As características do renascimento apontam que o movimento tinha caráter filosófico, artístico e literário simultaneamente. A valorização do humanismo, da razão, do antropocentrismo e do conhecimento científico são marcas do movimento. É também o berço de pensadores como John Locke e René Descartes.
Veja mais abaixo o que são e como se destacam as características do renascimento. Além disso, entenda como cada um dos conceitos se relaciona com a literatura e a arte. Vamos lá?!
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Contexto histórico do renascimento
O renascimento ocorreu durante a transição da Idade Média para a Modernidade, quando o modelo feudal deu espaço a uma maior comercialização de mercadorias. Com isso, os indivíduos passaram a ter contato com povos de diferentes culturas, que influenciaram no modo de enxergar o mundo.
A primeira nação a desenvolver características renascentistas foi a Itália, lugar onde o dogmatismo religioso era questionado e o pensamento racional foi valorizado. Em um curto espaço de tempo, as ideias se espalharam por outros territórios europeus, com a consolidação do movimento.
Chamado também de renascença ou renascentismo, o movimento trouxe à tona uma alteração estrutural da sociedade. Ele chegou às mais diversas organizações: política, cultura, arte, religião, ciência e classes sociais.
Pode-se considerar que, durante o renascimento, em todos os campos do esforço humano, foram abandonadas as limitações da concepção medieval — as estruturas se alteraram e a forma de analisá-las também.
Características do renascimento
Humanismo
O humanismo é uma característica do renascimento que versa sobre a dignidade e valor do ser humano frente a sociedade. Tal conceito reforçou o espírito crítico dos indivíduos e muito se relaciona com o antropocentrismo e a racionalidade que serão descritos a seguir.
Antropocentrismo
O antropocentrismo renascentista está relacionado com a mudança de pensamento própria da transição medieval. Enquanto no feudalismo havia uma forte influência da igreja e o regime social era teocêntrico, com o renascentismo o homem assume uma posição de destaque para as decisões políticas, sociais, econômicas, etc.
É importante ressaltar que o renascimento não nega a existência da religião nem se posiciona contra Deus, mas prefere a menor influência das questões místicas sobre a sociedade.
A inovação e introdução da racionalidade humana foram cruciais para mudanças de interpretação dos cânones bíblicos. Com a influência das características do renascimento e a partir de seus estudos, Martinho Lutero se aplicou na criação das 95 teses de Wittenberg — movimento que deu início a Reforma Protestante.
Um dos pontos marcantes dessa filosofia renascentista foi a dedicação nos estudos anatômicos. Na figura abaixo, chamada de “Homem Vitruviano” , pintada por Leonardo da Vinci, relaciona o equilíbrio, a harmonia e a proporcionalidade no corpo humano.
Individualismo e liberdade
Como um conjunto de características que se convergem, o individualismo traz as ideias de liberdade individual, com o poder da mente humana e o autogerenciamento dos seres humanos frente ao coletivo.
Inclusive, acredita-se que esses princípios favoreceram o desenvolvimento do capitalismo, já que introduzem a propriedade privada, o direito individual e, com elas, a concorrência por um objetivo determinado.
Racionalismo
A evidência do ser humano como instrumento motor para a sociedade confere muito poder para a razão. O pensamento e a lógica se tornam a base para o funcionamento político, social e científico.
O racionalismo representa a busca por conhecimento e novos aprendizados. Nesse sentido, representa “a crença no poder crítico humano para compreender os seres e o universo de forma ampla, complexa e multifacetada.”
Cientificismo
Veja, todas as características do renascimento parecem se completar, de maneira que se encadeiam e constroem o conceito do movimento. Com o cientificismo não é diferente, a valorização da ciência surge a partir do racionalismo, por exemplo.
Um ponto alto das descobertas científicas foi a invenção da imprensa. Por meio dela muitas obras foram reproduzidas e se tornaram mais acessíveis. Como consequência, a obtenção de informações deixa de ser restrita a um grupo seleto de pessoas e passa a ser mais abrangente.
Nesse contexto, a religião passou a ser renegada: o conhecimento do universo só era considerado quando havia provas e argumentação bem desenvolvida. Com isso, grande parte das verdades pregadas pela Igreja foram questionadas.
Astrônomos como Galileu Galilei, Nicolau Copérnico e Nicholas Kepler desenvolveram teorias sobre a disposição da galáxia. Um exemplo famoso foi a disputa de Galilei contra a Igreja Católica na comprovação do heliocentrismo.
Outros nomes reconhecidos são contemporâneos ao movimento renascentista, como René Descartes, Isaac Newton, Francis Bacon, entre outros.
Universalismo
O universalismo segue uma linha de pensamento que acredita no poder do homem renascentista em conceber opiniões sobre os mais variados assuntos. Esses indivíduos eram chamados de polímatas — aqueles que conhecem muitas ciências.
Um grande exemplo de polímata renascentista foi o pintor, escultor, botânico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, cientista, poeta e músico, Leonardo da Vinci.
Antiguidade Clássica
A característica que remete à Antiguidade Clássica também é responsável pela nomeação do renascimento. Um dos pilares dessa corrente foi a busca por preceitos greco-romanos para somar na construção das artes, cultura e política.
Os indivíduos que se dedicavam ao estudo da história da Grécia e de Roma encontraram valor estético e cultural nos achados históricos. A proporcionalidade das esculturas, a simetria e simplicidade da arquitetura, as técnicas de claro e escuro com realismo na pintura são exemplos de técnicas retiradas da era clássica.
O renascimento na arte
Como já mencionado anteriormente, a arte renascentista traz propriedades que condizem com o movimento, como:
- O perspectiva e tridimensionalidade das figuras;
- O nu artístico;
- A busca pelo máximo realismo;
- O fortalecimento da tinta a óleo como ferramenta artística;
- A quebra de padrões com a representação de santos como homens comuns;
- A implantação da criatividade e liberdade do artista com sua obra, entre outras características.
Como o renascimento cai no vestibular?
UNESP 2008
“Galileu, talvez mais que qualquer outra pessoa, foi o responsável pelo surgimento da ciência moderna. O famoso conflito com a Igreja católica se demonstrou fundamental para sua filosofia; é dele a argumentação pioneira de que o homem pode ter expectativas de compreensão do funcionamento do universo e que pode atingi-la através da observação do mundo real.”
(Stephen Hawking, “Uma breve história do tempo”)
O “famoso conflito com a Igreja católica” a que se refere o autor corresponde
a) à decisão de Galileu de seguir as ideias da Reforma Protestante, favoráveis ao desenvolvimento das ciências modernas.
b) ao julgamento de Galileu pela Inquisição, obrigando-o a renunciar publicamente às ideias de Copérnico.
c) à opção de Galileu de combater a autoridade política do Papa e a venda de indulgências pela Igreja.
d) à crítica de Galileu à livre interpretação da Bíblia, ao racionalismo moderno e à observação da natureza.
e) à defesa da superioridade da cultura grega da antiguidade, feita por Galileu, sobre os princípios das ciências naturais.
A questão trata sobre a disputa de Galileu com a Igreja sobre o heliocentrismo, que se baseava nas teorias matemáticas de Copérnico. Por insistir no assunto, o astrônomo foi julgado pela Inquisição, como aponta a alternativa B.
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