A pontuação é um item essencial da Língua Portuguesa, porque ela proporciona a organização dos textos, evita as ambiguidades, permite melhor interpretação das orações e ainda é parte da estrutura de funções sintáticas, como os vocativos e apostos.
Continue lendo este artigo para aprender mais sobre a pontuação, quais são as principais regras, como aplicá-las e reconhecê-las. Todo esse conhecimento será descrito com base na teoria de Português e questões de vestibulares que abordam esse tema, de forma direta ou indireta. Vamos lá?
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O que é pontuação e funções
Os sinais de pontuação são símbolos gráficos utilizados na escrita de textos, para mostrar a correlação entre diferentes partes das frases. Também são úteis para a criação de uma entonação durante a linguagem falando, o que torna o discurso mais fluido e permite maior compreensão do que deseja ser falado.
Ao todo, são contados nove sinais de pontuação, que são: vírgula, ponto e vírgula, dois pontos, ponto final (que pode formar as reticências, quando dispostos em trios), travessão, aspas, ponto de exclamação, ponto de interrogação e parênteses.
Uso correto da vírgula
Entre todos os sinais de pontuação, a vírgula é a mais utilizada e com maiores opções de empregar, sendo obrigatória em alguns casos, facultativa em outros e proibida em determinadas ocasiões.
Geralmente, ela aparece como uma interrupção da função sintática, ou de orações independentes. Aparece, por exemplo, nas orações coordenadas que enumeram alguns itens, como em: No mercado tinha chocolate, balas, pães, macarrão, queijo, frutas, legumes, verduras e muitas variedades.
Isso significa que a vírgula pontua duas partes da frase que não são totalmente relacionadas, com baixa coesão entre elas.
A vírgula nunca pode aparecer separando o sujeito e o predicado, afinal, essas duas funções sintáticas são intensamente relacionadas e não podem ser entendidas separadamente. Além disso, são termos essenciais para a correta compreensão da oração, então não devem sofrer interrupções por símbolos gráficos.
Forma correta: “Pedro caminhou pelo parque”
Forma incorreta: “Pedro, caminhou pelo parque”
Outra situação que não é aceita pela gramática da língua Portuguesa é a separação entre o verbo e seu complemento verbal. Por exemplo, se o verbo é transitivo direto e tem um objeto direto, eles não podem estar entremeados por uma vírgula — o mesmo vale para os verbos transitivos indiretos e seus complementos indiretos.
Forma correta: Busquei o dinheiro com eles
Forma incorreta: Busquei, o dinheiro com eles
A vírgula também não deve aparecer quando a oração possui adjunto adverbial e está estruturada na ordem direta, com essa função sintática ao final.
Forma correta: Ele correu para o pai vagarosamente
Forma incorreta: Ele correu para o pai, vagarosamente
Além dessas formas de maior uso no dia a dia, de forma geral, a vírgula não pode separar quaisquer termos que tenham íntima relação, como:
- o adjunto adnominal e o nome
- o complemento nominal e o nome
- o predicativo do objeto e o objeto
- nem mesmo a oração principal da oração subordinada a ela.
Se o adjunto adverbial é formado por apenas uma palavra, ou seja, é um advérbio ele pode receber vírgula caso esteja deslocado do local original, que é o final da frase. Mas essa pontuação não é obrigatória, é uma escolha facultativa que fica à responsabilidade do autor da frase, conforme a ênfase que quer dar ao tema.
Forma correta: Ontem, fui à faculdade
Outra forma correta: Ontem fui à faculdade
Nos casos em que a frase contém um adjunto adverbial deslocado da posição normal e formado por uma expressão adverbial, e não somente por uma frase, então a colocação de vírgulas é obrigatória.
Forma correta: Com alegria, comecei o estágio da faculdade
Forma correta: Comecei, com alegria, o estágio da faculdade
Forma incorreta: Com alegria comecei o estágio da faculdade
A vírgula é a pontuação obrigatória para separação da função sintática do vocativo, como em “Matheus, não estou bem essa semana”, bem como aparece no aposto explicativo “Júlio, meu amigo, vai à escola amanhã”.
É a principal pontuação da Língua Portuguesa para enumerar objetos e termos, como já foi mencionado anteriormente: “Eu quero viver coisas boas, ricas, agradáveis, alegres, felizes, amáveis e tudo que há de bom”.
Outro uso importante das vírgulas aparece quando uma conjunção está no meio da oração, e precisa ser intercalada nesse contexto: “Fui, portanto, direto ao ponto”. Também surge em omissão de palavras dentro da frase, como em “Eu amo estudar as teorias e ele, praticar”.
Emprego do ponto
O ponto final é a um dos sinais de pontuação mais conhecidos, porque são utilizados para finalizar períodos, sejam eles simples ou compostos. Geralmente concluem uma ideia e dão início a outra, que pode ou não estar relacionada com a primeira.
“Semana passada fui a Porto Ferreira com minha mãe. Passeamos muito e compramos vários itens de decoração para casa. Ao final, tivemos alguns transtornos, mas tudo ocorreu bem e estou muito grata por essa oportunidade.”
Reticências
Quando três pontos finais aparecem em sequência, eles são chamados de reticências, uma outra forma de pontuação. Frequentemente, são utilizadas para indicar cortes nas falas dos personagens, como em relatos de entrevistas.
“E ela disse: — Eu quero… Bom.. Eu quero sair… Sair daqui… Mudar de vida.”
Para citações de livros ou frases, também podem ser úteis para indicar que certa parte do enunciado foi suprimida, com enfoque apenas nos termos principais.
“Se você sabe explicar o que sente, não ama, (…) o amor foge de todas as explicações possíveis.”
Emprego dos dois pontos
Os dois pontos são utilizados, principalmente, para introduzir novas frases dentro do enunciado. Seja para esse novo conteúdo um discurso direto ou indireto, uma citação, comentários, explicações sobre um tema ou até mesmo uma lista enumerada de itens.
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A função do ponto e vírgula
No caso de períodos formados pela coordenação de várias orações, é possível separar ideias por meio do ponto e vírgula. Ele indica menor coesão entre os temas do que o observado com as vírgulas, mas também não finaliza o assunto como os pontos finais.
“Desejo mais de você, quero compreensão, carinho, afeto, tranquilidade, diálogo; quero viver o melhor ao seu lado”.
Emprego do travessão
O travessão aparece, principalmente, para indicar um discurso direto. É como um indicativo de que uma fala do diálogo vai começar, introduzindo essa conversa dentro do texto.
“E então ele disse: — Eu sou a Luz do Mundo”
Outro uso observado para o travessão é a ênfase de uma parte do texto, que será colocada entre dois travessões.
“Valéria quer viver o melhor para si — cuidar de si e da família — e para todos ao seu redor”
Uso dos parênteses
Os parênteses são símbolos de pontuação com uso extensivo no teatro, porque os roteiros utilizam-nos para colocar como o ator deve se portar, mudanças no cenário e muito mais — isso é chamado de rubrica.
“MÁRIO: Vamos embora
(luzes se apagam)”
Nos textos didáticos e leituras do cotidiano, o parênteses aparece depois de um termo para trazer informações acessórias e complementares ao que está sendo dito.
“O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) faz o censo demográfico periodicamente”.
Pontuação: aspas
No caso das aspas, o uso está relacionado com citações, discursos, uso de palavras que não estão descritas nos dicionários (neologismos e estrangeirismos), ou também para indicar um sentido figurado (não-literal) do termo. Ao longo do texto, todos os exemplos foram introduzidos por aspas para indicar uma forma de citação.
Ponto de exclamação
O ponto de exclamação é um símbolo da Língua Portuguesa muito útil na construção de expressividade dos textos. É um recurso explorado por poetas, para eximir exaltações positivas e negativas na fala de personagens, na expressão do eu lírico ou no reforço de ideias específicas.
“Oh! Que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!”
(O Navio Negreiro, de Castro Alves)
Ponto de interrogação
Classicamente, o ponto de interrogação tem a função de expressar um questionamento dentro do texto. Seja uma pergunta retórica ou direta, em um diálogo, esse é o principal recurso linguístico para as dúvidas.
“Quando vamos nos ver novamente?”
“Quantas horas vamos demorar lá?”
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