Djamila Ribeiro é uma filósofa, escritora e ativista brasileira, reconhecida por sua atuação no feminismo negro e na luta por justiça social. Algumas de suas obras mais conhecidas são O que é lugar de fala? (2017), Quem tem medo do feminismo negro? (2018), Pequeno manual antirracista (2019) e Cartas para minha avó (2021).
Transitando entre o ativismo, a literatura e a educação, Djamila Ribeiro consolidou-se como uma das principais referências na luta por equidade no Brasil, contribuindo para a construção de um debate mais plural e acessível sobre raça, gênero e direitos humanos.
Por sua relevância acadêmica e social, o Portal Estratégia Vestibulares listou nove citações da filósofa que podem ser usadas nas redações dos vestibulares e do Enem. Confira!
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Quem é Djamila Ribeiro?
Djamila Taís Ribeiro dos Santos nasceu em 1º de agosto de 1980, na cidade de Santos, em São Paulo. Formou-se em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e tornou-se uma das principais vozes no debate sobre raça, gênero e direitos humanos no Brasil.
Sua trajetória inclui experiências acadêmicas e atuação política, tendo exercido o cargo de secretária-adjunta de Direitos Humanos da cidade de São Paulo em 2016, além de ser colunista em veículos como Folha de S.Paulo e ELLE Brasil.
Como escritora, publicou obras como O que é lugar de fala? (2017), em que discute como experiências sociais influenciam a construção de discursos e questiona privilégios históricos. Em Quem tem medo do feminismo negro? (2018), reúne ensaios que abordam a importância do feminismo negro e a influência do racismo na sociedade.
Já Pequeno Manual Antirracista (2019) apresenta uma abordagem acessível e didática sobre como combater o racismo no dia a dia e, em Cartas para minha avó (2021), Djamila mistura memórias familiares com reflexões sobre identidade e ancestralidade.
Além de sua produção acadêmica e literária, Djamila se destacou na difusão do pensamento de intelectuais negros, sendo responsável pela curadoria da coleção Feminismos Plurais, uma iniciativa que busca tornar acessível o debate sobre questões raciais e feministas no Brasil.
Em 2019, foi laureada com o Prêmio Prince Claus, concedido pelo governo dos Países Baixos a personalidades que promovem mudanças sociais significativas por meio da cultura. No mesmo ano, foi eleita pela BBC como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo. Em 2021, tornou-se imortal pela Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira 28, que foi de Lygia Fagundes Telles.
1 – “Minha luta diária é para ser reconhecida como sujeito, impor minha existência numa sociedade que insiste em negá-la.”
Djamila Ribeiro enfatiza a necessidade constante de reafirmação da identidade e da presença de pessoas negras em uma sociedade estruturada pelo racismo. O reconhecimento como sujeito implica ter voz, direitos e oportunidades iguais.
2 – “Eu podia ter o conhecimento e não ter a coragem. Quando você é mulher negra, é preciso ter os dois” – em entrevista para CNN
Essa frase foi dita por Djamila durante entrevista para Letícia Vidica, jornalista da CNN. Ela destaca a necessidade de resistência para mulheres negras, que enfrentam desafios duplos: o machismo e o racismo. O conhecimento é fundamental, mas, sem coragem, ele pode ser silenciado por estruturas opressivas.
3 – “Eu gostaria que as pessoas não tivessem medo do feminismo negro. Mas as pessoas ainda não compreenderam o que é. O feminismo negro não divide a gente. Ele trabalha pela interseccionalidade, pela valorização de todas as ideias e por um projeto de sociedade antirracista. As mulheres negras me salvaram da solidão de ser quem eu sou e da solidão acadêmica.” – em entrevista para CNN
Nesta citação, também publicada pela CNN, Djamila desmente a ideia de que o feminismo negro é excludente, mostrando que ele busca equidade para todas as mulheres, levando em consideração as diferentes opressões que afetam cada grupo.
O conceito de interseccionalidade, central em seu pensamento, evidencia como diferentes formas de discriminação (racismo, machismo, classismo) se sobrepõem.
4 – “O feminismo deve contemplar todas as mulheres, é necessário perceber que não dá pra lutar contra uma opressão e alimentar outra.”
A filósofa alerta para a necessidade de um feminismo inclusivo, que leve em conta as desigualdades entre as próprias mulheres. O movimento feminista, se ignorar as pautas raciais e de classe, pode reforçar hierarquias sociais já existentes.
5 – “Se eu luto contra o machismo, mas ignoro o racismo, eu estou alimentando a mesma estrutura.” – em entrevista para El País Brasil
Essa frase, dita por Djamila em entrevista para Marina Novaes, do El País, reforça a ideia de que não basta combater uma única opressão, pois machismo e racismo fazem parte de um mesmo sistema de dominação. A luta feminista precisa ser interseccional para garantir que mulheres de todas as raças e classes sociais sejam contempladas.
6 – “Quando as pessoas entendem que a gente está lutando por justiça social, por equiparação e por equidade, não tem motivo para não ser feminista.” – durante mesa Feminismos plurais na Flup
Esta citação foi dita por Djamila durante a Festa Literária das Periferias (Flup), na qual participou da mesa Feminismos Plurais. A frase desmistifica a ideia de que o feminismo é um movimento radical ou excludente, mostrando que ele busca apenas justiça social e, por isso, não há motivo para não apoiar a causa.
7 – “Ao perder o medo do feminismo negro, as pessoas privilegiadas perceberão que nossa luta é essencial e urgente, pois enquanto nós, mulheres negras, seguirmos sendo alvo de constantes ataques, a humanidade toda corre perigo.” – livro Quem tem medo do feminismo negro? (2018)
Esta frase, presente no livro Quem tem medo do feminismo negro? (2018), reforça que a luta contra o racismo e o machismo não é apenas das mulheres negras, mas de toda a sociedade. A desigualdade afeta o funcionamento democrático e reforça estruturas de opressão.
8 – “Como negra, não quero mais ser objeto de estudo, e sim o sujeito da pesquisa.”
Nesta frase, Djamila Ribeiro denuncia uma dinâmica histórica presente no meio acadêmico e intelectual: a constante marginalização de pessoas negras como meros objetos de estudo, sem que tenham espaço para produzir conhecimento sobre si mesmas e suas vivências.
Ela enfatiza a importância de que pessoas negras sejam protagonistas na produção de conhecimento, e não apenas analisadas por pesquisadores brancos.
9 – “O não ouvir é a tendência a permanecer num lugar cômodo e confortável daquele que se intitula poder falar sobre os Outros, enquanto esses Outros permanecem silenciados.” – livro O que é lugar de fala? (2017)
Aqui, a filósofa critica a falta de escuta ativa por parte de quem ocupa posições de privilégio. O discurso sobre grupos marginalizados, quando feito sem a participação deles, perpetua a exclusão.
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