Os termos subordinados ao nome possuem um papel fundamental: enriquecer o conteúdo, ampliar o significado e tornar a comunicação mais precisa, expressiva e compreensível. Assim, o uso adequado desses recursos permite evitar ambiguidades, detalhar informações e transmitir ideias com muito mais clareza e objetividade.
No contexto de vestibulares, dominar este assunto é uma habilidade valiosa para a escrita, interpretação textual e resolução de questões de gramática.
Pensando nisso, o Estratégia Vestibulares preparou este guia para te explicar o que são os termos acessórios da oração, qual é a função de cada um deles e como esse assunto pode ser cobrado no vestibular. Confira!
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Compreendendo os termos de uma oração
Sabe-se que uma oração é constituída por alguns elementos-chave, para formar seu sentido completo, e por elementos secundários, que não são indispensáveis à compreensão, mas acrescentam informações que enriquecem a mensagem. Assim, uma oração é composta por:
- Termos essenciais (sujeito e predicado);
- Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva); e
- Termos subordinados ou acessórios (adjunto adverbial, adjunto adnominal e aposto).
Termos subordinados ao nome
Nesse sentido, os termos subordinados ao nome (ou acessórios) são elementos dependentes de um substantivo para existirem e fazerem sentido em uma oração. Eles se subordinam ao nome, funcionando como complementos, qualificações ou explicações. Portanto, os termos acessórios relacionados ao nome são especificamente adjunto adnominal e aposto.
Adjunto adnominal
O adjunto adnominal é o termo subordinado a um substantivo com a função de especificá-lo, qualificá-lo, determiná-lo ou modificá-lo. Ele pode pertencer a diferentes classes:
- Adjetivos:
Exemplo: A aluna dedicada foi premiada. → “dedicada” caracteriza “aluna”.
- Locuções adjetivas:
O caderno de capa dura é bom. → “de capa dura” caracteriza “caderno”.
- Artigos:
Os livros estão na estante. → “os” determina o substantivo “livros”. - Numerais:
Tenho duas irmãs. → “duas” quantifica o substantivo “irmãs”. - Pronomes (possessivos, demonstrativos, indefinidos etc.):
Gosto deste filme. → “deste” determina o substantivo “filme”.
Além disso, é comum em apenas uma oração haver diversos tipos de adjuntos adnominais, como no exemplo: “Recebi aqueles dois belos presentes ontem.”
Nesse exemplo, temos o substantivo “presentes” acompanhado por mais de um adjunto adnominal de diferentes classes gramaticais, exercendo funções próprias:
- “aqueles” → pronome demonstrativo (determina o substantivo);
- “dois” → numeral (indica quantidade); e
- “belos” → adjetivo (qualifica).
Complemento nominal vs. adjunto adnominal
O complemento nominal é um dos termos subordinados ao nome, mas diferencia-se do adjunto adnominal por ser um termo integrante da oração, ou seja, necessário para completar o sentido de nomes no enunciado. Veja o exemplo:
- Complemento nominal: “Ela tinha medo de altura” → “de altura” é o complemento nominal, pois completa o sentido do substantivo abstrato “medo”.
- Adjunto adnominal: “Ela tinha um medo constante” → “constante” é um adjetivo que qualifica o substantivo “medo”.
Aposto
O aposto é o termo ou expressão que se subordina a um nome, adicionando uma explicação ou especificação. O aposto pode ser classificado em:
Explicativo
Explica ou esclarece um termo anterior, normalmente entre vírgulas.
Exemplos:
- Machado de Assis, grande escritor brasileiro, nasceu no século XIX.
- Minas Gerais, terra do pão de queijo, é conhecida por sua hospitalidade.
- Maria, minha irmã mais velha, está noiva de um bom rapaz.
Distributivo
Retoma os termos anteriores, associando a cada um deles uma informação, de forma separada (distributiva).
Exemplos:
- As crianças, umas brincavam, outras corriam, outras gritavam.
- Tenho dois filhos gêmeos, um é calmo, outro é agitado.
- Maria e Joana são habilidosas: aquela, na costura; esta, na cozinha.
Enumerativo
Enumera os elementos que compõem um termo anterior.
Exemplos:
- Comprei frutas: maçã, banana, pêra e uva.
- Minha mãe ordenou dois deveres: arrumar a cama e lavar a louça.
- O médico recomendou tudo o que o paciente precisava: repouso, hidratação e uma boa dieta.
Comparativo
Estabelece uma comparação com o termo anterior, funcionando como um reforço explicativo.
Exemplos:
- João, um leão em campo, liderou o time à vitória.
- Ana, uma máquina de resolver cálculos, terminou a prova antes do tempo previsto.
- O professor, uma enciclopédia ambulante, sabe tudo sobre História.
Resumidor ou recapitulativo
O aposto resume ou retoma uma ideia anterior com uma palavra de sentido abrangente (geralmente um pronome ou substantivo genérico).
Exemplos:
- Ansiedade, estresse e insônia, todos esses sintomas pioraram após a pandemia.
- Provas, trabalhos e apresentações, nada intimidava o aluno dedicado.
- Saúde, paz e amor, esses são meus votos para você!
Especificativo
Restringe ou especifica um termo da oração, sem vírgulas.
Exemplos:
- A escritora Clarice Lispector é conhecida por sua abordagem existencialista.
- O poeta Carlos Drummond de Andrade é um ícone da literatura brasileira.
- Conheci a aluna Maria na biblioteca.
Aposto de oração
É uma oração que tem valor de aposto, funcionando como uma explicação ou julgamento sobre outra oração da qual depende sintaticamente.
Exemplos:
- Ele faltou à prova sem justificativa, uma atitude irresponsável.
- Perdemos o voo por poucos minutos, uma situação desagradável.
- Eles se reconciliaram depois de tantos anos, uma surpresa para todos.
Como identificar os termos subordinados ao nome em uma oração?
Em primeiro lugar, é necessário encontrar o substantivo (nome) principal da oração. Depois, sabe-se que os termos acessórios são secundários em uma oração, e, frequentemente, o sentido principal da oração se mantém, mesmo após removê-los. Então, se ao retirar o termo relacionado ao substantivo a frase continua com seu sentido completo, certamente ele é acessório. Se não, pode ser um termo essencial ou integrante. Observe os exemplos:
- “Brasília, capital do Brasil, foi inaugurada em 1960.”
- “Brasília” → Substantivo principal;
- “capital do Brasil” → Aposto (termo acessório, não compromete o sentido da oração quando removido)
- “O rapaz inteligente resolveu o problema.”
- “rapaz” → Substantivo principal;
- “o” e “inteligente” → adjunto adnominal.
+ Veja também: Orações Coordenadas e Orações Subordinadas: entenda como funcionam e quais as diferenças
Substantivas na sintaxe do período composto: classificação e usos
Questão de vestibular sobre termos subordinados ao nome
FUVEST (2022)
No modelo hegemônico, quase todo o treinamento é reservado para o desenvolvimento muscular, sobrando muito pouco tempo para a mobilidade, a flexibilidade, o treino restaurativo, o relaxamento e o treinamento cardiovascular. Na teoria, seria algo em torno de 70% para o fortalecimento, 20% para o cárdio e 10% para a flexibilidade e outros. Na prática, muitos alunos direcionam 100% do tempo para o fortalecimento.
Como a prática cardiovascular é infinitamente mais significativa e determinante para a nossa saúde orgânica como um todo, podendo ser considerada o “coração” de um treinamento consciente e saudável, essa ordem deveria ser revista.
Nuno Cobra Jr. “Fitness não é saúde”. Uol. 06/05/2021. Adaptado.
Dentre as expressões destacadas, a que exerce a mesma função sintática do termo sublinhado em “o treino restaurativo, o relaxamento e o treinamento cardiovascular” é:
a. um atleta de seleção precisa de treinamento intenso.
b. o amor ao esporte é fundamental para o atleta.
c. a população incorpora radicalmente atitudes saudáveis.
d. muitas pessoas se beneficiam de alimentos verdes.
e. todo tipo de atividade física faz bem à saúde mental.
Resposta:
O termo “de seleção” funciona como adjunto adnominal de “atleta”, assim como “restaurativo” é adjunto adnominal de “treino”. Ambos especificam e caracterizam os substantivos que acompanham, sem serem essenciais ao sentido básico da oração.
Alternativa correta: A
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