Veganismo: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

Veganismo: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

No Dia Mundial do Veganismo, selecionamos pontos sobre o assunto que formam repertório sociocultural para vestibulares e Enem

O Dia Mundial do Veganismo é comemorado no dia 1º de novembro e foi criado em 1994 pela Vegan Society da Inglaterra, a instituição vegana mais antiga do mundo, em comemoração ao 50º aniversário da própria sociedade. 

A fundação nasceu em 1944 por um grupo de seis vegetarianos que, após algum tempo, sentiram a necessidade de ter uma palavra mais específica que descrevesse o comportamento de todos, daí surgiu o termo “vegano”.

Isso aconteceu no momento em que houve uma série de discordâncias entre eles e a associação vegetariana do país, o que ocasionou a cisão. Atualmente, a Vegan Society realiza a certificação de produtos veganos ao redor do mundo, com mais de 22 mil produtos cadastrados.

O número de pessoas adeptas ao veganismo vem aumentando nos últimos anos, movimentando diversos setores para que eles ofereçam produtos veganos, além de novas empresas focadas somente nesse segmento. Confira mais sobre o assunto e como ele pode ser usado como repertório sociocultural no Enem e nos vestibulares brasileiros.

Veganismo como filosofia de vida

O estilo de vida vegano inclui medidas que vão além da não ingestão de alimentos de origem animal. O veganismo inclui não consumir nada de tal origem, incluindo itens de vestuário, beleza, transporte, higiene pessoal e até mesmo entretenimento. 

Nesse sentido, o veganismo inclui, portanto, não utilizar cremes e pasta de dente que tem ingredientes de origem animal ou são testados em animais, não compram itens como jaquetas de couro, blusas de lã, casacos de pele e até bicicletas ou carros, caso haja algo proveniente de animais em seus itens.

Além disso, veganos não frequentam rodeios, aquários e zoológicos, já que os animais estão fora de seu habitat natural, muitas vezes sob condição de depressão e estresse. Tudo isso se baseia, portanto, na exploração animal para benefício humano, tornando o veganismo uma espécie de filosofia de vida.

Veja temas relacionados ao veganismo que podem aparecer nos vestibulares

Dentre os temas que podem ser abordados estão os tipos de veganismo e vegetarianismo, as diferenças entre eles, como a prática se vê como sustentável e aspectos sociais como impacto no setor financeiro e econômico mundial e na saúde dos praticantes como um todo. Acompanhe abaixo mais detalhes.

Diferenças entre veganismo e vegetarianismo

Como dito anteriormente, o veganismo inclui uma dieta completamente restrita a produtos de origem animal, e também se conecta ao não uso de qualquer produto animal, se tratando não só de alimentação. Já o vegetarianismo possui menos restrições, que vão se somando até chegar ao que é considerado veganismo. Veja abaixo:

  • Flexitariano: possui uma dieta que que prioriza o consumo de vegetais, mas ainda inclui itens de origem animal na alimentação;
  • Ovolactovegetarianismo: não come carne, mas utiliza ovos, leite e derivados, além de mel, na alimentação;
  • Lactovegetarianismo: utiliza leite e laticínios, não consumindo ovos e derivados;
  • Ovovegetarianismo: utiliza ovos, mas não leite, laticínios e derivados;
  • Vegetarianismo estrito: não consome nenhum produto de origem animal em sua alimentação;
  • Veganismo: exclui toda forma de exploração animal, incluindo alimentação, produtos testados em animais e produtos de origem animal em geral; e
  • Plant-Based: dieta baseada no consumo de plantas, de aproveitamento quase integral ou com poucos processamentos, mas que não possui uma centralização em torno dos direitos dos animais.

Crudivorismo e frugivorismo

Dentro do veganismo há também outras duas correntes que apresentam restrições específicas. O crudivorismo envolve consumir alimentos crus, fermentados, desidratados ou germinados, que não podem ser aquecidos a mais de 42º para que não haja a destruição de enzimas e outros nutrientes presentes nesses alimentos. Já o frugivorismo envolve o consumo de frutas in natura ou pouco processadas, podendo incluir o uso de oleaginosas e hortaliças cruas.

Veganismo e sustentabilidade

Um dos pontos que motivam veganos a manter seu estilo de vida é a sustentabilidade pregada. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), são necessários 15 mil litros de água para produzir um quilo de carne e a agricultura é responsável por utilizar 70% de toda a água consumida no mundo.

Além disso, a pecuária é uma das principais atividades emissoras de gases de efeito estufa no mundo, dentre eles óxido nitroso, dióxido de carbono e metano. Já a produção de alimentos à base de plantas gera emissões menores e consomem menos água.

Outro ponto que pode ser citado é a relação entre a pecuária e o desmatamento, já que grandes florestas, como a Amazônia, e outros biomas naturais são comprometidos para dar lugar a pastagens ou produção de ração animal.

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Veganismo e exploração animal

O veganismo possui um lado ativista forte, voltado principalmente para a causa animal. O portal da Associação Brasileira de Veganismo, por exemplo, cita que a definição do termo inclui promover o “desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefícios de humanos, animais e meio ambiente”.

Há também a classificação da pecuária e setores da agricultura como “indústria da morte”, com descrições e exemplos sobre o que acontece com os animais provenientes desses sistemas. 

O artigo “Os seis segredos da indústria de exploração animal”, da ONG Animal Equality, traz outros problemas envolvidos na cadeia de produção de produtos de origem animal, como o espaço em que eles vivem, a origem da ração, a poluição gerada e todo o processo de sofrimento que os animais passam do nascimento até sua morte, citando alguns exemplos.

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Influência do veganismo na saúde dos praticantes

Pesquisas apontam que há relação entre o veganismo e a diminuição de doenças como câncer, diabetes e problemas cardíacos. O consumo excessivo de carnes processadas, por exemplo, é um fator que aumenta o risco de câncer colorretal em 18%.

Uma pesquisa publicada pela Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) dos Estados Unidos afirma que se toda a população da terra adotasse o veganismo 8,1 milhões de vidas seriam salvas até 2050. Essa conexão está atrelada ao fato de que teríamos menos vítimas das doenças citadas acima.

O artigo “6 benefícios cientificamente comprovados de uma dieta vegana”, do portal Vegan Business, pontua a riqueza em nutrientes da dieta, sua eficácia contra doenças cardíacas, diminuição dos níveis de açúcar do sangue e outros pontos relacionados à saúde.

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Veganismo e a economia mundial

O mesmo estudo da PNAS, citado acima, afirma que mais de um trilhão de dólares por ano seriam economizados em todo o mundo. O cálculo feito pela agência de pesquisa Euromonitor International é de que os produtos veganos e vegetarianos movimentam 50 milhões de dólares ao ano, isso em 2021.

O mesmo levantamento aponta que 23% da população mundial tenta limitar a ingestão de carne. Tanto que são muitas as empresas que estão diversificando seu portfólio de produtos, pensando em atender veganos, vegetarianos e flexitarianos, que também consomem alimentos do segmento.

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Documentários sobre veganismo

Separamos alguns filmes e documentários que abordam o veganismo como um de seus temas principais. Confira!

Cowspiracy: o Segredo da Sustentabilidade

“Cowspiracy, o Segredo da Sustentabilidade” foi lançado em 2014 e ele denuncia os impactos da indústria agropecuária, mostrando a importância do veganismo para que o planeta seja mais sustentável.

Food Choices

O documentário mostra os impactos das escolhas alimentares dos humanos no mundo, esclarecendo mitos da nutrição vegetariana com depoimentos de pessoas que mudaram suas vidas após seguirem uma dieta vegana ou baseada em plantas.

Sob a Pata do Boi

O documentário brasileiro mostra o impacto da pecuária na Amazônia, a partir de incentivos da bancada ruralista e como o cenário nestes locais se transformou com o avanço da indústria.

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Questões sobre veganismo

Simulado Enem (2022)

Em 1949 o ativista pelos animais Leslie J. Cross, preocupado com as diversas definições que as pessoas estavam dando ao termo veganismo e com a consequência de isso gerar confusão sobre o ideal do movimento e tirar sua credibilidade, propôs uma definição objetiva:

“Veganismo é o princípio da emancipação dos animais pela exploração do ser humano.”

Atualmente, a Vegan Society, primeira instituição vegana do mundo, criada por Donald Watson em 1944, da qual Leslie J. Cross foi membro, tem uma definição ainda mais clara:

“O veganismo é uma forma de viver que busca excluir, na medida do possível e do praticável, todas as formas de exploração e de crueldade contra animais, seja para a alimentação, para o vestuário ou para qualquer outra finalidade. Dos veganos junk food aos veganos crudívoros – e todos mais entre eles – há uma versão do veganismo para todos os gostos. No entanto, uma coisa que todos os veganos tem em comum, é uma dieta baseada em vegetais, livre de todos os alimentos de origem animal, como: carne, laticínios, ovos e mel, bem como produtos como o couro e qualquer produto testado em animais.”

Adaptado. Disponível em: https://vegpedia.com/textos-fundamentais/o-que-e-veganismo/ 

Pensando nas definições de veganismo trazidas pelo texto, é correto afirmar que

A a dieta é pautada na ausência de consumo de animais, apenas. 
B há discussões paralelas sobre o consumo de alimentos de origem animal.
C é um ato exclusivamente alimentar. 
D o ponto em comum é o não consumo de produtos testados em animais. 
E não há consumo de todo e qualquer produto de origem animal.

Resposta: A alternativa A está incorreta, pois o veganismo é mais do que uma dieta e é pautado na exclusão de todos os produtos de origem animal, alimentícios ou não.
A alternativa B está incorreta, pois o texto não menciona se há discussões sobre as definições apresentadas.
A alternativa C está incorreta, pois o veganismo não é uma prática exclusivamente alimentar.
A alternativa D está incorreta, pois o ponto de convergência do veganismo é a dieta livre de produtos de origem animal.
A alternativa E está correta, pois não há, no veganismo, o consumo de nenhum produto de origem animal. 

Alternativa correta: E

Urca (2017)

VEGAN VS VEGETARIAN – WHAT’S THE DIFFERENCE?

By Alina Petre

Vegetarian diets have reportedly been around since as early as 700 B.C. Several types exist and individuals may practice them for a variety of reasons, including health, ethics, environmentalism and religion. Vegan diets are a little more recent, but are getting a good amount of press.

What is a vegetarian diet?

According to the Vegetarian Society, a vegetarian is someone who does not eat any meat, poultry, game, fish, shellfish or by­-products of animal slaughter. Vegetarian diets contain various levels of fruits, vegetables, grains, pulses, nuts and seeds. The inclusion of dairy and eggs depends on the type of diet you follow.

The most common types of vegetarians include:

  • Lacto-­ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal flesh, but do consume dairy and egg products.
  • Lacto vegetarians: Vegetarians who avoid animal flesh and eggs, but do consume dairy products.
  • Ovo vegetarians: Vegetarians who avoid all animal products except eggs.
  • Vegans: Vegetarians who avoid all animal and animal-­derived products.

Those who do not eat meat or poultry but do consume fish are considered pescatarians, whereas part-­time vegetarians are often referred to as flexitarians. 

Although sometimes considered vegetarians, pescatarians and flexitarians do eat animal flesh. Therefore, they do not technically fall under the definition of vegetarianism.

From: https://goo.gl/n9yEy1. Accessed on 03/22/2017

According to the text, it is right to say that:

A Vegan diet is as old as vegetarian diet;
B No one knows how long vegetarian diet exists;
C There are many types of vegan diet;
D Vegetarian diet followers have different types of justification;
E Health is the only reason people choose a vegan diet.

Alternativa correta: D

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