O estudo on-line é uma crescente no mundo todo, principalmente após a pandemia de Covid-19. Essa forma de estudar tem prós e contras, e são vários os argumentos para ambos os lados. A modalidade proporciona que alunos e professores possam estar em lugares distintos, fisicamente e também temporalmente, mesmo que nesse segundo caso a interação seja impossibilitada ou mais lenta do que o normal.
O Portal Estratégia Vestibulares listou alguns desses argumentos favoráveis ou não para você pesar na balança e decidir qual modelo é melhor de acordo com as suas necessidades. Para abordar o assunto, temos falas do professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade. Vamos lá?
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O que é EAD?
EAD é a sigla para Ensino à distância e representa a modalidade de estudos on-line como um todo. Existem cursos de graduação e pós-graduação em EAD, por exemplo. A partir dessa tecnologia, é possível assistir a uma aula sem que os alunos e os professores estejam no mesmo lugar físico, e isso acontece utilizando sistemas de informação e comunicação que possibilitam tal interação.
Há o EAD em que há um horário fixo, funcionando como uma sala de aula virtual, mas também há o EAD em que cada aluno pode acessar o conteúdo transmitido pelo professor em outras horas ou até mesmo dias.
Histórico do EAD
- Correspondência: alunos recebiam material didático pelos correios e enviavam suas tarefas de volta para avaliação do corpo docente;
- Rádio e televisão: meios utilizados para transmissão de aulas e programas educacionais, atingindo um público amplo;
- Ensino por computador: na década de 60 em diante foram surgindo programas de ensino por computador, que eram usados em instituições educacionais e permitiam uma certa interação do aluno com os conteúdos apresentados;
- Internet: a ferramenta possibilitou a disponibilização rápida de materiais de estudo, além do surgimento de de salas de aula virtuais e recursos interativos;
- Plataformas de educação on-line: a partir da massificação da internet, surgiram plataformas de educação oferecendo cursos de instituições renomadas do mundo todo;
- Aprendizado móvel: a disseminação de dispositivos móveis fez com que surgissem aplicativos educacionais com materiais interativos em diversos formatos para acesso em qualquer lugar e a qualquer hora; e
- Aceleração do modelo com a pandemia de Covid-19: a adaptação forçada que as pessoas e instituições precisaram passar no período de pandemia de Covid-19 acelerou o processo de disseminação de práticas EAD no Brasil e no mundo.
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Vantagens e desvantagens
O professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade, listou alguns tópicos que podem ser considerados vantajosos, ou não, quando o assunto é estudo para pré-vestibulares on-line. Confira!
Socialização e interação
O professor explica que a socialização é muito importante na fase infantil, para desenvolver pontos distintos que vão desde conhecer o diferente, até desenvolver habilidades de negociação, argumentação e controlar os sentimentos. Mas, na fase pré-universitária, ela já não é estritamente necessária.
Ainda sim, Fernando explica que, mesmo em aulas presenciais, muitos cursos contam com salas que têm mais de cem alunos, o que dificulta a relação entre aluno e professor no face-a-face.
Supervisão e isolamento
Muitos alunos têm a necessidade de supervisão, ou seja, que alguém, seja ele um tutor, professor ou monitor, acompanhe e até mesmo cobre, que haja a conclusão de tarefas, simulados e outras atividades.
Fernando contextualiza que, assim como no argumento “socialização”, isso não é fundamental no contexto pré-vestibular e, ainda assim, os cursos presenciais não fazem isso. “No curso on-line não existe isso, o professor não vai te cobrar. Mas aí a gente pode questionar: ‘eu preciso de chicote?’, há alunos que precisam, alunos que não não tem muita disciplina para estudar e eles querem então um curso presencial para ter essa disciplina”.
“O grande problema é o mesmo que já foi mencionado: cursos pré-vestibulares presenciais foram montados num esquema de massificação, ou seja, o professor não vai te encher o saco, o professor não vai falar ‘e aí aluno, vamos estudar?’ porque ele nem te conhece, ele nem sabe quem você é ele não e ele não elabora provas. Você vai fazer um simulado e ele nem nem sabe quanto que você tirou nesse simulado. É você que vai ter que cobrar de você mesmo”, contextualiza o professor.
Disciplina
Ao contrário da supervisão, as aulas on-line geram mais disciplina, já que não há a ilusão de controle por parte dos horários das aulas, do que é passado pelo professor e do tempo levado para entender e ultrapassar cada aula, já que cada um tem um domínio sobre um tema ou matéria em específico.
“Um aluno on-line não tem essa ilusão, ele não tem esse autoengano, ele sabe que se ele não tiver disciplina ele não vai passar. Então ele sabe que depende dele, porque na verdade depende dele mesmo. Esse papo de ‘eu vou pro cursinho e eu vou passar’ é mentira”, pontua o professor.
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Compreensão real da matéria
Em cursos on-line os conteúdos são gravados e podem ser vistos a qualquer momento, até que haja a compreensão do que está sendo comentado. Em um curso presencial isso não é possível, e o aluno precisa procurar alternativas para compreender o que foi passado de outra forma.
“O que é muito frequente no curso presencial é que o aluno tem a impressão de que ele tinha abrangido toda a matéria, mas como ele não voltava para poder estudar exatamente as suas deficiências, ele tinha que ir correndo atrás do professor. Então você tem a impressão de que estudou tudo mas você não compreendeu nem 60 nem 50% da matéria”, explica Fernando.
E essa falsa impressão de que houve a compreensão de toda a matéria, ou que ela foi transmitida, há o risco de que a autoavaliação dos alunos seja errada, e as deficiências não sejam resolvidas.
Dependência da tecnologia
Um argumento que realmente prejudica a experiência de cursos on-line são os problemas técnicos de aparelhos ou falta de acesso de uma rede de internet eficiente e confiável.
Esse ponto é um problema, pois o curso on-line depende do uso de internet quase de forma constante, e isso não é a realidade de muitos candidatos postulantes às vagas de universidades públicas.
Flexibilidade de horários
Poder estudar a qualquer hora faz com que os alunos possam se adaptar aos horários existentes em sua vida, incluindo, por exemplo, estudos em turnos distintos, variáveis ou em finais de semana e feriados.
Estudo de qualquer lugar
“[estudar on-line] elimina as barreiras geográficas. Eu posso estudar algo que está acontecendo em qualquer lugar. Por exemplo, a gente tá produzindo aqui em São Paulo e a gente chega com essa informação para você que tá aí em Pernambuco”, afirma o professor.
Economia de tempo e dinheiro
Um curso on-line costuma ser mais barato do que um presencial, principalmente se considerarmos os gastos com transporte, por exemplo. Além disso, esse tempo de locomoção é zerado quando as aulas são virtuais.
Fernando exemplifica criando um cenário comum, de acordo com sua vivência como professor e aluno. “Você vai ter que se deslocar para o cursinho, vai ter que acordar mais cedo para estar lá presente, vai chegar com sono, não vai estudar direito e o professor vai falar algo que você já sabe e aí você vai se desinteressar, vai perder um tempo enorme, um tempo lascado que você podia ter utilizado para estudar por conta própria, da sua casa”.
Autonomia
Um ponto fundamental na universidade é a autonomia que o aluno tem em relação aos estudos, e o ensino on-line faz com que os alunos desenvolvam uma maior autonomia, até mesmo quando falamos em disciplina, organização de tempo e qualidade na absorção de conteúdos.
A autonomia em formatar horário, matéria, estilo de estudo, escolha de curso e outros itens, portanto, auxiliam a desenvolver habilidades que serão utilizadas na graduação, além de preparar para o vestibular da forma mais adaptável possível à realidade.
“O EAD tem vantagens e desvantagens para você que está se preparando para o vestibular. Talvez a desvantagem maior seja um pouquinho de falta de disciplina pro aluno que tem que ser ‘empurrado’, mas mesmo aí o aluno que tem que ser empurrado para ir pro cursinho, para ir pro curso presencial… pré-vestibular, se ele tem que ser empurrado, ele não vai se aplicar. E se ele não se aplicar no estudo ele não vai passar no vestibular”, finaliza o professor.
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