Iugoslávia: história, conflitos e separação

Iugoslávia: história, conflitos e separação

A Iugoslávia é um antigo país do leste europeu e sua formação étnico-cultural era extremamente diversa. Por isso, frequentemente surgiam tensões entre os grupos ali residentes. 

Neste artigo, você encontra as principais características dessa nação e sua história, com os conflitos que resultaram na fragmentação da região em pequenos diferentes países: Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, Croácia, Kosovo, Sérvia, Montenegro e Macedônia do Norte. Acompanhe aqui!

Localização da Iugoslávia

A Iugoslávia, no mapa, era um território localizado no sudeste da Europa, banhado pelo mar Adriático e localizado na península dos Balcãs. Suas fronteiras margeiam Itália, Hungria, Albânia, Romênia, Bulgária, Grécia e Áustria.

Imagem: Reprodução/Wikimedia

A figura acima mostra, cartograficamente, os limites da antiga Iugoslávia. Perceba, na porção esquerda da imagem, a presença da famosa “bota da Itália” o que demonstra a fronteira entre os dois países. 

Capital da Iugoslávia

A capital da Iugoslávia, por sua vez, era Belgrado — cidade localizada sobre o rio Danúbio e uma das maiores cidades do sudeste europeu. Atualmente, ela pertence ao território da Sérvia e tem um potencial de governo independente, com seu próprio estatuto. Além disso, é também o maior polo econômico, político e cultural da Sérvia.

Igreja em Belgrado, atual Sérvia
Reprodução/Wikimedia

Símbolos da Iugoslávia

Uma das principais formas de reforçar a identidade cultural de uma nação é a criação de símbolos que a representem: hinos, bandeiras, palavras, língua, religião, enfim. Abaixo, veremos um panorama geral sobre a bandeira da Iugoslávia, por exemplo:

Colorida azul, vermelho e branco — cores que representam o pan-eslavismo, que defende a união dos povos eslavos em só Estado. A primeira bandeira não possuía brasões ou insígnias que ornamentavam as linhas horizontais, como mostra a imagem abaixo.

bandeira iugoslávia
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Quando foi implantado o comunismo na região, depois da Segunda Guerra Mundial, foi adicionada uma estrela de cor vermelha bordada com tons de amarelo, símbolos que apontavam para o socialismo, veja na figura a seguir:

bandeira iugoslávia comunismo
Imagem: Reprodução/Wikimedia

História da Iugoslávia

Desde a Idade Média, a região iugoslava é palco de conflitos étnicos. Os turcos mulçumanos invadiram as terras, submetendo os povos e propagando a fé islâmica por toda a península. 

No final do século XIX, o Império Áustro-Húngaro e o Império Otomano dominavam a região balcânica da Europa. Entretanto, na Primeira Guerra Mundial, que ocorreu entre 1914 e 1918, as duas potências imperiais foram derrotadas.

Inclusive, o nascimento da guerra se relaciona com as batalhas presentes nessa região: o assassinato do arqui-duque Francisco Ferdinando (futuro herdeiro do trono áustro-húngaro) em Saravejo (Bósnia e Herzegovina) foi o estopim para o ínicio da Primeira Grande Guerra.

Com a mudança geopolítica, os territórios da península dos Bálcãs se uniram formando o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos — formado por grupos populacionais de origens eslavas, embora cada etnia tivesse sua própria história e religião. Em 1929, por fim, as regiões assumem o nome de Iugoslávia.

Já na Segunda Guerra Mundial, o lado alemão das batalhas invadem as terras iugoslavas. Sua libertação aconteceu após a intervenção e estratégia idealizadas por Josip Broz Tito — militar e revolucionário comunista da época.

O homem utiliza esse momento para implantar uma ditadura comunista no país — República Socialista Federativa da Iugoslávia — ainda que sem a intervenção direta da União Soviética.

Embora os povos divergissem constantemente, pela diferença de credos (ortodoxos, católicos e muçulmanos) e culturas, o regime ditatorial continha os focos de separatismo e permitiu a prevalência da região como um só país.

Em 1980, porém, Tito vem a óbito. Com o enfraquecimento do comunismo no mundo, a Iugoslávia também abandona esse modelo econômico e social, proposto por estudiosos como Karl Marx.

Com a falta de um líder e de uma organização externa, os debates étnicos-culturais começaram a aflorar no território da Iugoslávia. Com isso, no começo da década de 1990, Eslovênia, Croácia, Macedônia, Bósnia e Herzegovina declaram-se repúblicas independentes. 

Nesse momento, as protagonistas Eslovênia e Croácia, com base em seu desejo por maior autonomia, desenvolveram eleições presidenciais de maneira independente do governo iugoslavo. Com isso, nasceram os primeiros estados originários da separação da iugoslávia. 

O governo da Sérvia era contra a proposta de separação da região, isso foi o pontapé inicial para o nascimento da Guerra da Iugoslávia, que durou até 1995. Parte do conflito se relaciona com a presença de um líder muçulmano em território onde a maioria seguia religião cristã.

As batalhas não cessaram facilmente, nem mesmo a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU) resolveram o problema. Somente as forças estadunidenses contiveram os combates. No total, muitas vidas se perderam: acredita-se que mais de 250 mil pessoas faleceram devido à guerra civil.  

Com o fim da Guerra, somente Montenegro e a Sérvia permaneceram e eram denominadas de “República Federal da Iugoslávia (RFI)”. Mas, em 2006, ambos os lados optaram pela divisão pacífica das regiões, formando os países “Sérvia” e “Montenegro”.

Mais recentemente, em 2008, os sérvios perderam mais uma porção de suas terras, com a independência da província de Kosovo. Essa região tinha ideal separatista porque era formada por uma maioria albanesa. Por fim, podemos concluir que a Iugoslávia, hoje, é resultado da formação de nações independentes.

Veja, a seguir, uma lista com os países da antiga Iugoslávia que permanecem até a atualidade:

  • Bósnia e Herzegovina;
  • Croácia;
  • Macedônia;
  • Montenegro;
  • Sérvia; 
  • Eslovênia; e 
  • Kosovo.

Este último país, devido a conflitos com Rússia e Sérvia não são reconhecidos por esses países. Assim, alguns países afirmam a autonomia do Kosovo como estado independente, como Alemanha e Estados Unidos e outros não, a exemplo de Índia e Brasil.

Conflitos motivaram o nome de participante do BBB 22

Além de sua importância regional, os acontecimentos nos Balcãs chamaram a atenção do mundo inteiro. Por exemplo, um paraibano ficou em dúvida em nomear a filha como “Eslovênia” ou “Bósnia Herzegovina”, na época em que a situação se desenvolvia na Europa. Já a mãe da criança optou pelo primeiro nome, que foi a decisão final.

A garota, atualmente, tornou-se conhecida no Brasil: é a participante Eslovênia do BBB 22. Depois de anunciar sua participação no reality show, inclusive, a sister virou notícia no país que originou seu nome e a embaixada eslovena no Brasil declarou que é o “nome mais lindo do BBB 22”. 

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