Gramática: tipos, divisões e características da Língua Portuguesa

Gramática: tipos, divisões e características da Língua Portuguesa

A gramática é a área da linguística que estuda as regras que compõem um discurso, como a disposição das vírgulas, acentuação das palavras, distribuição dos parágrafos e períodos, forma das palavras e seus sons. A seguir você encontrará um resumo desses temas, em relação a gramática da Língua Portuguesa.

Qual a função da gramática?

O conjunto de regras estabelecidas pela gramática são o padrão definido para a criação de uma norma culta. Isso importa, principalmente, na composição da linguagem formal, que aparece em diversos contextos, como tribunais, cerimônias religiosas, trabalhos acadêmicos, entre outros.

O estudo gramatical traz consigo os fatores objetivos, como as regras de colocação de vírgulas; mas também é subjetivo, em relação à escolha do indivíduo em utilizar ou não as normativas em uma determinada situação. Por fim, a gramática também é importante para o acesso a diversos tipos de textos e materiais, como artigos científicos e obras literárias mais rebuscadas.

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Gramática Normativa

A gramática normativa é a que mais se associa com a linguagem culta e formal. No Enem, por exemplo, é necessário que os participantes escrevam suas redações “em norma-padrão da Língua Portuguesa”, ou seja, que seus textos estejam alinhados com as regras gramaticais. 

No cotidiano essas regras não são aplicadas, uma vez que os discursos se estabelecem de maneira mais leve, fluida e menos engessada. Apesar disso, a padronização gramatical é ensinada nas escolas, além de ser essencial para a propagação da linguagem. Assim, tanto as variações linguísticas como a norma padrão são transmitidas e difundidas na sociedade.

Gramática descritiva e histórica

A gramática descritiva, por sua vez, tem um foco maior nas características das linguagens. Nesse caso, a preocupação maior não está centrada nas regras de certo ou errado, mas são observadas as particularidades de cada língua, com suas variações, coloquialidades e usos cotidianos. 

Já a gramática histórica se dedica à observação da linguagem ao longo do tempo, como sua evolução entre os séculos. Um bom exemplo do português brasileiro seriam os pronomes de tratamento que foram sintetizados ao longo do tempo, com mudanças que afetaram o discurso oral e o discurso escrito:

 Vossa Mercê → vossemecê → vosmecê → vosm’cê → voscê → você → ocê → cê 

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Gramática comparativa

A gramática comparativa tem busca a origem de uma linguagem e observa todas as outras línguas que partem do mesmo tronco linguístico. Nesse ponto, são relacionadas as regras e composições que se diferem ou se assemelham — é literalmente uma comparação entre o desenvolvimento de diferentes linguagens.

O português, por exemplo, é estudado junto com outras línguas de ascendência românica, como o italiano, o espanhol e o francês. 

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Áreas da gramática: fonologia

Como o nome indica, a fonologia se debruça sobre o som das palavras e letras na composição de uma linguagem. Para isso, foi definido que a menor unidade de som linguístico é um fonema e diversos desdobramentos partem desse conceito: por exemplo a acentuação gráfica das palavras — uma das principais maneiras de construir entonação, rimas e até mesmo figuras de linguagem.

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Gramática e ortografia

A ortografia é a área da gramática que pesquisa, descreve e traz regras sobre a escrita correta das palavras. É essa parte da Língua Portuguesa que monta definições como “antes de m só teremos p ou b” ou a importância dos dois erros.

Diante de uma prova de vestibular e redação, a ortografia é um dos principais tópicos para ter atenção. A escrita correta das palavras no texto dissertativo do Enem pode ser crucial para garantir a nota máxima na componente que avalia essa habilidade. Por isso, mantenha-se atualizado em relação à escrita de palavras, aumente seu contato com materiais escritos e procure aumentar seu vocabulário com leituras.

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Segue em anexo ou segue anexo: veja qual é a forma correta?

Morfologia

A morfologia estuda a classificação, forma e estrutura das palavras. Esse entendimento é crucial para a construção de frases e entendimento do que uma palavra quer dizer.

Sabemos, por exemplo, que o “chorar” é um verbo e que não faz sentido dizer que “Mateus é chorar”. Essa percepção parte da morfologia, que atribui uma classificação  e conceito para cada palavra, sejam substantivos, adjetivos, verbos, conjunções ou outras classes gramaticais

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Substantivo

Morfologicamente, um substantivo é definido como aquela palavra que representa ou refere um ser, um objeto, ou um lugar. Essa classe de palavras, na gramática, é sempre variável: 

  • em termos de número, ou seja, pode ser singular ou plural;
  • em seu gênero, de maneira que pode ser feminino ou masculino; e 
  • em seu grau, já que pode ser maximizado (grau superlativo) ou minimizado (grau diminutivo). Acompanhe o exemplo.

Para o substantivo “garota” podem ser extraída as seguintes variações:

  • garota ou garotas;
  • garoto ou garota; e
  • garotinha ou garotona.

Adjetivo

Adjetivos são palavras que têm a função de atribuir uma qualidade ou característica para algo ou alguém. Assim como os substantivos eles podem ser variados em gênero, número e grau. 

Eles aparecem sempre associados a outra palavra, que é o substantivo que está sendo qualificado. No exemplo “A garota é inteligente”, o adjetivo inteligente se liga ao substantivo garota para atribuir uma qualidade a esse sujeito.

+ Veja também: Adjetivos no Enem: como é cobrado o assunto?

Verbo

Verbos são palavras que expressam uma ação, como correr, andar, falar, viver, comer, beber, entre outros exemplos. Eles também podem expressar um estado, um movimento ou um fenômeno meteorológico. 

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Conjunção

As conjunções aparecem nos discursos como uma ponte entre duas ideias ou palavras. O “e” é o termo mais comum que aparece com a função de unir os conceitos. Acompanhe com os exemplos:

  • Curta e compartilhe; e
  • Eu, ele e meu irmão.

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Advérbio

Advérbios são palavras que têm a capacidade de modificar um verbo, tornando mais ou menos intenso, por exemplo. Existem diversos tipos de alterações adverbiais possíveis: intensidade, modo, tempo, lugar, afirmação, negação e dúvida. 

  • Eu te amo muito; e
  • Talvez eu estarei na reunião amanhã.

+ Veja: Dicas de Língua Portuguesa para quem vai prestar o Vestibular da UECE

Artigo

Os artigos são termos que antecedem os substantivos e são capazes de conferir gênero e número para eles. São de dois grupos: determinados (a, as, o, os) e indeterminados (um, uns, uma, umas).

Seu entendimento é muito importante também na escolha entre adicionar ou não acento crase em uma situação hipotética. Isso acontece porque o próprio acento grave pode representar a fusão entre um artigo determinado e uma preposição, por exemplo.

Interjeição

São palavras ou expressões que traduzem um sentimento, emoção ou circunstância de maneira única. As interjeições não precisam de um complemento para fazerem sentido: são inteiras em si mesmas.

A interjeição “ai” exprime uma ocasião de dor, a palavra “cruzes” remete ao sentimento de medo, por exemplo.

Numeral

Numerais são termos que possibilitam a contagem ou ordenação de objetos ou pessoas a partir de palavras. Em sua forma mais simples são a expressão gramatical dos algarismos (um, dois, três, quatro, cinco, seis) — são os numerais cardinais.

Quando as palavras têm a função de ordenar algo, são chamadas de “numerais ordinais”, como primeiro, segundo, terceiro, centésimo, milésimo e assim por diante.

+ Veja também: Concordância Nominal: conceitos e aplicações!

Pronome

Pronomes são palavras que substituem as outras em um discurso. Para os vestibulandos essa classe gramatical tem muita importância, pois o domínio sobre ela permite que os termos não fiquem repetitivos ao longo do texto.

Na questão interpretativa, compreender a qual palavra o pronome está se referindo é essencial para o correto entendimento do texto e, muitas vezes, para a resolução de questões.

+ Veja: Pronomes no Enem: como é cobrado o assunto?

Preposição

As preposições são palavras invariáveis que também fazem a união entre dois termos da oração. Geralmente, a preposição relaciona um objeto indireto a um verbo, trazendo uma relação importante entre eles. Nas frases abaixo, elas estão destacadas:

  • Ele se referia a ela; e
  • Meu namorado acredita em nós;
  • Sua família fez de tudo por mim.

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Mim e me: qual a diferença e quando aplicar?

Sintaxe

A sintaxe, por sua vez, busca estabelecer padrões e parâmetros para as frases. É a partir dessa ciência que são definidos os conceitos de sujeito, predicado, complementos nominais e verbais, entre outros.

De maneira geral, então, o estudo sintático permite entender a relação entre cada palavra em um período, seja ele simples ou composto. Essa ferramenta, além de ser importante para a interpretação textual no Enem, também confere maior habilidade na escrita, evitando ambiguidades e erros de pontuação, por exemplo.

+ Veja também: Dicas para melhorar sua interpretação de texto para o Enem
Figuras de Sintaxe: o que são e como se classificam; veja exemplos

Sujeito

O sujeito de uma oração é aquele que está sendo comentado na oração. Entende-se que ele pode aparecer como um substantivo indeterminado, um pronome, um nome ou até mesmo estar oculto na oração. Veja os sujeitos em negrito:

  • Rafael fez cursos de primeiros socorros; e
  • A menina estava estudando.

Predicado

O predicado de uma oração é tudo aquilo que faz referência ao sujeito — o que está sendo afirmado ou negado a respeito dele. Como o que está destacado na frase “O rapaz resolveu pedir sua namorada em casamento

Semântica

Semântica é o ramo da gramática que busca compreender os vocábulos a partir de seu significado. O entendimento semântico é o que possibilita a correta transmissão do conteúdo em uma redação, bem como facilita a interpretação dos enunciados.

Questão de vestibular sobre gramática

Enem 2017 

Nuances

Euforia: alegria barulhenta.
Felicidade: alegria silenciosa.
Gravar: quando o ator é de televisão.
Filmar: quando ele quer deixar claro que não é de televisão.
Grávida: em qualquer ocasião.
Gestante: em filas e assentos preferenciais.
Guardar: na gaveta.
Salvar: no computador.
Salvaguardar: no Exército.
Menta: no sorvete, na bala ou no xarope.
Hortelã: na horta ou no suco de abacaxi.
Peça: quando você vai assistir.
Espetáculo: quando você está em cartaz com ele.

 DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado)

O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é apresentada considerando-se a(s)

a) alternâncias na sonoridade.
b) adequação às situações de uso.
c) marcação flexional das palavras.
d) grafia na norma-padrão da língua.
e) categorias gramaticais das palavras.

No texto, o autor mostra como a escolha de palavras está atrelada ao contexto de uso — o que se demonstra tanto pela variação linguística, como pela escolha semântica dos termos.

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