O renascimento foi um momento histórico com grande afloramento cultural e em diversas ciências, com discussões sobre a forma de entender o mundo e as sociedades existentes na época.
Seu surgimento foi na Itália, principalmente em Florença, entre os séculos XIV e XVII, com seu auge no século XVI, mas com impactos em boa parte da Europa. Foi um momento de retomada da cultura greco-romana clássica em pontos como o artístico, o intelectual, o comercial e também o cultural.
Também chamado de renascentismo e renascença, o movimento cultural atingiu, portanto, discussões sobre arte, música, teatro, filosofia, metafísica, política, ética, estética e história, todos com grandes influências nos modos que pensamos e agimos atualmente.
+ Renascimento: características, contexto histórico e influências
O período histórico do renascimento foi entre a Baixa Idade Média e a Idade Moderna, sendo possível afirmar que o movimento é um dos principais pontos de virada da reformulação da vida medieval para o que chamamos de modernidade.
Dentre as características importantes do movimento renascentista estão o cientificismo, com valorização das experiências científicas para comprovar conhecimentos; classicismo, valorizando a antiguidade clássica greco-romana; racionalismo, determinando que a razão deveria ser o caminho para se chegar ao conhecimento; antropocentrismo, diminuindo a ideia de homem como criação divina para o homem ser o centro de pensamento do próprio homem e, por fim, o individualismo, aflorando talentos, personalidade e direitos individuais acima do âmbito coletivo.
Confira 7 questões sobre renascimento que já caíram nos vestibulares, inclusive no Enem, para você treinar e compreender como o assunto aparece nas provas. As perguntas estão presentes no Banco de Questões do EV e lá você encontra mais detalhamentos nas respostas, com explicações completas em textos e em vídeos. Vamos lá?
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Unitau (2014)
Sobre o Renascimento, leia com atenção as afirmações abaixo:
I) As características do homem no Renascimento são o racionalismo, o individualismo, o naturalismo e o teocentrismo, em oposição aos valores medievais, baseados no antropocentrismo.
II) O Renascimento não foi um processo homogêneo. Seu desenvolvimento foi muito desigual, e as suas manifestações mais expressivas se deram nos campos das artes e das ciências. No campo artístico, a literatura e as artes plásticas ocuparam lugar de destaque.
III) O Renascimento não pode ser considerado como um retorno à cultura greco-romana, pois nenhuma cultura renasce fora de seu tempo.
IV) O Renascimento foi marcado pela ação dos mecenas – homens ricos que estimularam e patrocinaram o trabalho de artistas renascentistas. Entre os grandes mecenas encontravam-se banqueiros, monarcas e papas.
V) O movimento intelectual e cultural que caracterizou a transição da mentalidade antiga para a mentalidade medieval ficou conhecido como Renascimento.
Assinale a alternativa que indica apenas as afirmativas CORRETAS.
A I, II e III.
B II, III e IV.
C III, IV, e V.
D I, III e IV.
E II, III e V.
Resposta:
Alternativa correta: B
UFRGS (2019)
Considere as imagens abaixo, em que é representada, de formas distintas, a crucificação de Cristo.
A crucificação (Giotto, c. 1330)
Trindade (Masaccio, c. 1427)
A comparação entre as duas pinturas mostra uma transformação fundamental na história da arte do Ocidente, que teve no chamado Renascimento italiano do século XV um de seus momentos principais.
Assinale a alternativa que apresenta a principal característica do Renascimento italiano.
A O desaparecimento das representações de anjos, indicando o advento do racionalismo filosófico e o abandono da metafísica religiosa.
B O aprimoramento do realismo estético na representação humana, afirmando o predomínio do humanismo em detrimento do antropocentrismo.
C O desenvolvimento da teoria da perspectiva geométrica, marcada pelo princípio do “ponto de fuga”, que favorecia a representação em profundidade dos espaços.
D A representação de colunas jônicas, mostrando que o interesse em relação à Antiguidade grega ocorreu apenas a partir do Quattrocento.
E A interiorização da cena representada, assinalando o desinteresse da arte renascentista pelas paisagens da natureza.
Resposta:
Essa é uma questão que requer análise da imagem. Vejamos as alternativas:
– A alternativa A está incorreta. Apesar da segunda obra não conter figuras angelicais, o Renascimento não representou o rompimento das crenças católicas.
– A alternativa B está incorreta, pois o Humanismo foi um esforço coletivo de artistas e intelectuais europeus verificado a partir da passagem da Baixa Idade Média para o início da Moderna. Ele propunha a tomada do Homem como centro, algo que influenciou o caráter antropocentrista das obras do Renascimento.
– A alternativa C é a resposta. Giotto foi o primeiro pintor a conferir profundidade às suas pinturas a partir da utilização do princípio do “ponto de fuga”, concepção que continuou a ser utilizada por artistas do Renascimento, conforme é possível notar pela imagem.
– A alternativa D está incorreta, afinal a recuperação de valores e elementos clássicos influenciou diversos artistas do Renascimento ao longo dos séculos.
– A alternativa E está incorreta. Conforme vimos em nossa aula, uma das características do Renascimento foi o naturalismo, ou seja, a valorização de elementos e paisagens naturais.
Alternativa correta: C
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Uece (2024)
Atente para o seguinte excerto adaptado da obra de Nicolau Maquiavel, O Príncipe: “[…] sendo meu propósito escrever uma coisa útil para quem a escuta, parece-me mais conveniente seguir mais a verdade efetiva da coisa do que a imaginação sobre ela. Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos e que nem se soube se existiram na verdade, porque há tanta distância entre como se vive e como se deveria viver que aquele que abandona o que se faz por aquilo que se deveria fazer mais se aproxima da ruína do que da própria preservação”.
(Nicolau Maquiavel. O Príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2010. – Adaptado.)
De acordo com o trecho acima, o pensamento político de Maquiavel é
A idealista.
B realista.
C moralista.
D utópico.
Resposta:
O pensamento político de Maquiavel, de acordo com o trecho apresentado, é melhor caracterizado como realista, pois enfatiza a importância de entender a verdade efetiva da política, em oposição a abordagens idealistas, morais ou utópicas.
Alternativa A: incorreto. O trecho destaca a importância de seguir mais a verdade efetiva das coisas do que a imaginação sobre elas. Maquiavel enfatiza a necessidade de compreender a realidade política, o que contrasta com uma abordagem idealista que se concentraria em concepções perfeitas e imaginárias de como deveriam ser os governos.
Alternativa B: correto. O pensamento político de Maquiavel é geralmente caracterizado como realista. Ele está mais preocupado com a análise pragmática e efetiva do poder, observando como as coisas realmente são, em vez de como deveriam ser. Ele destaca a distância entre a realidade da política e as concepções idealizadas.
Alternativa C: incorreto. Maquiavel é frequentemente associado a uma abordagem amoral ou mesmo imoral da política. Ele não baseia suas análises em concepções morais tradicionais, mas sim na observação pragmática do comportamento humano e político.
Alternativa D: incorreto. O trecho destaca a ineficácia de se abandonar o que se faz por aquilo que se deveria fazer, indicando uma posição mais realista e prática, ao invés de utópica.
Alternativa correta: B
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Enem (2021)
A filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica; o tronco, a física, e os ramos que saem do tronco são todas as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo por moral a mais elevada e a mais perfeita porque pressupõe um saber integral das outras ciências, e é o último grau da sabedoria.
DESCARTES, R. Princípios da filosofia. Lisboa: Edições 70, 1997 (adaptado).
Essa construção alegórica de Descartes, acerca da condição epistemológica da filosofia, tem como objetivo
A sustentar a unidade essencial do conhecimento.
B refutar o elemento fundamental das crenças.
C impulsionar o pensamento especulativo.
D recepcionar o método experimental.
E incentivar a suspensão dos juízos.
Resposta:
Esta questão explora a compreensão do aluno sobre como Descartes visualiza a estrutura do conhecimento através de uma metáfora orgânica da árvore. É importante entender que Descartes vê a filosofia como a base que sustenta todas as outras ciências, refletindo sobre como a metafísica, a física e outras ciências se inter-relacionam para formar um sistema unificado de conhecimento. A resposta correta, portanto, destaca essa visão integrativa e estrutural do conhecimento.
Alternativa A: correta. Esta alternativa reflete corretamente o objetivo de Descartes na sua analogia. Ao usar a árvore como metáfora, ele está destacando como diferentes áreas do conhecimento estão interconectadas e dependentes umas das outras, formando uma unidade essencial.
Alternativa B: incorreta. Descartes não está focado em refutar crenças nesta passagem, mas sim em explicar como diferentes áreas do conhecimento se estruturam e se relacionam. A metafísica, a física e as ciências derivadas são apresentadas como partes integrantes de um todo coeso, não como uma refutação de crenças.
Alternativa C: incorreta. Embora Descartes valorize o pensamento especulativo em sua filosofia, a alegoria da árvore não tem o objetivo direto de impulsionar a especulação. Ela serve mais para mostrar como diferentes disciplinas estão organizadas e como se fundamentam na filosofia.
Alternativa D: incorreta. A metáfora da árvore usada por Descartes não foca especificamente no método experimental, mas na estrutura do conhecimento em geral. Embora a física possa envolver métodos experimentais, a alegoria é mais abrangente e não se restringe a essa abordagem.
Alternativa E: incorreta. A suspensão dos juízos é uma ideia mais associada ao ceticismo e não é o foco da passagem citada de Descartes. A analogia pretende mostrar como o conhecimento é construído e interligado, e não promover uma suspensão do julgamento.
Alternativa correta: A
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Unesp (2020)
A grande síntese da ciência moderna, estabelecendo as leis físicas do movimento por meio de equações matemáticas e respondendo a todas as questões surgidas com a cosmologia de Copérnico, foi obra de Isaac Newton. Com ela, a física adquiriu um caráter de previsibilidade capaz de impressionar o homem moderno. A evolução do pensamento científico, iniciada por Galileu e Descartes, em direção à concepção de uma natureza descrita por leis matemáticas chegava, assim, a seu grande desabrochar.
(Claudio M. Porto e Maria Beatriz D. S. M. Porto. “A evolução do pensamento cosmológico e o nascimento da ciência moderna”. In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 30, no 4, 2008. Adaptado.)
A base da grande síntese newtoniana foi, de certa forma, preparada pelo humanismo renascentista, que
A estabelece uma perspectiva dualista da realidade, fundamentada na filosofia grega.
B restringe o entendimento da natureza, tornando-a objeto de investigação somente da física.
C recupera teorias da Antiguidade para explicar a natureza, com ênfase em uma perspectiva mitológica.
D resgata o racionalismo da Antiguidade, valorizando o homem no debate científico.
E mantém o quadro geral de conhecimentos teológicos, tais como os utilizados durante a Idade Média
Resposta:
Alternativa A: incorreta. O dualismo da filosofia grega refere-se à divisão entre ideia e materialidade do mundo, algo não discutido pela síntese newtoniana.
Alternativa B: incorreta. O humanismo renascentista, como o nome já diz, incluiu uma visão antropocêntrica ao desenvolvimento da ciência, ou seja, ele não restringia o conhecimento.
Alternativa C: incorreta. Tanto o Renascimento quanto a perspectiva newtoniana baseiam-se numa perspectiva experimental e não-mitológica do mundo.
Alternativa D: correta. O termo humanismo refere-se justamente à valorização “do homem no debate científico” e isto ocorreu dentro da revalorização do racionalismo grego.
Alternativa E: incorreta. A discussão científica, a partir do Renascimento, dispensa a discussão teológica.
Alternativa correta: D
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Fuvest (2022)
Leonardo da Vinci: Leben und Werk. Stuttgart, Zürich: Belser Verlag, 1989, p. 171.
O “Homem Vitruviano” foi desenhado por Leonardo da Vinci (1452-1519) com base em um tratado sobre Arquitetura escrito e ilustrado por Marcus Vitruvius no século I a.C., na Roma Antiga. A obra ganhou versões impressas e traduções nos séculos XV e XVI.
O desenho de Da Vinci expressa propostas do movimento Renascentista ao
A buscar perpetuar obras da Antiguidade Clássica por meio da cópia e da salvaguarda.
B censurar os estudos da anatomia humana herdados da Antiguidade Clássica.
C retomar a percepção da simetria e das proporções humanas como ideal do Belo.
D apoiar-se no legado da Antiguidade greco-romana para reafirmar o teocentrismo.
E separar a arte do pensamento humanista e do conhecimento matemático.
Resposta:
Como o próprio enunciado destacou, Da Vinci era um artista e pensador do Renascimento cultural, movimento artístico e intelectual que se disseminou pela Europa entre os séculos XIV e XVII. Esse movimento era influenciado pelo humanismo, filosofia que defendia o antropocentrismo, o racionalismo, o naturalismo e a valorização da Antiguidade Clássica. Com isso em vista, vejamos por que o desenho de Da Vinci, “O Homem Vitruviano”, expressa propostas renascentistas:
Alternativa A: incorreta. Note que Da Vinci fez muito do mais do que simplesmente copiar e salvaguardar a obra da Antiguidade. Ela a estudou e procurou produzir um conhecimento novo inspirado nela, fazendo seus próprios ajustes e levantando suas próprias hipóteses.
Alternativa B: incorreta. Pelo contrário, o desenho de Da Vinci expressa seu grande interesse em conhecer e difundir os estudos de anatomia humana herdados da Antiguidade Clássica.
Alternativa C: correta! Pensadores e artistas da Antiguidade Clássica tinham concepções bem definidas do que era o Belo e, mais importante, o que era o Belo manifestado no corpo humano. Profundamente marcados por uma estética racionalista, os clássicos defendiam a simetria das proporções humanas, para atingir um equilíbrio formal perfeito. Os renascentistas se inspiraram bastante nessas concepções. Daí vem sua preocupação com a aplicação da matemática nas obras de arte e nos estudos de anatomia.
Alternativa D: incorreta. Chamamos de teocêntrico tudo aquilo que coloca Deus como o centro e a medida de todas as coisas, o contrário do que os renascentistas pregavam. Eles defendiam um ponto de vista antropocêntrico, ou seja, que o homem é o centro e a medida de todas as coisas.
Alternativa E: incorreta. No Renascimento, arte e matemática estão profundamente ligados, devido à importância do racionalismo. Da Vinci talvez seja o artista e pensador que mais levou essa junção ao extremo. Nas suas obras, a arte é indissociável do pensamento matemático.
Alternativa correta: C
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UEL (2020)
Leia o texto a seguir.
Dever é a necessidade de uma ação por respeito à lei. […] devo proceder sempre de maneira que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei universal.
KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos costumes. Trad. Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1974.p. 208-209.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria kantiana do dever, assinale a alternativa correta.
A A máxima de uma ação moral universalizável pode ter como fundamento os efeitos da ação, sendo considerada moralmente boa uma ação cujos efeitos causam o bem.
B A obrigação incondicional que a lei moral impõe advém do reconhecimento da possibilidade de universalização das máximas da ação.
C A mentira pode, em certas circunstâncias, ser legitimada moralmente quando dela resulta uma ação benéfica ou impede o prejuízo a outrem.
D A máxima incondicional de uma ação moral pode ter como fundamento a experiência, pois os costumes fornecem elementos suficientes para ela.
E O imperativo categórico, princípio dos imperativos do dever, escolhe, dentre os estímulos fornecidos à vontade, o que lhe é mais adequado.
Resposta:
Uma das formulações da máxima moral de Kant é : “fazer aquilo que pode ser considerado uma lei universal”. O pensador considera que essa é a essência moral universal que está incrustada em todo indivíduo racional. Logo, o indivíduo age moralmente bem quando segue essa máxima, pois ele pode escolher não agir segundo tal critério.
Alternativa A: falsa. Para Kant, o indivíduo deve agir pela moral em si e não pelos efeitos que ela produz.
Alternativa B: verdadeira. A universalização da máxima da ação é o principal pressuposto da teoria moral de Kant.
Alternativa C: falsa. A mentira não pode ser universalizada. Ela só funciona se alguém for sincero e outro mentiroso. Se todos forem mentirosos (universalização), a sociedade se torna impossível. Portanto, nunca se deve mentir.
Alternativa D: falsa. Para Kant, a moral está acima da experiência, pois o homem deve agir da melhor maneira possível independentemente das circunstâncias.
Alternativa E: falsa. O imperativo categórico é associado à razão, não à vontade.
Alternativa correta: B
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