O Quinhentismo é considerado a primeira manifestação literária do Brasil, e teve início por aqui no século XVI. O movimento também ficou conhecido como “literatura de informação”, já que seus textos retratavam, através de relatos, a viagem e as descobertas relacionadas ao povo, à fauna e à flora, por parte dos portugueses nas terras brasileiras.
Sendo assim, a literatura quinhentista é totalmente atrelada às Grandes Navegações, à colonização e à Contrarreforma Católica, e seus principáis escritores no Brasil são os portugueses Pero Vaz de Caminha, José de Anchieta e Pero de Magalhães Gândavo.
Já a obra mais importante do Quinhentismo é a “A Carta de Pero Vaz de Caminha”, considerada a certidão de nascimento do Brasil, por relatar à Corte Portuguesa a chegada dos colonizadores nesta parte do continente americano.
Para saber como estudar o tema, o Portal Estratégia Vestibulares reuniu, a seguir, perguntas sobre Quinhentismo, que estão disponíveis no nosso Banco de Questões, e já caíram nos vestibulares. Confira:
Saiba mais:
+ Quinhentismo: contexto histórico e classificação do movimento
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Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 2024
“Um deles viu umas contas brancas de rosário, acenou que lhas dessem e divertiu-se muito com elas. Enrolou-as ao pescoço, depois tirou-as e embrulhou-as no braço, e acenava para a terra e depois para as contas, e em seguida para o colar do capitão, dando a entender que eles dariam ouro por aquilo. Isto nós entendíamos assim porque queríamos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto nós não queríamos entender, porque não lho daríamos.”
(CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de Achamento do Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, p. 108, 2001.)
Em seu relato de viagem, Pero Vaz de Caminha
A) descreve a natureza e as pessoas que os portugueses encontraram no Novo Mundo, inventariando os detalhes da viagem, com vistas à preservação da História Colonial.
B) descreve e interpreta os fatos, mostrando que a compreensão dos portugueses sobre os povos originários era mediada pelos interesses do colonizador.
C) descreve como os povos originários do Novo Mundo auxiliaram os colonizadores na prospecção por riquezas, antevendo a realização do projeto colonizador.
D) descreve e interpreta os fatos, sugerindo que, na visão dos povos originários, era possível a convivência pacífica com o colonizador, já que compartilhavam os mesmos interesses.
Veja a resolução:
A alternativa B está correta. Como documento da literatura quinhentista de informação, o ponto de vista na primeira pessoa do plural atesta a perspectiva eurocêntrica dos portugueses, os quais achavam que os índios estavam convenientemente colaborando com eles, ao lhes indicar o caminho para o ouro.
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 31 out. 2021.
Esse texto é um fragmento da carta de Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal, cuja importância documental reside no fato de
A) apresentar usos pouco comuns do português padrão da época.
B) descrever o estranhamento do autor ao chegar ao Brasil.
C) fazer um inventário do expediente das rotinas de navegação e achados da tripulação.
D) exemplificar procedimentos de comunicação formal em um contexto de forte hierarquia.
E) ser um registro histórico e linguístico do período em que foi redigido.
Veja a resolução:
A alternativa E está correta. A Carta de Achamento, datada de 1º de maio de 1500, é um documento que mescla laivos literários, como é o caso do espanto exprimido pelas exclamações, com fatos históricos, como é o caso de os portugueses estarem se dirigindo para as Índias.
Centro Universitário Christus (UniChristus) 2023
Se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E, pois, Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. E, portanto, Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar à santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E aprazerá Deus que com pouco trabalho seja assim.
CASTRO, Silvio. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 93-94 (fragmento).
Esse fragmento, da Carta de Caminha, indica que a literatura informativa estava
A) relacionada ao desejo europeu de conquista material.
B) associada ao sentimento anticlerical do povo lusitano.
C) consorciada ao projeto de catequese do indígena.
D) vinculada ao propósito de extermínio do nativo.
E) atrelada ao programa de conquista da América.
Veja a resolução:
A alternativa C está correta.
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) 2023
Texto 1
“Parece-me gente de tal inocência que, se nós os entendêssemos e eles a nós, seriam logo cristãos porque eles não têm nem conhecem nenhuma crença. E, portanto, se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se tornem cristãos e passem a crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga. Porque certamente esta gente é boa e de boa simplicidade, e imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho que lhes quiserem dar. E, pois, Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, se aqui nos trouxe, creio que não foi sem um motivo.”
(CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de Achamento do Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, 2001, p. 108.)
Texto 2
“As molas do homem primitivo podem ser postas em ação pelo exemplo, educação e benefícios (…). Newton, se houvesse nascido entre os guaranis, seria mais um bípede, que pisara sobre a superfície da Terra; mas um guarani criado por Newton talvez ocupasse o seu lugar. Quem ler o diálogo que traz Léry na sua viagem ao Brasil entre um francês e um velho carijó conhecerá que não falta aos índios bravos o lume natural da razão.”
(ANDRADA E SILVA, José Bonifácio de. Projetos para o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 50.)
A partir dos dois textos, escritos em momentos emblemáticos da história do Brasil (o “achamento” em 1500 e o debate de ideias para a criação de uma constituição em 1823), seria correto afirmar que os povos originários são
A) definidos como díspares entre si, pois Caminha os vê como ingênuos, crédulos, enquanto Bonifácio alerta para o perigo dos indígenas bravos.
B) considerados uma página em branco e maleáveis, tanto no texto do cronista quinhentista quanto naquele do publicista oitocentista.
C) apontados como benignos, com a intenção de preservar os indígenas distantes da degradação dos costumes europeus.
D) tributários de uma imutabilidade cultural, tanto na crônica de Caminha quanto no discurso de José Bonifácio.
Veja a resolução:
A alternativa B está correta. Ambos os textos sugerem que os povos originários são vistos como uma “página em branco” ou maleáveis, abertos à influência e educação dos europeus.
Universidade do Estado da Bahia (Uneb) 2022
No período colonial, a produção artística e literária do Brasil abarca os textos dos movimentos conhecidos como Quinhentismo, Barroco e Arcadismo. Sobre tais movimentos, suas produções e autores, considere as seguintes afirmações:
I. Durante os séculos XVI e XVII, o Brasil não apresentava movimentos literários consistentes, mas sim manifestações e autores ocasionais que reproduziam modelos importados da Europa em textos com enfoque na realidade de suas localidades, sem visar a uma abrangência mais global e unificada da realidade da colônia.
II. A arte do Barroco brasileiro ficou restrita aos limites da Bahia, sendo Gregório de Matos e Manuel Botelho de Oliveira os principais nomes na poesia, enquanto os sermões de Padre Antônio Vieira são as principais manifestações em prosa da escola barroca no Brasil.
III. A literatura do Quinhentismo reúne elementos como cartas, diários, documentos de viajantes e missionários europeus, além de textos informativos e catequéticos, com viés pedagógico, produzidos por jesuítas como Manoel da Nóbrega e Padre Anchieta.
IV. O Arcadismo brasileiro apresenta dois aspectos importantes, sendo o primeiro o poético, marcado pelas novas tendências estéticas de representação da relação entre homem, arte e natureza, influenciadas pela tradição clássica, e o segundo ideológico, marcado pelo discurso crítico reverberado pelos árcades diante dos abusos cometidos pela coroa e pelo clero.
V. O Barroco representa uma continuidade das aspirações estéticas do Arcadismo ao aplicar valores neoclássicos junto às representações de temáticas religiosas nas artes plásticas e literárias, o que denota o caráter paradoxal do homem barroco, dividido entre a fé e a razão.
Estão corretas:
A) Apenas I, II e III.
B) Apenas I, III e IV.
C) Apenas I, III e V.
D) Apenas II, III e V.
E) Apenas II, III, IV e V.
Veja a resolução:
A alternativa B está correta.
Afirmação I: correta. Não havia uma sistematização consistente à época da produção literária colonial e os escritores eram nativistas, escrevendo a partir da realidade local de suas regiões. Exemplos: Gregório de Matos na Bahia e os árcades na região mineira.
Afirmação II: incorreta. Cuidado com absolutismos, como “ficou restrita”. Gregório de Matos e Manuel Botelho de Oliveira realmente foram poetas, mas também houve Bento Teixeira, que inaugurou o Barroco no Brasil em 1601 com a publicação de “Prosopopeia”, dedicada ao governador de Pernambuco. Padre Antonio Vieira é um autor luso-brasileiro que pregou em várias regiões brasileiras, como Pará e Maranhão. Além disso, foi muito forte o barroco arquitetônico em Minas Gerais, a partir de figuras como Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Afirmação III: correta. As duas tendências literárias quinhentistas são a literatura de informação (cuja finalidade era narrar e descrever as terras brasileiras e seus nativos) e a literatura de catequese, com o propósito de catequisar os indígenas.
Afirmação IV: correta. O Arcadismo foi um movimento literário poético, cuja poesia foi dividida em vários tipos. Parte do movimento retomou ideais da Antiguidade Clássica, tendo ficado conhecido por causa disso como Neoclassicismo. No Brasil, por outro lado, houve a poesia épica de cunho social, engajada com a Inconfidência Mineira, por exemplo, o poema “Vila Rica” de Cláudio Manoel da Costa. Contribuiu também nesse sentido o poema satírico “Cartas chilenas” de Tomás Antônio Gonzaga.
Afirmação V: incorreta. Barroco e Arcadismo se opõem radicalmente.
Universidade Estadual Paulista (Unesp) 2021
De maneira que, assim como a natureza faz de feras homens, matando e comendo, assim também a graça faz de feras homens, doutrinando e ensinando. Ensinastes o gentio bárbaro e rude, e que cuidais que faz aquela doutrina? Mata nele a fereza, e introduz a humanidade; mata a ignorância, e introduz o conhecimento; mata a bruteza, e introduz a razão; mata a infidelidade, e introduz a fé; e deste modo, por uma conversão admirável, o que era fera fica homem, o que era gentio fica cristão, o que era despojo do pecado fica membro de Cristo e de S. Pedro. […] Tende-os [os escravos], cristãos, e tende muitos, mas tende-os de modo que eles ajudem a levar a vossa alma ao céu, e vós as suas. Isto é o que vos desejo, isto é o que vos aconselho, isto é o que vos procuro, isto é o que vos peço por amor de Deus e por amor de vós, e o que quisera que leváreis deste sermão metido na alma.
(Antônio Vieira. “Sermão do Espírito Santo” (1657). http://tupi.fflch.usp.br.)
O Sermão do Espírito Santo foi pregado pelo Padre Antônio Vieira em São Luís do Maranhão, em 1657, e recorre
A) a metáforas, para defender a liberdade de natureza de todos os animais criados por Deus.
B) à ironia, para condenar a escravização de nativos e africanos nas lavouras de algodão.
C) a antíteses, para reconhecer a escravização dos nativos como um caminho possível do trabalho missionário.
D) à retórica barroca, para contestar a ideia de que os africanos e os nativos merecem a liberdade e a salvação.
E) à retórica clássica, para acusar os proprietários de escravos de descuidar dos direitos humanos dos nativos.
Veja a resolução:
A alternativa C está correta porque faz uma interpretação apropriada do conteúdo do sermão de Antônio Vieira, considerando o contexto histórico e as estratégias retóricas utilizadas. O sermão aborda a questão da evangelização dos nativos e africanos, defendendo a ideia de que a graça divina pode transformar aqueles que eram considerados “feras” em seres humanos civilizados.
Vamos analisar o raciocínio por trás da alternativa C:
Antônio Vieira, no sermão, reconhece a escravização dos nativos como um caminho possível do trabalho missionário. Ele argumenta que a doutrina cristã tem o poder de transformar esses “gentios bárbaros e rudes”
em seres humanos civilizados.
O uso de antíteses, que é uma figura de linguagem que envolve a apresentação de ideias opostas, é evidente no contraste entre o estado anterior dos nativos (feras, ignorantes, brutos) e o estado desejado após a conversão (homens, conhecedores, racionais).
Vieira usa a retórica barroca, característica do período, para expressar suas ideias de maneira eloquente e persuasiva. A retórica barroca frequentemente recorre a metáforas e contrastes dramáticos para enfatizar pontos de vista e argumentos.
Portanto, a alternativa C é a resposta correta, pois capta a essência do argumento de Antônio Vieira sobre a transformação dos nativos através da doutrina cristã, reconhecendo a escravização como um contexto em que esse processo de conversão poderia ocorrer.
Universidade Federal do Amazonas (UFAM) 2020
A descoberta das terras ameríndias, particularmente as brasileiras, motivou diversas expedições com objetivos específicos: descrição da terra e do povo; catalogação das espécies da fauna e da flora para fins econômicos. Nesse contexto, muitos relatos foram feitos pelos expedicionários. Leia o excerto a seguir e depois considere as afirmativas que seguem:
“Capítulo sexto – Das fruitas da terra
Também ha huma fruta que lhe chamão Bananas, e pela língua dos indios Pacovas: ha na terra muita abundancia dellas: perecem-se na feição com pepinos, nascem numas arvores mui tenras e não são muito altas, nem têm ramos senão folhas mui compridas e largas. […] Esta he huma fruita mui sabrosa e das boas que ha na terra, tem huma pelle como de figo, a qual lhes lanção fora quando as querem comer e se come muitas dellas fazem dano á saude e causão febre a quem se desmanda nellas. Com esta fruita se mantem a maior parte dos escravos desta terra, porque assadas verdes passão por mantimento e quasi tem sustancia de pão. Ha duas qualidades desta fruita, humas são pequenas como figos berjaçotes, as outras são maiores e mais compridas. Estas pequenas têm dentro em si huma cousa estranha, a qual he que quando as cortão pelo meio com huma faca ou por qualquer parte que seja acha-se nellas hum signal à maneira de Crucifixo, e assi totalmente o parecem. […]”
Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil/ História da Província Santa Cruz. Belo Horizonte: Itatiaia/São Paulo: Edusp, 1980. P. 50-51. (Fragmentado).
Analise as afirmativas a seguir:
I. Embora seja um fruto indigesto, quando consumida em exagero, o autor sugere que se enviem bananas a Portugal para mantimento, considerando seu potencial nutritivo e medicinal.
II. A banana deve ser sacralizada uma vez que traz o crucifixo, símbolo do cristianismo, em seu interior.
III. O excerto cumpre a função de informar à corte portuguesa sobre elementos da flora brasileira e seu potencial econômico.
IV. A linguagem usada pelo autor retrata uma realidade desconhecida e estranha aos europeus e, para aproximar o leitor da realidade retratada, recorre à comparação a frutos europeus.
V. A partir da descrição do cronista de uma terra exótica e misteriosa, sugere-se a visão de um paraíso abençoado por Deus.
Assinale a alternativa correta:
A) Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
B) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
C) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
D) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras.
E) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
Veja a resolução:
A alternativa E está correta.
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) 2020
Leia o trecho do Auto de São Lourenço, de José de Anchieta.
PERSONAGENS:
GUAIXARÁ: rei dos diabos
AIMBIRÊ SARAVAIA: criados de Guaixará
TATAURANA URUBU JAGUARUÇU: companheiros dos diabos
VALERIANO DÉCIO: imperadores romanos
SÃO SEBASTIÃO: padroeiro do Rio de Janeiro
SÃO LOURENÇO: padroeiro da aldeia de São Lourenço
[…]
TEMA
Após a cena do martírio de São Lourenço, Guaixará chama Aimbirê e Saravaia para ajudarem a perverter a aldeia. São Lourenço a defende, São Sebastião prende os demônios. Um anjo manda-os sufocarem Décio e Valeriano. Quatro companheiros acorrem para auxiliar os demônios. Os imperadores recordam façanhas, quando Aimbirê se aproxima. O calor que se desprende dele abrasa os imperadores, que suplicam a morte. O Anjo, o Temor de Deus, e o Amor de Deus aconselham a caridade, a contrição e a confiança em São Lourenço. Faz-se o enterro do santo. Meninos índios dançam.
Disponível em: http://www.virtualbooks.com.br/v2/ebooks/pdf/00069.pdf. Acesso em: 15 set. 2019.
Assinale a alternativa que contém as características corretas, acerca da linguagem literária do escritor Pe. José de Anchieta.
A) Nos cinco atos da peça teatral Auto de São Lourenço, o autor se utiliza da visão maniqueísta (dualismo religioso), para representar de maneira pedagógica o “bem” e o “mal”. Um exemplo é a seleção do idioma, sendo o português e o espanhol para as falas dos protetores, enquanto o tupi e o guarani são ditos pelos seres demoníacos
B) Com uma temática religiosa, o texto em poesia e prosa utiliza-se da paródia e do discurso indireto, para evidenciar personagens culturalmente estereotipados, em especial, o indígena.
C) O referido Auto apresenta uma função didáticoreligiosa, com a descrição de metodologias lúdicas envolvendo, principalmente, o teatro, pois seu objetivo era salvar o seu público da barbárie pelo ensinamento da doutrina da Igreja Católica.
D) Como José de Anchieta foi um padre jesuíta espanhol, o Auto de São Lourenço é uma peça teatral formada por textos narrativos que visam à catequese dos jesuítas e dos índios nas regiões dominadas pela Espanha, descrevendo fielmente as condições encontradas pelos colonizadores europeus no Novo Mundo.
E) Com seu talento para o teatro, José de Anchieta evidencia, no Auto de São Lourenço, as pluralidades linguística e cultural ao apresentar personagens europeus e brasileiros em detrimento dos protagonistas indígenas.
Veja a resolução:
A alternativa C está correta.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 2019
No bloco superior abaixo, estão listados quatro fragmentos da Carta, de Pero Vaz de Caminha; no inferior, o tema relacionado a esses fragmentos.
Associe corretamente o bloco inferior ao superior.
( ) A feição deles é parda, algo avermelhada; de bons rostos e bons narizes. Em geral, são bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de cobrir ou mostrar suas vergonhas, e nisso são tão inocentes como quando mostram o rosto.
( ) Ali andavam entre eles três ou quatro moças, muito novas e muito gentis, com cabelos muito pretos e compridos, caídos pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos, não tínhamos nenhuma vergonha.
( ) E bem creio que, se Vossa Alteza aqui mandar quem entre eles mais devagar ande, que todos serão tornados e convertidos ao desejo de Vossa Alteza. E por isso, se alguém vier, não deixe logo de vir clérigo para os batizar; porque então terão mais conhecimento de nossa fé, (…).
( ) Essa terra, Senhor, (…) tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.
1 – A nudez das índias
2 – A visão do paraíso
3 – O ideal salvacionista
4 – O primeiro contato com os nativos
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
A) 4 – 3 – 1 – 2.
B) 2 – 3 – 4 – 1.
C) 4 – 1 – 3 – 2.
D) 2 – 3 – 1 – 4.
E) 4 – 2 – 1 – 3.
Veja a resolução:
A alternativa C está correta.
Afirmação 4. A descrição dos indígenas faz com que se evidencie o choque cultural e também manifesta o primeiro contato com os nativos.
Afirmação 1. A menção às “vergonhas” se refere às partes pudicas das mulheres indígenas. O narrador faz um trocadilho jocoso.
Afirmação 3. A conversão era um importante projeto no Brasil Colônia e o narrador se mostra preocupado com a catequização dos indígenas, demonstrando para o rei o interesse numa terra cristã.
Afirmação 2. A descrição da fauna e da flora brasileira fazem com que a colônia se assemelhe a um paraíso. É importante transmitir para o rei a noção de bonança e abastança.
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