Artes: definição, importância e função da arte na sociedade

Artes: definição, importância e função da arte na sociedade

As artes são expressões individuais e coletivas que representam a cultura, visão e ideias de uma sociedade. Elas podem carregar, em si, conceitos de beleza, indignação social, representatividade de minorias, entre outras concepções defendidas por cada movimento ou artista.

É um tema que, de forma direta ou indireta, está presente no cotidiano das populações, em diferentes nações. Afinal, música, decoração, arquitetura, construção de utensílios, artesanato e desenhos são formas de manifestar arte, e pelo menos algum desses elementos compõem a vida de um ser humano na terra, independentemente de sua localização ou cultura.

O Enem é uma prova que valoriza as expressões artísticas das populações, assim, algumas questões por ano trabalham a temática de escolas e movimentos das artes, além de explorar a interpretação das obras artísticas a partir de um contexto histórico definido. 

Por isso, é importante manter as definições, importâncias e funções da arte consolidadas durante o estudo pré-vestibular, assim, haverá uma maior preparação para responder esse tipo de questão. Neste artigo, o Estratégia explora os principais tópicos e conceitos sobre as artes, continue lendo e aprofunde-se no tema.

O que é arte?

O conceito de arte não possui uma definição fixa, uma vez que as manifestações artísticas podem ser diferentes a depender da cultura de cada sociedade. De forma geral, é assumido que as artes são representações simbólicas de eventos e situações cotidianas, reais, fictícias, de conceitos abstratos ou concretos, de emoções ou sentimentos, a depender do contexto histórico-social e do desejo do artista. 

Observe que, falar de arte é, também, falar de história e sociedade. É impossível separar o estudo das artes da compreensão das ciências humanas, porque os acontecimentos históricos interferem diretamente na forma como a população enxerga a realidade e, consequentemente, a forma como o cotidiano será representado nas artes, por exemplo. 

Em momentos de colapso das sociedades, como em grandes guerras, alguns artistas tendem a se afastar da realidade e encontrar no fazer artístico uma forma de escape para as mazelas do mundo real. Por outro lado, os artífices mais engajados com as causas políticas e sociais podem produzir arte justamente no sentido de criticar e refletir simbolicamente sobre os acontecimentos contemporâneos. 

Artes e habilidades humanas

A arte expressa também as habilidades do cérebro humano em simbolizar os acontecimentos de forma abstrata ou concreta. A transformação de materiais em esculturas que imitam perfeitamente um corpo humano reflete uma capacidade de observação, imitação, detalhismo, perfeccionismo e simbolismo que diferem nossa espécie de outros animais. 

Inclusive, as primeiras manifestações artísticas, ainda durante os períodos pré-históricos, foram as pinturas rupestres. Elas eram pintadas em cavernas, por meio de frutas e plantas que liberavam alguma substância bem pigmentada, geralmente em tom de vermelho. Os estudos antropológicos apontam que tinham a função de representar os animais ou feras nas regiões daquela caverna ou desenhar situações que ocorriam no cotidiano, como rituais e caça. 

Note como, evolutivamente, os humanos desenvolveram essa capacidade de observar uma situação, a necessidade de expressá-la, então precisariam de uma superfície para representar o que estava em sua cabeça, então escolheram as rochas em cavernas. Ao mesmo tempo, era necessário um material para conseguir simbolizar o pensamento, que era encontrado na natureza. 

Com o passar do tempo e o desenvolvimento tecnológico, as artes podem ser construídas com os mais diversos materiais, desde plantas, frutos, tintas até metais e objetos de uso cotidiano. Inclusive, na arte contemporânea há uma tendência em apresentar coisas do dia a dia por meio de um olhar artístico, por meio de jogo de luzes, por exemplo. Veja a imagem abaixo que demonstra a instalação “In absentia”, que presenta a sombra de uma roda de bicicleta em cima de um banquinho:

Imagem: Reprodução/Enem

Gêneros artísticos

Os gêneros artísticos são uma forma de classificar os diferentes tipos de representação das artes, entre esculturas, música, literatura, artesanato, entre outras expressões encontradas ao redor do mundo. A seguir serão apresentados alguns gêneros artísticos, mas a arte é um conceito dinâmico e novas formas de exteriorização artística podem surgir ao longo do tempo. 

Música

A música é uma arte antiga, que remonta também da pré-história. Uma observação mais cuidadosa permite compreender que os próprios sons da natureza criam uma sonoridade que, se imitada, é uma expressão humana de arte. 

Uma das definições clássicas de música considera que é um conjunto de sons e silêncio que resultam em uma melodia para a enunciação de sentimentos, emoções ou pensamentos de um artista, podendo também contar uma história. 

É uma arte muito explorada em diferentes setores da sociedade, atualmente são muito frequentes em meios religiosos, são utilizadas no setor de propaganda e publicidade, são ferramentas de entretenimento e recreação para a população, acompanham outras formas de arte como filmes, teatros, danças, entre outros usos diversos das canções. 

Dança

Em sequência, a dança está entre as formas mais primitivas de arte, afinal, o único material necessário para o dançar é o próprio corpo humano. É uma rica forma de expressão, porque perpassa diretamente pelos sentimentos do artista no momento de sua performance. 

Também é uma manifestação artística explorada nos ambientes religiosos, mas também é explorada enquanto recreação, entretenimento e é uma importante forma de lazer para muitos indivíduos, que atribuem ao ato de dançar uma característica terapêutica.

Do ponto de vista biológico, ainda, as danças são importantes porque preservam a mobilidade do corpo, auxiliam no funcionamento cardiovascular e contribuem para a saúde mental e emocional do artista. 

Cinema e teatro 

O cinema e o teatro partem do princípio de representar uma história por meio de um cenário e atores, que assumem o papel de um personagem e contribuem para a construção do enredo. Tanto os filmes quanto as peças teatrais podem enfocar a narrativa na comédia, drama, suspense, terror, musicais, a depender do conteúdo a ser transmitido ao público. 

O teatro é uma manifestação artística remota, desde a Grécia Antiga, quando havia uma relação religiosa na construção dos roteiros. Já o cinema é uma arte mais recente, que depende da gravação e edição de fotografias e/ou filmagens, com figurinos e cenários específicos, mas segue o mesmo padrão de contar histórias. 

Fotografia

Nesse sentido, é importante falar da fotografia enquanto manifestação artística. Afinal, por meio de uma câmera, os fotógrafos podem representar situações cotidianas que não acontecerão nunca mais daquela forma, uma maneira de eternizar momentos e transformá-los em arte. 

As fotos são uma tecnologia que, embora muito acessíveis por meio dos smartphones, são extremamente valiosas. É uma forma de capturar aquilo que nossos olhos podem ver e armazenar essas informações em outros espaços que não seja apenas a memória dos humanos que estavam assistindo à situação, por exemplo. 

Imagem: Reprodução/Wikimedia

Trata-se de um retrato instantâneo do mundo como ele está naquele momento e representa situações muito peculiares, únicas e exclusivas de um processo. Um exemplo interessante são os artistas da fotografia especializados em capturar fotos dos céus, que buscam o momento e local perfeito para capturar um fenômeno astronômico, como as luas de sangue, super luas ou auroras boreais. 

Pintura

A pintura também é uma forma muito remota de representação artística, como as artes rupestres que foram apresentadas anteriormente. Para construir uma pintura, o autor depende de materiais pigmentados para realizar para o desenho e uma superfície em que a arte será construída. 

Considerada uma arte plástica, o ato de pintar confere uma liberdade exponencial para o artista. Ele pode adicionar texturas e relevos em sua obra, bem como pintar cenas reais, contar uma história por meio de símbolos, pode representar pessoas, ideias, pensamentos ou simplesmente expressar seus sentimentos de maneira abstrata, sem que haja um símbolo específico na tela. 

Escultura

As esculturas também são muito antigas na História da Arte, nos períodos mais remotos da humanidade, eram construídas pela junção de pedras, que constituíam um formato específico com significado para a população da região. 

Especialmente durante a Era Clássica, com gregos e romanos, a escultura foi grandemente aprimorada. Nesse período muitos artistas construíram estátuas para representar deuses de suas mitologias e, em conjunto com a arquitetura, essas esculturas formavam templos e fontes nas cidades. 

Imagem: Reprodução/Wikimedia

Durante o renascimento cultural da Europa, a arte clássica foi utilizada como base para o desenvolvimento de esculturas extremamente realistas, mas com conteúdo cristão, incluindo personagens bíblicos como Davi, Jesus, Maria, entre outros. 

Literatura

A literatura representa uma forma diferente de representação artística. Aqui, explora-se mais a linguagem e a comunicação para a expressão do artista, de forma que o conteúdo visual não é, em geral, a principal parte da obra de arte. 

Nas obras literárias a construção da realidade é feita por meio de palavras dispostas de maneira estratégica, com personagens que podem indicar tipos sociais, por exemplo um brasileiro rico do século XVII como representante do comportamento dos senhores de engenho em todo o território. 

O componente visual e sonoro também pode aparecer na literatura, especialmente nos poemas e poesias. Nesse caso, os artistas preocupam-se em escolher palavras rebuscadas, com contagem de sílabas poéticas, construção de rimas que dão riqueza tanto ao olhar o material como também ao recitá-lo. 

Arte e sociedade

A arte é uma habilidade interdisciplinar que permite uma expressão única do artista, que pode expressar suas dores, externalizar reflexões, expor fardos e alegrias, a depender do significado individual que é dado para o conceito de arte.

Atualmente, a arte é observada também como um objeto de transformação social. Em países com muita desigualdade social  como o Brasil, a arte surge como uma forma de expressão de pessoas que sofrem na estrutura da sociedade. 

Por meio da arte muitas pessoas encontram um sentido para sua vida, descobrem um talento e podem aperfeiçoá-lo, transformando suas habilidades artísticas em profissão, permitindo, inclusive, a ascensão social.

Além desse aspecto de mudanças da estrutura social, a arte surge também como maneira de representatividade para problemas importantes da sociedade. Por exemplo, filmes que retratam situações cotidianas de racismo, músicas que denunciam focos de corrupção no Estado, fotos que retratam momentos de escancarada desigualdade social, entre outros. 

Imagem: Reprodução/Wikimedia

Um exemplo clássico no Brasil é a foto do artista Tuca Vieira que destaca claramente a diferença de poder aquisitivo da população que vive no Morumbi em São Paulo e as pessoas que habitam a comunidade de Paraisópolis, dois locais extremamente próximos. 

Arte e mercado

Por fim, a sociedade capitalista ocidental tem um forte valor de mercado para tudo que é produzido e essa concepção atingiu o mundo das artes. Atualmente, a indústria cultural, que trabalha nesse sentido de mercantilização da cultura, influencia fortemente a construção das obras de artes.

A grande polêmica por trás dessa capitalização do fazer artístico está na transformação da arte em um produto, que precisa seguir as leis de mercado, como oferta e demanda para ser vendido em maior número. 

Isso faz com que muitos artistas sofram uma pressão para transformar suas expressões artísticas para algo mais rentável, o que suprime a noção do fazer artístico como uma liberdade de manifestação e exposição de sentimentos, emoções, noções e concepções.

Um exemplo clássico da influência do capitalismo sobre a arte são os filmes de comédia romântica: a maior parte deles possui um enredo “pré-definido”, em que o espectador começa a assistir com noções de quais serão os próximos passos dos personagens.

A preocupação dos artistas, nesse processo, está na uniformização da expressão artística, sem que haja, de fato, uma simbolização específica em cada filme, em cada teatro, como se tudo se transformasse em uma produção em massa. 

Questão sobre o conceito de arte

Enem (2020)

Questão sobre artes do Enem

KOSUTH, J. One and Three Chairs. Museu Reina Sofia, Espanha, 1965.
Disponível em: www.museoreinasofia.es. Acesso em: 4 jun. 2018 (adaptado).

A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de arte conceitual que revela o paradoxo entre verdade e imitação, já que a arte

A) não é a realidade, mas uma representação dela.
B) fundamenta-se na repetição, construindo variações.
C) não se define, pois depende da interpretação do fruidor.
D) resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas de registro.
E) redesenha a verdade, aproximando-se das definições lexicais.

Resposta: Essa obra propõe uma reflexão sobre o estatuto ontológico da arte. Ao apontar “três cadeiras” – uma imagem, um objeto e uma definição de dicionário – o artista indica que não é possível representar uma ideia (“o que é uma cadeira”) de uma única maneira. Assim, a noção de verdade é posta em cheque.
É importante lembrar que  a arte não é feita fundamentalmente de repetições. Há diferentes realizações possíveis para a arte, inclusive contando com mais inovação do que repetição. Nesse sentido, a verdade por si só não pode ser redesenhada ou redefinida, mas pode ser múltipla e construída de diferentes formas artísticas.

Ao mesmo tempo, ainda que seja possível entender uma obra a partir de muitos olhares, não se pode dizer que tudo pode ser interpretado de múltiplas maneiras.

Alternativa correta: A. 

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