Nascido em 1724, na cidade de Königsberg, atual Kaliningrado, Immanuel Kant é um dos principais filósofos da modernidade, com teorias que abordam conceitos como lógica, conhecimento, ética, filosofia moral e metafísica.
A teoria do conhecimento fundada por Kant é chamada de idealismo transcendental, que traz consigo o criticismo, uma corrente filosófica que busca delimitar os limites do conhecimento humano.
Dentre suas principais obras estão “Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática”, “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, “A Religião Dentro dos Limites da Mera Razão” e “A Paz Perpétua”, dentre outros.
Confira 11 citações do filósofo prussiano Immanuel Kant que podem ser usadas nas redações e compor seu repertório sociocultural sobre um dos maiores pensadores da humanidade.
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Biografia de Immanuel Kant
Immanuel Kant nasceu em 22 de abril de 1724, na atual cidade russa Kaliningrado, que na época pertencia ao reino da Prússia. Estudou no Collegium Fridericianum na adolescência e foi aceito na universidade da cidade, conhecida como Albertina.
Seu ingresso na universidade alça o jovem Kant, que vinha de uma família humilde, para o mundo acadêmico. Após a morte de seu pai, ele passou a trabalhar como tutor e professor, tornando-se, posteriormente, o título de professor extraordinário, com reconhecimento social e estilo reflexivo, mas alegre e convidativo de ministrar aulas, a fim de promover o pensamento crítico e autônomo de seus alunos.
Ocupou a cátedra de Lógica e Metafísica na universidade Albertina até sua morte, foi proibido de escrever sobre religião pelo Rei Frederico Guilherme II, por suas teses consideradas como uma espécie de promoção ao agnosticismo. Somente em 1797, após a morte do rei, Kant voltou a publicar sobre o assunto.
Também teorizou sobre o funcionamento do sistema solar, dizendo que houve uma grande nuvem de gás e poeira que formou o universo conhecido à época. A teoria foi desenvolvida pelo matemático francês Pierre-Simon Laplace e ela é referenciada como “teoria de Kant-Laplace”.
O filósofo era considerado pelos vizinhos e alunos um homem bondoso, gentil e extremamente metódico. Há, inclusive, uma lenda de que os seus vizinhos acertavam seus relógios quando viam ele passando pela rua, já que ele sempre passava pelos mesmos lugares no mesmo horário.
Immanuel Kant viveu toda a sua vida na cidade natal e morreu lá mesmo, vítima de uma doença degenerativa, no dia 12 de dezembro de 1804, com 79 anos de idade.
1 — “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal.”
Em “Metafísica dos Costumes”, Kant explora o que ele chama de “Lei Universal”, que consiste em uma lei que é definida pela natureza e que, portanto, não pode ser contestada. A Lei da Gravidade, por exemplo, seria uma dessas leis.
2 — “Através de uma mentira externa, um ser humano faz de si mesmo um objeto de desprezo aos olhos dos outros; através de uma mentira interna, ele realiza o que é ainda pior: torna a si mesmo desprezível aos seus próprios olhos e viola a dignidade da humanidade em sua própria pessoa.”
Também no livro “Metafísica dos Costumes”, Kant teoriza que a filosofia moral é baseada nos princípios morais, sendo a razão o fundamento que validaria a moral humana. Ao utilizarmos a razão, que é algo tido por ele como universal, o ser humano não cai nas questões que são individuais.
3 — “Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre crescentes: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim.”
Em “Crítica da Razão Prática”, Kant estabelece o conceito de autonomia, os princípios da ação humana e busca comprovar a existência da liberdade. A frase foi utilizada como questão do Enem 2019.
4 — “O homem é o único animal que precisa trabalhar.”
A frase está no livro “Sobre a Pedagogia”, que foi feito por um de seus alunos, de forma autorizada, sobre notas enviadas por Kant. Na obra, o filósofo comenta sobre o que ele considera evolução do aprendizado e como ela constroi uma sociedade melhor.
5 — “A moral, propriamente dita, não é a doutrina que nos ensina como sermos felizes, mas como devemos tornar-nos dignos da felicidade.”
A frase aparece em “Crítica da Razão Prática”, livro em que Kant descreve o que seria o conceito de razão prática: o poder para criar normas e fins morais e que, por consequência, tem poder para impor a razão prática a si mesma. Tal imposição é o que ele chama de “dever”. Nós, enquanto humanos, damos os valores, os fins e as leis de nossa ação moral, formando a autonomia de cada um.
6 — “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”
Kant faz tal afirmação em seu livro “Sobre a Pedagogia” e a frase trata sobre como a educação forma o homem e, posteriormente, suas escolhas e reações.
7 — “Se é a riqueza que ele quer, quantos cuidados, quanta inveja e quanta cilada não pode ele chamar sobre si!”
Em “Metafísica dos Costumes”, Kant fala sobre a riqueza e o que pode vir com ela, traçando também paralelos com querer conhecimento, sagacidade, saúde e vida longa.
8 — “A Constituição civil em cada Estado deve ser republicana.”
Uma das propostas de Kant para a paz perpétua, que dá nome ao livro em que a frase foi retirada, é que a Constituição deve ser republicana, seguindo os princípios de liberdade, conformidade com os princípios da dependência de todos em relação a uma única legislação comum e seguir a lei de igualdade entre os cidadãos.
9 — “A razão […] condena absolutamente a guerra como procedimento de direito e torna, ao contrário, o estado de paz um dever imediato, que, porém, não pode ser instituído ou assegurado sem um contrato dos povos entre si.”
Em “A Paz Perpétua”, Kant diz acreditar que existe um princípio mau nas pessoas e que o estado de natureza da humanidade é o da guerra. Ele afirma que os povos precisam aprender a resolver os conflitos sem violência, portanto, sem guerras.
10 — “Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais.”
Em “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, Kant aborda também as ações dos animais, afirmando que eles não possuem consciência de si. Ele diz também que as obrigações que os humanos têm com outros seres e as coisas são uma referência direta dos deveres que temos com a humanidade.
11 — “Não deve considerar-se como válido nenhum tratado de paz que se tenha feito com a reserva secreta de elementos para uma guerra futura.”
Kant, em “A Paz Perpétua”, comenta sobre guerras e como a humanidade age perante situações em que a paz é proposta e, segundo ele, a resolução das causas de uma guerra não são pontos discutidos em um tratado de paz.
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