Bacharel em direito, professor, jornalista, pesquisador e o principal nome da Geografia brasileira, Milton Santos fez parte da renovação da área no Brasil, na década de 1970. Seus trabalhos se caracterizam pela crítica ao sistema capitalista, produzindo sobre temas como a urbanização no Terceiro Mundo e a globalização.
Conheça sete citações de Milton Santos que podem ser usadas como repertório sociocultural na redação do Enem e dos vestibulares:
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Quem foi Milton Santos?
Milton Almeida dos Santos nasceu em 1926, no interior do estado da Bahia, e mudou-se para a capital do estado aos 10 anos, onde, apesar da profissão que seguiu, cursou Direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Depois de graduado, Milton trabalhou como professor de geografia na Educação Básica, professor universitário e também como jornalista. Entre 1956 e 1958, o geógrafo concluiu o doutorado na Universidade de Estrasburgo, na França, e ao retornar ao Brasil criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais. Em 1960, tornou-se Livre Docente em Geografia Humana pela UFBA.
Em 1964, após o golpe que instaurou a Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil, Milton Santos foi preso pelo regime e após conseguir a liberdade e o direito de sair do país, voltou à França para trabalhar e se exilar. Nos anos seguintes também atuou em universidades do Canadá, Estados Unidos, Venezuela e Tanzânia, retornando a terras brasileiras apenas nos anos 1980.
Em 1984 foi contratado como professor titular pelo Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), onde permaneceu mesmo após sua aposentadoria.
Ao longo de sua carreira, Milton publicou mais de 40 livros sobre Geografia, sendo alguns dos mais importantes “Por uma Geografia nova”, de 1978 e “Por uma outra globalização”, de 2000, e recebeu mais de 20 títulos de Doutor Honoris Causa, de instituições ao redor do mundo.
Em 2001, na cidade de São Paulo, Milton faleceu aos 75 anos, vitimado por um câncer.
Citações de Milton Santos
A seguir, conheça uma seleção de frases do geógrafo, bem como seus contextos:
1- “Toda interpretação tem um conteúdo político”
Na visão de Milton Santos, a interpretação da realidade está ligada a elementos como classe social, escolaridade e consumo de informações, por exemplo, que estão ligadas, obrigatoriamente, a um tipo de pensamento político, seja ele benéfico ou não para quem faz a interpretação.
2- “No Brasil existe um tipo de apartheid: não é feio ser racista, é feio dizer que você é racista”
A ideia defendida pelo geógrafo sobre racismo no Brasil, aponta que há resistência dos brancos em admitir que há preconceito contra negros no país. O que, para ele, torna ”toda discussão ou enfrentamento do problema uma situação escorregadia”.
3- “Existem apenas duas classes sociais, a dos que não comem e a dos que não dormem com medo da revolução dos que não comem”
Apesar de não ser marxista, Milton Santos se aproxima do conceito de “luta de classes” do filósofo Karl Marx ao apontar que a sociedade é dividida entre classe opressora e classe oprimida. E que, ao saber seu lugar de poder e opressão, a classe dominante teme a revolta dos oprimidos.
4- “A informação sobre o que acontece não vem da interação entre as pessoas, mas do que é veiculado pela mídia, uma interpretação interessada, senão interesseira, dos fatos”
A citação vem do livro “Por uma outra globalização”, publicado por Milton Santos no ano 2000. Na obra, o geógrafo três definições para a “globalização”, sendo elas a “globalização como fábula”, que é o mundo como nos fazem vê-lo; a “globalização como perversidade”, que seria a realidade do mundo; e “uma outra globalização” que traz a ideia de como o mundo poderia ser.
5- “Ser negro no Brasil é, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado”
A afirmação do geógrafo aparece em um texto publicado no Jornal GGN, em 2001, no qual ele trata sobre como superar o “apartheid à brasileira”, abordando temas como escravidão e racismo.
6- “Subestimar a necessidade de preservar o meio ambiente é caminhar para a extinção”
Em seu livro “A natureza do espaço: técnica e tempo”, publicado em 1996, Milton usa a citação ao discutir a necessidade de uma abordagem consciente e sustentável a respeito das mudanças climáticas.
7- “A força da alienação vem dessa fragilidade dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que os une”
Santos argumenta que a classe dominante usa das individualidades das pessoas para aliená-las sobre pertencerem à mesma classe social e viverem sob os mesmos problemas econômicos e sociais.
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