A redação é parte importante na composição das notas dos mais diversos vestibulares. A forma como os escritos são cobrados varia: algumas provas focam no texto dissertativo e/ou argumentativo, enquanto outras optam por variar o gênero: texto narrativo, descritivo, expositivo, entre outros.
A verdade é que, qualquer que seja a proposta apresentada pela banca, os estudantes devem se preparar para o desenvolvimento da redação. Isso é importante na compreensão, na interpretação e na composição textual.
Para te auxiliar nos estudos, o Estratégia Vestibulares resumiu as principais definições, dicas e estruturas para a construção de um texto narrativo claro e — pontos importantes na composição das notas. Confira a seguir!
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O que é um texto narrativo?
O texto narrativo é conhecido por contar e descrever um enredo, com uma dimensão de tempo e espaço, com o envolvimento de personagens na história. Em geral, ele aparece em prosa, ou seja, de forma corrida — sem estrofes e versos.
Nesse tipo textual, os acontecimentos são encadeados pela voz de um narrador específico, que pode ser externo ou interno ao espaço narrado. Além disso, a escolha das palavras, tempos verbais e a sequência de apresentação dos fatos direciona o olhar do leitor sobre a história narrada.
Em meio aos gêneros textuais e literários, o narrativo pode ser representado por:
- Contos, como os fada: Cinderela, Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve e os Sete Anões;
- Fábulas, das quais são muito conhecidas as do escritor Esopo;
- Novelas, que narram a vida e acontecimentos cotidianos dos personagens bem caracterizados;
- Crônicas, que descrevem as situações cotidianas a partir de um olhar mais crítico e reflexivo.
Elementos do texto narrativo
O texto narrativo possui algumas características principais para sua classificação, conheça, a seguir, como são divididos narrador, enredo, personagens, espaço e tempo.
Narrador
É a voz responsável por contar a história, é ele quem apresenta os fatos para o leitor. A partir da escolha de palavras, o narrador pode interferir ou não nos acontecimentos, inclusive adicionando opinião e sentimentos. Desse princípio, nascem as diferentes classificações da voz narrativa.
O narrador observador está externo à narrativa e transmite a mensagem de maneira mais impessoal, imparcial e objetiva, com uso da terceira pessoa na narração. Sua visão sobre a história é capaz de encadear os eventos, mas não permite um conhecimento profundo do íntimo dos personagens nem de seus pensamentos.
Veja, no exemplo abaixo, como a sequência de fatos parte de um olhar externo e impessoal: “A noite estava mais escura que o normal, os ventos sopravam fortemente e os meninos corriam e gritavam em direção à casa de Tia Joana.”
Já o narrador-personagem é a voz narrativa interna à história. É um personagem, que participa dos eventos e fica responsável por contá-los, a partir do ponto de vista dele.
Geralmente, apresenta maior número de verbos em primeira pessoa e há interferência de seus sentimentos e opiniões — a subjetividade da narração é maior. Por outro lado, as outras personalidades são conhecidas de maneira superficial, assim como os acontecimentos que se passam com elas.
No modelo abaixo, parte-se da mesma história do exemplo anterior, mas com outro enfoque narrativo: “Naquele dia, eu estava na casa de meu pai, a noite estava escura e os ventos sopravam forte. Estava olhando pela janela quando vi alguns meninos correndo em direção a casa vizinha; no portão, eles chamavam incessantemente pela Tia Joana”.
Por sua vez, o narrador onisciente conhece o enredo de forma mais ampla e abrangente. Ele pode interferir com verbos em primeira ou terceira pessoa, conforme o encadeamento dos eventos.
Por estar inserido na história como um todo, ele conhece os sentimentos e as ideias que perpassam as mentes dos personagens. Além disso, em alguns momentos, a sua voz pode se confundir com a dos personagens — isso porque há uma íntima e onisciente relação entre a narração e a trama.
Veja um exemplos de narrativa onisciente com o trecho do livro A falência, de Júlia Lopes de Almeida: “Resumindo seus pensamentos de vencido, Francisco
Teodoro disse alto, num suspiro: ― Trabalhei, trabalhei, trabalhei, e aqui estou como Jó! (…) ― Como Jó! Repetiu ele furioso, arrancando as barbas e unhando as faces. Não lhe bastava o arrependimento, a dor moral, queria o castigo físico, a maceração da carne, para completa punição da sua inépcia.
Não saber guardar a felicidade, depois de ter sabido adquiri-la, é sinal de loucura. Ele era um doido? Sim, ele era um doido. Tal qual o avô. Riu alto; ele era um doido!
Aprenda também sobre os diferentes tipos de discursos e como eles aparecem nos tipos textuais.
Enredo
Para que um texto narrativo cumpra sua função de sequenciar uma história, apresentar acontecimentos e caracterizar os personagens, é importante que o enredo tenha início, meio e fim.
Dessa maneira, os eventos narrados precisam seguir uma sequência temporal bem demarcada, o que facilita o entendimento do contexto como um todo. Ou seja, a narração deve ser contextualizada, desenvolvida e arrematada.
Tempo e Espaço
Para que o texto narrativo tenha sentido completo, é importante que a história esteja situada em meio a um tempo e espaço definido. Por exemplo, no livro O Ateneu, de Raul Pompéia, observa-se que o passado é o principal enfoque do enredo, que se passa quase completamente no ambiente escolar — confira no excerto:
“Um dia, meu pai tomou-me pela mão, minha mãe beijou-me a testa, molhando-me de lágrimas os cabelos e eu parti. Duas vezes fora visitar o Ateneu antes da minha instalação. Ateneu era o grande colégio da época. Afamado por um sistema de nutrido reclame, mantido por um diretor que de tempos a tempos reformava o estabelecimento (…)”
Com essas duas ferramentas, o leitor é situado frente aos acontecimentos. Além de espaços físicos, alguns autores criam espaços psicológicos para o desenvolvimento da história — como livros e filmes que se passam nos sonhos.
Assim, também podem aparecer tempos futuros, como a narração de como uma personagem se imagina daqui a alguns anos. Fato é que, independentemente de como, o tempo e espaço precisam estar marcados para a construção de um bom texto narrativo.
Personagens e clímax
Os personagens são as personalidades que compõem o enredo e participam dos acontecimentos. Eles podem estar em primeiro plano, quando protagonizam a história e estão no centro dos eventos — seja como “vilões” ou “heróis”. Além do mais, esses personagens podem aparecer em segundo plano, como coadjuvantes da situação.
O clímax, por sua vez, representa o momento de maior emoção da história. É a situação que desencadeia um desdobramento para a vida dos personagens ou para o espaço em que se encontram.
No exemplo do Ateneu, citado anteriormente, o protagonista é o menino Sérgio, que vai ao colégio renomado, enquanto os coadjuvantes são seus colegas de classe. Por sua vez, o clímax representa algumas lutas, embates e o incêndio que ocorre na escola.
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Veja também: Texto Literário: conceitos e características
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