O tão aguardado dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproxima e por aqui, seguimos com as dicas para te ajudar na sua tão almejada aprovação. O segundo texto da série sobre os erros na redação do Enem mais comuns em cada competência do exame traz tudo o que você precisa saber sobre a Competência 2.
Se você está chegando agora e ainda não viu o primeiro texto da série, falamos sobre a competência um “Domínio da escrita formal da língua portuguesa”, explicando como driblar cada um dos erros e atingir a nota máxima nesse eixo de avaliação. Afinal, para atingir a nota mil é preciso entender cada detalhe do que é exigido pelos avaliadores.
Confira também os outros textos da série:
Competência 1 da redação do Enem;
Competência 3 da redação do Enem;
Competência 4 da redação do Enem; e
Competência 5 da redação do Enem.
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O que se espera da Competência 2 da redação do Enem?
A competência 2 exige do aluno: “Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa”.
A professora Carol Mendonça explica que o eixo tem a ver com a “validação do candidato com relação ao que ele entendeu sobre o tema, ou seja, se ele realmente compreendeu a proposta de redação”.
Na matriz de referência 2 da cartilha de redação do Enem feita pelo Inep, são destacadas as seguintes recomendações oficiais:
- Leia com atenção a proposta da redação e os textos motivadores, para compreender bem o que está sendo solicitado;
- Reflita sobre o tema proposto para definir qual será o foco da sua discussão, isto é, para decidir como abordá-lo, qual será o ponto de vista adotado e como defendê-lo;
- Não copie trechos dos textos motivadores. A recorrência de cópia é avaliada negativamente e fará com que sua redação tenha uma pontuação mais baixa ou até mesmo seja anulada como Cópia;
- Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores. Você pode se apropriar dessas ideias para construir sua argumentação, mas não deve se esquecer de utilizar informações de outras áreas do conhecimento (repertório sociocultural);
- Utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo. Essas informações devem ser pertinentes ao tema e usadas de modo produtivo no seu texto, evidenciando que elas servem a um propósito muito bem definido: ajudá-lo a validar seu ponto de vista. Isso significa que essas informações devem estar articuladas à discussão desenvolvida em sua redação. Informações e citações soltas no texto, por mais variadas e interessantes que sejam, perdem sua relevância quando não associadas produtivamente à defesa do ponto de vista desenvolvido em seu texto; e
- Mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: fuga total ou tangenciamento ao tema.
Além disso, o eixo também avalia os repertórios socioculturais trazidos pelo estudante para argumentar e criar uma tese com relação ao que está sendo exigido na proposta de redação. Veja abaixo como é atribuída a pontuação nesse eixo de avaliação.
200 pontos | Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo. |
160 pontos | Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão |
120 pontos | Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta domínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão. |
80 pontos | Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão |
40 pontos | Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio precário do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de outros tipos textuais. |
0 ponto | Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa. Nestes casos a redação recebe nota zero e é anulada. |
A cartilha de redação do Enem lembra que o texto argumentativo “É mais do que uma simples exposição de ideias; por isso, você deve evitar elaborar um texto de caráter apenas expositivo, devendo assumir claramente um ponto de vista”.
Ou seja, aqui o que mais rende perda de pontos é a fuga do tema e do modelo da dissertação. Então treine e certifique-se que domina o formato exigido. Porém, o Estratégia Vestibulares vai além e te conta o que os órgãos oficiais não te contam. Então se liga nessas dicas da professora Carol Mendonça e não cometa mais esses erros na sua redação do Enem.
Dois erros na redação do Enem comuns na competência 2
A competência 2 é, portanto, a que rege a adequação ao tema em todos seus sentidos. Desde a interpretação da proposta de redação, adequação ao tema e o uso de repertórios socioculturais adequados à argumentação e ao que é exigido pela proposta.
Pensando nisso, a professora Carol Mendonça preparou os dois erros mais comuns da competência 2:
Erro 1: Não consideram cada uma das palavras da proposta de redação
A professora pede muita atenção na hora de ler e interpretar a proposta, que deve ser levada ao pé da letra. Ela explica que uma palavra pode mudar completamente o sentido daquilo que deve ser desenvolvido pelo candidato, por isso é importante ler cada uma das palavras, compreendendo o sentido como um todo.
“O tema é normalmente uma frase grande e elaborada e, mesmo se for um enunciado pequeno, deve ser interpretado com cuidado”, explica. Ela dá o exemplo do tema da redação do Enem 2015 “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
Aqui não se trata de convencer o avaliador sobre a existência da violência contra a mulher e nem de trazer repertórios que fujam da realidade brasileira, como filmes, séries e autores de outros países, como os norte-americanos, por exemplo.
Se é utilizada a palavra “persistência”, devemos levar em conta que já foram tomadas ações que não estão funcionando. Ou seja, apesar das ações, esforços e de tudo o que vem sendo feito em diversos setores, a violência persiste. Nesse caso, a reflexão deve ser feita no sentido de compreender o que tem sido feito, porque não está funcionando e o que mais pode ser feito para solucionar o problema.
“Muitos alunos falaram sobre violência, a importância do combate, maneiras de impedir, propostas de lei, incentivo do governo ao debate, mas você caminha apenas para parte da nota. Não se alcança a nota inteira porque o tema não era só esse”, comenta.
No caso dos que citaram a criação de leis, por exemplo, desconsideraram que essa lei já existe e é a Maria da Penha. Nesse sentido, essa sugestão foi considerada pelos avaliadores como uma não-compreensão da proposta de redação e, portanto, foi descontado pontos.
Por isso, é muito importante prestar atenção em cada uma das palavras para saber direcionar a proposta ao que ela pede de maneira exata.
Erro 2: os repertórios não contemplam a regra “Legitimado, Pertinente e Produtivo”
No blog do Estratégia Vestibulares temos falado bastante sobre os repertórios, sempre trazendo dicas de uma série de conteúdos como filmes, livros, séries, produções artísticas, alusões históricas e citações consagradas que podem ser utilizadas como repertório sociocultural que fortalece a argumentação e enriquece o texto dissertativo.
Porém, ressaltamos aqui que o uso desses repertórios não devem ser feitos de forma indiscriminada, ou seja, é preciso cautela pois esses repertórios precisam fazer sentido no texto e dialogar com o tema.
Para facilitar o entendimento de como isso funciona na prática, a professora Carol Mendonça criou uma regrinha: o repertório precisa ser legitimado, pertinente e produtivo:
Legitimado
É preciso que ele seja proveniente de uma fonte confiável, é preciso que você tenha domínio sobre o que está sendo dito e que haja exatidão sobre o repertório que está sendo trazido. Por exemplo, não adianta trazer um repertório de alusão histórica se o contexto ou a data estiver errada ou os fatos distorcidos.
Pertinente
O repertório que está sendo trazido realmente tem a ver com o tema? Traz uma contribuição efetiva para o debate a ponto de contribuir para convencer o avaliador sobre o seu argumento ou tese? É um repertório questionável ou há um consenso sobre ele?
Produtivo
Esse repertório vai fazer o leitor refletir? Ele já foi usado tantas vezes que se tornou um clichê? É óbvio demais a ponto de parecer banal? Ele vai trazer credibilidade ao texto ou só vai ocupar linhas?
Lembre-se: o repertório não é sobre o que você gosta ou acha, mas sim sobre fatos comprovados e consensuais. Se você não tiver certeza sobre aquilo que está trazendo sobre ele ou se ele não fizer sentido com o debate e, ainda, se não respeitar a regrinha acima, é melhor não usá-lo.
“É importante demonstrar que você consegue associar conhecimentos de fora com a escrita da redação e a construção do seu texto. Não precisa ser algo mecanizado”, finaliza a professora.
Redação nota mil com o Estratégia Vestibulares
Com os cursos de redação do Estratégia Vestibulares, todos esses erros não serão mais cometidos. Temos todo o conteúdo, aulas e materiais para você treinar sua redação, que será corrigida por um time top de linha. Assim, você vai poder colocar em prática tudo o que está aprendendo.
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