O termo anelídeos é derivado, etimologicamente, do latim annulus, que significa anel. A palavra faz menção aos diversos anéis que compõem o corpo desses seres, que tem uma estrutura segmentada, como você já deve ter observado ao se deparar com uma minhoca em um jardim.
Acompanhe agora um resumo sobre os anelídeos, seu desenvolvimento embrionário, a fisiologia da circulação, digestão, excreção e respiração, mecanismos de reprodução, entre outros aspectos importantes que constituem um ser vivo.
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Características gerais dos anelídeos
Em termos taxonômicos, os anelídeos são todos os animais que compõem o filo Annelida, com corpos segmentados em diferentes pedaços (os “anéis”). Eles são invertebrados e podem ser divididos em distintos grupos: oligoquetas, aquetas ou hirudíneos e poliquetas.
Esses animais estão distribuídos em regiões úmidas ou aquáticas, com mais de quinze mil espécies já identificadas por biólogos. Os indivíduos apresentam tamanhos diversificados, que variam de milímetros a unidades de metro. Alguns deles, inclusive, apresentam importância ecológica, como será discutido adiante.
Estrutura corporal
Cada segmento do corpo de um Anellida é chamado, biologicamente, de metâmero. Por essa razão, consideramos que esses animais possuem metameria em sua estrutura corporal.
Inclusive, cada segmento possui a capacidade de movimentação independente do outro. Isso acontece porque uma membrana tecidual faz a individualização de cada metâmero, com camadas de músculos que favorecem o movimento.
Além disso, os metâmeros são inervados por um par de gânglios nervosos. O sistema excretor também se distribui em cada anel, o que demonstra a relevante segmentação desses animais. Além da organização em anéis, o corpo de um anelídeo pode ser dividido em três diferentes regiões:
- O prostômio fica na região anterior desses bichos e abriga a circuitaria nervosa e cerebral;
- O tronco representa toda a parte composta pelos metâmeros, nele estão distribuídos a maior parte dos órgãos dos sistemas. Podemos comparar essa ideia ao corpo humano, que mantém os sistemas importantes no tórax e abdome, componentes do tronco;
- O pigídio, por fim, é a porção final do corpo de um anelídeo. É nessa região que está localizado o ânus do animal.
Desenvolvimento embrionário
Durante o desenvolvimento embrionário de um animal, os tecidos podem ser derivados de dois ou três folhetos germinativos, que se formam durante a gastrulação do embrião. No caso dos anelídeos, observa-se um crescimento triblástico, de forma que todas as estruturas são derivadas de ectoderme, mesoderme e endoderme.
Além disso, o sistema digestório do filo é formado a partir da boca, em direção ao ânus. Assim, eles são considerados animais protostômios. Em termos biológicos, isso também influencia na simetria desses animais, que é bilateral. Ou seja, é possível traçar um eixo que divida o corpo deles em duas partes extremamente semelhantes.
Para finalizar o panorama embrionário do filo Annelida, é importante dizer que esses animais são celomados. Isso significa que existe uma cavidade mesodérmica interna e repleta de líquido, onde as vísceras podem se alojar.
Fisiologia
Digestão
Os animais que compõem o filo dos anelídeos possuem um tubo digestivo completo, com boca e ânus. No trajeto dentro do corpo, o alimento ainda será umedecido no papo e sofrerá uma “trituração” na região da moela.
Por fim, a digestão se continua no intestino, até que sejam retirados os nutrientes e eliminados os dejetos. Perceba, então, que a decomposição dos materiais orgânicos é realizada de maneira extracelular, no espaço que fica dentro dos órgãos do animal.
Sistema nervoso dos anelídeos
Os animais deste filo apresentam gânglios e cordões nervosos por onde passam as informações elétricas necessárias para ativar movimentos voluntários e involuntários. Alguns autores consideram que eles possuem cérebro, mas não é uma ideia consolidada nos estudos científicos.
Sistema excretor dos anelídeos
A excreção dos anelídeos, por onde eles liberam as substâncias tóxicas e indesejáveis, é realizada por estruturas conhecidas como nefrídeos ou metanefrídeos. Eles se localizam nos metâmeros, cada segmento com um par.
Eles retiram as moléculas indesejáveis da cavidade celomática, no líquido que a preenche. A partir disso, o material é despejado por esses nefrídeos para fora do corpo anelídeo.
Respiração e circulação dos anelídeos
Os anelídeos podem respirar por meio de suas peles, em um processo chamado de respiração cutânea indireta. Isso significa que os gases são transportados pelo sistema circulatório, para nutrir todos os tecidos do animal — inclusive, esse filo apresenta uma proteína chamada hemoglobina, que também faz a distribuição de oxigênio pelo corpo humano.
Algumas espécies de anelídeos não utilizam a pele para respirar, pois vivem dentro da água. Assim, utilizam as brânquias para captar os gases necessários para a sobrevivência.
Em termos da difusão das substâncias gasosas pelo corpo, saiba que os anelídeos possuem uma circulação sanguínea fechada, ou seja, todos os vasos estão conectados entre si. Existem dois vasos grandes que ficam na parte do dorso e outro no ventre do animal; para impulsionar o fluxo do sangue, existem algumas estruturas contráteis semelhantes ao miocárdio.
Reprodução dos anelídeos
Na maior parte dos animais, a reprodução é baseada em um ciclo monóico, em que um mesmo animal pode manifestar os dois gêneros biológicos e formar tanto gametas femininos quanto masculinos.
No caso dos poliquetos, o processo é dioico e depende da presença de dois animais de sexos diferentes para ocorrer.
Veja também: Reprodução sexuada: conceitos, características e exemplos
Classificação dos anelídeos
Os anelídeos são classificados pela quantidade de cerdas que apresentam, veja:
- Oligoquetas são animais que possuem poucas cerdas, quando comparados aos outros do filo. Nesse grupo estão, principalmente, as minhocas;
- Os aquetas, como indica o nome, não possuem cerdas. Eles também podem ser chamados de hirudíneos e são representados pelas sanguessugas; e
- Por fim, os poliquetos possuem muitas cerdas em relação aos seus parentes mais próximos. Em geral, eles têm hábitos aquáticos e respiração branquial.
Questão de vestibular
(PUC-SP) Um biólogo coletou exemplares de uma espécie animal desconhecida, os quais foram criados em laboratório e analisados quanto a diversas características. Concluiu que se tratava de representantes do filo Annelida, pois eram animais:
a) Diblásticos, celomados, segmentados e de simetria radial;
b) Triblásticos, celomados, não segmentados e de simetria bilateral;
c) Triblásticos, acelomados, segmentados e de simetria bilateral;
d) Diblásticos, celomados, segmentados e de simetria bilateral;
e) Triblásticos, celomados, segmentados e de simetria bilateral.
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