7 citações sobre etarismo para usar na redação

7 citações sobre etarismo para usar na redação

Etarismo é a discriminação etária; veja citações sobre etarismo que podem ser utilizadas na redação e como repertório sociocultural

Um dos assuntos em alta nos últimos anos é o etarismo. Você conhece este termo? Também chamado de ageísmo e idadismo, o etarismo é a discriminação ou preconceito com base na idade de uma pessoa. Essa prática discriminatória pode ocorrer entre jovens, adultos e idosos, mas a incidência contra pessoas mais velhas é maior.

Segundo dados do Censo Demográfico 2022, o número de idosos no Brasil cresceu 57,4% em 12 anos. Já de acordo com o Ministério da Saúde, a previsão é que o Brasil chegue em 2030 com a quinta maior população idosa do mundo.

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Por outro lado, 57% dos profissionais já passaram por alguma situação de preconceito no mercado de trabalho por conta da idade. De acordo com a pesquisa realizada pela plataforma Infojobs, o etarismo é algo comum no mercado de trabalho brasileiro.

Em junho de 2024, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou a campanha “Respeito a todas as fases da vida”, em celebração ao Junho Violeta, para alertar sobre as possíveis formas de violência contra a pessoa idosa, inclusive o etarismo.

Portal Estratégia Vestibulares separou 7 citações sobre etarismo, ditas por especialistas ou pessoas notáveis, que podem ser utilizadas nas redações dos vestibulares brasileiros e do Enem, além de compor o repertório sociocultural sobre o assunto.

Citações sobre etarismo para usar na redação

Veja abaixo citações de pesquisadores e famosos que debatem o etarismo e trazem à tona a necessidade do combate a esse tipo de discriminação:

“Etarismo é o mais frequente e universal dos preconceitos”. Egídio Dórea

Egídio Dórea é coordenador do Programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP e da Comissão de Direitos Humanos da Universidade. A frase foi dita por Dórea em entrevista ao Jornal da USP sobre o caso de etarismo que ocorreu em uma universidade privada da cidade de Bauru (SP), em 2023, e tornou-se uma discussão nacional.

O coordenador ainda complementa que “o mais prejudicial desse preconceito é que ele acarreta, para as vítimas, uma série de consequências dos pontos de vista de saúde mental”.

“Não importa se faço vinte, quarenta ou sessenta! O que importa é a idade que sinto”. — José Saramago

José de Sousa Saramago foi um dos mais importantes nomes da literatura contemporânea de Portugal, sendo o primeiro de língua portuguesa a ganhar o Nobel de Literatura, em 1998. Seu romance mais famoso é “Ensaio Sobre Cegueira”, que ganhou inclusive adaptação para o cinema em 2008.

Apesar de autoria incerta, o trecho acima pertence ao texto “Quantos anos tenho?”, que é frequentemente creditado ao autor.

“Eu sempre digo que a velhice é um alvo em movimento. Conforme eu vou me aproximando do alvo, ele vai indo para a frente e ficando mais distante. Então, a gente nunca chega lá, porque a gente não quer chegar. A gente acha que envelhecer é algo ruim”. — Fran Winandy

Considerada uma das maiores ativistas no combate ao etarismo no Brasil, Fran Winandy é autora do livro “Etarismo: Um novo nome para um velho preconceito”, lançado em 2021. A citação acima faz parte da entrevista da autora ao jornal Zero Hora.

“Nas empresas, eu vejo muito as pessoas mais velhas falando que a juventude não tem comprometimento, que não gostam de trazer a geração Z para o time porque as pessoas mais jovens perdem a paciência e saem da empresa, não querem fazer um trabalho profundo, não aguentam ouvir críticas, são cheias de “mimimi”. Isso é etarismo, se eu digo que eu não vou contratar uma pessoa mais jovem no meu time porque ela não se compromete, porque ela é superficial. […] O preconceito existe dos dois lados”, complementa a Winandy.

“Velhice não é uma doença, eu insisto isso. Não é um defeito. Todos, se tiverem a sorte, e eu estou tendo, vão chegar a esse estágio. E como vão enfrentar? Vão ter preconceito da mesma forma que têm hoje como jovens?” — Luiza Erundina

Primeira mulher a ocupar cargo de prefeita da cidade de São Paulo (SP) e, atualmente, em seu sexto mandato como Deputada Federal, Luiza Erundina é a parlamentar mais velha em atividade na Câmera dos Deputados.

Em entrevista ao Ecoa, do UOL, a deputada fala sobre a sua trajetória política e como ainda precisa lidar com preconceitos, inclusive a discriminação por sua idade.

“No meu entender, viver bem não é só chegar a uma idade mais avançada com qualidade material de vida. É também adquirir a capacidade de olhar a trajetória. Porque a vida não é só o agora, é o percurso” — Mario Sergio Cortella

Mario Sergio Cortella é filósofo, escritor e palestrante de grande influência midiática no país. Com dezenas de livros publicados, Cortella aborda temas como educação, moral, felicidade, poder e ética em suas publicações e falas.

O trecho acima foi extraído do livro “Vivemos mais! Vivemos bem?: Por uma vida plena”, lançado em 2013 e escrito em parceria com Terezinha Azerêdo Rios.

“Na nossa cultura, o velho vale menos. E o que significa valer menos? Ser olhado de uma maneira que despreza os direitos que ele tem como ser humano” — Terezinha Azerêdo Rios

Mineira, Terezinha Azerêdo Rios é filósofa pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). A autora lançou em 2013, em parceria com o também filósofo Mario Sergio Cortella, o livro “Vivemos mais! Vivemos bem?: Por uma vida plena”, que aborda a relação com o envelhecimento.

“A gente não pode olhar a questão etária só como uma marcação no sentido temporal, a passagem do tempo na vida daquele sujeito, mas olhar a experiência da vida para aquela pessoa e como ela foi capaz de expressar, não só entregando trabalho, mas produzindo sentido”. — Ailton Krenak

Ailton Krenak é um dos principais intelectuais indígenas do Brasil. Filósofo, ambientalista e escritor, também tece críticas anticapitalistas e anticolonialistas em seus livros, e discursou pelos direitos dos povos originários durante a Assembleia Constituinte de 1988.

A citação acima foi extraída de uma entrevista ao Sesc São Paulo, em 2023. Nela, Krenak fala sobre o que o envelhecimento, a relação com o racismo estrutural e como a idade é contada para os povos indígenas.

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