Marilena Chauí é ativista, militante, educadora e uma das maiores filósofas brasileiras, sendo presidente da Associação Nacional de Estudos Filosóficos do século XVII e seminarista em assuntos sobre Filosofia Moderna.
Ela é reconhecida por sua atuação como divulgadora de temas filosóficos, escrevendo livros acessíveis ao público geral. Suas obras, mas principalmente “Introdução à Filosofia” e “Convite à Filosofia”, são amplamente utilizadas no ensino médio e na lecionação da disciplina.
Além disso, Chauí aborda temas como a filosofia política de esquerda, a reflexão sobre a ideologia, o autoritarismo, a democracia, o Estado e as desigualdades sociais. Por sua relevância acadêmica e social, o Portal Estratégia Vestibulares listou nove citações da filósofa que podem ser usadas nas redações dos vestibulares e do Enem. Confira!
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Quem é Marilena Chauí?
Marilena de Souza Chauí nasceu em 4 de setembro de 1941, na cidade de Pindorama, interior de São Paulo. Desde cedo, demonstrou interesse por literatura, história e filosofia, o que a levou a ingressar no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), onde posteriormente se tornaria uma das professoras mais influentes.
Na USP, concluiu a graduação e o doutorado, com uma tese intitulada “Introdução à Filosofia de Espinoza” (1967), marcando o início de sua trajetória como uma das principais especialistas no pensamento do filósofo holandês Baruch Espinoza no Brasil. Sua produção acadêmica também se estendeu à filosofia política, com ênfase na teoria da ideologia, na crítica ao autoritarismo e na análise da sociedade brasileira.
Ao longo de sua carreira, Chauí publicou diversas obras fundamentais para a filosofia e as ciências humanas no Brasil. Entre seus livros mais conhecidos está “Convite à Filosofia” (1994), uma introdução acessível ao pensamento filosófico, amplamente utilizada no ensino médio e superior.
Em “Cultura e Democracia: o Discurso Competente e Outras Falas” (1981), analisa como a cultura e o conhecimento são apropriados por grupos dominantes para perpetuar estruturas de poder. Outra obra importante, “Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritária” (2000), discute os mecanismos pelos quais o imaginário nacional reforça estruturas autoritárias e desigualdades históricas.
Além de sua atuação acadêmica, Marilena Chauí teve participação ativa na política e na gestão cultural. Entre 1989 e 1992, foi secretária municipal de Cultura de São Paulo durante a gestão de Luiza Erundina, promovendo iniciativas voltadas à democratização do acesso à cultura.
Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a crítica social e com a defesa da democracia, influenciando gerações de estudantes e intelectuais. Com uma produção intelectual engajada, Marilena segue sendo uma das vozes mais ativas no debate filosófico e político brasileiro.
1 – “Avalia-se o progresso de uma civilização pela sua cultura e avalia-se a cultura pelo progresso que traz a uma civilização.”
Nesta frase, Marilena Chauí propõe uma relação de interdependência entre civilização e cultura, sugerindo que o desenvolvimento de uma sociedade pode ser medido pelo avanço cultural que ela produz, ao mesmo tempo em que a cultura deve ser avaliada pelo impacto que gera no progresso da civilização.
A civilização, entendida como o conjunto de instituições, valores e tecnologias de uma sociedade, só evolui verdadeiramente quando há um desenvolvimento cultural significativo, ou seja, quando há produção artística, filosófica, científica e educacional que fortalece a identidade coletiva e promove a reflexão crítica.
Por outro lado, a cultura também deve ser analisada pelo quanto contribui para a sociedade, seja na promoção do conhecimento, na ampliação das liberdades individuais ou na criação de novos horizontes para o pensamento e a convivência.
2 – “Os animais são seres naturais; os humanos, seres culturais.”
Quando Marilena Chauí afirma que “os animais são seres naturais”, reconhece que os demais seres vivos agem principalmente por instinto, regidos por mecanismos biológicos e naturais para a sobrevivência.
Já ao dizer que “os humanos são seres culturais”, enfatiza que, embora também façamos parte da natureza, nossa existência é mediada pela cultura, ou seja, pelo conhecimento, pela linguagem, pelas normas sociais e pelas práticas simbólicas que construímos ao longo da história.
3 – “A democracia é a atividade criadora dos cidadãos e aparece em sua essência quando existe igualdade, liberdade e participação.”
Nesta frase, Marilena Chauí define a democracia não apenas como um sistema político, mas como uma prática ativa dos cidadãos, baseada na criação e na transformação constante da sociedade.
Ao afirmar que a democracia é uma “atividade criadora”, ela destaca que esse regime não é algo estático ou garantido por si só, mas precisa ser construído e renovado continuamente pela participação popular.
A filósofa também ressalta que a verdadeira essência da democracia só se manifesta quando há três elementos fundamentais: igualdade, liberdade e participação.
A igualdade significa que todos os cidadãos devem ter os mesmos direitos e oportunidades, sem privilégios ou exclusões. A liberdade, por sua vez, envolve o direito de expressão, pensamento e escolhas políticas sem coerção.
Já a participação indica que a democracia só existe plenamente quando as pessoas têm voz ativa nas decisões que afetam suas vidas, seja por meio do voto, de debates públicos ou de outras formas de envolvimento cívico.
4 – “Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todo mundo aceitar as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que elas são.”
Nesta citação, ela denuncia a relação entre poder e controle do pensamento, mostrando como os grupos dominantes temem a reflexão crítica porque ela pode questionar e desestabilizar sua autoridade, revelando as injustiças, manipulações e contradições dentro do sistema social.
Quando as pessoas aceitam passivamente o que lhes é imposto, o poder se fortalece sem resistência. Já quando começam a pensar por si mesmas, a questionar as regras estabelecidas e a exigir mudanças, tornam-se uma ameaça para aqueles que se beneficiam da manutenção do status quo.
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5 – “Desejo é relação entre seres humanos carentes. Por isso amamos até à loucura e odiamos até a morte: nosso ser está em jogo em cada e em todos os afetos. Desejo é paixão, diziam os clássicos.”
Marilena Chaui explora o conceito de desejo como uma força central na vida humana, vinculada à nossa condição de seres carentes e relacionais. Para ela, o desejo não é apenas uma vontade individual, mas algo que surge na interação entre pessoas, moldado por afetos intensos como amor e ódio.
Essa visão dialoga diretamente com a filosofia de Baruch Espinoza, um dos pensadores mais estudados por Chauí, que entende o desejo como a essência do ser humano e a base das paixões que nos movem.
6 – “Ora a distinção entre o verdadeiro e o falso é a marca essencial do pensamento e por isso podemos dizer que a crueldade se manifesta como ódio ao pensamento.”
Para ela, o pensamento verdadeiro se baseia na distinção entre o que é real e o que é falso, ou seja, no esforço de compreender o mundo de maneira crítica e racional. Quando essa distinção é atacada ou negada, há uma recusa ao próprio ato de pensar.
Ao afirmar que “a crueldade se manifesta como ódio ao pensamento”, a filósofa sugere que aqueles que praticam ou incentivam a crueldade rejeitam o pensamento crítico porque ele pode expor suas intenções, denunciar injustiças e questionar estruturas de poder.
7 – “A servidão é voluntária porque há desejo de servir, há desejo de servir porque há desejo de poder e há desejo de poder porque a tirania habita cada um de nós e institui uma sociedade tirânica, ou seja, a tirania não se encontra no topo do social, mas espalhada por ele e a crueldade se espalha por toda parte.” – em Congresso Virtual da UFBA 2021
Nesta frase, Marilena Chauí discute o conceito de servidão voluntária, inspirado no filósofo Étienne de La Boétie, e aprofunda sua análise ao relacioná-lo com o desejo de poder e a tirania presente na sociedade.
Para ela, a submissão ao poder não ocorre apenas por imposição externa, mas porque há, em cada indivíduo, um desejo inconsciente de servir. Esse desejo não é apenas uma aceitação passiva da dominação, mas está ligado ao próprio desejo de exercer poder sobre os outros, criando um ciclo em que opressores e oprimidos se fortalecem mutuamente.
8 – “(…) o mentiroso tem a grande vantagem de saber de antemão o que a plateia espera ouvir. Ele prepara sua história com muito cuidado para consumo público, de modo a torná-la crível, já que a realidade tem o desconcertante hábito de nos defrontar com o inesperado para o qual não estamos preparados.” – em Congresso Virtual da UFBA 2021
A frase, dita na abertura do Congresso Virtual da UFBA em 2021, defende que, em tempos de desinformação e autoritarismo, pensar de forma independente e comprometida com a justiça é um ato heroico. O pensamento crítico se torna, assim, uma ferramenta essencial na luta contra narrativas enganosas e contra a brutalidade que busca silenciar vozes divergentes.
Marilena Chauí analisa a estratégia do mentiroso e sua relação com a recepção do público, destacando como a mentira é construída de forma intencional para ser aceita sem questionamentos.
Segundo ela, o mentiroso tem a vantagem de conhecer previamente as expectativas da plateia, ou seja, ele molda seu discurso para corresponder ao que as pessoas já querem ouvir, tornando-o mais sedutor e convincente. Diferentemente da verdade, que pode ser inesperada e desconfortável, a mentira é planejada para ser facilmente assimilada.
A realidade, como Chauí ressalta, tem o hábito de nos surpreender e, muitas vezes, nos confronta com situações que não estamos preparados para enfrentar. Já a mentira, ao ser cuidadosamente elaborada para consumo público, oferece uma ilusão de coerência e previsibilidade, o que a torna ainda mais eficaz na manipulação das pessoas.
9 – “O cruel é um mentiroso porque se apresenta com a máscara da coragem quando, na verdade, habitado pelo medo, é movido pela cólera e não há nada pior para uma sociedade do que um governante cruel e colérico, pois não julga segundo a lei e sim segundo seu medo.” – em Congresso Virtual da UFBA 2021
Ao afirmar que “não há nada pior para uma sociedade do que um governante cruel e colérico”, Chauí alerta para os riscos de lideranças impulsivas e autoritárias, que não seguem as leis ou os princípios democráticos, mas agem conforme suas próprias emoções descontroladas.
Quando um líder governa com base no medo, suas decisões não são pautadas pelo bem comum, mas sim pela necessidade de se proteger e de reprimir qualquer oposição, o que pode levar a abusos de poder e injustiças.
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