por várias guerras santas entre diferentes grupos islâmicos e entre estes e as minorias étnicas e religiosas locais. Os prisioneiros desses conflitos acabaram sendo escravizados e vendidos no tráfico atlântico Por uma questão de proximidade, a primeira parada dos navios que vinham da África Ocidental eram os portos nordestinos, onde boa parte dos cativos embarcados eram vendidos. Por essa razão, na década de 1830, Salvador tinham uma grande população de africanos islâmicos, que falavam a mesma língua e compartilhavam uma série de características culturais, o que facilitou a comunicação e a organização entre eles. Com isso, uma grande parte deles orquestraram uma rebelião com o fim de tomar a cidade tornando-a um território livre e islâmico. No entanto, a revolta foi denunciada antes de ser deflagrada. Dessa forma, os participantes foram presos antes que pudessem fazer qualquer coisa. Alguns conflitos estouraram pela cidade, mas o controle foi mantido pelas autoridades.
B – Incorreta. Escravos e libertos que habitavam as zonas rurais nos arredores da cidade também participaram do plano de insurreição. Inclusive, há evidências sugerem o envolvimento de sujeitos do Recôncavo Baiano. O que definiu mais adesão à revolta foi seu caráter étnico e religioso, não profissional, ou se urbano ou se rural.
C – Incorreta. A população urbana branca não via problemas nas práticas de violência e de castigos públicos. Vale ressaltar que a grande aspiração da maioria das classes médias urbanas do Brasil Imperial era ter escravizados, por uma questão de prestígio social.
D – Incorreta. Essa revolta específica não tinha a ver com a disputas entre centralização do governo e maior autonomia para as províncias. Tratava-se de uma insurreição sobre a própria sociedade imperial em si, sejam governos locais ou nacionais.
E – Incorreta. O fracasso se deu por causa de uma denúncia. Supostamente, um negro que foi convidado para aderir à revolta delatou os planos sediciosos às autoridades, que agiram rapidamente para interceptar o levante.
Alternativa correta: A
PUC-Campinas (2021)
O II Reinado no Brasil teve duração de quase meio século e, do ponto de vista político, foi marcado
A pela retomada do Poder Moderador, após o fim do Período Regencial, estabelecido pela Constituição de 1824, que centralizava o poder decisório na figura do Imperador e, na prática, se sobrepunha aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
B por uma série de revoltas populares que envolviam desavenças entre oligarquias locais e o poder central, bem como graves problemas sociais decorrentes da pobreza extrema e da exploração do trabalho, como se vê na Revolta dos Malês, na Sabinada ou na Guerra de Canudos.
C por sucessivas crises econômicas decorrentes de medidas internacionais de combate ao tráfico negreiro, que prejudicaram o avanço da produção cafeeira e o fluxo das exportações brasileiras, causando a lenta e gradativa ruína do Império.
D pelas tentativas do Imperador Pedro II, que também era um dos possíveis herdeiros do trono português, em fortalecer os laços com Portugal, despertando uma ferrenha oposição antimonárquica que resultaria na formação do Partido Republicano.
E pela instituição do “parlamentarismo às avessas”, sistema de governo que substituía o Poder Moderador e estabelecia que o Imperador escolhesse o Primeiro Ministro, um governante apenas “de fachada”, uma vez que o Parlamento era controlado pelo monarca.
Resposta:
Alternativa correta: A
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