Relações de coordenação e subordinação: entenda as diferenças e como funcionam

Relações de coordenação e subordinação: entenda as diferenças e como funcionam

Veja o que distingue as orações coordenadas das subordinadas e compreenda o papel de cada uma na construção dos enunciados

Na gramática da língua portuguesa, as relações de coordenação e subordinação são fundamentais para compreender como as orações se conectam dentro de um período composto. As orações coordenadas unem-se de forma independente, enquanto as subordinadas dependem sintaticamente de outra para completar o sentido.

Dominar essas relações é essencial para interpretar textos com precisão e produzir redações claras e bem estruturadas — uma habilidade indispensável para quem se prepara para o Enem e vestibulares. Confira este artigo que o Estratégia Vestibulares preparou, contendo os principais pontos sobre o assunto.

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Conceitos fundamentais: do período simples ao composto

Antes de entender as relações de coordenação e subordinação, é importante relembrarmos alguns conceitos básicos da sintaxe. Uma oração é um enunciado que contém um verbo, ou seja, expressa uma ação, estado ou fenômeno. Já o período é uma frase formada por uma ou mais orações, ou seja, de construções que contém um ou mais de um verbo/forma verbal.

Quando há apenas uma oração, temos um período simples, como em: “O aluno estudou bastante.” Já quando há duas ou mais orações, o enunciado se torna um período composto, como em: “O aluno estudou bastante e conseguiu boa nota.” Nesse caso, a presença de mais de um verbo indica a junção de orações dentro de um mesmo período.

Definição de orações coordenadas

As orações coordenadas são aquelas que se relacionam por adição de ideias, sem que uma dependa sintaticamente da outra para ter sentido completo. Cada oração mantém sua autonomia sintática, formando um conjunto em que as informações se somam, se opõem ou se complementam logicamente.

Entre as coordenadas, destacam-se as sindéticas, que são introduzidas por conjunções coordenativas. Essas conjunções determinam o tipo de relação lógica entre as orações, como se vê nos principais casos:

Aditivas (soma)

Indicam a adição ou acúmulo de ações e informações. As conjunções mais comuns são: e, nem, não só… mas também.

Exemplo:

  • Estudei e passei.

A conjunção e une duas ações relacionadas, mostrando continuidade entre elas.

Adversativas (contraste/oposição)

Exprimem oposição, restrição ou contraste entre as orações. As principais conjunções são: mas, porém, contudo e todavia.

Exemplo:

  • Estudei, mas não passei.

A conjunção mas introduz uma ideia contrária à anterior, opondo o esforço ao resultado.

Alternativas (escolha)

Expressam alternância, exclusão ou possibilidade entre ações diferentes. As conjunções mais utilizadas são: ou… ou, ora… ora.

Exemplo:

  • Ou estuda, ou trabalha.

A conjunção ou apresenta duas ações excludentes. É preciso escolher uma delas.

Conclusivas (dedução/resultado)

Indicam uma consequência lógica ou resultado da ideia anterior. As principais conjunções são: logo, portanto, por isso e assim.

Exemplo:

  • Choveu, logo o jogo foi adiado.

A conjunção logo introduz a conclusão decorrente da ação anterior.

Explicativas (justificativa/explicação)

Apresentam uma razão, motivo ou justificativa para a ideia da oração principal. As principais conjunções são: porque, que e pois.

Exemplo:

  • Fiquei em casa, porque estava doente.

A conjunção porque explica a causa da ação expressa na primeira oração.

Definição de orações subordinadas

As orações subordinadas são aquelas que dependem sintaticamente de outra oração — chamada oração principal — para completar ou ampliar seu sentido. Elas exercem funções equivalentes a termos da oração simples, podendo atuar como substantivos, adjetivos ou advérbios dentro do período composto.

De acordo com o papel que desempenham, as orações subordinadas se dividem em três grandes grupos: substantivas, adjetivas e adverbiais.

Orações Subordinadas Substantivas

As subordinadas substantivas funcionam como termos essenciais ou integrantes da oração principal, podendo exercer as funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo ou aposto.

Exemplo:

  • É fundamental que você estude.

Nesse caso, a oração subordinada “que você estude” tem função de sujeito da oração principal “é fundamental”.

Orações Subordinadas Adjetivas

As subordinadas adjetivas exercem a função de adjunto adnominal, ou seja, caracterizam ou qualificam um substantivo da oração principal. Elas são sempre introduzidas por pronomes relativos, como que, quem, cujo, onde, entre outros.

Essas orações se dividem em dois tipos:

Restritivas

Restringem ou especificam o sentido do nome ao qual se referem, sem uso de vírgulas.

Exemplo: 

  • Os alunos que estudaram foram aprovados. (Somente os que estudaram foram aprovados)

Explicativas

Acrescentam uma informação adicional sobre o nome, com uso de vírgulas.

Exemplo:

  • Os alunos, que estudaram bastante, foram aprovados. (Todos os alunos estudaram bastante)

Orações subordinadas adverbiais

As orações subordinadas adverbiais equivalem a advérbios. Exercem em relação à oração principal a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Veja exemplos de algumas das principais e que podem cair na prova.

Causais

Indicam o motivo ou a causa da ação expressa na oração principal. São introduzidas por porque, já que, visto que, como.

Exemplo:

  • Ele foi embora, porque estava muito doente.

Concessivas

Exprimem uma ideia contrária à da oração principal, mas que não impede sua realização. São introduzidas por embora, ainda que, mesmo que, conquanto.

Exemplo:

  • Embora estivesse cansado, continuou trabalhando.

Condicionais

expressam uma condição para que a ação da principal se realize. São introduzidas por se, caso, contanto que, desde que.

Exemplo:

  • Se chover, o passeio será cancelado.

Consecutivas

Indicam uma consequência ou resultado da ideia da oração principal. São introduzidas por que, geralmente antecedido por expressões como tão, tanto, tamanho.

Exemplo: 

  • Estudou tanto que passou em primeiro lugar.

Proporcionais

Expressam uma relação de proporção ou simultaneidade entre as ações. São introduzidas por à medida que, à proporção que, quanto mais… mais, entre outras.

Exemplo:

  • À medida que o tempo passa, aprendemos mais.

Comparativas

Estabelecem uma comparação entre o termo da principal e o da subordinada. São introduzidas por como, assim como, mais… do que, menos… do que.

Exemplo: 

  • Ela é mais dedicada do que parece.

Questão sobre o assunto

Enem (2010)

Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas.

LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas

A) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
B) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
C) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
D) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
E) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

Resposta:

A alternativa E está correta, pois o primeiro uso é de oposição (o calor era forte, mas havia vento) e o segundo de explicação (ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras).

Alternativa correta: E.

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