“Estamos lutando apenas para não ficar malucos”, disse Maria da Conceição de Almeida Tavares, economista, matemática, escritora, política e professora luso-brasileira conhecida por diversas frases marcantes, ditas em tom efusivo e voz rouca.
A economista morreu no dia 8 de junho de 2024, aos 94 anos de longa trajetória e vida pública, que envolveu dar aulas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ajudar a elaborar o plano de metas do governo Juscelino Kubitschek e ser deputada federal pelo Estado do Rio de Janeiro entre 1995 e 1999, com o lema de campanha “esta é boa de briga”.
Nascida em 1930, em Portugal, Maria da Conceição Tavares veio ao Brasil em 1954, fugindo da ditadura salazarista que acontecia no país naquele período. Casada e grávida de sua primeira filha, ela se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro, onde, anos depois, se formou em Economia pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Maria venceu o prêmio Jabuti, em 1998, na categoria Economia, e foi a única latino-americana e uma das quatro mulheres reconhecidas entre os 100 economistas heterodoxos mais importantes do mundo pelo livro “A Biographical Dictionary of Dissenting Economists”.
Nos últimos anos foi redescoberta pelo público jovem, que passou a viralizar trechos de vídeos de palestras, entrevistas e aulas da economista, por meio de perfis e páginas que exaltavam sua figura emblemática. Confira, abaixo, 13 citações de Maria da Conceição Tavares que podem ser usadas nos vestibulares e no Enem.
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1 — “Só faz de conta que a política não interessa, quem manda, meu bem.”
Maria da Conceição Tavares expressa suas opiniões sem rodeios e essa frase é um exemplo. Aqui ela indica que a ausência de participação política, ou ao menos de interesse nesse mundo é um faz de conta que pertence somente a quem, aos olhos da economista, controla o poder de uma nação, algo que não acontece com os trabalhadores.
2 — “Uma coisa é você saber que o país é grande, outra é conhecer os números e perceber quanto é grande e desigual.”
Ao falar de Brasil, MCT recorta a desigualdade com viés econômico e social, que, para ela, deveria ser a prioridade dos governos tupiniquins.
3 — “A imprensa tem uma responsabilidade central! Não pode desinformar! Não pode ser apaniguada do poder!”
A economista participava de programas de televisão e marcava presença também em palestras e eventos. Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, ela discorreu sobre o papel da imprensa.
4 — “Não tem vitórias permanentes, nem derrotas permanentes.”
Ao falar de suas memórias, Maria da Conceição Tavares discorreu que um dia relataria seus horrores, mas também suas conquistas, e filosofou sobre esses momentos com essa frase, que também soa como alerta.
5 — “Acreditei que o Brasil ia ser uma democracia e uma civilização original nos trópicos. E eu realmente acreditei.”
Nascida em Portugal, Maria já afirmou em entrevista que um dos motivos que levou ela e sua família de emigrar para o Brasil foi a crença de que o País seria uma democracia forte e exemplo no mundo. Meses depois de sua chegada, Getúlio Vargas se matou, dando fim ao seu governo.
6 — “Ninguém come PIB, come alimentos.”
Índices são importantes, mas não devem ser vistos como o que realmente qualifica a vida em um país, de acordo com o ponto de vista da economista. Para ela, de nada adianta o Produto Interno Bruto (PIB) melhorar se a população não é atingida de forma positiva.
7 — “Desenvolveu-se o mercado interno para classe média. A incorporação da massa de pobres ao consumo é um fenômeno muito recente. Foi uma modernização conservadora.”
Maria da Conceição Tavares, em entrevista para o documentário “Um sonho intenso”, aborda o processo de modernização e industrialização na Era Vargas, do governo de Juscelino e no regime militar, comparando-os com a atualidade (a entrevista foi realizada em 2014).
8 — “Espero morrer feliz por ser brasileira. E infeliz por ser europeia.”
MCT nunca escondeu sua admiração pelo Brasil e sua lamentação com Portugal e a Europa em si, continente responsável por processos de colonização, exploração e escravidão em todo o canto da Terra.
9 — “Se miséria, pobreza e desemprego fossem fatores de competitividade, a África seria o continente mais competitivo.”
A ironia era uma das formas de manifestação crítica da autora, que nessa frase compara o Brasil com a África para comentar sobre a mudança cambial que ocorreu no país nos anos 90.
10 — “Dizem que as mulheres devem ir ao poder. Eu quero o Banco Central. Eu quero a chave do tesouro.”
Em entrevista para Jô Soares, Maria pontua que não gostaria de ser ministra, mas sim presidenta do Banco Central, que, para ela, sempre está nas mãos de pessoas desonestas.
11 — “Em país continental é muito difícil que as alianças se façam única e exclusivamente pelos recortes de classes. Porque as frações regionais da burguesia tem especificidades que sem a soldagem dos seus interesses é difícil administrar em um espaço continental.”
Em sala de aula, MCT fala sobre as dificuldades que o País tem em se unir por conta das particularidades regionais que precisam ser atendidas, algo muito difícil em um território tão vasto.
12 — “A classe média, que é o fundamento da sociedade moderna, é uma classe invejosa por natureza: ‘tudo bem a desgraça humana, a miséria… desde que não me venham encher o saco e pôr em risco a minha vida e a minha propriedade’”.
Também em uma das suas aulas gravadas e publicadas na internet, Maria comenta sobre o pensamento da classe média brasileira, que ela vê como invejosa e egoísta.
13 — “Uma economia que não se preocupa com justiça social é uma economia que condena os povos a isso que está acontecendo no mundo: uma brutal concentração de renda e de riqueza, o desemprego e a miséria… Uma economia que diz que primeiro tem de estabilizar, depois crescer, depois distribuir é uma falácia. Não estabiliza, cresce aos solavancos e não distribui. E essa é a história da economia brasileira”.
Maria da Conceição Tavares aborda o funcionamento da economia brasileira e explica, segundo suas teorias, que o crescimento dos índices de um país devem acompanhar o processo de estabilização. Ao falar sobre concentração de renda e os demais temas, a economista toca em pontos que são atuais e cada vez mais marcantes em nossa sociedade.
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