Filósofa, escritora e professora, Silvia Federici é mundialmente reconhecida por seus trabalhos relacionados ao feminismo e à visibilidade do trabalho doméstico e de cuidado. Suas contribuições são essenciais em temas de redação como a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, que abordou “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
Por isso, o Portal Estratégia Vestibulares reuniu frases da filósofa que podem ser usadas como citações na sua redação. Confere aí:
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Quem é Silvia Federici?
Nascida na Itália, em 1942, Silvia Federici é uma filósofa, escritora e professora feminista anticapitalista. Aos 25 anos, mudou-se para os Estados Unidos, onde estudou Filosofia na Universidade de Búfallo, e antes de deixar o país, ainda participou na fundação do Coletivo Feminista Internacional, que reinvidicava a remuneração pelo trabalho doméstico.
Na década de 1980, Frederici mudou-se para a Nigéria, onde foi professora na Universidade de Port Harcourt e no New College da Universidade Hofstra. Por lá, também acompanhou a organização feminista “Mulheres na Nigéria” e foi cofundadora do Comitê para a Liberdade Acadêmica na África.
Suas pesquisas e trabalhos na Filosofia e na Literatura tem como foco o trabalho doméstico sob uma perspectiva anticapitalista e de crítica ao neoliberalismo. Algumas de suas principais obras são os livros “Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva”, de 2004, e “Mulheres e caça às bruxas”, publicado em 2019.
Citações Silvia Federici
A seguir, conheça uma seleção de frases da filósofa, bem como seus contextos:
1 – “A violência é uma constante na vida das mulheres no capitalismo”
A frase expressa uma ideia constante nas obras e opiniões públicas de Silvia Federici, que entende que a violência contra mulheres não ocorre de forma isolada ou acidental, mas que precisa existir como parte estrutural do modo de produção capitalista.
2 – “O que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não remunerado”
Durante a década de 1970, a frase foi cunhada pela filósofa no contexto da campanha “Salários para o Trabalho Doméstico”, criada pelo Coletivo Feminista Internacional. A citação também aparece no livro “Salários Contra o Trabalho Doméstico”, de Federici, que serviu como material de divulgação da campanha.
3 – “O controle da reprodução foi uma condição necessária para a acumulação capitalista”
Na frase, que aparece no livro “O Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva”, de 2004, a filósofa reflete sobre como o capitalismo impôs moralidade, leis e forçou o corpo feminino ao trabalho doméstico e de cuidado não remunerado para que a reprodução de uma força de trabalho assalariado desvalorizada continuasse existindo.
4 – “Negar valor ao trabalho reprodutivo é negar valor à própria vida das mulheres que o realizam e à reprodução da força de trabalho”
Ainda em “O Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva”, Silvia aponta que a invisibilização do trabalho reprodutivo (seja de gestar ou de cuidar) desvaloriza a vida das mulheres, que são responsáveis por ele, e das pessoas no geral, que dependem dele para existir.
5 – “O capitalismo depende da exploração de trabalho que é invisível e não contabilizado: trabalho doméstico, trabalho sexual, cuidado com crianças e doentes”
Assim como Silvia Federici acredita que a violência contra a mulher é estrutural no capitalismo (citação 1), no livro “Revolução no Ponto Zero: Trabalho Doméstico, Reprodução e Luta Feminista”, de 2012, ela reforça que o trabalho “invisível” de cuidado, que permite a manutenção das forças produtivas, também é essencial ao capitalismo.
6 – “O feminismo deve ser pensado como um movimento que questiona a própria base do poder econômico, e não apenas como uma luta por direitos individuais”
Novamente na obra “Revolução no Ponto Zero: Trabalho Doméstico, Reprodução e Luta Feminista”, Federici critica as limitações do movimento feminista, destaca a importância de direitos individuais como equidade salarial e direito ao voto, mas aponta a necessidade da ruptura com o capitalismo, sistema o qual aponta em suas obras como opressor das mulheres.
7 – “O feminismo não é uma escada para que a mulher melhore sua posição, que entre em Wall Street, não é um caminho para que encontre um lugar melhor dentro do capitalismo”
Na mesma linha de crítica ao feminismo como um movimento de reivindicações individuais, Silvia apontou, em entrevista ao jornal El País, como a inserção de algumas mulheres nas estruturas do capitalismo não o faz, no seu ponto de vista, menos prejudicial à totalidade das mulheres.
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