13 questões sobre a Semana de Arte Moderna que já caíram nos vestibulares
Foto: Jornal da USP/Reprodução

13 questões sobre a Semana de Arte Moderna que já caíram nos vestibulares

Confira detalhes e questões sobre a Semana da Arte Moderna de 1922 que já caíram nos vestibulares, com respostas dos nossos professores

A Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, marcou a ruptura definitiva da arte brasileira com o conservadorismo acadêmico. 

Sob a liderança de figuras como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti, o evento inaugurou o Modernismo no país ao propor o abandono das regras rígidas do Parnasianismo em favor de uma estética livre, influenciada pelas vanguardas europeias, mas voltada para a construção de uma identidade nacional autêntica. 

O tema normalmente aparece nos principais vestibulares, que costumam cobrar tanto o contexto histórico quanto às inovações artísticas do período. Para auxiliar na sua preparação, reunimos 13 questões que já abordaram este momento da história da arte no Brasil. Confira e treine seus conhecimentos!

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UFSM (2024)

Abaporu (1928), pintura de Tarsila do Amaral (1886-1973) (imagem ao lado), é considerada uma das mais representativas do Modernismo brasileiro, movimento cultural que transformou as artes no Brasil na década de 1920. Constituem características do Modernismo, EXCETO

A a incorporação de temas da cultura popular brasileira, como percebemos inclusive nas ciências sociais, em intelectuais como Gilberto Freyre.

B as expressões artísticas variadas, como a música de Heitor Villa-Lobos, a literatura de Mário e Oswald de Andrade e as artes plásticas de Anita Malfatti.

C a defesa de liberdade de expressão e de crítica social, características presentes em historiadores como Sérgio Buarque de Holanda.

D a valorização de um conhecimento determinista, orientado pelas teorias raciais aplicadas às ciências sociais e humanas.

E a perspectiva de caracterizar a cultura brasileira como uma mescla de elementos que podem conviver, como o mundo rural e o urbano, o antigo e o moderno, o popular e o erudito.

Resposta

Resposta: O Modernismo se opôs às visões deterministas e raciais que marcaram o pensamento científico do século XIX. Ao contrário dessas teorias, os modernistas defendiam a mestiçagem cultural como um elemento formador da identidade nacional.

Alternativa correta: D

UniRV (2024)

A Semana de Arte Moderna, de que participaram, em São Paulo, nomes como Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Víctor Brecheret, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, entre outros expoentes do Modernismo Brasileiro, ocorreu em meio às comemorações do Centenário da Independência do Brasil. Também chamada de “Semana de 22”, ela foi concebida para interferir no ambiente cultural e artístico do país e lançar novas ideias, tendo se tornado uma espécie de “mito fundador do modernismo brasileiro”.

Sobre a Semana de 22, assinale verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas abaixo:

Os irreverentes e contestadores artistas e intelectuais que promoveram a Semana de 22 vinham de regiões periféricas do Brasil e representavam o nascente proletariado urbano de um país que iniciava sua industrialização.

C Certo.

E Errado.

Resposta

Alternativa correta: E (errado)

Famerp (2024)

Nós somos as Juvenilidades Auriverdes!

As franjadas flâmulas das bananeiras,

as esmeraldas das araras,

os rubis dos colibris,

os lirismos dos sabiás e das jandaias,

os abacaxis, as mangas, os cajus

almejam localizar-se triunfantemente,

na fremente celebração do Universal!…

(Mário de Andrade. Poesias completas, 2013.)

Os versos do poema de Mário de Andrade, originalmente publicado em 1922, apresentam como uma das principais características da Semana de Arte Moderna

A a celebração ufanista das riquezas pátrias.

B a defesa da sustentabilidade e do mundo natural.

C o esforço de conciliar o nacional e o internacional.

D a valorização da arte naturalista.

E o empenho em conectar o ser humano à natureza.

Resposta

Resposta: O poema também pode ser interpretado como uma tentativa de celebrar a identidade brasileira em um contexto mais amplo, desejando que as riquezas naturais brasileiras se destacassem “na fremente celebração do Universal”. 

Isso reflete o esforço modernista de valorizar o nacional ao mesmo tempo em que se inseria no contexto internacional.

Alternativa correta: C

Fameca (2024)

Em 1922 o mesmo contato subversivo com a Europa se estabeleceu para dar força e direção aos anseios subjetivos nacionais, autorizados agora pela primeira indústria, como o outro o fora pela primeira mineração. 

(Oswald de Andrade. Ponta de Lança, 1945. Apud: Aracy Amaral. Artes plásticas na Semana de 22: subsídios para uma história da arte no Brasil, 1972.)

No excerto, Oswald de Andrade caracteriza a Semana de Arte Moderna de 1922 como uma

A cópia direta dos modelos artísticos da Europa da era industrial.

B manifestação artística subsidiada por recursos obtidos na mineração.

C busca da expressão nacional comparável com a realizada no barroco.

D produção artística popular de massa, própria dos tempos industriais.

E tentativa de conquistar a independência política e econômica nacional.

Resposta

Resposta: No excerto, Oswald de Andrade faz uma comparação entre dois momentos históricos: a mineração e a indústria como influências externas que ajudaram a moldar os anseios nacionais. Ele relaciona o impacto cultural e artístico da Semana de Arte Moderna de 1922 com o impacto econômico e cultural da mineração no Brasil colonial.

A alternativa C está correta pois Andrade compara a Semana de Arte Moderna de 1922 com o barroco, sugerindo que ambos os movimentos buscaram expressar uma identidade nacional influenciada por elementos externos (a mineração no período colonial e a indústria no século XX).

Alternativa correta: C

Fameca (2023)

O fato de a Semana de 22 ter sido pensada como parte das comemorações do Centenário da Independência contribuiu para a formalização de preocupações nacionalistas que sempre estiveram presentes nas discussões.

(Jorge Schwartz. Vanguardas Latino-americanas: polêmicas, manifestos e textos críticos, 1995.)

O nacionalismo mencionado no excerto manifesta-se, na experiência modernista brasileira,

A na identificação da Semana de 22 com o futurismo italiano.

B na crítica à monarquia e na defesa do projeto republicano.

C no romantismo literário e na revalorização dos indígenas.

D no ideário antropofágico e no verde-amarelismo.

E na rejeição pelos participantes da Semana de 22 ao governo oligárquico.

Resposta

Resposta: O excerto destaca o nacionalismo presente na Semana de Arte Moderna de 1922, mencionando que esse evento contribuiu para a formalização de preocupações nacionalistas. Analise as alternativas para identificar como esse nacionalismo se manifestou na experiência modernista brasileira.

A alternativa D está correta pois o ideário antropofágico, proposto por Oswald de Andrade, e o verde-amarelismo foram manifestações do nacionalismo na experiência modernista brasileira, buscando incorporar e reinterpretar elementos culturais nacionais de forma inovadora e crítica.

Alternativa correta: D

UFPR (2023)

O ano de 1922 foi um marco na história do Brasil devido ao surgimento de diferentes movimentos sociais, políticos e culturais. Assinale a alternativa que indica corretamente dois desses movimentos surgidos na década de 1920 no Brasil e seus respectivos desdobramentos em décadas posteriores.

A O modernismo antropofágico, que inspirou o Tropicalismo; e o verdeamarelismo, que originou o Integralismo.

B O modernismo expressionista, que inspirou o Surrealismo; e o realismo fantástico, que originou o Regionalismo.

C O modernismo futurista, que inspirou o Neoconcretismo; e o cubismo, que originou o Psicodelismo.

D O modernismo simbolista, que inspirou o Goticismo; e o indigenismo, que originou o Primitivismo.

E O modernismo dadaísta, que inspirou o Abstracionismo; e o fauvismo, que originou o Muralismo.

Resposta

Resposta: O ano de 1922 foi marcante para o Brasil, especialmente devido à Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, que deu início ao movimento modernista brasileiro. Esse movimento foi caracterizado pela busca de renovação cultural, crítica aos padrões estéticos tradicionais e valorização de elementos nacionais e populares. Entre os desdobramentos desses movimentos surgiram correntes como o Tropicalismo e o Integralismo.

O modernismo antropofágico surgiu a partir do Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade (1928), que propunha “devorar” influências estrangeiras para criar algo novo e genuinamente brasileiro. Essa proposta inspirou o Tropicalismo na década de 1960, que também propunha uma mistura de referências nacionais e internacionais na música e na arte. O verdeamarelismo foi uma corrente nacionalista da década de 1920 que exaltava os símbolos nacionais e influenciou o surgimento do Integralismo na década de 1930, um movimento de extrema direita inspirado pelo fascismo europeu.

Alternativa correta: A

UCS (2023)

100 anos da Semana de Arte Moderna: celebração ou reflexão?

Motivados por uma série de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais, alguns artistas brasileiros se reuniram para repensar a função da arte e de sua possibilidade de provocação, de criação de sentidos. É nesse contexto que nasce a Semana de Arte Moderna de 1922 que envolveu, direta e/ou indiretamente, artistas e intelectuais. Embora, à época, não tenha tido recepção positiva pelos intelectuais conservadores de São Paulo, a Semana de 22 deu origem a um novo marco artístico-literário nacional.

Instrução: A questão versa sobre a “Semana de Arte Moderna de 1922”.

Vaiado, hostilizado, alvo de saraivadas de tomates, ovos podres e cebolas, Heitor Villa-Lobos roubou a cena durante as três récitas em que se apresentaram obras suas na Semana de 22. Não foram as inovadoras pinturas de Malfatti, Zina Aita ou Di Cavalcanti ali expostas, nem as intervenções dos poetas e teóricos modernistas, que despertaram a polêmica mais viva e a feroz indignação de uma parte da crítica e do público paulistano: foram a música, a figura e a ousadia do compositor carioca – que se apresentara no palco, vestido de casaca e calçado de chinelo em um dos pés. Ele, naquele momento, aos 35 anos, já era autor de uma obra extensa, madura e radicalmente original.

Villa-Lobos foi o único compositor convidado a participar do Evento, pela simples razão de que nenhum outro havia no país com obra tão inovadora. Acostumado às farpas da maior parte da crítica carioca, mostrou-se intrépido face à polêmica: “A coroa de vaias foi o que me cobriu de glória”.

Praticamente autodidata, por um lado, bebera Villa-Lobos da grande tradição da música erudita ocidental, passando pela renovação e apropriando-se das conquistas formais da nova música francesa; por outro, desde a juventude, frequentara e participara assiduamente como violonista das rodas de choro e dos grupos de serestas, ao tempo de sua boêmia juventude, e aprendera a conhecer e a reverenciar a música de grandes figuras populares cariocas, como Pixinguinha, Donga, Sinhô e outros. As suas longas viagens pelo interior do Brasil, nunca pormenorizadamente documentadas, proporcionaram-lhe ricas experiências musicais e farta recolha do folclore nativo. Munido dessa singular autoformação, começara a criar uma música que amalgamava essas influências e as metabolizava em um produto final inteiramente novo e fascinante. De fato, Villa-Lobos praticara, avant-la-lettre e largamente, a antropofagia estética postulada por Oswald de Andrade.

Disponível em: Heitor Villa-Lobos e a Semana de Arte Moderna. Uma reinterpretação questionada – Revista Inteligência (insightnet.com. br). Acesso em: 8 set. 2022. (Parcial e adaptado.)

De acordo com o texto, é correto afirmar que

A o fervor ideológico que permeava as ideias de Villa-Lobos fez com que a crítica visse sua música como uma arte abstrata e nacionalista, portanto, menos valorosa.

B a obra de Villa-Lobos destacou-se não só pela originalidade, mas também pela fusão da cultura popular com a erudita.

C a trajetória de Villa-Lobos foi marcada pela falta de reconhecimento de suas experiências musicais nacionalistas e pelo negacionismo ao movimento antropofágico.

D a biografia de Villa-Lobos foi pródiga em episódios polêmicos, nos quais a sociedade demonstrava não apreciar seu estilo intrépido e desleixado, incoerente com a estética europeizada de sua obra.

E o artista Villa-Lobos foi o que mereceu mais destaque na Semana de 22, pois participou em três dias diferentes, sendo que no último apresentou sua obra-prima, as “Bachianas”, com forte influência francesa.

Resposta

Alternativa correta: B

UEL (2020)

Algumas vanguardas artísticas europeias criadas na primeira metade do século XX foram manifestações artístico-literárias que criticavam uma concepção tradicional de museu, introduzindo uma estética marcada pela experimentação e pela subjetividade, que influenciaria fortemente diversas manifestações culturais em todo o mundo.

Sobre as principais correntes vanguardistas e suas respectivas características, assinale a alternativa correta.

A O Surrealismo apresentava a exaltação da tecnologia, das máquinas, da velocidade e do progresso.

B O Expressionismo evidenciava a decomposição e a fragmentação das formas geométricas, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos.

C O Cubismo valorizava a subjetividade e buscava transmitir ao mundo a situação do homem, com seus vícios e horrores.

D O Futurismo defendia a criação por meio das experiências nascidas no imaginário e na atmosfera onírica, sem interferências da razão.

E O Dadaísmo surgiu como oposição à guerra e ressaltava a espontaneidade da arte pautada na liberdade de expressão, no absurdo e na irracionalidade.

Resposta

Alternativa correta: E

UFJF (2020)

Sobre a Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo em 1922, é CORRETO afirmar:

A Foi um movimento que criticava a influência estrangeira na cultura brasileira, rejeitando o “colonialismo mental”, defendendo a cultura nacional.

B O movimento foi exclusividade dos poetas homens, excluindo o talento das escritoras mulheres consideradas muito radicais, uma vez que defendiam o fim do conservadorismo.

C O movimento ocorreu por ocasião do centenário da independência do Brasil, com o objetivo de reforçar o espírito conservador do país e valorizar a cultura estrangeira moderna e suas inovações.

D O movimento atingiu todo o Brasil e todas as classes sociais, se mostrando extremamente democrático, rompendo com a desigualdade de classes.

E Foi um movimento conservador que redescobriu a identidade brasileira como não miscigenada, de tradição rural-agrária, recusando o desenvolvimento cosmopolita.

Resposta

Resposta: A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, marcou o início simbólico do Modernismo no Brasil. Foi um evento que propôs a renovação das formas artísticas e culturais brasileiras, questionando os padrões acadêmicos vigentes e buscando valorizar a identidade nacional em sintonia com as transformações do mundo moderno. O movimento defendia a liberdade estética, a valorização da cultura popular e a crítica à dependência cultural em relação à Europa.

Alternativa correta: A

Uesb (2020)

Com ideais diametralmente opostos ao Parnasianismo, que prezava a objetividade temática, o culto à forma, a impessoalidade e a “arte pela arte”, os modernistas recusavam a arte tradicional e propunham alinhamento com toda produção artística moderna, sobretudo um alinhamento com as vanguardas europeias. Esses agentes, de forma conivente, tímida ou como manifestos intelectuais do conservadorismo, procuram dar forma a um projeto mais amplo de poder e sociedade na qual um suposto “padrão” de normalidade” e “expressão cultural” deve ser aceito em detrimento das demandas das minorias, sejam elas institucionais, econômicas, sociais ou culturais. Para isso, é preciso calar o pensamento crítico, democrático e plural em todos os espaços, como vemos atualmente nos ataques às universidades públicas no país e à figura de Paulo Freire, patrono da educação e importante intelectual brasileiro reconhecido mundialmente por sua proposta de pedagogia para liberdade. (COM IDEIAS, 2020).

Considerando os diferentes contextos históricos que abrigaram a Semana de Arte Moderna (1922) e a atual política cultural do governo federal (2019), é possível encontrar, respectivamente, como contraste marcante entre os dois fatos

A recusa da arte tradicional e inovação das temáticas x expressões de conservadorismo e obscurantismo dissimuladas em restrições administrativas e financeiras. 

B grande repercussão e apoio pela imprensa da época x desconhecimento do público pelo pouco espaço alcançado na mídia.

C produção rapidamente apagada no registro da História do Brasil x atitude passiva e indiferente da classe artística nacional. 

D temas nacionais restritos a assuntos urbanos x espaço considerável concedido ao pensamento crítico e democrático. 

E inovações restritas às artes plásticas e visuais x censura dirigida especialmente às expressões culturais das elites religiosas conservadoras.

Resposta

Alternativa correta: A

Unitau (2019)

Em nenhum lugar, porém, a insurgência dessa nova ordem cultural se deu sem enfrentar fortes resistências. Em São Paulo, particularmente, as circunstâncias ainda lhe eram algo adversas. O impacto avassalador da Guerra chegou aqui arrefecido nos seus efeitos culturais, quer pela atenuante da distância e das comunicações precárias, quer pela participação irrelevante do Brasil no conflito. O equilíbrio dominante era conservador, com limitada flexibilidade e mesmo tolerância, para se revestir do novo prestígio das tinturas modernas.

SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 34. 

A transformação de São Paulo em uma cidade cosmopolita decorreu de um rápido processo de urbanização e de industrialização. A transformação da cidade em metrópole tem momentos de conflito, como a Semana de Arte Moderna, de 1922, e a incompreensão de parte do público quanto às propostas apresentadas na Semana. 

Essa foi uma transformação complexa e com contradições significativas entre os portadores de valores modernos e a estrutura social de São Paulo na década de 1920. 

Esse conflito pode ser caracterizado a partir de questões como

A os valores modernos, que representavam a afirmação da nacionalidade brasileira a partir da arte, em oposição à crescente insatisfação dos imigrantes quanto à desvalorização das manifestações culturais tradicionais.

B as tinturas modernas presentes na arte e a industrialização, com sua consequente transformação da cidade em metrópole, o que descontentava a elite industrial paulistana.

C a difusão dos conceitos e valores modernos, o que foi crescente durante a década de 1920, porém com limitada capacidade de propagação e adesão em razão do equilíbrio conservador presente na sociedade paulistana.

D a utilização da arte moderna pelos imigrantes estrangeiros como forma de afirmação das suas tradições culturais, o que desagradava o equilíbrio conservador da sociedade paulistana.

E a adesão dos operários paulistanos aos valores modernos, para manifestar sua insatisfação com as condições de trabalho nas fábricas controladas pela elite industrial conservadora.

Resposta

Resposta: Em meados do século XIX, ainda durante o Império, surgiram as primeiras fábricas no país. Grande parte do capital que permitiu os investimentos nas atividades industriais foi liberada com o fim do tráfico negreiro, em 1850. Muitos dos recursos antes empregados na compra de escravos puderam ser aplicados em outras atividades, como na indústria. Mas foram os lucros gerados com a produção cafeeira que de fato propiciaram investimentos maciços em infraestrutura industrial. Não por acaso, essas indústrias se concentraram na região Centro-Sul do país, principalmente em torno das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Nesses locais, já existia um bom sistema de serviços, mão de obra imigrante farta e barata, sistema eficiente de meios de transporte e fornecimento de energia adequado. Em 1889, existiam cerca de seiscentas indústrias no país. Em 1914, já eram mais de 7.400 estabelecimentos industriais e algo em torno de 153 mil operários. Por volta de 1920, o país já possuía cerca de 13 mil indústrias instaladas e mais de 2 milhões de operários empregados em atividades fabris. Um dos períodos marcantes do processo de desenvolvimento industrial no Brasil correu durante a Primeira Guerra. O conflito diminuiu drasticamente a entrada de mercadorias importadas no país, o que forçou a indústria nacional a suprir as necessidades do mercado interno. Em consequência, houve um significativo crescimento nos principais setores industriais da época: o têxtil e o de alimentos. Por seu turno, as elites republicanas acreditavam que era necessário superar o passado colonial e imperial do país, visível nas ruas populosas, habitações superlotadas e epidemias que se alastravam pelos bairros. Para isso, entre o final do século XIX e as primeiras décadas do XX, importantes cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, foram reurbanizadas e remodeladas, o que não acontecem sem tensões em torno da divisão social do espaço urbano. Toda essa modernização industrial e urbana também teve reflexos nos valores culturais e artísticos. Imprensa escrita, revistas ilustradas, comunicações (telefone, telégrafo), transporte (vapores cada vez mais rápidos), cinema e fotografia abriam um mundo novo. Nesse contexto de inovações e de modernidade, alguns artistas e intelectuais passaram a discutir a própria identidade da nação brasileira e quais seriam seus rumos. Esse debate alcançou seu auge na Semana da Arte Moderna de 1922, organizada por artistas modernistas. 

Veja, eu destaquei antes que a industrialização no Brasil se deu de forma dependente à economia cafeeira. Inclusive, o país continuou sendo predominantemente agroexportador e rural durante a Primeira República (1889-1930). Além disso, o governo republicano era mesmo controlado pelas oligarquias cafeeiras, sobretudo os paulistas. Dessa forma, não se propunha fazer uma grande reforma social ou econômica, apenas perpetuar os interesses dessa elite. A própria modernização empreendida era limitada a esses interesses. Ou seja, cultural, a sociedade brasileira continuava sendo patriarcal, elitista, cristã e conservadora. Do ponto de vista artístico, o parnasianismo era o movimento literário mais apreciado naquele momento e se caracterizava por empregar rigorosas regras de composição na poesia, além de formas e motivos clássicos. Os modernistas viam as regras da poesia parnasiana, apreciadas pelas elites brasileiras, como um aprisionamento da criatividade que precisava ser combatido. Em contrapartida, propunham uma maior experimentação doe estilo. Por essa combinação de fatores, as exposições da Semana da Arte Moderna de 1922 foi acompanhada por vaias, gritos e achincalhes do público, que não estava acostumado àquela nova linguagem poética tampouco aos valores modernos e progressistas ali manifestados.

Alternativa correta: C

PUC Campinas (2017)

Não há dúvida de que a Semana havia sido concebida pelos seus idealizadores para causar furor, marcar uma data, gerar atritos e instaurar-se como marco simbólico de uma transformação. Sem reações de desagrado, sem polêmica e sem vaias, o plano corria o risco de naufragar. A imprensa, aliás, já tocara na ferida, na cobertura da primeira noite, ao notar que a expectativa hostil do público se transformara em aplausos – o oposto do que se esperava de um acontecimento futurista (…). 

(GONÇALVES, Marco Augusto. 1922. A semana que não terminou. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 299)

Vários dos artistas que participaram da Semana acima mencionada provinham de famílias paulistas que haviam enriquecido com a produção de café. O cultivo desse grão, naquele contexto

A encontrava-se em plena expansão pelo Oeste Paulista graças à “política do café com leite” proporcionada pela criação da Bolsa Oficial do Café, que garantia incentivos e benefícios aos fazendeiros de café, ora em Minas Gerais, ora em São Paulo.

B vivia delicada crise no estado de São Paulo devido ao esgotamento da fertilidade das terras do Vale do Paraíba, à perda de seu potencial lucrativo advinda do recente fim da escravidão e da queda do preço do grão no mercado mundial.

C tinha rendimentos garantidos pelo governo, desde o Convênio de Taubaté, por meio de estratégias polêmicas, como a compra de excedente de produção e a desvalorização cambial para favorecer as exportações da oligarquia cafeeira.

D sofria a concorrência das primeiras indústrias paulistas, uma vez que os agricultores, insatisfeitos com a política do Instituto do Café de São Paulo, vendiam suas terras para se dedicarem à fabricação e exportação de produtos leves.

E passava por um processo de modernização e mecanização, graças ao aproveitamento de antigos engenhos centrais e usinas voltadas à cana de açúcar, não mais cultivada no país, para a produção cafeeira em larga escala.

Resposta

Alternativa correta: C

UFAM (2017)

Na década de 1920, surgia o Movimento Modernista no Brasil, mas já nascia sob a égide da contradição: ao mesmo tempo em que queria romper com os modelos estéticos importados da Europa, dava os primeiros passos de acordo com os padrões ditados pelas vanguardas modernistas europeias, como o futurismo e surrealismo. É nesse contexto que surgiu o movimento antropofágico. 

Sobre o movimento antropofágico, assinale a alternativa CORRETA: 

A O movimento não aceitava a cultura estrangeira, mesmo que fosse “devorada” e “ingerida” internamente, tornando-a produto nacional.  

B O movimento foi apresentado em fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, durante a Semana de Arte Moderna. 

C O verde-amarelismo, movimento liderado por Plínio Salgado, tornou-se paradigma para o movimento antropofágico. 

D O quadro Abaporu (homem que come), de Anita Malfatti, pintado em 1928, inspirou Mário de Andrade a compor o Manifesto Antropofágico. 

E Iniciou em 1924, com a publicação do Manifesto da Poesia Pau-Brasil, de Oswald de Andrade. 

Resposta

Alternativa correta: E

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