Um dos itens que a banca do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) considera como repertório na composição da nota de Redação é a citação. O artifício é inserido para contextualizar e embasar argumentos que serão apresentados ao longo do texto, trazendo também autoridade e conhecimento do tema.
Separamos diversas citações presentes em 28 redações nota 1000 nos exames anteriores, para exemplificar como usar e também os contextos e até mesmo ligações com o tema solicitado pela banca.
Dessa forma, além de saber o que NÃO se deve fazer na hora de usar citações, você também poderá conferir exemplos de sucesso, de jovens que tiveram notas 1000, o que é raro e muito comemorado por quem consegue o feito.
Perceba também que não há a necessidade de citar uma frase em si, desde que a pessoa citada e o contexto envolvido faça sentido e tenha coerência com o que é dito, tanto pela pessoa, como na redação em si.
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Para coletar redações notas 1000, usamos um levantamento de redações disponível no portal G1. Além disso, dividimos os trechos que contém as citações por temas e anos, para ajudar na compreensão e temáticas envolvidas. Confira!
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2021: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”
1: Fernanda Quaresma
“Em “Vidas secas”, obra literária do modernista Graciliano Ramos, Fabiano e sua família vivem uma situação degradante marcada pela miséria. Na trama, os filhos do protagonista não recebem nomes, sendo chamados apenas como o “mais velho” e o “mais novo”, recurso usado pelo autor para evidenciar a desumanização do indivíduo”.
“Isso acontece, porque, como já estudado pelo historiador José Murilo de Carvalho, para que haja uma cidadania completa no Brasil é necessária a coexistência dos direitos sociais, políticos e civis”.
“Dessa forma, da mesma maneira que o “mais novo” e o “mais velho” de Graciliano Ramos, quase 3 milhões de brasileiros continuam por ser invisibilizados: sem nome oficial, sem reconhecimento pelo Estado e, por fim, sem a dignidade de um cidadão”.
“Tal questão ocorre, pois, de acordo com a análise da antropóloga brasileira Lilia Schwarcz, desde a Independência do Brasil, não há a formação de um ideal de coletividade – ou seja, de uma ‘Nação’ ao invés de, meramente, um ‘Estado’”.
“Afinal, assim como os meninos em “Vidas secas”, toda a população merece ter a garantia e o reconhecimento do seu nome e identidade”.
2: Giovanna Gamba Dias
“Em sua obra “Os Retirantes”, o artista expressionista Cândido Portinari faz uma denúncia à condição de desigualdade compartilhada por milhões de brasileiros, os quais, vulneráveis socioeconomicamente, são invisibilizados enquanto cidadãos”.
“Logo, assim como estudado pelo historiador Caio Prado Júnior, formou-se um Estado de bases frágeis, resultando em uma falta de um sentimento de identificação como brasileiro”.
“Isso acontece, porque, assim como teorizado pelo economista José Murilo de Carvalho, observa-se a formação de uma “cidadania operária”, na qual a população mais vulnerável socioeconomicamente não é estimulada a desenvolver um pensamento crítico e é idealizada para ser explorada”.
“Assim, a partir dessa educação falha, forme-se um ciclo de desigualdade, observada no fato de o país ocupar o 9º lugar entre os países mais desiguais do mundo, segundo o IBGE, já que, assim como afirmado pelo sociólogo Florestan Fernandes, uma nação com acesso a uma educação de qualidade não sujeitaria seu povo a condições de precária cidadania, como a observada a partir do alto número de pessoas sem registro no país”.
3: Sarah Fernandes Paulista Rosa
“O clássico da literatura infantil inglesa “Oliver Twist” aborda as vivências daqueles marginalizados durante a Era Vitoriana e a forma como eram considerados invisíveis por não pertencerem à lógica social”.
“Essa estrutura, segundo o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss, representa o conjunto de padrões sociais nos quais a relações interpessoais estão ancoradas e, desse modo, determina o papel do sujeito na comunidade”.
4: Maitê Maria
“No célebre texto “As Cidadanias Mutiladas”, o geógrafo brasileiro Milton Santos afirma que a democracia só é efetiva à medida que atinge a totalidade do corpo social, isto é, quando os direitos são desfrutados por todos os cidadãos”.
“Nesse sentido, ainda que a gratuidade do registro de nascimento seja assegurada pela lei de número 9.534 da Carta Magna, os problemas associados à documentação civil ultrapassam a esfera financeira, haja vista que a demanda por registros civis é incompatível com a disponibilidade de vagas ofertadas pelos órgãos responsáveis, o que torna o processo lento e burocrático”.
“Sob tal ótica, a realidade brasileira pode ser sintetizada pelo pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o qual afirma que a “violência simbólica” se expressa quando uma determinada parcela da população não usufrui dos mesmos direitos, fato semelhante à falta de acesso à cidadania relacionada aos imbróglios da retirada de documentos de identificação no País”.
“Sob esse viés, é lícito referenciar o pensamento do professor israelense Yuval Harari, o qual, na obra “21 Lições para o Século XXI”, afirma que grande parte dos indivíduos não é capaz de perceber os reais problemas do mundo, o que favorece a adoção de uma postura passiva e apática”.
5: Evely Aparecida Silva Lima
“Acerca disso, Thomas Hobbes, em seu livro “Leviatã” defende a obrigação do Estado em proporcionar meios que auxiliem o progresso do corpo social”.
“O intitulado “Paradoxo da Moral”, é um livro escrito pelo musicólogo Vladimir Jankélévitch para exemplificar a cegueira ética do homem moderno, ou seja, a passividade das pessoas frente aos impasses enfrentados pelo próximo”.
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Enem 2020: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”
6: Nathaly Nobre
“A obra cinematográfica brasileira “Nise: O Coração da Loucura” retrata a luta de Nise da Silveira pela redução dos estigmas nas alas psiquiátricas e nas formas de tratamento enfrentadas por pacientes com enfermidades mentais, na medida em que desumanizavam estes”.
“A princípio, sob a óptica do filósofo grego Aristóteles, a educação é um caminho fundamental para a formação da vida pública, à proporção que coopera para o bem-estar da cidade”.
“De maneira análoga, de acordo com Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano, em seu ensaio “Sociedade do cansaço”, vive-se a insana procura do ser humano pela alta produtividade em quaisquer meios, mesmo que retire dele os prazeres e a sanidade física e mental”.
7: Aline Soares Alves
“O filme O Coringa retrata a história de um homem que possui uma doença mental e, por não possuir atendimento psiquiátrico adequado, ocorre o agravamento do seu quadro clínico. Com essa abordagem, a obra revela a importância da saúde psicológica para um bom convívio social”.
“No entanto, apesar da Constituição Federal de 1988 determinar como direito fundamental do cidadão brasileiro o acesso à saúde de qualidade, essa lei não é concretizada, pois não há investimentos estatais suficientes nessa área”.
“Desse modo, como é retratado no filme “O Lado Bom da Vida”, o qual mostra a dificuldade de inclusão de pessoas com doenças mentais na sociedade, parte da população brasileira enfrenta esse desafio”.
8: Julia Vieira
“No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado”.
“Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia”.
9: Raíssa Piccoli Fontoura
“De acordo com o filósofo Platão, a associação entre saúde física e mental seria imprescindível para a manutenção da integridade humana. Nesse contexto, elucida-se a necessidade de maior atenção ao aspecto psicológico, o qual, além de estar suscetível a doenças, também é alvo de estigmatização na sociedade brasileira”.
“O filme “Toc toc” retrata precisamente o processo de cura de um grupo de amigos que são diagnosticados com transtornos de ordem psicológica, revelando que o carinho fraternal e o entendimento mútuo são ferramentas fundamentais no desenvolvimento integral da saúde”.
2019: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”
10: Isabella Moreira
“A Constituição Federal de 1988 ― norma de maior hierarquia do sistema jurídico brasileiro ― garante o acesso ao lazer. No entanto, a população se mostra distante da realidade prometida pela norma constitucional, haja vista que os cinemas brasileiros recebem um público cada vez menor”.
“Segundo o filósofo Pierre Lévy, toda tecnologia cria seus excluídos, de fato, a população de baixa renda é mantida excluída no que diz respeito à tecnologia do cinema, devido à segregação socioespacial”.
11: Alana Miranda
“Nessa perspectiva, segundo Michel Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em uma linguagem que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação”.
“Nesse sentido, na teoria da percepção do estado da sociedade, de Émile Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se duas divisões: “normal e patológico”. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que um ambiente patológico, em crise, rompe com o seu desenvolvimento, visto que um sistema desigual não favorece o progresso coletivo”.
12: Ana Clara Socha
“Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema”.
“Nesse sentido, observa-se que a segregação social — evidenciada como uma característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro “Raízes do Brasil” — se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema”.
“Isso é retratado no livro “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e, assim, mostra como acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços”.
13: Vinícius Adriano
“No longa-metragem ganhador do Oscar “A invenção de Hugo Cabret”, narra-se o cotidiano de um jovem garoto órfão que, apesar de viver – sob precárias condições – em uma estação de trem parisiense, frequenta, clandestinamente, uma sala de cinema próxima ao seu lar como uma forma de afastar-se de sua infeliz realidade”.
“Tal estorvo advém de uma despreocupação dos cidadãos em exigir reformulações nos setores públicos (como o Ministério da Cidadania) encarregados de garantir a possibilidade de apreciação das múltiplas formas de arte por todos, o que define esse comportamento negligente como um “eclipse de consciência”, termo – conforme o literato português José Saramago, no romance “Ensaio sobre a cegueira” – utilizado para sintetizar a ideia da falta de sensibilidade do indivíduo perante os imbróglios enfrentados pelo próximo, nesse caso, o contingente populacional desprovido da oportunidade de desfrute às produções cinematográficas”.
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2018: “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”
14: Clara de Jesus
“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da tecnologia no cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus episódios, é apresentado um dispositivo que atua como uma babá eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar as imagens e sons que os indivíduos poderiam vivenciar”.
“Conforme o conceito de “Mortificação do Eu”, do sociólogo Erving Goffman, é possível entender o que ocorre na internet que induz o indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal preceito afirma que, por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu pensamento individual e junta-se a uma massa coletiva”.
15: Pedro Assaad
“Evidenciando o supracitado, há o livro “” Rápido e devagar: duas formas de pensar””, do especialista comportamental Daniel Kahneman, no qual esse expõe e comprova – por meio de décadas de experimentos socioculturais – a incisiva influência dos meios de comunicação no julgamento humano”.
“Dessa maneira, o povo tende a agir segundo o conceito de menoridade, do filósofo iluminista Immanuel Kant, no qual as decisões pessoais são tomadas pelo intelecto e influência de outro. Evidencia-se, assim, que o domínio da seletividade de informações nas redes sociais, como Facebook e Twitter, pode representar uma sabotagem ao Estado Democrático”.
16: Natália Cristina da Silva
“A utilização dos meios de comunicação para manipular comportamentos não é recente no Brasil: ainda em 1937, Getúlio Vargas apropriou-se da divulgação de uma falsa ameaça comunista para legitimar a implantação de um governo ditatorial”.
“Nesse viés, há uma pretensa sensação de liberdade de escolha, teorizada pela Escola de Frankfurt, já que todos os dados adquiridos estão sujeitos à coerção econômica. Dessa forma, há um bombardeio de propagandas que influenciam os hábitos de consumo de quem é atingido, visto que, na maioria das vezes, resultam na aquisição do produto anunciado”.
“Além disso, é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecnologia, crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de indicadores de confiabilidade nas notícias veiculadas – como o projeto “The Trust Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilhamento de informações falsas e o impacto destas na sociedade”.
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2017: “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”
17: Alan de Castro Nabor
“Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres”.
“O filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por parte do Estado”.
18: Matheus Pereira Rosi
“Segundo o pensamento de Claude Lévi-Strauss, a interpretação adequada do coletivo ocorre por meio do entendimento das forças que estruturam a sociedade, como os eventos históricos e as relações sociais”.
“Assim, ao analisar a sociedade pela visão de Lévi-Strauss, nota-se que tal deficiente não é valorizado de forma plena, pois as suas necessidades escolares e a sua inclusão social são tidas como uma obrigação pessoal, sendo que esses deveres, na realidade, são coletivos e estatais”.
“Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman, que explica a queda das atitudes éticas pela fluidez dos valores, a fim de atender aos interesses pessoais, aumentando o individualismo”.
19: Isabella Barros Castelo Branco
“Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes”.
“Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange aos respeito às diferenças”.
“Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito”.
2016: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”
20: Thaís Fonseca Lopes de Oliveira
“Se houver duas religiões, cortar-se-ão os preços. Se houver trinta, viverão em paz. Na Idade Moderna, o filósofo iluminista Voltaire foi um importante defensor da liberdade de culto e da harmonia entre as diversas crenças. Já no Brasil do século XXI existe um retrocesso: embora haja muita diversidade religiosa, ainda há a necessidade de se comemorar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – a qual é um crime vergonhoso cuja persistência é uma mácula”.
21: Julia Mitie Oya
“Como já disse Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural, a mídia cria certos estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores, forçando imagens, muitas vezes errôneas, em suas mentes”.
“Portanto, é possível dizer que, mesmo existindo o artigo 208 do código penal, que pune os crimes de intolerância religiosa, ela ainda é muito presente. Para combatê-la, é preciso acabar com os estereótipos, ensinando desde cedo a respeitar todas as religiões”.
22: Samanta Gabriela Ferreira
“Segundo Immanuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos deveriam ser tratados, não como coisas que possuem valor, mas como pessoas que têm dignidade”.
“Tal realidade é ratificada ao se destacar a agressão física e moral oriunda de um movimento promovido pelo Pastor Lucinho, no Rio de Janeiro, o qual incitou um levante contra a manifestação religiosa do Candomblé, segundo notícia da Folha de São Paulo”.
“Como desdobramento dessa temática e da carência de combate às díspares formas de intolerância religiosa, faz-se relevante ressaltar a garantia de liberdade de culto estabelecida na Constituição de 1988. Nesse sentido, de acordo com o Artigo 5º da Carta, todos os indivíduos são iguais perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de assegurar a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade e à segurança”.
“O Estado, nesse contexto, carece de fomentar práticas públicas, tal como a inserção na grade curricular do conteúdo “Moral e Ética”, por meio do engajamento pedagógico às disciplinas de Filosofia e Sociologia, a fim de que seja debatido a temática do respeito às manifestações religiosas e que seja ressignificado a mentalidade arcaica no que tange à tolerância às religiões”.
23: Larissa Cristine Ferreira
“Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas “Memórias Póstumas” que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.
“É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora esteja previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes”.
“De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo”.
2015: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”
24: Cecília Maria Lima Leite
“Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como expoente”.
“Essa é a opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bourdieu: a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está — sobretudo — na perpetuação de preconceitos que atentam contra a dignidade da pessoa humana ou de um grupo social”.
“Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de outros países no combate à violência contra a mulher, por ter promulgado a Lei Maria da Penha”.
25: Amanda Carvalho Maia Castro
“De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica”.
“Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre”.
2014: “Publicidade infantil em questão no Brasil”
26: Lucas Almeida Francisco
“O sociólogo Michel Foucault afirma que ‘nada é político, tudo é politizável, tudo pode tornar-se político’”.
“Ao focar no público infantil, os meios publicitários elencam os códigos e as características do cotidiano da criança, isto é, assumem o habitus – conceito de Pierre Bourdieu, definido como ‘princípios geradores de práticas distintas e distintivas’ – típico dessa faixa etária: o desenho animado da moda, o jogo eletrônico socialmente compartilhado, o brinquedo de um famoso personagem da mídia, etc”.
27: Dandara Luíza da Costa
“‘O ornamento da vida está na forma como um país trata suas crianças’. A frase do sociólogo Gilberto Freyre deixa nítida a relação de cuidado que uma nação deve ter com as questões referentes à infância”.
“Prova disso são os dados da UNESCO afirmarem que cerca de 85% das crianças preferem se divertir com os objetos divulgados nas propagandas, tornando notório que a relação entre ser humano e consumo está “nascendo” desde a infância”.
“Assim, a ideia do líder Gandhi de que o futuro dependerá daquilo que fazemos no presente parece fazer alusão ao fato de que não é prudente deixar que a publicidade infantil se torne abusiva, pois as crianças devem lidar da melhor forma com o consumismo”.
“Afinal, como afirmou Platão: ‘o importante não é viver, mas viver bem’.”
28: Júlia Neves Silva Dutra
“A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria: constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto”.
“O Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto sobre como isso vai ocorrer”.
Histórico de temas de redação do Enem
Apesar das polêmicas sobre um possível tema de redação mais livre, o Enem manteve o mesmo padrão dos últimos anos. Veja abaixo o histórico de temas de redação do Enem:
- Redação Enem 2021: Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
- Redação Enem Impresso 2020: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
- Redação Enem Digital 2020:
- Redação Enem 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
- Redação Enem 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
- Redação Enem 2017 – Desafios para formação educacional de surdos no Brasil
- Redação Enem 2016 – Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
- Redação Enem 2015 – A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira
- Redação Enem 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil
- Redação Enem 2013 – Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
- Redação Enem 2012 – O movimento imigratório para o Brasil no século XXI
- Redação Enem 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado
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- Quais são os principais livros que caem no Enem?
- Como estimar a nota do Enem?
- Como usar a nota do Enem?
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