9 questões sobre Trovadorismo que já caíram nos vestibulares

9 questões sobre Trovadorismo que já caíram nos vestibulares

Marcado pela produção de cantigas, o movimento literário europeu também é estudado no Brasil e, por isso, é cobrado em nossas provas; confira

Considerado o primeiro movimento literário da Europa, o Trovadorismo surgiu por volta do século XI, e tem como principal característica a produção de cantigas líricas sobre sentimentos ou satíricas. O autor das cantigas era conhecido como “trovador”, e daí vem o nome atribuído a esse tipo de literatura.

Apesar de não ter existido no Brasil, o Trovadorismo faz parte da Literatura Portuguesa, que é uma das maiores influências da Literatura Brasileira, e por isso é estudada e cobrada nos vestibulares por aqui. Pensando nisso, o Portal Estratégia Vestibulares reuniu, a seguir, perguntas sobre Trovadorismo, que estão disponíveis no nosso Banco de Questões, e já caíram nos vestibulares.

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Universidade Regional do Cariri (Urca) 2017

Identifique dentre as opções abaixo aquela em que não corresponde ao estabelecido por Massaud Moisés como principais representantes da Poesia Trovadoresca da Literatura portuguesa:

A) João Soares de Paiva, considerado o mais antigo, nascido em 1141.
B) Paio Soares de Taveirós, autor da cantiga mais antiga de que se tem registro.
C) Dinis, autor de aproximadamente 140 cantigas, entre líricas e satíricas.
D) João Garcia de Guilhade escreveu 54 composições líricas e satíricas. Considerado um dos mais originais trovadores do século XIII.
E) Gil Vicente foi autor de representações cheias de improvisos já previstos, são ricas, densas e variadas.

Veja a resolução:

A alternativa E está correta.

Universidade Federal de Pelotas (UFPel) 2016

Sobre o trovadorismo (lírica medieval portuguesa), numere a segunda coluna de acordo com a primeira.

(1) Cantigas de amor. 
(2) Cantigas de amigo.
(3) Cantigas de mal dizer.
(4) Cantigas de escárnio.

( ) Sátiras indiretas, não explicitando o nome da pessoa satirizada.
( ) Eu-lírico feminino.
( ) Presença de agressões verbais e de palavrões. 
( ) O tema principal é o amor não correspondido.

A ordem correta da enumeração da segunda coluna, de cima para baixo, está em qual alternativa?      

A) 3 – 2 – 4 – 1.  
B) 4 – 2 – 3 – 1.  
C) 1 – 2 – 3 – 4.  
D) 3 – 1 – 2 – 4.  
E) 4 – 3 – 1 – 2.  
F) I.R.

Veja a resolução:

A alternativa B está correta.

Universidade Estadual de Goiás (UEG) 2015

Senhora, que bem pareceis!
Se de mim vos recordásseis
que do mal que me fazeis
me fizésseis correção,
quem dera, senhora, então
que eu vos visse e agradasse.
Ó formosura sem falha
que nunca um homem viu tanto
para o meu mal e meu quebranto!
Senhora, que Deus vos valha!
Por quanto tenho penado
seja eu recompensado
vendo-vos só um instante.
De vossa grande beleza
da qual esperei um dia
grande bem e alegria,
só me vem mal e tristeza.
Sendo-me a mágoa sobeja,
deixai que ao menos vos veja
no ano, o espaço de um dia.

Rei D. Dinis

CORREIA, Natália. Cantares dos trovadores galego-portugueses. Seleção, introdução, notas e adaptação de Natália Correia. 2. ed. Lisboa: Estampa, 1978. p. 253.

Quem te viu, quem te vê
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala, mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua
Hoje o samba saiu procurando você
Quem te viu, quem te vê
Quem não a conhece não pode mais ver pra crer
Quem jamais a esquece não pode reconhecer

[…]

Chico Buarque

A cantiga do rei D. Dinis, adaptada por Natália Correia, e a canção de Chico Buarque de Holanda expressam a seguinte característica trovadoresca:

A) a vassalagem do trovador diante da mulher amada que se encontra distante.
B) a idealização da mulher como símbolo de um amor profundo e universal.
C) a personificação do samba como um ser que busca a plenitude amorosa.
D) a possibilidade de realização afetiva do trovador em razão de estar próximo da pessoa amada.

Veja a resolução:

A alternativa A está correta. No primeiro poema de D. Diniz, tem-se versos típicos do período do trovadorismo: a mulher amada é distante e inatingível, cabendo ao homem contentar-se em vê-la e servi-la. No caso da letra de música, tem-se o lamento de um homem que só poderá contentar-se em admirar a mulher distante. Para que a comparação caiba nos moldes do trovadorismo, a idealização deverá ser vista como distanciamento servil, típico da vassalagem medieval.

Centro Universitário do Pará (CEUSPA) 2014

A imagem da dama, mostrada na charge, comparada ao conjunto de cantores a executar uma cantiga, é desproporcional. Isso reflete a superioridade da senhora contrapondo-se à atitude servil dos cantores. Essa submissão, essa necessidade de prestar serviço a sua senhora, foi tema presente nas cantigas de amor, como pode ser comprovado nos versos

A) “Pois, senhora, conquanto apenas dor
E nenhuma alegria me causeis,
Se soubésseis o mal que me fazeis,
Posso jurar – perdoa-me, Senhor! –
Que sentíreis compaixão de mim.”

B) “Já que assim é, eu venho-vos rogar
que queirais pelo menos consentir
que passe a minha vida a vos servir,
e que possa dizer em meu cantar
que esta mulher, que em seu poder me tem,
sois vós, senhora minha, vós, meu bem;”

C) “Quero eu a maneira de um provençal
Fazer agora um cantar d’amor
E quererei muito louvar minha senhora,
A quem mérito e formosura não faltam.”

D) “Piedade já não pode haver
No universo para os mortais.
Se aquela que a devia ter
Não tem, quem a terá jamais?
Ah! Como acreditar que alguém
De olhar tão doce e clara fronte
Deixe que eu morra sem beber
Água de amor em sua fonte?”

Veja a resolução:

A alternativa B está correta.

Universidade Regional do Cariri (Urca) 2013

Observe com atenção a seguinte composição:

Ay flores, ay flores do verde pinho,
Se sabedes novas do meu amigo!
Ay Deus, e u é?
Ay flores, ay flores do verde ramo,
Se sabedes novas do meu amado!
Ay Deus, e u é?

O fragmento anterior, parcialmente transcrito, pertence à Lírica Medieval da Península Hibérica. Ela tem autor conhecido, arte poética própria e características definidas do lirismo trovadoresco, podendo­-se, ainda, descobrir o nome pelo qual composições idênticas são conhecidas. Em uma das alternativas indicadas acham-­se todos os elementos que correspondem àquelas informações.

A) O autor é Paio Soares de Taveirós. Destacam-­se o paralelismo das estrofes, a alternância vocálica e o refrão.
B) O autor é Nuno Fernandes Torneol. Destaca­-se o refrão como interpelação à natureza. Trata­-se de uma cantiga de amigo.
C) O autor é el-­rei D. Dinis. Destacam­-se o paralelismo, a alternância vocálica e o refrão. O eu lírico é feminino, é uma cantiga de amigo.
D) O autor é Fernão Lopes. Destacam­-se a alternância vocálica. Trata­-se de uma cantiga de amor.
E) O autor é Martim Codax. Destaca­-se o ambiente campestre, existe uma fusão do sujeito no objeto, é uma cantiga de amor.

Veja a resolução:

A alternativa C está correta.

Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas) 2011

O início de quase todas as literaturas, no mundo ocidental moderno (e mesmo na Antiguidade) está associado a obras em verso. Foi o que ocorreu na literatura de língua portuguesa, cujos primeiros textos literários eram poemas cantados e com acompanhamento musical de instrumento de cordas. Daí o nome de cantigas (canções ou cantares), compostas pelos trovadores (nobres ou pessoas cultas) e interpretadas pelos jograis (artistas ambulantes e, em geral, de baixa extração social). Assim, através das cantigas, num primeiro momento – que vai do século XII ao XIV -, floresceu, em Portugal, uma vasta produção predominantemente lírica, a que se costuma denominar Trovadorismo.

Embora quase milenares, as cantigas líricas (classificadas como cantiga de amor e cantiga de amigo) ainda podem ser apreciadas e valorizadas, sobretudo porque constituem as verdadeiras raízes de toda a produção lírica de nossa língua. 

Examine, agora, uma cantiga de amor atribuída a D. Dinis (1261-1325), rei de Portugal e fundador da Universidade de Lisboa (transferida depois para Coimbra).

“Quanto me custa, senhora, 
tamanha dor suportar, 
quando me ponho a lembrar 
o que penei desde a hora 
em que, formosa, vos vi;
e todo este mal sofri
só por vos amar, senhora.
Desde o momento, senhora,
em que vos ouvi falar,
não tive senão pesar;
cada dia e cada hora
mais tristezas conheci;
e todo este mal sofri
só por vos amar, senhora.
Devíeis ter dó, senhora,
do meu profundo pesar,
de minha mágoa sem par, 
porque já sabeis agora
o que muito padeci;
e todo este mal sofri
só por vos amar, senhora..”

Avalie as seguintes afirmações sobre a cantiga.

I) O texto expressa um sentimento masculino, ou seja, reflete o eu-lírico do homem colocado, numa espécie de vassalagem, em situação de inferioridade diante do objeto amado, tratado de maneira cerimoniosa.
II) O eu-lírico não confessa propriamente o seu amor, mas mostra o sofrimento ocasionado por esse sentimento não-correspondido por alguém que se coloca (ou é colocado) num plano de inacessibilidade.
III) Não há referências aos seres concretos do mundo exterior. No texto, apenas o sentimento se faz presente, configurando, em decorrência, um alto grau de abstração.
IV) As formas verbais “vi” e “ouvi” (indicando, respectivamente, visão e audição) revelam grande distanciamento entre o eu-lírico e o objeto amado, já que são indicadores de sentidos que não demandam, necessariamente, nenhum tipo de contato físico.
V) O texto apresenta o chamado paralelismo, ou seja, ocorre nele a repetição de imagens e de sentimentos mediante ligeira variação vocabular. Além disso, o refrão, presente em cada estrofe, enfatiza a ideia central, além de marcar o ritmo do poema.

A) todas corretas, sem exceção.
B) todas corretas, com única exceção.
C) todas corretas, exceto I e III.
D) todas corretas, exceto IV e V.
E) todas incorretas, exceto II e IV.

Veja a resolução:

A alternativa A está correta.

Universidade Presbiteriana Mackenzie 2007

01 Comigo me desavim,
02 sou posto em todo perigo;
03 não posso viver comigo
04 nem posso fugir de mim.

“Trovas” – Sá de Miranda – poeta português do século XVI

No texto,

A) tematiza-se a angústia de uma identidade dilacerada entre o eu e o mim.
B) tematiza-se o anseio do poeta no sentido de ascender a um plano espiritual, livre do perigo mundano.
C) o poeta associa o tema do “desconcerto do mundo” aos conflitos do amor, revelando a notória influência que sofreu da poesia camoniana.
D) o poeta lamenta a crise por que passa o homem quinhentista, caracterizada pela dicotomia entre corpo e espírito: Comigo me desavim.
E) Sá de Miranda, marcado pelo egocentrismo típico de sua época, denuncia a luta entre o indivíduo e o meio em que vive: sou posto em todo perigo.

Veja a resolução:

A alternativa A está correta. O poeta vê-se confuso diante da impossibilidade de fugir de si mesmo. Por isso, há um duelo entre eu e mim, ambas as palavras representantes de um só sujeito dividido.

Universidade Federal de Pelotas (UFPel) 2005

A propósito das cantigas medievais, sabe-se que possuem estruturas cujas particularidades organizam-nas em diferentes tipos. Embora essas estruturas pareçam antigas, os poetas, ao longo dos séculos, muitas vezes se valeram delas para construir as suas poesias. Analise o poema de Gilberto Gil, considerando os seus conhecimentos sobre o Trovadorismo português.

Feiticeira  – Gilberto Gil – 1980 

Feiticeira 
Bem que eu queria ser  
Feiticeira 
Pra enfeitiçar você 
Com encanto e sedução
Lhe atrairia pro meu canto 
E lhe faria amor, amor, amor 
Até que o pranto 
Lhe fizesse o coração 
Tão duro, amolecer 
Com poder de sugestão 
Lhe afastaria do seu trono 
E lhe faria amor, amor, amor 
Até que o sono 
Lhe fizesse o coração 
Tirano, adormecer 
Eu faria todo mundo saber 
Eu traria todo mundo pra ver 
Minha cama inteira só pra você 

Disponível em: <http://www.gilbertogil.com.br/sec_discografia_obra.php?id=1> Acessado em: 17/10/2005.

Marque (V), quando a afirmativa for verdadeira e (F), quando a afirmativa for falsa. 

( ) Uma das características que faz o poema assemelhar-se às cantigas de amigo é a presença de um eu-lírico feminino, ainda que seja de autoria masculina.
( ) O poema, ainda que possua um eu-lírico feminino, assemelha-se às cantigas satíricas porque “maldiz” o homem ao caracterizar seu coração como “duro” e “tirano”. 
( ) O uso dos verbos “atrairia”, “afastaria”, “traria” demonstra que o eu-lírico não tem o seu amor efetivamente, mas, assim como nas cantigas de amigo, a mulher deseja ter o amante consigo. 
( ) O poema, assim como as cantigas de amigo, possui uma estrutura simples, pois a 2ª e a 3ª estrofes são quase idênticas, tanto no que diz respeito à rima quanto ao número de versos, bem como na estrutura sintática. 
( ) O poema assemelha-se à cantiga de amor, pois tem o eu-lírico feminino e retrata o homem como um ser idealizado e impossível de alcançar.

A alternativa que possui a sequência correta é      

A) V – V – F – V – V  
B) V – F – V – V – F  
C) F – V – F – F – V  
D) F – V – V – F – F  
E) F – F – F – F – V  
F) I.R.

Veja a resolução:

A alternativa B está correta.

Universidade Regional do Cariri (Urca) 2009

Considere as afirmações sobre a cantiga de amigo e assinale a alternativa verdadeira:

I. Seu tema fundamental é a morte por amor.
II. Caracterizam, na forma, pelo leixa-pren, paralelismo e refrão.
III. As Alvas são um sub-gênero que tematiza um convite à dança.
IV. Nas Cantigas de peregrinação, como exigência do sub-gênero, o casal apaixonado se encontra em capelas, ermidas ou santuários.
V. No sub-gênero Barcarola, tematizam-se as grandes navegações.

A) todas estão corretas;
B) somente estão corretas I e V;
C) somente estão erradas III e IV;
D) somente estão corretas II e IV;
E) somente estão corretas II e III.

Veja a resolução:

A alternativa D está correta.

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