13 citações sobre herança africana para usar na redação

13 citações sobre herança africana para usar na redação

O tema de redação do Enem 2024 cobrou a discussão da valorização da herança africana no Brasil; veja citações poderiam que ter sido utilizadas

O Inep aplicou no dia 03 de novembro o Enem 2024, o maior vestibular do Brasil. Mais de 4 milhões de candidatos responderam a 90 questões objetivas sobre as áreas de Linguagens e Ciências Humanas, além de elaborar uma redação dissertativa-argumentativa.

O tema de redação do Enem 2024 “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil“. “A minha impressão foi que a banca escolheu um tema que é interessante aos participantes, que não é difícil”, comenta Fernando Andrade, professor de redação do Estratégia Vestibulares.

Ainda de acordo com o professor, o candidato poderia abordar a não valorização da herança negra, pois essa era a indicação do tema: “Outra coisa interessante é que, por não ter um recorte, não vão haver muitos desvios, porque a proposta é muito clara.”

Saiba mais:
+ Herança africana: veja repertórios socioculturais do tema de redação do Enem 2024
+ Redação Enem 2024: o que é herança africana e qual a sua importância para o Brasil

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Citações sobre herança africana para usar na redação

Veja abaixo citações de pesquisadores e famosos que debatem a questão da herança africana e que poderiam ter sido utilizadas como repertório sociocultural na redação do Enem 2024:

 “No Brasil existe um tipo de apartheid: não é feio ser racista, é feio dizer que você é racista” — Milton Santos

A ideia defendida pelo geógrafo sobre racismo no Brasil, aponta que há resistência dos brancos em admitir que há preconceito contra negros no país. O que, para ele, torna ”toda discussão ou enfrentamento do problema uma situação escorregadia”.

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.” — Angela Davis

Em outra passagem pelo Brasil, dessa vez em 2017, quando Davis esteve na Universidade Federal da Bahia (UFBA) para um evento do Dia da Mulher Negra Latino-Caribenha, ela usou a citação para tratar da posição social de mulheres negras no capitalismo. 

Para a filósofa, mulheres negras estão na base social capitalista, e ao conseguirem deixar essa posição gerarão mudanças estruturais na pirâmide social.

“A informação sobre o que acontece não vem da interação entre as pessoas, mas do que é veiculado pela mídia, uma interpretação interessada, senão interesseira, dos fatos.” — Milton Santos

A citação vem do livro “Por uma outra globalização”, publicado por Milton Santos no ano 2000. Na obra, o geógrafo três definições para a “globalização”, sendo elas a “globalização como fábula”, que é o mundo como nos fazem vê-lo; a “globalização como perversidade”, que seria a realidade do mundo; e “uma outra globalização” que traz a ideia de como o mundo poderia ser.

“Ser negro no Brasil é, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado.” — Milton Santos

A afirmação do geógrafo aparece em um texto publicado no Jornal GGN, em 2001, no qual ele trata sobre como superar o “apartheid à brasileira”, abordando temas como escravidão e racismo.

“Para mim, uma pessoa negra que tem consciência de sua negritude está na luta contra o racismo.” — Lélia Gonzalez

De volta ao debate sobre a conquista de se entender como uma pessoa negra e compreender todos os significados atrelados à essa identidade, Lélia aponta que esse reconhecimento da própria negritude só se desenvolve junto à organização política contra o racismo.

“Estamos cansados de saber que nem na escola, nem nos livros onde mandam a gente estudar, não se fala da efetiva contribuição das classes populares, da mulher, do negro do índio na nossa formação histórica e cultural.” — Lélia Gonzalez

Além de livros e produções acadêmicas, Lélia escreveu para jornais e revistas. A citação, por exemplo, é parte de um texto publicado pelo jornal “Mulherio”, em 1982. Na passagem, ela ainda acrescenta ao pensamento “E o que é que fica? A impressão de que só homens, os homens brancos, social e economicamente privilegiados, foram os únicos a construir este país. A essa mentira tripla dá-se o nome de sexismo, racismo e elitismo”.

“A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes, recolhe em si as vozes mudas caladas, engasgadas nas gargantas.” — Poemas de recordação e outros movimentos, p. 10-11 – Conceição Evaristo

Eleita como imortal pela Academia Mineira de Letras, ganhadora do Prêmio Jabuti de Literatura e uma das mais importantes escritoras sobre a realidade das mulheres negras no Brasil, Conceição Evaristo também é professora universitária e tem suas obras cobradas como leitura obrigatória em diversos vestibulares, incluindo na seleção da Universidade de São Paulo (USP).

Esta é uma frase retirada das páginas 10-11 do livro “Poemas de recordação e outros movimentos”, publicado pela escritora em 2008.

“A questão do negro no Brasil é sempre secundarizada. Há esse mito de democracia racial, que acomoda as instituições para não lidarem profundamente com nossa existência e memória. Se até no ensino básico precisamos de lei para obrigar aulas de história afro-brasileira, imagina no turismo.”  — Emily Borges

Emily Borges é turismóloga e sócia da agência Etnias. A frase foi dita em entrevista para o jornal O Globo em novembro de 2023.

“O estudo da cultura e da história africanas é importantíssimo para entender melhor as contribuições dos africanos e dos povos indígenas também para a construção do Brasil colonial e do subsequente Estado brasileiro.” — Akin Ogundiran

O nigeriano Akin Ogundiran é antropólogo, historiador cultural e um dos maiores arqueólogos da África no mundo. Atualmente, Ogundiran é professor da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e responsável pela pesquisa sobre o Império Oyó, na costa ocidental do continente africano, local que foi palco do tráfico transatlântico de negros.

Em entrevista ao jornal O Globo, o pesquisador falou sobre a diáspora africana e a relação com o Brasil.

“A tecnologia e o conhecimento que permitiram a construção do Brasil e de seus muitos ciclos econômicos eram africanos.” — Laurentino Gomes

Laurentino Gomes é um jornalista e escritor brasileiro, o paranaense é reconhecido por seus livros que retratam temas culturais e históricos do País. Sua última obra foi a trilogia “Escravidão”, lançada entre os anos de 2019 e 2022, em que aborda os fatos históricos dos anos de escravidão no Brasil. A frase do jornalista foi retirada de uma entrevista ao site da BBC Brasil.

“A África brasileira existe, a questão é a visibilidade.” — Joel Rufino

Professor, historiador, escritor e intelectual da causa negra, Joel Rufino foi o biógrafo de Zumbi dos Palmares, em 1985. O escritor recebeu diversos prêmio em vida, entre eles, o Prêmio Jabuti de literatura em 1979 e 2008, o Prêmio Orígenes Lessa, em 2000, e o Prêmio Literário Nacional Pen Clube do Brasil, em 2014, além de ter sido indicado ao “Nobel” da literatura infantil, o Prêmio Hans Christian Andersen, nos anos de 2004, 2006 e 2014.

“Os africanos que se espalharam pelo mundo, especialmente pelas Américas e pelo Brasil, em particular, foram condenados à reinvenção. Já não puderam prosseguir com seus valores, língua, religiões e visões de mundo, como em seu continente de origem”, apontou em participação da 2ª Bienal do Livro de Brasília, em 2014. Rufino faleceu em 2015, aos 74 anos, após um complicação médica.

“Saber-se negra é viver a experiência de ter sido massacrada em sua identidade, confundida em suas expectativas, submetida a exigências, compelida a expectativas alienadas.” — Neusa Santos Souza

Neusa Santos Souza foi uma psicanalista lacaniana, psiquiatra e escritora brasileira. Lançou em 1983 o livro “Tornar-se Negro” que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, analisou ” a vida emocional dos negros, com reflexões sobre o custo emocional da negação da própria cultura e do próprio corpo, considerada a primeira referência sobre a questão racial na psicologia.”

Sua obra é considerada referência nos estudos sobre os aspectos psicanalíticos e sociológicos da população negra brasileira. A Fundação Zumbi dos Palmares considera sua publicação de 1983 “a primeira referência sobre a questão racial na psicologia”. Neusa faleceu aos 60 anos, em 2008.

“Quando não discrimina o negro, a elite dominante o festeja com um paternalismo hipócrita ao passo que apropria e ganha lucros sobre suas criações culturais sem respeitar ou remunerar com dignidade a sua produção.” — Abdias do Nascimento

Considerado um dos ativistas negros mais longevos da história brasileira, Abdias do Nascimento teve diversas profissões em sua vida, tais como, ator, poeta, escritor, artista plástico, dramaturgo, professor universitário, deputado, senador e secretário do governo do Estado do Rio de Janeiro.

Nascimento também, como citado inicialmente, atuou como ativista dos direitos civis e humanos da população negra brasileira. A citação foi retirada de uma entrevista ao site Brasil de Fato, em 2010, meses antes de sua morte aos 97 anos.

Como é a redação do Enem?

A redação do Enem segue o gênero textual dissertativo-argumentativo, ou seja, apresenta um ponto de vista por meio de argumentos.  A estrutura é simples, sendo dividida em três partes:

  • Introdução: apresentar o tema e o posicionamento sobre o tema proposto.
  • Desenvolvimento: aprofundamento dos os argumentos citados na introdução, fortalecendo o ponto de vista que o candidato defende.
  • Conclusão: criar intervenções que contribuam para a melhoria da problemática.

Além disso, a redação do Enem é avaliada por meio de cinco competências, com o objetivo tornar a avaliação padronizada para todos os concorrentes. A seguir, confira o que cada uma das competências pede do candidato:

  • Competência 1: Domínio da escrito formal da Língua Portuguesa
  • Competência 2: Compreender o tema e não fugir da proposta
  • Competência 3: Organização das ideias
  • Competência 4: Coesão e coerência
  • Competência 5: Proposta de Intervenção

Competência 1 da redação do Enem;
Competência 2 da redação do Enem;
Competência 3 da redação do Enem;
Competência 4 da redação do Enem; e
Competência 5 da redação do Enem.

Histórico de temas de redação do Enem

Veja abaixo o histórico de temas de redação do Enem:

  • Redação do Enem 2024 – Desafios para a valorização da herança africana no Brasil
  • Redação Enem 2023 – Invisibilidade do trabalho de cuidados realizados pela mulher no Brasil
  • Redação Enem 2022 – Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
  • Redação Enem 2021  Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
  • Redação Enem 2020 – O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
  • Redação Enem 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
  • Redação Enem 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
  • Redação Enem 2017 – Desafios para formação educacional de surdos no Brasil
  • Redação Enem 2016 – Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
  • Redação Enem 2015 – A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira
  • Redação Enem 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil
  • Redação Enem 2013 – Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
  • Redação Enem 2012 – O movimento imigratório para o Brasil no século XXI
  • Redação Enem 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

Calendário Enem 2024

  • Divulgação do edital
    10/05/2024 – acesse o edital
  • Período de solicitação de isenção e justificativa de ausência
    15 a 26/04/2024
  • Divulgação do resultado do pedido de isenção e da justificativa de ausência
    13/05/2024
  • Recurso da justificativa de ausência e permissão de isenção da taxa de inscrição
    13 a 17/05/2024
  • Resultados do recurso da justificativa de ausência e pedido de isenção da taxa de inscrição
    24/05/2024
  • Período de inscrições do Enem 2024
    27/5 a 14/6/2024
  • Pagamento da taxa de inscrição
    27/5 a 19/6/2024
  • Divulgação do local de prova do Enem 2024
    22/10/2024
  • Provas Enem 2024
    03/11 e 10/11/2024
  • Divulgação do gabarito oficial
    20/11/2024
  • Divulgação do resultado
    13/01/2025

Onde usar a nota do Enem?

A nota do Enem pode garantir ingresso em universidades públicas, privadas e até mesmo em instituições do exterior:

  • Sistema de Seleção Unificada (Sisu): programa de acesso a todas as universidades e institutos federais brasileiros e também para diversas outras universidades estaduais.
  • Programa Universidade Para Todos (Prouni): programa do governo que oferece bolsas de estudo de 50% e 100% em faculdades e universidades privadas brasileiras para estudantes do Ensino Médio público.
  • Fundo de Financiamento Estudantil (Fies): programa voltado para o financiamento das mensalidades em faculdades e universidades privadas.
  • Enem Portugal: uma parceria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio de Teixeira com o Ministério da Educação português. Atualmente, mais de 50 universidades portuguesas aceitam a nota do Enem como forma de ingresso.

Saiba o que estudar para o Enem por disciplina

Confira abaixo a lista com os temas que mais caem em cada matéria cobrada no Enem, de acordo com os professores do Estratégia Vestibulares:

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