A morfologia é a parte da gramática que estuda as palavras de forma isolada por meio da sua estrutura, formação e classificação. Portanto, sua atuação acontece desde a análise dos seus elementos, como prefixos, sufixos e radicais, até a identificação da classe dessa palavra, como substantivo, pronome, numeral, verbo e adjetivo, por exemplo. São dez classes de palavras no total.
Portanto, cada elemento mórfico é analisado para compreender melhor o funcionamento da palavra estudada, para melhor aplicação e até mesmo, em um cenário amplo, como a língua se desenvolve ao longo dos tempos.
O assunto é frequente nos vestibulares e no Enem e, por isso, o Portal Estratégia Vestibulares levantou no Banco de Questões do EV algumas perguntas que tratam sobre a morfologia da Língua Portuguesa e que já caíram em provas recentes. Confira.
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Enem (2020)
Como ocorrem os eclipses solares?
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta some por alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por ano. Um eclipse solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol.
Disponível em: https://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 21 ago. 2017 (adaptado).
Nesse texto, a palavra “aliás” cumpre a função de
A promover uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior.
B indicar uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido.
C conectar a informação da frase anterior com a da posterior.
D conferir um caráter mais coloquial à reportagem.
E salientar a negação expressa na frase posterior.
Resposta:
A alternativa A está errada, pois a palavra “aliás” não promove uma conclusão de ideias valendo-se das informações da frase anterior; ela serve como uma introdução de uma informação adicional.
A alternativa B está errada, pois a palavra “aliás” não indica uma mudança de assunto e de foco no tema desenvolvido. Pelo contrário, ela mantém a continuidade do assunto, adicionando informações relevantes.
A alternativa C está correta, pois a palavra “aliás” cumpre a função de conectar a informação da frase anterior com a da posterior. Neste caso, ela é utilizada para introduzir uma informação adicional relacionada ao tamanho da sombra da Lua e sua influência no tipo de eclipse solar.
A alternativa D está errada, pois embora a palavra “aliás” tenha um tom informal, sua função principal aqui não é conferir um caráter mais coloquial à reportagem, mas sim conectar informações.
A alternativa E está errada, pois a palavra “aliás” não salienta a negação expressa na frase posterior . Ela serve para introduzir uma informação relacionada.
Alternativa correta: C
Univesp (2018)
Leia o trecho de Til, romance de José de Alencar.
Era ela de pequena estatura e tão delgada e flexível no talhe, que dobrava-se como o junco da várzea. As formas da graciosa pubescência, que um corpinho justo debuxaria¹ em doce e palpitante relevo, as dissimulava o frouxo corte de uma jaqueta de flanela escarlate com mangas compridas, e desabotoada sobre um camisote liso, cujos largos colarinhos se rebatiam sobre os ombros, à feição dos que usavam então os meninos de escola.
Os grandes olhos, negros, claros e serenos, como um lago cristalino imerso na sombra, não podiam negar que fossem de mulher: tinham a diáfana² profundidade do céu, cheia de enlevos e mistérios.
A boca mimosa e breve, conhecia-se que fora vazada no molde do beijo e do sorriso. Mas quando o brinco iluminava essa fisionomia, e o capricho quebrava-lhe a harmonia das linhas do suave perfil, era cobrir-se com a máscara do rapazinho estouvado, que ela teria sido sem dúvida, se a natureza não lhe trocasse o destino.
(Til. www.dominiopublico.gov.br)
¹ um corpinho justo debuxaria: um corpete justo mostraria;
² diáfana: que permite a passagem da luz; transparente, límpida.
Considere o emprego dos vocábulos destacados nas seguintes passagens:
- “Era ela de pequena estatura e tão delgada e flexível no talhe, que dobrava-se como o junco da várzea.”
- “… um camisote liso, cujos largos colarinhos se rebatiam sobre os ombros, à feição dos que usavam então os meninos de escola.”
- “Os grandes olhos, negros, claros e serenos, como um lago cristalino imerso na sombra, não podiam negar que fossem de mulher…”
No contexto em que são empregados, os vocábulos destacados expressam, respectivamente, ideia de
A modo, conclusão, conformidade.
B causa, conclusão, comparação.
C consequência, tempo, comparação.
D condição, modo, conformidade.
E consequência, tempo, condição.
Resposta:
Alternativa correta: C
Uefs (2018)
Já rompe, Nise, a matutina Aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do Sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.
Que alegre, que suave, que sonora
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!
Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda que coisa é alegria;
E a suavidade do prazer trocada
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Na terceira estrofe, o pronome “te” refere-se a
A “alma”.
B “melancolia”.
C “Nise”.
D “coisa”.
E “alegria”.
Resposta:
Alternativa correta: C
Uema/Uemasul (2021)
Mario Quintana, poeta gaúcho, foi um dos maiores expoentes da literatura brasileira. Com estilo eclético, estreou em 1940, desafiando os críticos literários por se ter tornado um poeta popular. Sua poesia é compreensível sem ser banal; sua originalidade é natural; suas metáforas são claras, mas, ao mesmo tempo, surpreendentes.
O poema Noturno citadino é a base para responder a questão
Um cartaz luminoso ri no ar.
Ó noite, ó minha nêga
toda acesa
de letreiros!… Pena
é que a gente saiba ler… Senão
tu serias de uma beleza única
inteiramente feita
para o amor dos nossos olhos.
QUINTANA, M. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
O articulador argumentativo “Senão” imprime no poema um valor semântico de
A comparação
B adição
C inclusão
D adversidade
E alternância
Resposta:
A – incorreta. Não há efeito de analogia.
B – incorreta. O eu lírico não junta uma informação à outra.
C – incorreta. Pelos mesmos motivos da letra B, o efeito não é agregador.
D – correta – gabarito. O conectivo poderia ter sido substituído por “apesar disso”. Há um contraste marcado entre a gente saber ler e a noite que poderia ter sido feita feita para os olhos.
E – incorreta. Não é possível a substituição da conjunção por “ou”, “ora” ou “seja”.
Alternativa correta: D
Unesp (2024)
Leia o soneto do poeta parnasiano Olavo Bilac para responder à questão.
Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras coisas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.
Mas amastes, sem dúvida… Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço coisas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.
Quem ama inventa as penas em que vive:
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.
Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.
(Olavo Bilac. Poesias, 2001.)
Retomam o mesmo referente os termos sublinhados na seguinte estrofe:
A Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras coisas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.
B Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos somente e dos amantes
Na maior alegria andar chorando.
C Quem ama inventa as penas em que vive:
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.
D Mas amastes, sem dúvida… Portanto,
Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço coisas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.
E Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras coisas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.
Resposta:
A – incorreta. O primeiro “que” assume função de objeto direto e o segundo se refere às coisas que canta.
B – incorreta. O primeiro “que” assume função de objeto direto e o segundo faz parte da locução conjuntiva “por isso que”.
C – incorreta. O primeiro “que” é um pronome relativo ligado à preposição “em” e o segundo à preposição “com”.
D – correta – gabarito. Ambas as ocorrências de “que” nesse caso se referem às coisas tristes.
E – incorreta. O primeiro “que” se refere ao eu lírico e o segundo se refere às coisas que canta.
Alternativa correta: D
UEA (2014)
Alberto notou, apenas muito tarde, que a pessoa_________________era fiel não mantinha______________________uma relação recíproca. Eram incompatíveis, concluiu.
As lacunas do texto são preenchidas, correta e respectivamente, por:
A a quem – com ele.
B de quem – a ele.
C que – dele.
D de quem – com ele.
E que – a ele.
Resposta:
Alternativa correta: A
UFPR (2016)
Dependendo do contexto em que são empregados, termos como “aí”, “até” e “ir” ora denotam espaço, ora denotam tempo. Esses variados sentidos que as palavras podem assumir nem sempre são precisamente especificados no dicionário.
Talvez o exemplo mais interessante para ilustrar a indicação de tempo ou de espaço com a mesma palavra seja o verbo “ir”. O sentido primeiro (aceitemos isso para efeito de raciocínio) do verbo “ir” é de deslocamento: “alguém vai de A a B” quer dizer que alguém se desloca do ponto A ao ponto B. Trata-se de espaço.
Dizemos também, por exemplo, que a Bandeirantes vai de Piracicaba a S. Paulo. Mas é claro que a rodovia não se desloca: ela começa em uma cidade e termina em outra. Não há sentido de deslocamento nessa oração, mas ainda estamos no domínio do espaço.
Agora, veja-se outro caso: também dizemos que o período colonial vai de 1500 a 1822 (ou a 1808, conforme o ponto de vista). Nesse exemplo, ninguém se desloca, nem se informa sobre dois pontos do espaço, dois lugares extremos. Agora não se trata mais de espaço. Trata-se de tempo. E o verbo é o mesmo.
POSSENTI, Sírio. Analogias. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/analogias>. Acesso em 23 mai. 2014.
Considere as frases abaixo:
1. A numeração deste modelo de tênis vai de 35 a 44.
2. Se alguém perguntar por mim, diga que fui ao cinema.
3. O Canal do Panamá vai do Oceano Atlântico ao Pacífico.
4. No hemisfério Sul, o outono vai de 21 de março a 20 de junho.
5. As linhas de ônibus que partem do terminal 2 vão para a estação central.
O sentido do verbo “ir” fica no domínio do espaço:
A nos exemplos 1 e 3 apenas.
B nos exemplos 2 e 3 apenas.
C nos exemplos 4 e 5 apenas.
D nos exemplos 1, 2 e 4 apenas.
E nos exemplos 2, 3 e 5 apenas.
Resposta:
No exemplo 1, temos o verbo ir com a indicação de intervalo de tamanho, sem noção de espaço. É como dizer que há tênis com numerações de 35 a 44, sem a noção de espaço ou deslocamento.
No exemplo 2, temos o verbo ir com ideia de deslocamento. Como no texto de Possenti apresenta-se a ideia de deslocamento como uma cobertura de espaço, podemos afirmar que esse exemplo se encaixa na resposta esperada.
No exemplo 3, temos o verbo ir com a ideia de espaço, dado que indica a extensão do Canal do Panamá, que ocuparia o espaço compreendido entre os dois oceanos apontados no exemplo tratado.
No exemplo 4, temos a indicação de duração temporal. Dessa forma, não podemos colocar o exemplo como atendendo à necessidade da questão.
No exemplo 5, por fim, o verbo ir apresenta a indicação de espaço, dado que temos a leitura de deslocamento. Dessa forma, como defende Possenti no texto, temos uma relação clara de espaço.
Alternativa correta: E
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