Idade moderna: contexto histórico, sociedade, características e mais

Idade moderna: contexto histórico, sociedade, características e mais

A Idade Moderna é o período histórico entre a queda do Império Bizantino, em 1453, até a Revolução Francesa, em 1789. É marcada pela ascensão do pensamento racional, desenvolvimento de novas ideologias e fortalecimento do homem como instrumento de racionalização da humanidade. 

Conheça mais sobre essa época da História: leia sobre o surgimento do período, o contexto histórico em que está inserido, a formação social, as características políticas e econômicas, os principais pensadores e os maiores eventos. Veja mais!

Início da Idade Moderna

Como foi mencionado, na divisão histórica, o marco inicial para a Idade Moderna é a queda do Império Bizantino. Isso significa que é o período da História que vem imediatamente depois da Idade Média, na qual florescia o feudalismo e a grande influência da Igreja sobre as decisões políticas, econômicas e sociais. 

Fato é que, em 1453, os otomanos invadiram a cidade de Constantinopla — atual Istambul, o local sede do Império Bizantino. Com isso, aquela população, que já estava desgastada durante toda a Baixa Idade Média, foi derrotada e dominada por povos do continente asiático.

Atualmente, ao observar essa divisão histórica e temporal da humanidade, muitos historiadores questionam qual ponto de vista é utilizado para entender a história de todos os humanos. Perceba, por exemplo, que o marco de início para a Idade Média está extremamente relacionado com a história europeia, sem considerar quais eventos estariam se desenvolvendo nos outros continentes. 

Apesar das discussões em torno do assunto serem de extrema importância, ainda assim, os livros didáticos utilizam esses marcadores históricos para designar os períodos e facilitar o entendimento e aprendizado.

Contexto histórico da Idade Moderna

A Idade Moderna está inserida em um processo de transição da sociedade feudal para os Estados Nacionais. Durante a Baixa Idade Média, entre os séculos VII e XIV, o feudalismo perdia seu vigor, devido às intensas crises, guerras, a fome que se alastrava pelo território, a doenças que dizimavam as populações e as cruzadas, que contribuíram para baixas significativas. 

Diante disso, era necessário que um novo sistema trouxesse mais ordem e oportunidades para a população. A partir do século XV, muitos pensadores começaram a discutir o assunto e pensar em novas formas de produzir e viver. 

Foi nessa época que as técnicas agrícolas passaram por melhorias técnicas, que dependiam da observação e pensamento racional. Ainda assim, os burgos estavam em ascensão na sociedade, contexto que foi o berço para o capitalismo moderno.

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Política na Idade Moderna

Em termos políticos, é importante mencionar que a figura dos senhores feudais já não exercia poder sobre a população. Nesse sentido, os grandes proprietários de terra passaram a desenvolver uma nova forma de organização, que eram os nascentes “Estados Nacionais”. 

O primeiro Estado Nacional que se consolidou foi Portugal, que constitui nação após expulsar os povos mouros da região da Península Ibérica. Depois, o mesmo processo também foi finalizado na Itália, Espanha e outras nações do continente europeu. 

Nesses territórios, agora, o poder estava concentrado nas mãos de um só governante. É a organização política que conhecemos absolutismo. Como, na época, essa autoridade era transmitida de geração em geração, formando famílias reais, chama-se o sistema de “monarquia absolutista”.

Inclusive, até mesmo as ideologias religiosas buscavam legitimar o poder do rei, ao afirmar que ele havia recebido tal autoridade de Deus. Isso conduzia a população em total respeito, obediência e devoção aos monarcas, algo que seria benéfico ao governo.

Economia na Idade Moderna

O primeiro momento da economia moderna está relacionado com o mercantilismo. A rivalidade entre países estava atrelada à quantidade de materiais valorosos existentes em cada território, inclusive, havia uma característica metalista, ou seja, o acúmulo de riquezas era igual ao acúmulo de metais preciosos como o ouro e a prata.

O mercantilismo é o processo de transição de uma economia feudal para a economia capitalista. A visão desse sistema traz consigo a necessidade de sempre vender mais que comprar, conceito denominado de balança comercial favorável. 

Dada a competição entre países, pouco a pouco, as diferentes nações europeias possuíam grande quantidade de materiais preciosos. Por meio dessas riquezas, no momento oportuno, ocorreu o investimento para o desenvolvimento das manufaturas e indústrias europeias. 

Por fim, é durante a Idade Moderna que ocorre a Primeira Revolução Industrial. Nessa época, cientistas observaram que a obtenção de energia para a produção fabril poderia ser feita por meio de máquinas a vapor. Assim, os produtos seriam fabricados mais rapidamente, possibilitando maior lucro em menor espaço de tempo. 

Sociedade na Idade Moderna

A sociedade da Idade Moderna está em um contexto de transformações. Foi nesse período que se estabeleceram os primeiros contatos com os povos e terras americanas, aqui também se desenrolaram as reformas religiosas, assim como o iluminismo, as revoluções industriais que alteraram o modo de vida da população, além de todo um renascimento cultural e urbano. 

Em termos de pirâmide social, os povos modernos estavam adequados a uma sociedade estamental. Isso significa que, a classe social em que uma pessoa nascia determinava sua posição perante o povo pelo resto de sua vida. A possibilidade de trocar de estamento era mínima ou até mesmo nula. Assim, os privilégios dos reis e nobres estavam garantidos, às custas dos esforços das pessoas que estavam mais abaixo na organização social.

Renascimento

O termo renascimento remete a uma fase da Idade Moderna em que a sociedade tinha profunda admiração pelos valores da Roma e Grécia Antiga. Embora os promotores da ideia tivessem um profundo desejo de afastar a Idade Média da sociedade, observa-se que as mudanças estabelecidas não foram radicais o suficiente para considerar uma transformação completa da estrutura social.

Na verdade, o que pode ser considerado é um envolvimento de valores medievais, gregos, latinos, entre outros, para construir uma nova visão cultural, urbana e social. Diante disso, pode-se considerar que o renascimento é um marco histórico para a humanidade, por fazer uma transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.

As ideias renascentistas atingiram os mais variados lugares da sociedade. Na pintura, estão marcados grandes artistas como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael Sanzio, Donatello, Sandro Botticelli, entre outros. 

Na literatura portuguesa, o grande destaque é o escritor Luís de Camões, que descreveu grandes feitos de navegação dos portugueses em seu poema de métrica perfeita tão conhecido: “Os Lusíadas”. Além dele, podemos citar o autor de “A Divina Comédia”, Dante Alighieri, entre tantos outros. 

Os renascentistas lutavam por uma sociedade em que o homem tivesse maiores valores em si mesmo, por sua capacidade de formular ideias e soluções. Tais características podem ser denominadas como humanismo e antropocentrismo, com foco em ideais racionais e cientificistas.

Expansão marítima

Depois que os Estados Nacionais se estabeleceram, era importante que a burguesia e a nobreza portuguesa se consolidassem. Esse fortalecimento dependia diretamente da riqueza adquirida pela nação e, acima disso, toda riqueza estava atrelada aos materiais preciosos acumulados.

Nesse sentido, era necessário que os portugueses e outros povos europeus encontrassem fontes de riqueza. Apesar da comercialização estar em crescimento no continente, também era importante conquistar mercado consumidor.

Em termos de comercialização, as especiarias como os cravos e pimentas, eram produtos de grande apreço pela sociedade europeia. Então, conquistar esses materiais em outros territórios seria a saída para cada nação. 

Foi nesse cenário que, primeiramente, os portugueses investiram no conhecimento náutico para enviar navegadores que chegassem às Índias, onde seriam compradas as mercadorias de grande valor agregado.

Esse período ficou conhecido como Grandes Navegações, e foi o responsável pela conquista europeia de vários territórios, incluindo as Américas. A verdade é que, em algumas vezes, os tripulantes achavam que estavam nas índias, mas haviam chegado a outros continentes. 

A cada território encontrado, os europeus deixaram suas marcas registradas, como possuidores daquela região. No caso do Brasil, por exemplo, a chegada dos portugueses foi em 1500, mas os primeiros indícios de colonização foram em 1530. Finalmente, quando os metais preciosos foram encontrados na região sudeste, o interesse europeu cresceu e, cada vez mais, a terra era explorada.

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Período colonial do Brasil: como iniciou, política, economia e sociedade

Reformas religiosas

De forma geral, durante a Idade Média, a Igreja era uma instituição reguladora sobre a sociedade. Com o passar do tempo, essa autoridade se afrouxou para uma relação próxima, mas com menor influência sobre a capacidade de pensamento dos indivíduos. 

Foi esse contexto que permitiu mudanças significativas para a história do cristianismo. Uma das mais marcantes foi quando o monge agostiniano, Martinho Lutero, se posicionou contra algumas atitudes da Igreja. 

Segundo a autoridade eclesiástica, nem todas as atitudes da instituição estavam enquadradas nas regras propostas pela Bíblia, livro que deveria ser o guia principal para os cristãos. Para ele, a religião deveria ser reformulada, permitindo melhor valorização da fé, conhecimento das verdades bíblicas e maior liberdade de comunicação com Deus. 

Tais ideais se difundiram na sociedade e, pouco a pouco, se consolidou uma Reforma Protestante. Nesse caso, os cristãos que já não mais concordavam com as idéias Católicas e queriam se filiar a outras instituições do cristianismo. 

A Igreja, temendo perder fiéis e enfraquecer ainda mais sua influência sobre o contexto social, desenvolveu métodos conhecidos como Contrarreforma. Nesse caso, os opositores poderiam ser castigados fisicamente, padres jesuítas foram enviados Às colônias conquistadas (como o Brasil) para catequizar os povos, além de que alguns livros foram censurados e até mesmo queimados.

Iluminismo

Já no século XVII, mais próximo do fim da Idade Moderna, surgiu uma nova forma de racionalização, que é o iluminismo. Nessa corrente de pensamento, haviam novas propostas no âmbito político, econômico e social.

Envoltos em um processo de transformações religiosas, cada vez mais, os cidadãos se afastavam das explicações religiosas para a constituição do saber. Agora, eles queriam que os conhecimentos a respeito do mundo fossem acessados por meio da razão. Mas não se enganem, eles não negavam a existência de Deus, apenas acreditavam que Deus poderia lhes dar os raciocínios necessários para entender o universo.

Filósofos como René Descartes estão na Idade Moderna e representam o questionamento a respeito de tudo, como uma necessidade de conhecer cada detalhe por meio da razão. Em termos econômicos, o estudioso Adam Smith propôs maior liberdade de negociações e pensamento para a população, o que deu origem às muitas teorias por trás do capitalismo

Dessa forma, o pensamento iluminista foi importante para o desenvolvimento da racionalidade e da ciência, conhecimentos que são úteis até os dias atuais. Inclusive, o crescimento e desenvolvimento do iluminismo favoreceu uma mudança de pensamentos na França, com insatisfação e desejo de mudança — concepções que culminaram na Revolução Francesa em 1789.

+ Veja também: Racionalismo Moderno: principais pensadores e conceitos

Questões sobre Idade Moderna

(Enem Digital 2020) Sempre que se evoca o tema do Renascimento, a imagem que imediatamente nos vem à mente é a dos grandes artistas plásticos e de suas obras mais famosas, amplamente reproduzidas e difundidas até os nossos dias, como a Monalisa e a Última ceia, de Leonardo da Vinci, o Juízo final, a Pietá e o Moisés, de Michelangelo, assim como as inúmeras e suaves Madonas, de Rafael, que permanecem ainda como modelo mais frequente de representação da mãe de Cristo. Como veremos, de fato, as artes plásticas acabaram se convertendo num centro de convergência de todas as principais tendências da cultura renascentista.

SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Atual, 1988 (adaptado).

Esse movimento cultural, inserido no processo de transição da modernidade europeia, caracterizou-se pela

a) Validação da teoria geocêntrica.
b) Valorização da integração religiosa.
c) Afirmação dos princípios humanistas.
d) Legitimação das tradições aristocráticas.
e) Incorporação das representações góticas.

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