Enem 2025: 13 possíveis temas de redação e como se preparar para a prova
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Enem 2025: 13 possíveis temas de redação e como se preparar para a prova

Confira 13 temas de redação possíveis para o Enem 2025 e veja como se preparar para conquistar a tão sonhada nota 1.000

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 está chegando, e a ansiedade entre os estudantes só cresce,  especialmente por causa da temida redação. Afinal, qual será o tema deste ano? 

Pensar nas possíveis propostas é uma forma de se preparar, já que a banca costuma escolher assuntos atuais, de relevância nacional e que envolvem política, sociedade e cultura, abrindo espaço para diferentes pontos de vista e reflexões. 

Essa tendência fica clara quando observamos os temas escolhidos nos últimos anos. Em 2024, o tema foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”. Já em 2023, os candidatos escreveram sobre “invisibilidade do trabalho de cuidados realizados pela mulher no Brasil”.

Para ajudar nessa preparação, conversamos com a professora de Redação, Marina Ferreira e com o professor de Redação e Filosofia do Estratégia Vestibulares, Fernando Andrade, que compartilharam suas apostas e análises sobre o perfil da redação do Enem 2025. Confira as ideias, entenda como a prova tem evoluído e comece a se preparar!

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Como a redação do Enem tem evoluído nos últimos anos?

Segundo o professor Fernando Andrade, desde cerca de 2015 o Inep segue um modelo relativamente estável para as propostas de redação, baseado em situações-problema que envolvem a violação de direitos de grupos sociais específicos.

“O Inep encontrou um modelo que segue até hoje: apresentar uma situação-problema caracterizada por algum tipo de violação de um direito de um grupo social: negros, mulheres, surdos, doentes mentais, povos tradicionais, população de rua etc.”, explica o professor.

Além desses temas voltados a grupos vulneráveis, há também questões macrossociais, como fome, uso de tecnologia, manipulação de dados e falta de empatia, o que demonstra a intenção da banca em abordar problemáticas contemporâneas sob uma perspectiva cidadã.

“A banca se manteve monocórdia, inclusive repetindo o mesmo substantivo para começar a proposta: ‘Desafios para…’. Isso dá segurança ao aluno, que sabe o que esperar. O candidato precisa desse pé no chão”, afirma Andrade.

1 – Os desafios para a proteção da infância e da adolescência frente aos riscos das redes sociais no Brasil

Análise do professor Fernando Andrade:

“Essa é uma das apostas mais quentes para este ano. Vários fatores apontam nesse sentido: o MEC publicou uma postagem sobre os perigos das telas para as crianças; houve o fenômeno Felca, que abalou o Brasil com a denúncia sobre a adultização; no Congresso foi aprovado o PL da Adultização, conhecido como ‘ECA Digital’ ou ‘Lei Felca’; por fim, vale mencionar que em 2025 comemoramos 35 anos da aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Talvez seja um tema evidente demais para o estilo sóbrio do Enem, mas que merece atenção, não há dúvidas. Vale lembrar que, em 2019, a banca já tinha “namorado” o tema com a seguinte proposta: ‘Combate ao uso indiscriminado das tecnologias digitais de informação por crianças.’ Claro que na versão 2025, os riscos a serem discutidos não seriam os do uso indiscriminado, mas os abusos a que as crianças ficam expostas, ou mesmo o tema da adultização.”

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2 – Os desafios sociais da inteligência artificial no contexto da desigualdade social

Análise do professor Fernando Andrade:

“O tema da Inteligência Artificial frequentou vários vestibulares entre 2023 e 2024. Normalmente, pedia-se ao candidato que analisasse a questão ou se posicionasse em relação aos efeitos da tecnologia de informação avançada. 

No caso do Enem, que seleciona uma situação-problema relacionada ao social, a banca pode pedir que o candidato considere a Inteligência Artificial tendo como horizonte a desigualdade social no Brasil. Sabe-se que a tecnologia tende a gerar mais lucros para aqueles que são mais ricos, enquanto os trabalhadores das classes médias podem perder empregos especializados e os mais pobres podem ficar fora dessa revolução que alterará o mundo. 

Não seria de espantar que o Enem pedisse a reflexão de um tema tão contundente quanto esse, por mais que já tenha sido discutido.”

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3 – Desafios para a valorização da agricultura familiar no contexto da sustentabilidade

Análise do professor Fernando Andrade:

“Entre os anos de 2023 e 2024, houve escassez de alguns alimentos básicos e o consequente aumento de preços. Uma situação ainda mais trágica pelo fato de o país ter entrado de novo no mapa da fome em 2022. Diante desse panorama, uma série de reportagens sobre a agricultura familiar ganhou o espaço público. Some-se a isso, o evento de grande envergadura internacional que ocorrerá no Brasil, a COP 30, que colocará em destaque a questão ambiental. 

Ora, até o mundo mineral sabe que há uma certa incompatibilidade entre o agronegócio de grande porte e a preservação ambiental. Nesse sentido, uma proposta sobre a agricultura familiar no contexto da sustentabilidade conseguiria reunir dois temas importantes para o Brasil. 

Nesse caso, vale a pena fazer um alerta: um tema como esse, que toca em dois tópicos muito relevantes, pode levar o aluno a desenvolver um e esquecer do outro. Cuidado para não fugir parcialmente do tema.”

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4 – Racismo na saúde

Análise do professor Fernando Andrade:

“Trata-se de um tema ‘batido’ para o estilo Enem, até porque, de uma forma ou de outra, a proposta de 2024, ‘a desvalorização da herança africana’, estava dentro do escopo de propostas que tratam do tema do racismo. Isso significa que a probabilidade de repetição de um grande tema é baixa, mas não inexistente, até porque o recorte seria outro: o da saúde. 

A proposta que foi apresentada no simulado incluía o racismo contra o indígena também. A situação é grave: pretos e indígenas têm índice de mortalidade acima da população branca e, em parte, isso se deve à assistência precária que eles recebem dos órgãos responsáveis. Concorre para isso o preconceito e o racismo estrutural. Um tema para não se esquecer dos grupos vulneráveis que sempre merecem ser considerados.”

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5 – Desafios para lidar com a demência

Análise do professor Fernando Andrade:

“Quando se fala em demência, podemos discutir a demência propriamente dita, que ocorre devido à idade e significa perda paulatina da memória, e o Alzheimer. Há alguns anos, este último tem ganhado destaque da mídia devido ao aumento de casos. 

Qualquer que seja o tipo de demência, quando acomete uma pessoa da família, isso acaba por impactar toda a estrutura familiar. Mas a questão é mais delicada do que se pode imaginar, afinal, é difícil tratar com dignidade alguém que perde a memória. Considerada como incapaz, até do ponto de vista legal, a pessoa necessita de respeito, cuidado e carinho. São muitos os desafios para garantir o direito humano a essas pessoas, por isso esse tema é um dos escolhidos.”

6 – Desafios para a valorização do trabalho dos catadores de materiais recicláveis

Análise do professor Fernando Andrade:

“Temos outro tema que, indiretamente, toca na questão do meio ambiente. Trata-se de um tema não tão evidente, afinal, pouco se fala dos catadores de materiais recicláveis. Esse tema foi escolhido como uma aposta por temas muito específicos o que,  às vezes,  acontece  no Enem. 

Mas você pode considerar essa proposta como paradigma para discutir qualquer tipo de trabalho que é desprezado, embora essencial para a sociedade, tal como o dos entregadores por aplicativos, dos lixeiros, dos empregados domésticos etc. 

Vale a pena refletir como, no Brasil, nós elaboramos uma hierarquia laboral cruel que invisibiliza aqueles trabalhadores que fazem o serviço considerado o menos digno e que, portanto, deveria ser o mais valorizado.”

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7 – Desafio para a valorização da educação no contexto de uma sociedade de múltiplo aprendizado

Análise do professor Fernando Andrade:

“Essa proposta poderia apresentar uma variação, a valorização do professor, se não fosse o fato de, em 2015, o Enem ter feito a seguinte proposta: ‘O histórico desafio de se valorizar o professor’. Ainda assim, com o recorte ‘contexto de uma sociedade de múltiplo aprendizado’, o tema talvez possa ser reeditado. 

Em todo caso, vamos considerar a valorização da Educação. Quem não ficou chocado com vídeos de crianças no Instagram se gabando de ganhar mais dinheiro fazendo lives do que um médico? O argumento rapidamente degringolava para uma conclusão aparentemente óbvia: estudar para quê? Em um mundo tecnocientífico, um povo que não acredita em educação está fadado à decadência. 

Mesmo assim, há um senso comum de que educação, sobretudo superior, não serve para nada ou pode ser até danosa para o brasileiro. Diante dessa cultura que destrói as bases do desenvolvimento científico no Brasil, esse tema merece ser discutido.”

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8 – Caminhos para combater fraudes e golpes digitais na era dos pagamentos instantâneos

Análise da professora Marina Ferreira:

Neste tema de redação, do eixo “Ciência, tecnologia e sociedade contemporânea”, o candidato pode utilizar o pensamento de Manuel Castells e Lúcia Santaella para embasar a discussão. Castells, ao tratar da inclusão digital, alerta que o analfabetismo tecnológico é uma nova forma de desigualdade, o que pode ser usado para defender políticas públicas que ampliem o letramento digital e a segurança dos usuários.

Já Santaella, ao afirmar que “as tecnologias moldam novas formas de percepção”, ajuda a justificar a importância da educação digital crítica como ferramenta de prevenção a fraudes e golpes virtuais. Assim, o estudante demonstra compreensão de que a solução vai além da repressão policial, envolve também formação e consciência social.

9 – A importância da alfabetização midiática no enfrentamento das fake news no Brasil

Análise da professora Marina Ferreira:

Neste tema, também pertencente ao eixo “Ciência, tecnologia e sociedade contemporânea”, o candidato pode recorrer a Carl Sagan e Lúcia Santaella para sustentar a argumentação. Sagan, ao dizer que “a ciência é uma forma de pensar muito mais do que um corpo de conhecimentos”, reforça a necessidade de estimular o pensamento crítico para reconhecer informações falsas.

Enquanto Santaella, ao discutir a cultura digital, defende a alfabetização midiática como uma competência essencial do cidadão contemporâneo. Usar esses repertórios ajuda a mostrar que o combate às fake news depende de formação educacional e consciência crítica, e não apenas de medidas punitivas.

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10 – Caminhos para conter o avanço de epidemias e fortalecer as políticas de prevenção à dengue

Análise da professora Marina Ferreira:

Neste tema de redação, inserido no eixo “Saúde e qualidade de vida no Brasil”, o candidato pode utilizar a definição de saúde proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o pensamento de Michel Foucault. A OMS entende saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, o que permite argumentar que a prevenção de epidemias exige ações integradas, como saneamento, campanhas educativas e infraestrutura pública.

Foucault, por sua vez, com o conceito de biopolítica, explica como o Estado regula práticas coletivas voltadas à preservação da vida, o que pode fundamentar a necessidade de políticas públicas que ampliem o controle epidemiológico.

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11- Desafios para combater o aumento dos casos de burnout entre os trabalhadores brasileiros

Análise da professora Marina Ferreira:

Neste tema, também vinculado ao eixo “Saúde e qualidade de vida no Brasil”, o candidato pode recorrer às reflexões de Byung-Chul Han e Sigmund Freud. Han, em Sociedade do Cansaço, analisa como o excesso de produtividade e a autoexigência constante levam ao esgotamento físico e mental, oferecendo base teórica para discutir o burnout como um sintoma da lógica capitalista contemporânea.

Já Freud, ao afirmar que “a civilização exige renúncias que adoecem o sujeito”, pode ser usado para reforçar que o sofrimento psíquico decorre de pressões sociais e da busca incessante por desempenho.

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Análise da professora Marina Ferreira:

Neste tema de redação, inserido no eixo “Arte, cultura e expressão social”, o candidato pode recorrer a Darcy Ribeiro e Ariano Suassuna para embasar a valorização da cultura popular. Darcy Ribeiro destaca que “o povo brasileiro é o resultado de uma mistura criadora”, o que permite defender que as manifestações populares, do folclore à música regional, são expressões legítimas da identidade nacional.

Já Suassuna, ao afirmar que “a cultura popular é o nosso maior tesouro, e o povo é o seu verdadeiro guardião”, reforça a importância de preservar essas tradições frente à massificação cultural imposta pela globalização.

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13- A importância da educação em direitos humanos na formação da cidadania no Brasil

Neste tema, que pertence ao eixo “Cidadania e Direitos Sociais no Brasil contemporâneo”, o candidato pode utilizar autores como Hannah Arendt e Paulo Freire para fundamentar a defesa da educação em direitos humanos. Arendt, ao afirmar que “o direito a ter direitos é o primeiro dos direitos humanos”, oferece base teórica para discutir que a verdadeira cidadania depende da garantia de acesso ao conhecimento, à justiça e à participação social.

Já Freire, ao propor uma educação libertadora, destaca que o aprendizado deve formar indivíduos críticos e conscientes de seus papéis na sociedade. Assim, citar esses pensadores permite argumentar que a educação em direitos humanos é essencial para fortalecer valores como empatia, respeito e responsabilidade coletiva, pilares de uma sociedade democrática.

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Histórico de temas de redação do Enem

O Enem manteve o mesmo padrão dos últimos anos, com problemáticas que envolvem pontos específicos da sociedade brasileira. Veja abaixo o histórico de temas de redação do Enem:

  • Redação Enem 2024 – Desafios para a valorização da herança africana no Brasil
  • Redação Enem 2023 – invisibilidade do trabalho de cuidados realizados pela mulher no Brasil
  • Redação Enem 2022 – Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil
  • Redação Enem 2021 – Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
  • Redação Enem Impresso 2020 – O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
  • Redação Enem 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
  • Redação Enem 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
  • Redação Enem 2017 – Desafios para formação educacional de surdos no Brasil
  • Redação Enem 2016 – Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
  • Redação Enem 2015 – A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira
  • Redação Enem 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil
  • Redação Enem 2013 – Os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
  • Redação Enem 2012 – O movimento imigratório para o Brasil no século XXI
  • Redação Enem 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

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Confira o Gabarito AO VIVO do Enem 2025 no Estratégia Vestibulares

O Estratégia Vestibulares fará o gabarito ao vivo do Enem 2025 nos dois domingos em seu canal do YouTube. Confira a correção de todas as questões e da Redação com nossos professores:

1º dia

2º dia

Qual é o formato da redação do Enem?

De acordo com o Inep, o candidato deve produzir um “texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema”.

Além disso, esse texto deve ter até 30 linhas, já o mínimo são 7 linhas. Caso o candidato não cumpra o determinado, a redação é anulada.

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Qual o formato de uma redação dissertativa-argumentativa?

A redação do Enem segue o gênero textual dissertativo-argumentativo, ou seja, apresenta um ponto de vista por meio de argumentos.  A estrutura é simples, sendo dividida em três partes:

  • Introdução: apresentar o tema e o posicionamento sobre o tema proposto.
  • Desenvolvimento: aprofundamento dos os argumentos citados na introdução, fortalecendo o ponto de vista que o candidato defende.
  • Conclusão: criar intervenções que contribuam para a melhoria da problemática.

Quais são os critérios de correção da redação do Enem?

A redação do Enem é avaliada por meio de cinco competências, com o objetivo tornar a avaliação padronizada para todos os concorrentes. A seguir, confira o que cada uma das competências pede do candidato:

  • Competência 1: Domínio da escrito formal da Língua Portuguesa
  • Competência 2: Compreender o tema e não fugir da proposta
  • Competência 3: Organização das ideias
  • Competência 4: Coesão e coerência
  • Competência 5: Proposta de Intervenção

+ Competência 1 da redação do Enem;
+ Competência 2 da redação do Enem;
+ Competência 3 da redação do Enem;
+ Competência 4 da redação do Enem; e
+ Competência 5 da redação do Enem.

O que muda na avaliação da redação do Enem em 2025?

A Cartilha do Participante 2025 trouxe um aviso importante: o Inep não aceitará mais o uso de repertórios decorados, conhecidos como “repertórios de bolso”. A mudança gerou dúvidas entre estudantes e professores sobre o impacto na correção das redações.

Para o professor Fernando Andrade, essa mudança não altera o foco da banca, mas busca evitar que o texto se torne um modelo mecânico e previsível. “Não se trata de avaliar o pensamento crítico dos participantes; nesse quesito, a mudança quase não tem efeito. A banca sempre estimulou a produção de um tipo de texto esquemático ao determinar uma nota para repertório pela competência 2”.

Por isso, os alunos sempre buscaram repertórios para a redação “como se estivessem procurando figurinhas para completar um álbum”, produzindo dissertações tão esquemáticas que poderiam ser decoradas sem qualquer trabalho, não apenas de reflexão, mas de construção de texto

Segundo ele, após a reformulação, os alunos ainda precisam buscar repertórios aqueles realmente produtivos e contextualizados. Essa é uma tentativa de resgatar a autonomia e a expressividade do aluno na escrita, e não no pensamento crítico.

“Ensinar os alunos a decorar esquemas para fazer um texto aponta a falência de uma didática que pretende que o aluno seja autônomo e expressivo na escrita.”, comenta o professor.

Assim, o Enem 2025 deve manter a valorização de argumentos sólidos e repertórios originais, mas exigirá maior flexibilidade e contextualização por parte dos candidatos.

Como evitar o repertório de bolso e construir repertórios produtivos?

A Cartilha do Enem traz recomendações práticas para que o estudante abandone o repertório decorado e aprenda a construir um repertório produtivo, capaz de fortalecer a argumentação. Entre as orientações do Inep, estão:

  • Escolher referências específicas que realmente dialoguem com o tema da proposta;
  • Contextualizar a citação, mostrando quem é o autor e qual o sentido original da obra;
  • Articular o repertório com a tese e os argumentos do texto; e
  • Demonstrar compreensão do conteúdo citado, explicando por que ele é relevante.

A cartilha apresenta também alguns exemplos que ilustram o uso adequado de repertórios. Em vez de recorrer a frases prontas, os textos que alcançam as notas mais altas explicam o contexto histórico e o sentido das referências utilizadas.

Um dos exemplos é o uso da historiadora Maria Beatriz Nascimento, cujas pesquisas sobre identidade negra e quilombos no Brasil foram mobilizadas para discutir o apagamento da cultura afro-brasileira. 

Outro é a menção à escritora Maria Firmina dos Reis, autora do romance Úrsula (1859), que rompeu com a tradição eurocêntrica e deu protagonismo a personagens negras. Há ainda o caso do músico Cartola, cujo percurso artístico foi usado para refletir sobre o apagamento simbólico de artistas negros na história do país.

+ O que são repertórios de bolso e por que eles foram proibidos na redação do Enem?

O que pode zerar a redação do Enem?

Veja o que pode anular a redação, segundo o edital da prova:

  • Não atender à proposta solicitada ou possua outra estrutura textual que não seja a estrutura dissertativo-argumentativa, o que configurará “Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa”;
  • Não apresentar texto escrito na Folha de Redação, que será considerada “Em Branco”;
  • Apresentar até sete linhas manuscritas, qualquer que seja o conteúdo, o que configurará “Texto insuficiente” ou apresente até 10 linhas escritas no sistema braile, qualquer que seja o conteúdo, o que configurará “Texto insuficiente”;
  • Apresentar impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, o que configurará “Anulada”;
  • Apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto, o que configurará “Anulada”;
  • Apresentar nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação no espaço destinado exclusivamente ao texto da redação, o que configurará “Anulada”;
  • Esteja escrita predominante ou integralmente em língua estrangeira;
  • Apresentar letra ilegível, que impossibilite sua leitura por dois avaliadores independentes, o que configurará “Anulada”.

Além disso, “a redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Provas terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem do número mínimo de linhas.”

+ Como usar a coletânea da redação sem erro?
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O que diferencia a redação do Enem de outros vestibulares?

Além do conteúdo e da avaliação, a estrutura da redação do Enem também se diferencia das demais provas do país. Enquanto bancas como a Vunesp priorizam posicionamentos críticos e argumentações mais livres, o Enem valoriza uma postura cidadã e uma proposta de intervenção concreta.

“O Inep faz uma prova para avaliar a postura cidadã de um aluno. Isso significa que o aluno deve reconhecer um problema social e, de forma engajada, propor alguma solução”, explica o professor Fernando Andrade.

Ele lembra que o Enem não exige uma defesa de tese pessoal, mas sim um comentário sobre uma situação-problema. Em vez de buscar polêmicas, o aluno precisa mostrar compreensão social e responsabilidade coletiva.

“Trata-se de um texto por comentário, não por defesa de tese. O candidato do Enem adota a proposta como tese, desenvolve o texto por comentário e usa núcleos argumentativos consagrados: ausência de Estado, ineficácia educacional, falta de discussão sobre o assunto, legado histórico.”, argumenta o professor de Redação.

Essa lógica torna o Enem um exame singular: não é apenas sobre convencer o leitor, mas sobre propor soluções sociais possíveis, refletindo o ideal de cidadania que o exame busca promover.

Conheça o Guia do Enem

Você sabia que o Enem é o segundo maior vestibular do mundo? A prova perde apenas para o Gaokao, da China. Ou seja, essa é uma das maiores oportunidades para conseguir a sua vaga dos sonhos em uma universidade, seja ela pública ou privada. 

Para te ajudar, o Portal do EV desenvolveu o Guia do Enem, com tudo o que você precisa saber sobre a sobre a prova; desde a inscrição, o que estudar, possíveis temas de redação e até indicações de onde você pode usar a sua nota para conquistar o sonho de ingressar em uma universidade de qualidade. 

Veja algumas das informações que você encontrará no Guia do Enem:

  • Enem Impresso x Digital
  • Calendário do Enem
  • TRI: como funciona a nota do Enem
  • Checklist: veja o que mais cai no Enem por disciplina
  • Como desenvolver repertório sociocultural para a redação?
  • Exemplos de redação nota 1.000

Calendário Enem 2025

Enem 2025

  • Divulgação do edital
    23/05/2025 – acesse o edital
  • Período de solicitação de isenção e justificativa de ausência
    14 a 25/04/2025
  • Divulgação do resultado do pedido de isenção e da justificativa de ausência
    12/05/2025
  • Recurso da justificativa de ausência e permissão de isenção da taxa de inscrição
    12 a 16/05/2025
  • Resultados do recurso da justificativa de ausência e pedido de isenção da taxa de inscrição
    22/05/2025
  • Período de inscrições do Enem 2025
    26/05 a 06/06/2025
  • Pagamento da taxa de inscrição
    até 11/06/2025
  • Divulgação do local de prova do Enem 2025
    24/10/2025
  • Provas Enem 2025*
    09 e 16/11/2025
  • Divulgação do gabarito oficial
    até o 10° dia útil após o 2° dia de aplicação
  • Divulgação do resultado
    16/01/2026
  • *Aplicação em Belém, Ananindeua e Marituba (PA)
    30/11 e 07/12/2025

Sisu 2026

  • Divulgação do edital: datas não foram anunciadas;
  • Período de inscrição: datas não foram anunciadas;
  • Resultado da lista única: datas não foram anunciadas;
  • Período para participar da lista de espera: datas não foram anunciadas.

Como estudar para o Enem?

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  • Fórum de dúvidas;
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  • Questões comentadas;
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