7 citações de Jorge Amado para usar na redação

7 citações de Jorge Amado para usar na redação

Com 49 obras publicadas e uma lei de sua autoria que vigora até hoje, o escritor baiano foi um importante nome da literatura e da política nacional

Com dezenas de obras publicadas, Jorge Amado foi um escritor da segunda geração do Movimento Modernista na literatura, a chamada geração de 30, e seus romances eram caracterizados, entre outras coisas, pelo realismo, antirromantismo, determinismo e críticas sociopolíticas.

Seus livros são muito abordados por vestibulares, já tendo figurado como leitura obrigatória da Fuvest, no vestibular 2016, e aparecido em questões de instituições como o ITA e a Cásper Líbero. Além de seus trabalhos com literatura, Jorge também foi político e deputado federal, com contribuições legislativas importantes até os dias de hoje.

Veja mais sobre seu trabalho político e literário e conheça citações de Jorge Amado que podem ser usadas na redação do seu próximo vestibular.

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Quem foi Jorge Amado?

Jorge Leal Amado de Faria nasceu em 1912, em Itabuna, no sul da Bahia. Filho de fazendeiros de cacau, mudou-se com a família para a cidade de Ilhéus quando tinha um ano de idade e lá se manteve até ir cursar o equivalente ao Ensino Médio em Salvador.

Durante seu tempo na capital, Jorge Amado começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes — grupo de jovens autores independentes. Foi ainda em Salvador que, em 1931, publicou seu primeiro livro, o romance “O país do carnaval”.

Em 1935, já casado e pai, o escritor mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ), onde se formou na Faculdade Nacional de Direito. Nesse período, Jorge já fazia parte do Partido Comunista Brasileiro (PCB), e nos anos seguintes, de 1941 a 1942, precisou exilar-se na Argentina e no Uruguai, durante a ditadura de Getúlio Vargas.

Ao fim da Era Vargas, em 1945, Amado retornou ao Brasil e foi eleito como deputado mais votado pelo estado de São Paulo para a Assembleia Constituinte, ainda sob a legenda do PCB. Nessa mesma época, o escritor criou a lei, que ainda está em vigor, para assegurar o direito à liberdade de culto religioso.

Dois anos mais tarde, seu partido voltou a ser perseguido e ele fugiu novamente para o exílio com seus filhos e sua segunda esposa, a também escritora Zélia Gattai (1916 – 2008), onde ficou de 1947 a 1955. De volta ao Brasil, Jorge se manteve como quadro do partido mas se afastou da militância, dedicando-se à literatura.

No total, o autor publicou 49 livros, que foram traduzidos para 49 idiomas diferentes, ganharam adaptações na TV, no cinema, no teatro e em enredos carnavalescos, além de receberem diversos prêmios nacionais e internacionais. 

Jorge Amado faleceu aos 88 anos, em no ano de 2001, na cidade de Salvador, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

Citações de Jorge Amado

A seguir, conheça uma seleção de frases do escritor, e seus respectivos contextos:

1 – “Mas enquanto houver miséria, enquanto houver Terceiro Mundo, pode ter certeza, meu amigo, que não haverá paz no mundo”

Em entrevista ao Jornal da Tarde, do Grupo Estadão, em 1992, Jorge Amado falou sobre política e as disputadas de países chamados de Primeiro Mundo pela exploração daqueles que são considerados de Terceiro Mundo, além dos movimentos de resistência e revolta dos países mais pobres.

2 – “É necessário que os países do Primeiro Mundo entendam que é preciso preservar também cidades como Salvador, não apenas Roma ou Paris”

Já em uma entrevista anterior, concedida em 1991 para o jornal O Globo, o escritor que nasceu e viveu a maior parte da vida no estado da Bahia, falou sobre a má conservação do Pelourinho, parte do centro histórico e ponto turístico da capital Salvador.

3 – “Não acredito em literatura latino-americana, acho este termo muito colonialista. Mas cada país do continente tem sua literatura, muito boa, por sinal”

Criado na Espanha, em 1990, o Prêmio União Latina tem como objetivo valorizar a herança cultural da literatura dos países latinos. E em 1991, Jorge Amado participou do júri da premiação, mesmo tecendo críticas à iniciativa quando foi entrevistado pelo jornal O Globo.

4 – “O capitalismo conserva-se o mesmo sistema frágil e injusto, produtor de guerras, de miséria, baseado no lucro, na ânsia do dinheiro. São razões muito miseráveis”

Em 1989, o Muro de Berlim, que dividia a capital alemã entre os sistemas econômicos do socialismo e do capitalismo, foi derrubado e o capitalismo completamente reinstaurado na cidade. O acontecimento é um marco da dissolução da União Soviética, maior país socialista da época, e causou um baque nos movimentos socialistas ao redor de todo o mundo.

Ao ser questionado sobre sua confiança no socialismo, também pelo jornal O Globo, Jorge Amado opinou com a frase citada.

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5 – “O socialismo não depende de você, nem de mim, nem de ninguém. O socialismo é a marcha inexorável da humanidade que marcha pra frente”

Ainda opinando sobre socialismo, dessa vez para o Jornal da Tarde, em 1988, o escritor aponta que, em sua visão, a instauração do sistema econômico era inevitavelmente o futuro da humanidade.

6 – “Nossas elites são, de fato, extremamente preconceituosas, não merecem grande atenção”

Ao ser entrevistado pelo jornal O Estado de São Paulo, em 1996, Jorge Amado opinou sobre o preconceito da elite brasileira sobre suas obras. Entre os personagens mais famosos do autor estão Gabriela (do livro “Gabriela, Cravo e Canela”, de 1958), uma retirante e empregada doméstica; e Pedro Bala (de “Capitães da Areia”, publicado em 1937), um adolescente em situação de rua.

Para Josélia Aguiar, biógrafa de Jorge Amado, “se você escreve um pouco mais de sociedade, dizem que você virou sociólogo, é uma forma de exclusão e de manter o espaço da literatura como de elite. E Jorge Amado subvertia isso, porque os personagens dele eram o povo”.

7 – “A novela leva a milhões de pessoas a imagem de personagens de romance, que ficariam restritas a públicos bem menores”

Os livros de Jorge Amado foram adaptados dez vezes como telenovelas, em exibições inéditas e remakes, entre as obras escolhidas pelo audiovisual estão “Gabriela, Cravo e Canela”, “Dona Flor e seus Dois Maridos”, “Tieta” e “Capitães da Areia”.

O autor valorizava esse tipo de representação artística e se mostrou favorável às adaptações em entrevista ao jornal O Globo, em 1988.

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