Desde 2022, o dia 19 de abril ficou instituído, pela Lei 14.402, como “Dia dos Povos Indígenas”, substituindo o antigo “Dia do Índio”. A mudança na nomenclatura da data veio da ideia de abranger e respeitar as diferenças étnicas, culturais, de idiomas e etc. dos diversos povos originários que vivem no Brasil.
A data celebra a existência de 305 etnias, falantes de 274 línguas diferentes, que juntos somam 1,7 milhões dos mais de 203 milhões de brasileiros contabilizados pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022.
No texto a seguir, o Portal Estratégia Vestibulares reuniu citações dos principais pensadores indígenas brasileiros da atualidade, que integram oito etnias diferentes, e podem contribuir para o repertório sociocultural da sua redação no vestibular. Confira:
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1- “Esse olhar para o futuro aliena as pessoas para a necessidade mais imediata de construirmos nossa existência no presente” — Daniel Munduruku
Nascido no povo indígena Munduruku, no Pará, Daniel é professor, escritor, ativista filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) e ator. Seu trabalho como autor já rendeu 62 livros publicados e suas obras são voltadas para o público infanto-juvenil, tendo como tema principal a diversidade cultural indígena.
A citação escolhida vem de uma entrevista de Daniel para Agência Brasil, em comemoração ao Dia dos Povos Indígenas, em 2024. Na ocasião, o autor foi convidado a imaginar o futuro dos povos originários e criticou a ideia, vinda de povos não indígenas, de pensar apenas no futuro.
2- “Estamos a tal ponto dopados por essa realidade nefasta de consumo e entretenimento que nos desconectamos do organismo vivo da Terra” — Ailton Krenak
Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu na comunidade indígena dos Krenak, na região do Médio Rio Doce, em Minas Gerais. Além de ser um filósofo, ambientalista e escritor, Ailton participou das fundações da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI) e militou pela inclusão dos Direitos Indígenas na Constituição Federal de 1988, tendo, inclusive, discursado durante a Assembleia Constituinte.
A frase de Krenak vem de seu livro “A Vida Não É Útil”, que reúne cinco textos: “Não se come dinheiro”, “Sonhos para adiar o fim do mundo”, “A máquina de fazer coisas”, “O amanhã não está à venda” e “A vida não é útil”. De acordo com a sinopse da obra, o autor aponta as “tendências destrutivas da chamada ‘civilização’: consumismo desenfreado, devastação ambiental e uma visão estreita e excludente do que é a humanidade”.
3- “Não tem uma política pública para esses povos indígenas que são jogados nos centros urbanos e eles saem das comunidades por conta da violência” — Eliane Potiguara
Eliane Lima dos Santos, nascida no Rio de Janeiro, mas pertencente ao grupo étnico Potiguara, da Paraíba, é considerada a primeira escritora indígena do Brasil. Além de escritora, Eliane é professora formada pela UFRJ, onde também recebeu o título de doutora “honoris causa” e é criadora da Rede Grumin de Mulheres Indígenas, que busca desenvolver consciência crítica sobre o exercício dos direitos humanos e a preservação e desenvolvimento da cultura indígena.
Em 2021, a escritora concedeu uma entrevista ao Portal do jornal estatal da Paraíba, ‘’A União”, na qual falou sobre sua vida, sobre política e sobre os povos indígenas, utilizando a frase de citação.
4- “Somos mais do que as pessoas pensam, somos seres sociais e por tanto diferentes, e complexos também, não somos a caricatura do ‘índio’ que conhecemos no Brasil” — Alice Pataxó
Um dos nomes mais jovens na luta pelo direito dos povos indígenas, Alice nasceu em 2001, na comunidade Pataxó da cidade de Prado, no Sul da Bahia. Além de cursar bacharelado em humanidades, com especialização em Direito, Alice também atua como comunicadora no YouTube e escrevendo para o Projeto Colabora, para o Yahoo Notícia e é colunista nos blogs Fontes BR e Tucum Brasil.
A citação vem de uma entrevista concedida após virar notícia pela presença na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em 2021. Sua participação no evento lhe rendeu a admiração da ativista Malala Yousafzai, que a indicou para receber o prêmio “100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022”, da rede de comunicação inglesa BBC.
5- “Mulheres, especialmente as não brancas, mães, empobrecidas, trabalham gratuitamente para a ‘família’, garantindo serviços diários de limpeza, alimentação, cuidado das crianças etc.” — Geni Núñez
Famosa por seu trabalho no Instagram @genipapos, Geni Núñez é psicóloga, escritora e ativista de origem Guarani. Sua atuação é voltada para a discussão sobre monogamia, sob uma perspectiva que afirma que o processo de colonização europeu no Brasil impôs uma “monocultura dos afetos” .
Em seu livro “Descolonizando Afetos: experimentações sobre outras formas de amar”, publicado em 2023, está a frase citada. No trecho, Geni discute como a monogamia também é parte da exploração, inclusive financeira, da mulher, e não restringe o debate apenas à exclusividade afetivo-sexual.
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6- “O pensamento vazio dos brancos não consegue conviver com a ideia de viver à toa no mundo, acham que o trabalho é a razão da existência” — Ailton Krenak
A segunda citação de Ailton Krenak também foi retirada de seu livro “A Vida Não É Útil”. Com um título ambíguo, que chama atenção, o autor discute na obra a crença de que a realização pessoal vem através da constante produção e do consumo desenfreado.
“A vida é tão maravilhosa que a nossa mente tenta dar uma utilidade a ela, mas isso é uma besteira. A vida é frutífera, é uma dança, só que é uma dança cósmica, e a gente quer reduzir a uma coreografia ridícula e utilitária”, defende Krenak.
7- “A Terra está falando, ela nos diz que não temos mais tempo” — Txai Suruí
Txai Suruí, do povo Suruí, de Rondônia, foi uma das indígenas brasileiras a discursar na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), em 2021. Em sua fala, a ativista chamou atenção para a necessidade de medidas urgentes para frear as mudanças climáticas e tratou da importância que os povos indígenas têm na conservação da Floresta Amazônica.
Txai é formada em Direito pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), é coordenadora do Movimento da Juventude Indígena e trabalha na organização não governamental de defesa dos direitos indígenas Kanindé.
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8 – “No Brasil, a maioria renega as suas raízes e desconhece a sua cultura. Riqueza não é soja, não é ouro que sai do território” — Juma Xipaia
Nascida no povo Xipaia, que vive à beira do Rio Iriri, Juma foi a primeira mulher a se tornar cacique na região do Médio Xingu, liderando a aldeia Tukamã, sua terra natal. Além de ser ativista e ambientalista, Juma atualmente ocupa o cargo de secretária de Articulação e Promoção de Direitos Indígenas (Seart), no Ministério dos Povos Indígenas.
No final de 2023, a ativista se tornou, ao lado da Ministra dos Povos Indígenas Sônia Guajajara, imortal pela Academia Brasileira de Cultura (ABC). Na ocasião, a citação fez parte de seu discurso de agradecimento.
9- “A ancestralidade sempre ensinou que o sentido da vida é o coletivo” — Sônia Guajajara
Sônia Bone de Sousa Silva Santos, indígena da etnia Guajajara, do Maranhão, é formada em Letras e em Enfermagem, especialista em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) — legenda pela qual concorreu à vice-presidência, ao lado de Guilherme Boulos (PSOL), em 2018 — e atual Ministra dos Povos Indígenas.
Em 2020, ao ser entrevistada pela revista portuguesa Shifter, Sônia ainda era coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), e além de falar sobre os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre os povos indígenas, usou a citação para tratar da importância da ideia de coletividade em torno da conservação do meio ambiente.
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