Machado de Assis foi um dos maiores escritores brasileiros, e atuou também como jornalista, repórter, crítico teatral, crítico literário, contista, poeta, cronista e dramaturgo.
Conhecido por sua habilidade em explorar as complexidades da sociedade e da alma humana, ele foi figura central na construção da literatura brasileira moderna, sendo inspiração para as próximas escolas literárias que ocorreram no Brasil e influenciando nomes como Carlos Drummond de Andrade e Lima Barreto.
Muitos de seus livros, como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, O Alienista, Helena e Dom Casmurro, são frequentemente cobrados nos diversos vestibulares brasileiros, seja como obra obrigatória ou mesmo como referência sobre diversos assuntos históricos e sociais.
Por sua indiscutível relevância, o Portal Estratégia Vestibulares listou 11 citações de Machado de Assis para serem usadas nas redações dos vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Confira mais sobre a trajetória do escritor e suas frases icônicas!
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Quem foi Machado de Assis?
Filho de escravos alforriados, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no morro do Livramento, no Rio de Janeiro, em 1839, enquanto a capital fluminense ainda era a capital do então Império do Brasil. Sua infância foi marcada por dificuldades econômicas e pela morte precoce de sua mãe, quando ainda era muito jovem.
Ele teve uma educação formal limitada, mas foi autodidata e, com o tempo, se tornou um dos maiores intelectuais do Brasil. Sua primeira publicação ocorreu em 1854, aos 15 anos, o soneto “Ilustríssima Senhora D.P.J.A”, no Periódico dos Pobres, um jornal do Rio de Janeiro.
Ele iniciou sua carreira literária com influências do romantismo, mas foi nos movimentos realista e naturalista que se destacou, especialmente com obras que fazem críticas profundas à sociedade brasileira da época. Em seus romances e contos, ele abordou temas como a hipocrisia social, a moralidade, a política e as complexas relações humanas.
Seu estilo é marcado pela ironia, pela análise psicológica dos personagens e pelo olhar crítico sobre as instituições sociais e políticas. Entre suas obras mais conhecidas estão Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Primo Basílio, O Alienista, Quincas Borba, Esaú e Jacó e Helena.
No total, o autor escreveu cinco livros de poesia, 10 peças teatrais, 10 romances, 216 contos e mais de 600 crônicas. Sua última obra publicada em vida foi o livro “Memorial de Aires”, em 1908, mesmo ano de sua morte.
Além de escritor, Machado de Assis foi poeta, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, repórter, crítico literário e tradutor. Ele fundou, em 1897, a Academia Brasileira de Letras e foi seu primeiro presidente, cargo que ocupou até sua morte. Por meio de suas obras, ele ajudou a moldar a literatura e a cultura brasileiras de maneira definitiva.
1 – “Creia em si, mas não duvide sempre dos outros.” – Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Essa frase aparece em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, uma obra fundamental do Realismo brasileiro. O protagonista, um defunto autor, conta sua história de maneira cínica e irônica, frequentemente questionando os valores sociais e o comportamento das pessoas.
A frase sugere um equilíbrio entre acreditar em si mesmo e não ser excessivamente desconfiado em relação aos outros. Em uma redação sobre o individualismo na sociedade moderna, por exemplo, pode-se argumentar que o excesso de desconfiança pode enfraquecer os laços comunitários e dificultar a cooperação.
Além disso, a frase também pode ser aplicada em debates sobre fake news, destacando a importância de um pensamento crítico sem cair no ceticismo extremo.
2 – “A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.” – Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Brás Cubas revisita sua trajetória com um olhar cínico e distanciado, e essa citação sugere que a vida sem desafios e enfrentamentos seria estagnada e sem propósito, como um “mar morto”.
Em uma redação sobre resiliência e enfrentamento de dificuldades, é possível usá-la para argumentar que a luta é essencial para o crescimento humano. A citação também pode ser aplicada em temas relacionados ao conformismo, defendendo que a ausência de desafios leva à estagnação individual e coletiva.
3 – “Botas…as botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar.” – Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
Esta é uma adaptação da citação também presente no livro “Memórias de Brás Cubas”. Nela, o narrador reflete sobre como a dor e o desconforto podem, paradoxalmente, intensificar a sensação de alívio e prazer.
A metáfora das botas apertadas sugere que os sofrimentos da vida tornam os momentos de felicidade mais significativos. Esse pensamento reflete a visão cética e desencantada do protagonista, que observa a existência sob uma ótica sarcástica e muitas vezes pessimista.
Essa citação pode ser usada para discutir a dualidade entre sofrimento e prazer, destacando como as dificuldades podem tornar as conquistas mais valiosas.
4 – “Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.” – conto O Empréstimo
Essa frase aparece no conto “O Empréstimo” e reflete o humor ácido e a visão crítica de Machado de Assis sobre a hipocrisia social. A ideia expressa é que, muitas vezes, as pessoas só são elogiadas ou reconhecidas após a morte, quando já não podem usufruir das honras.
Essa crítica atinge tanto a sociedade quanto os indivíduos que esperam a morte de alguém para exaltá-lo, evitando conflitos ou ressentimentos em vida. Em uma redação sobre o reconhecimento póstumo de artistas e cientistas, por exemplo, pode-se argumentar que a sociedade frequentemente negligencia talentos em vida e só os enaltece após sua morte.
5 – “A mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração.” – Dom Casmurro (1899)
A frase adaptada do livro “Dom Casmurro” traz a reflexão de Bentinho, o protagonista, sobre a natureza da mentira, sugerindo que ela pode ser instintiva e inconsciente, assim como a respiração.
Essa visão se encaixa na construção psicológica do personagem, que, ao longo do livro, se mostra obsessivo e pouco confiável, levantando questionamentos sobre a veracidade de sua narrativa.
A citação pode ser utilizada para discutir temas como a desinformação, a construção da verdade, a manipulação de narrativas e a ignorância com relação aos impactos das fake news.
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6 – “A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente.” – Dom Casmurro (1899)
Essa frase reflete a visão pragmática e, ao mesmo tempo, melancólica de Bentinho sobre a vida. O narrador destaca como os deveres sociais e morais muitas vezes prevalecem sobre os desejos individuais.
Isso se repercute com a trajetória do próprio Bentinho, que se vê pressionado por obrigações familiares e religiosas, como sua entrada no seminário. A citação ilustra a ideia de que, apesar das vontades pessoais, a sociedade impõe regras que precisam ser seguidas.
É possível também atrelar a citação às discussões sobre ética, demonstrando que a vida em sociedade exige o cumprimento de regras, mesmo quando contrariam interesses pessoais.
7 – “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.” – Ressurreição (1872)
Essa frase está presente no romance “Ressurreição”, a primeira obra publicada por Machado de Assis. A narrativa gira em torno do relacionamento entre Félix e Lívia, abordando os desafios e complexidades do amor.
A citação reflete a visão madura de Machado sobre o amor, destacando que cada pessoa expressa seus sentimentos de maneira única e que o mais importante é a capacidade de amar, independentemente da forma como isso se manifesta.
Essa citação pode ser usada para discutir a diversidade das relações humanas, o respeito às diferentes formas de amar, a tolerância e a aceitação.
8 – “A arte de viver consiste em tirar o maior bem do maior mal.” – Iaiá Garcia (1878)
Essa frase aparece em “Iaiá Garcia”, último romance da fase romântica de Machado de Assis. A obra narra os dilemas amorosos e sociais de personagens inseridos em uma sociedade marcada por convenções rígidas.
A citação sugere que a verdadeira sabedoria está em transformar adversidades em oportunidades. Esse pensamento antecipa a visão mais crítica e realista que Machado desenvolveria em suas obras posteriores.
9 – “A mentira e a verdade tanto mais se parecem quanto as observações se preocupam de ambas.” – conto Aurora sem Dia
Essa citação aparece no conto “Aurora sem Dia” e retrata a subjetividade da verdade. Machado sugere que, quanto mais se discute e analisa uma mentira ou uma verdade, mais elas podem se confundir, tornando difícil a distinção entre ambas.
Esse pensamento se encaixa no estilo machadiano de explorar a ambiguidade e a complexidade das relações humanas, especialmente no que se refere à construção de narrativas e percepções.
Em uma redação sobre a influência das redes sociais na disseminação de desinformação, pode-se argumentar que, quanto mais uma mentira é debatida e reforçada, mais ela se torna aceitável. Também pode ser aplicada a temas filosóficos, como o relativismo da verdade, mostrando que a percepção dos fatos depende da forma como são apresentados e interpretados.
10 – “A loucura, objeto dos meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente.” ― O Alienista (1882)
A frase é dita em O Alienista, um dos contos mais famosos de Machado de Assis. Na história, o médico Simão Bacamarte dedica-se ao estudo da loucura e decide internar todos aqueles que considera insanos, ampliando progressivamente sua definição de insanidade até questionar a própria razão.
A citação reflete a transformação do protagonista, que inicialmente via a loucura como algo isolado e raro, mas, com o tempo, começa a suspeitar que ela é mais ampla e presente do que imaginava.
Essa citação pode ser utilizada para discutir a linha tênue entre razão e loucura, bem como os limites do conhecimento humano. Em uma redação sobre saúde mental, pode-se argumentar que o conceito de loucura é muitas vezes socialmente construído e mutável.
Também pode ser aplicada a temas sobre intolerância e autoritarismo, mostrando como certas ideias dominantes podem rotular como “insanos” aqueles que divergem da norma, restringindo sua liberdade.
11 – “Nada tenho que ver com a ciência; mas, se tantos homens em quem supomos juízo são reclusos por dementes, quem nos afirma que o alienado não é o alienista?” ― O Alienista (1882)
Essa citação reflete a ironia e a crítica social que perpassam toda a obra e sugere que, enquanto a sociedade pode considerar certos indivíduos “normais” e com “juízo”, a linha entre sanidade e loucura é muito mais tênue do que se imagina.
A pergunta retórica “quem nos afirma que o alienado não é o alienista?” coloca em dúvida a autoridade do especialista (neste caso, o alienista) para definir o que é saneamento e o que é loucura, levando à reflexão sobre a subjetividade das normas.
Essa citação pode ser usada para questionar os padrões sociais de normalidade, regimes autoritários, liberdade individual, preconceito, reflexão sobre as certezas estabelecidas, saúde mental, ciência e psicologia.
Por exemplo, em uma redação sobre liberdade de expressão, essa frase pode ser usada para questionar a autoridade de qualquer instituição ou grupo que tenha o poder de silenciar pessoas que pensam de forma diferente. Assim como o “alienista” tenta controlar aqueles que ele considera “alienados”, alguns que estão no poder tentam controlar as vozes que desafiam suas ideias ou o sistema.
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