Conflitos militares no período entreguerras (1918 – 1939)

Conflitos militares no período entreguerras (1918 – 1939)

O período entreguerras, como aponta o nome, é a época entre o fim da Primeira Guerra Mundial e o início da Segunda, e ele foi marcado por problemas econômicos, crescimento de ideias nacionalistas e revanchistas em variadas nações. As ideologias contribuíram para o surgimento de diversos conflitos militares que, de forma direta ou indireta, se relacionam com as causas da Segunda Grande Guerra. 

Neste texto, conheça mais sobre os embates militares do período entreguerras, contextualizando esses conflitos com o surgimento da Segunda Guerra Mundial e outros aspectos do século XX, que são temas de importância social, geopolítica e histórica para a humanidade. 

Contexto histórico: o Período Entreguerras

Como citado anteriormente, o período entreguerras corresponde ao espaço de tempo entre as duas grandes guerras mundiais. Por mais que seja um período interconflitos, não é, necessariamente, uma época pacífica. 

Na verdade, trata-se de um tempo em que os ressentimentos a respeito da Primeira Guerra Mundial estavam borbulhando na população, ao mesmo tempo em que outros problemas sociais, políticos e econômicos atravessavam a sociedade. Diante disso, os sentimentos e ideologias contribuíram para criar as motivações da Segunda Guerra Mundial. 

Por exemplo, as nações que saíram derrotadas da Primeira Guerra guardavam certo revanchismo em relação aos outros. Então, era importante valorizar a própria nação, e assim surgiu o nacionalismo entre as populações europeias.

O Tratado de Versalhes, reunião e documentos firmados após a Primeira Guerra Mundial, dividiram os territórios e castigos empenhados nas nações perdedoras. Nesse contexto, as punições aplicadas foram consideradas excessivas pelas nações, especialmente pela Alemanha.

Durante o período entreguerras, ainda, os Estados Unidos sofreram dificuldades econômicas após uma época de plena ascensão pós-guerra, que foi seguida de uma grande crise financeira, com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

Guerra Civil Russa (1918-1922)

No ano em que se findou a Primeira Guerra Mundial, a Rússia vivia momentos de tensão em seu território, em um conflito que duraria cerca de quatro anos, a Guerra Civil Russa. Trata-se de um embate inserido no contexto da Revolução Russa, quando parte da população visava uma transformação do Estado em uma nação socialista. 

Entre os revolucionários, haviam aqueles que buscavam uma transição gradual ao socialismo, os mencheviques, então os bolcheviques acreditavam que a melhor solução seria empregar o socialismo de maneira abrupta e radical na sociedade.

Nesse ínterim, os bolcheviques tomaram o poder do Estado e, aqueles que não concordavam com esse modelo de governo posicionaram-se em oposição à autoridade dos revolucionários. 

Então, desencadeou-se a Guerra Civil Russa, uma guerra consideravelmente violenta, em que é estimada uma dezena de milhares de mortos, além dos feridos e das perdas materiais observadas. 

Como resultados políticos, o fim do conflito é marcado pela instalação do socialismo na Rússia, a primeira nação mundial que aderiu a esse sistema político-econômico.

Guerra Polaco-Soviética (1919-1921)

Conforme a República Soviética consolidou-se como um país de sistema comunista, cada vez mais estavam desejosos em expandir o socialismo e comunismo entre outros territórios. A Guerra Polaco-Soviético surgiu nesse contexto em que os soviéticos atingiram suas regiões para dominá-las.

A resistência polaca foi eficiente e, na batalha de Varsóvia, os soviéticos não puderam manter a Guerra. A finalização do conflito se deu com um documento, o Tratado de Riga, que garantia certos ganhos territoriais para ambas as nações.

Guerra Greco-Turca (1919-1922)

Em 1919, no ano seguinte ao fim da Primeira Guerra Mundial, houve um importante conflito entre Grécia e Turquia. Foi um embate motivado pela própria Guerra Mundial, porque ela culminou em alterações geográficas, territoriais, políticas e econômicas que resvalaram por toda a Europa e também outros continentes.

Alguns anos antes, o Império Turco-Otomano era bem consolidado na região da Europa, Ásia e parte da África. Com a decadência desse império, muçulmanos buscaram dominar os territórios deixados pelos otomanos. 

Durante a Primeira Guerra, os Aliados e Grécia derrotaram esses territórios e firmaram um tratado em que, após o término das batalhas, a região pertenceria à Grécia. Entretanto, os turcos não concordavam com essa distribuição e, assim, gregos e turcos batalharam pela conquista da região. 

O fim dessa Guerra Greco-Turca foi firmado pelo Tratado de Lausanne, e os turcos foram vitoriosos, angariaram os territórios para si e ainda conquistaram sua independência, assim constituindo a República da Turquia.

Guerra de Independência da Irlanda (1919-1921)

A Irlanda é uma ilha que pertence ao continente europeu e possui certa proximidade geográfica com o Reino Unido. No início do século XIX, a região foi englobada pelos ingleses, mas a decisão não agradou os irlandeses.

Portadores de uma cultura forte, com condições agrárias, econômicas e políticas diferentes daquelas observadas em Londres, a Irlanda mostrava-se cada vez mais insatisfeita com o domínio do Reino Unido.

Diversas questões econômicas, políticas e até mesmo a Primeira Guerra Mundial fizeram com que a decisão e a luta pela independência fossem adiados. Então, em 1919, iniciaram diversas batalhas com esse objetivo, com um fortalecimento do nacionalismo e então em 1921 o Reino Unido reconheceu a Irlanda como Estado livre. 

Guerra Civil Chinesa (1927-1949)

A Guerra Civil Chinesa, também conhecida como Revolução Chinesa, foi outro momento do século XX em que o comunismo e o socialismo surgem como um ponto de questionamento e debate entre a população. De um lado, um partido nacionalista chamado de Kuomitang e, do outro, o PCC, Partido Comunista Chinês.

Esse é o mais longo conflito militar do período entreguerras, de forma que foram necessários 22 anos para que, de fato, um dos lados, os comunistas, triunfasse na sociedade chinesa. O processo de prolongou, também, porque houveram interferências geopolíticas como a Guerra Sino-Japonesa e Segunda Guerra Mundial, que não permitiam uma resolução plena da Guerra Civil Chinesa.

A Guerra do Chaco (1932-1935)

Os conflitos militares do período entreguerras não se limitaram apenas ao continente europeu, a Guerra do Chaco é um exemplo em que os combatentes são bolivianos e paraguaios, na América do Sul.

O principal fator que motivou esse embate foi a região conhecida como Gran Chaco, que foi palco de outros conflitos ao longo da história. No século XX a disputa por esse local dizimou dezenas de milhares de sul americanos.

Esse território tinha elementos atrativos tanto para a Bolívia, como para o Paraguai: enquanto os bolivianos pensavam em um acesso para a Bacia do Prata, os paraguaios percebiam que o território era parte importante de seu país e a perda dele resultaria em enfraquecimento geográfico. 

Ao mesmo tempo, surgiu uma suspeita de que haveria o petróleo na região, o que atraiu ainda mais a atenção internacional. Nesse contexto, tanto Bolívia como Paraguai investiram intensamente para garantir tecnológicos armamentos que poderiam garantir a vitória no conflito. 

Com os gastos da guerra, a Grande Depressão e períodos negativos, os bolivianos perderam sua potência nos embates e, por fim, a Guerra do Chaco concluiu-se com um armistício que dividiu 25% do Gran Chaco para a Bolívia e 75% para o Paraguai.

Segunda Guerra Ítalo-Etíope (1935-1936)

A Itália envolveu-se em um conflito com a população da Etiópia em 1935, às ordens de Benito Mussolini, que promovia discurso nacionalista e imperialista. Entretanto, os etíopes dispuseram maior resistência aos italianos do que a Itália poderia prever e, com isso, os italianos optaram por aplicar medidas mais bravias contra essa população, como armas químicas.

Mussolini saiu vitorioso do embate e conseguiu o domínio do território por mais alguns anos, mas suas ações foram amplamente criticadas internacionalmente, ainda que a ONU não tivesse a força geopolítica que possui atualmente. Por fim, em 1941, a Itália deixou o território africano.

Guerra Civil Espanhola (1936-1939)

Em um período cronológico mais próximo da Segunda Guerra Mundial, explodiu a Guerra Civil Espanhola. Esse conflito militar do período entreguerras também é uma representação da dualidade ideológica que marca o século XX. 

Nesse caso, as forças inimigas são formadas por grupos radicalmente nacionalistas, com inclinação nazifacista, e, do outro lado, os comunistas. Ambos disputaram pelo poder e governo da Espanha, no período histórico que é conhecido como Segunda República. 

Ao fim dos conflitos, o nazifascismo imperou na Espanha, na forma de um “nacional-catolicismo”, nome dado ao modelo autoritário que fora empregado na nação. Com esse sistema, mesmo que mantivessem relações com a Alemanha, os espanhois não se envolveram diretamente na Segunda Guerra Mundial.

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