A francesa Simone de Beauvoir é considerada uma das maiores filósofas e escritoras da história, com seu trabalho voltado para uma abordagem feminista e existencialista em suas principais obras.
Seus pensamentos geraram debates sobre os direitos das mulheres no século XX, em uma sociedade que era ainda mais patriarcalista. Tais abordagens transformaram a autora em um dos grandes nomes do pensamento feminista, com grande legado para a literatura especializada nesse debate.
Dentre seus principais livros estão “O segundo sexo”, “Memórias de uma moça bem-comportada” e “Cerimônia do adeus”, publicados em 1949, 1958 e 1981, respectivamente.
O Portal Estratégia Vestibulares separou 23 citações de Simone de Beauvoir que podem ser utilizadas nas redações dos vestibulares em temas que abordam a opressão de gênero e o papel da mulher na sociedade. Confira!
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Biografia de Simone de Beauvoir
Nascida em 1908, em Paris, Simone de Beauvoir é uma das maiores representantes do existencialismo, corrente filosófica que destacava a importância da existência individual, valorizando a liberdade de escolha e as responsabilidades pessoais de cada ser.
Após se formar em uma escola católica para meninas, Simone estudou Filosofia na Universidade de Sorbonne, onde conheceu Jean-Paul Sartre, com quem teve um longo relacionamento, conhecido por polêmicas diversas.
Em sua carreira, foi professora de Filosofia da Universidade de Marseille e, posteriormente, do Lycée Molière, em Paris. Em 1945, após a Segunda Guerra Mundial, fundou, juntamente com Sartre, a revista política, filosófica e literária “Os Tempos Modernos”, com posicionamento forte à esquerda e ampliando debates existencialistas da época.
Além dos três livros citados acima, Simone de Beauvoir escreveu mais de uma dezena de obras, dentre elas “A convidada”, “Os mandarins”, “A força da idade”, “A força das coisas” e “A mulher desiludida”. Faleceu em Paris, no ano de 1986, após contrair uma pneumonia e não conseguir se recuperar da enfermidade.
1 — “Em todas as lágrimas há uma esperança.”
A frase cunhada no livro “A força da idade”, em que a autora traz relatos autobiográficos sobre liberdade. O choro é, para Simone, uma forma de encontrar força mesmo em momentos difíceis.
2 — “Toda opressão cria um estado de guerra.”
Escrito no livro “O segundo sexo”, a frase representa como o tratamento às mulheres ao longo da história molda o caráter e a resistência do gênero em meio ao patriarcado e machismo existentes, principalmente quando falamos sobre o encarceramento no ambiente doméstico, algo ainda mais presente nas décadas passadas.
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3 — “O escritor original, enquanto não morre, é sempre escandaloso.”
Em “O segundo sexo vol 2: a experiência vivida”, Simone de Beauvoir disserta sobre a importância do escritor como denunciante do que acontece na sociedade, atuando, portanto, como um ser que incomoda setores da mesma.
4 — “Renunciar ao amor parecia-me tão insensato como desinteressarmo-nos da saúde porque acreditamos na eternidade.”
O fim de um relacionamento, independentemente dos motivos, segundo Simone, não deve ser motivo de renúncia, justamente porque é algo natural do ser humano.
5 — “Se a ‘questão feminina’ é tão absurda é porque a arrogância masculina fez dela uma querela.”
A citação retirada do livro “O segundo sexo” aborda como os homens tornaram o que Simone chama de ‘questão feminina’, algo pequeno e banal, o que é desconstruído e confrontado pela autora ao longo de sua trajetória literária.
6 — “A morte parece menos terrível quando se está cansado.”
Em “Os mandarins”, romance em que a frase se encontra, Simone de Beauvoir traz reflexões sobre como a sociedade francesa foi afetada pela Segunda Guerra Mundial.
7 — “Querer ser livre é também querer livres os outros.”
Simone de Beauvoir escreveu essa frase no livro “O segundo sexo”, em uma reflexão sobre o que é liberdade individual e também coletiva.
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8 — “Não se pode escrever nada com indiferença.”
A frase também é do romance “Os Mandarins”, sendo tema de debates sobre o papel do escritor enquanto interlocutor de algo a ser contado. Para a autora, a escrita deve ser praticada sempre em conexão com o que é escrito.
9 — “O segredo da felicidade e o cúmulo da arte é viver como todo mundo e ser como ninguém.”
“Memórias de uma moça bem-comportada” também é autobiográfico e a autora cunhou essa frase relatando ser de um bilhete, escrito por um de seus interesses amorosos da adolescência e juventude, falando sobre a normalidade da vida.
10 — “A representação do mundo é operação dos homens; eles o descrevem do ponto de vista que lhes é peculiar e que confundem com a verdade absoluta.”
Em mais uma citação do livro “O segundo sexo”, Beauvoir descreve como o mundo é representado e quem o representa: o homem. Isso seria, para a autora, uma das causas da desigualdade entre os gêneros e da falta de compreensão do masculino com outras visões de mundo, desde a Bíblia e outros livros sagrados, até as leis e a moral.
11 — “Homem é a definição de ser humano e mulher é a definição de fêmea – quando ela se comporta como ser humano, ela diz que imita o homem.”
Outra frase do livro “O segundo sexo”. Aqui, Simone crava o que é considerado uma das maiores definições de sexismo, de acordo com o movimento feminista. Enquanto o homem é ser humano e, portanto, pertence ao mundo, a mulher só tem espaço enquanto mulher e seu contrato social de gênero, tornando-se secundária.
12 — “Todas as vitórias ocultam uma abdicação.”
Outra citação do livro “Memórias de uma moça bem-comportada”, obra que reflete sobre como Simone era na infância e adolescência. Aqui, a autora indica uma espécie de troca: para vencer, é necessário abrir mão de algo. Ela, ainda sobre o assunto, cravou: “Se vivermos durante muito tempo, descobrimos que todas as vitórias, um dia, se transformam em derrotas”.
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13 — “Libertar a mulher é recusar a encerrá-la às relações que ela mantém com o homem, não as negar.”
Em “O segundo sexo”, Beauvoir utiliza essa frase para elucidar a ideia de que o valor da mulher está associado ao amor de um homem para deixar de ser vista como uma pessoa secundária.
14 — “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”
A frase pertence ao livro “O segundo sexo vol 2: a experiência vivida”, escrito em 1967 e aborda a importância da inserção das mulheres no mercado de trabalho, como um dos fatores libertadores da dependência perante ao homem em várias esferas.
15 — “A beleza ainda é mais difícil de contar do que a felicidade.”
Em “A força da idade”, publicado em 1960, Simone de Beauvoir faz reflexões acerca da sua vida, motivações e inspirações, já sob um olhar mais maduro a respeito de suas obras e influências.
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16 — “Em si mesmo, a homossexualidade é tão limitante quanto a heterossexualidade: o ideal deveria ser a capacidade de amar uma mulher ou um homem; ou, um ser humano, sem sentir medos, restrições ou obrigações.”
A homossexualidade é um dos temas discutidos por Simone em suas obras, principalmente do ponto em que as relações de gênero são exploradas e diferenciadas pela autora. Ainda sim, há críticas de outras autoras acerca de preconceitos de Beauvoir sobre a mulher lésbica.
17 — “E não é verdade que o reconhecimento da liberdade de outrem limite minha própria liberdade: ser livre não é ter o poder de fazer qualquer coisa; é poder superar o dado rumo a um futuro aberto.”
Simone explora o conceito de liberdade dentro da linha existencialista que norteia suas obras. Aqui, há uma diferenciação entre o que é liberdade e livre arbítrio.
18 — “Conhecimento próprio não é garantia de felicidade, mas isso está ao lado da felicidade e pode fornecer a coragem para lutar por ela.”
A conexão entre coragem e felicidade é refletida por Simone ao unir ambos os conceitos por meio do conhecimento, que por sua vez é utilizado como arma para buscar ser feliz.
19 — “No dia em que for possível à mulher amar em sua força, não em sua fraqueza, não para fugir de si mesma mas para se encontrar, não para se demitir mas para se afirmar, nesse dia o amor se tornará para ela, como para o homem, fonte de vida e não perigo mortal.”
Simone, nessa frase que encerra um dos capítulos de “O segundo sexo”, fala sobre os sacrifícios realizados pelas mulheres em comparação aos homens, quando o assunto é amor e amar. O amor delas é tido por muitos autores como uma “mistificação cruel”, segundo ela, justamente por ser algo que não é oferecido pelos homens, mas é esperado das mulheres.
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20 — “Por vezes a palavra representa um modo mais hábil de se calar do que o silêncio.”
A frase aborda a resistência feminina necessária para seguir lutando frente ao preconceito de gênero e diferenças sociais impostas às mulheres pelo patriarcado e machismo para que as futuras gerações não sofram tanta violência.
21 — “Ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade.”
Também de “O segundo sexo”, a frase indica que, para tentar manter a imagem viril representada pelo sexo masculino no imaginário coletivo, um homem que duvida de sua virilidade passa a tentar se comportar de forma viril, agressiva e manipuladora, reproduzindo o conceito chamado “masculinidade tóxica”.
22 — “A mulher está voltada à imoralidade porque a moral consiste, para ela, em encarnar uma entidade inumana: a mulher forte, a mãe admirável, a mulher de bem.”
Simone discorre sobre o papel impossível da mulher perante a sociedade, que é próximo à perfeição, sem possibilidade de erros. E, a partir desse imaginário, a mulher passa a ser julgada e monitorada constantemente, segundo os estudos filosóficos da autora.
23 — “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.”
A última frase abre o livro “O segundo sexo vol 2: a experiência vivida”. A aspa é talvez a mais conhecida da autora e fala sobre a distinção de gênero recorrente da construção social e cultural envolvida no papel feminino na sociedade.
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