Idade Contemporânea: principais acontecimentos

Idade Contemporânea: principais acontecimentos

Idade Contemporânea é o período da história que iniciou-se com a Revolução Francesa e dura até os dias atuais. Marcado por diversas revoluções, movimentos sociais, além de conflitos bélicos e geopolíticos que ocorreram ao longo dos séculos XVIII, XIX, XX e XXI. 

Entre os principais acontecimentos da Idade Contemporânea estão a Revolução Francesa, a ascensão do imperador Napoleão Bonaparte e seu imperialismo sobre a Europa, a Revolução Industrial e consequente crescimento do capitalismo, os períodos de Nacionalismo, Fascismo, as grandes ditaduras do século XX, a Primeira e Segunda Guerra Mundial, além da Guerra Fria, da Queda do Muro de Berlim, da Globalização e os conflitos atuais entre Ucrânia e Rússia, Israel e Palestina.

Todos esses eventos constituem a história do mundo contemporâneo e influenciam, direta ou indiretamente, aspectos da geopolítica internacional. Diante disso, o conhecimento sobre os temas permite uma melhor compreensão do atual cenário mundial. 

Se deseja conhecer mais sobre esses grandes acontecimentos da história da humanidade, quais seus resultados e países envolvidos, leia este artigo. 

Principais acontecimentos da Idade Contemporânea

Revolução Francesa

O evento histórico que dá início à Idade Contemporânea é a Revolução Francesa, movimento que iniciou-se no ano de 1789 em que as camadas mais baixas da sociedade viram-se exploradas dentro da sociedade absolutista. Com duração de 10 anos, o movimento social teve influência sobre outros países europeus, que também sofreram abalos nas estruturas monarquistas e/ou absolutistas da época. 

A partir da movimentação popular, muitos privilégios que eram concedidos exclusivamente aos clérigos e aristocratas foram limitados. A grande reivindicação era de que essas classes sociais mais altas trabalhavam pouco para a contribuição econômica, mas tinham grandes privilégios, que não eram compartilhados com a população camponesa. 

A Revolução Francesa e sua repercussão foram responsáveis pelo fim do feudalismo na Europa, término dos privilégios de classe, enfraquecimento do movimento absolutista na Europa, fortalecimento do modelo republicano e consolidação das liberdades individuais e coletivas.

Para além das fronteiras europeias, o movimento também incentivou muitas reivindicações de independência na Europa, de forma que a Independência das Treze Colônias nos Estados Unidos da América é um dos principais exemplos.

Era Napoleônica

Logo após a Revolução Francesa, outro evento importante na França que teve impacto sobre toda a Europa e, inclusive, com repercussões na relação colonial entre Portugal e Brasil foi a Era Napoleônica. 

Napoleão Bonaparte foi uma figura importante na história da França, porque participou do processo de ruptura do modelo absolutista, ao mesmo tempo que prometia garantir os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade propostos pelos revolucionários franceses.

A postura de Bonaparte ao longo de seu domínio sobre a França teve um caráter imperialista, conquistando outros territórios ao redor da Europa, o que mudou completamente a disposição territorial do continente. 

Suas imposições sobre as nações europeias tiveram impacto sobre o Brasil, especialmente devido ao Bloqueio Continental, que foi uma causa importante para a decisão portuguesa de enviar a família real para o Brasil

A Era Napoleônica teve várias fases, inclusive com períodos ditatoriais e momentos em que o próprio Napoleão Bonaparte estava exilado. Por fim, em 1815, o governo bonapartista foi finalizado definitivamente e o mapa da Europa precisou ser reorganizado, nem uma reunião de nações no Congresso de Viena

Revolução Industrial

A Revolução Industrial é outro processo histórico que se desenvolveu na Europa, com várias fases de ascensão. A primeira fase da Revolução Industrial iniciou-se no século XVIII, na Inglaterra, por meio de máquinas a vapor, que substituíram parcialmente a força humana no processo de produção. 

Alguns anos depois, nos séculos XIX e XX houve a Segunda Revolução Industrial, momento em que mais países e continentes aderiram ao processo de produção tecnológica, como os Estados Unidos, na América e o Japão, na Ásia. 

A grande inovação da segunda fase foi o uso do petróleo e combustíveis fósseis como fonte de energia, em que motores à combustão permitiam o trabalho das grandes máquinas industriais. Além disso, o aço e a eletricidade romperam as barreiras do ambiente de pesquisa, agora eram aplicados na construção de produtos vendáveis. 

Por fim, já no século XX, a Terceira Revolução Industrial marcou um período de grande inovação técnica e científica. Agora, existiam  máquinas que aceleravam o processo produtivo, à medida que esteiras que segregam a produção em pequenas partes, que seriam repetidas exaustivamente pelos trabalhadores. É nesse período que são formados os sistemas de produção como fordismo, taylorismo e toyotismo

Atualmente, na Idade Contemporânea, existe a Quarta Revolução Industrial, etapa em que a fabricação dos materiais é associada à automatização. Ainda, as inteligências artificiais têm ganhado espaço no processo produtivo, para tornar a indústria mais competitiva e racionalizada, de maneira sistemática.

Capitalismo

A Revolução Industrial tem grande importância também na organização política, social e econômica das nações da Idade Contemporânea. Com a produção facilitada, a quantidade de produtos fabricados é muito maior e, com isso, há mais venda, que culmina em maior lucratividade para os grandes centros.

Assim, o desenvolvimento tecnológico da indústria teve e ainda tem um papel fundamental no crescimento do capitalismo, principalmente porque propicia acúmulo de capital. Ao mesmo tempo, toda cultura ocidental foi moldada para permitir maiores índices de vendas para as indústrias, como o marketing, publicidade e outras mídias — assim, todo o sistema contemporâneo gira em torno da compra e venda, e o acúmulo de capital garante certo poder político e econômico nas sociedades. 

Nacionalismo e Unificação Italiana e Alemã

No fim do século XIX, Alemanha e Itália estavam com seus territórios extremamente fragmentados em pequenos estados. Essa estrutura foi estrategicamente estabelecida durante o Congresso de Viena: as grandes nações europeias quiseram manter os territórios bem divididos, para enfraquecê-los, evitando que novas potências político-econômicas ascendessem no continente. 

Entretanto, tanto na Itália quanto na Alemanha, cada vez mais as ideias liberais cresceram entre os habitantes, que se tornaram nacionalistas. A sede pela criação de um Estado que representasse suas etnias, culturas e valores foi o motor dos movimentos sociais que surgiram na época.

A unificação da Itália e também a unificação da Alemanha, assim como temiam os grandes governantes, foi determinante para o surgimento de grandes nações europeias. A Alemanha, inclusive, foi uma potente sede de industrialização dos séculos passados. 

Esses processos de unificação, por mais simples que pareçam, expressam um grande conflito geopolítico que se desenvolveria ao longo do século XX: como a França se opôs fortemente ao nacionalismo, nasceu um sentimento de revanchismo entre alemães e franceses, que está entre os fatores iniciais para a Primeira Guerra Mundial.

Imperialismo e Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial iniciou-se no ano de 1914, mas o histórico que desencadeou o conflito é mais longo do que isso. Como foi mencionado anteriormente, o revanchismo da Alemanha em relação à França esteve presente no cenário internacional desde a unificação alemã. 

Simultaneamente, como a Revolução Industrial e capitalismo estavam em efervescência na Europa, havia uma grande rivalidade econômica entre os países, afinal, todos queriam ser reconhecidos como a grande potência europeia. 

Nesse cenário, somado ao sentimento de nacionalismo, em que cada nação sentia-se única e, ao mesmo tempo, ameaçada, foram feitas alianças entre países, que deveriam se proteger mutuamente em caso de conflitos. 

Essas alianças fizeram que, com o primeiro ataque, várias nações se posicionassem contrariamente umas às outras e, assim, desencadeou-se a Primeira Guerra Mundial, com as seguintes forças bélicas:

  • Tríplice Aliança, que era formada por Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Itália, de forma que esta última retirou-se do grupo no início da guerra; e 
  • Tríplice Entente, com Reino Unido, França, Rússia, que também recebeu Estados Unidos no final do conflito. 

A Tríplice Aliança foi derrotada por seus adversários, principalmente após a entrada dos Estados Unidos no conflito. Assim, o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, marcou um grande esfacelamento alemão, assinado por meio do Tratado de Versalhes

Entreguerras 

O período entre as duas grandes guerras mundiais, chamado de Entreguerras, é compreendido entre os anos de 1918 e 1939. Foi marcado, principalmente, pela reconstrução de muitos países após a primeira grande guerra.

Nos Estados Unidos, que havia lucrado muito com a fabricação de materiais de guerra, os primeiros anos após o fim da Guerra foram de muita bonança. Nesse momento, os estadunidenses venderam a ideia de que a vida america era perfeita, com o tema “american way of life” (estilo de vida americano) e “american dream” (sonho americano).

Em meio a esse cenário, o capitalismo e a produção de mercadorias excedentes atingiram negativamente os Estados Unidos. Durante a Primeira Guerra, a produtividade bélica era intensa e, com o fim do conflito, não houve um controle adequado desse processo produtivo e, somado a outros fatores internos ao país foram cruciais para o surgimento da Crise de 1929, em que houve a quebra da bolsa de valores de Nova York. 

No continente europeu, os alemães mais uma vez viram-se atingidos pelos conflitos mundiais, com a fragmentação do território. O sentimento revanchista cresceu na nação e, além disso, outras ideologias adentraram a postura alemã, com a ascensão de Hitler e do partido nazista na região. 

Segunda Guerra Mundial

Conforme o sentimento de revanchismo crescia na Alemanha, juntamente com o nazismo. Mas, em outras partes do mundo, outros modelos ditatoriais e conservadores se desenvolveram, como o fascismo italiano, liderado por Benito Mussolini. 

Em meio a um pós-guerra, outras potências europeias optaram por não contrariar o imperialismo alemão. Entretanto, Hitler não respeitou os acordos feitos com as outras nações e invadiu territórios não permitidos e, assim, Inglaterra e França declararam guerra à Alemanha.

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito atroz que, além da luta pelos territórios, houve atrocidades de diferentes magnitudes, baseadas em preconceito e eugenismo propostos pelo nazifascismo. 

Outro fator que tornou essa guerra tão marcante na história da humanidade foi o uso de bombas atômicas contra o Japão. Com os ataques bélicos, mortes no campos de concentração e todos os atingidos pela tecnologia atômica, aponta-se que mais de 2 milhões de pessoas perderam suas vidas em decorrência do conflito geopolítico

Pós-guerra

A Segunda Guerra Mundial mudou a visão internacional sobre a Europa, que perdeu o posto de prestígio e potência que tinha até aquele momento. Com isso, os territórios que ainda eram colonizados por europeus buscaram sua independência, principalmente na África e Ásia.

Guerra Fria

Com o fim da Segunda Guerra Mundial, duas grandes potências se posicionaram no cenário mundial: Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e ambas as nações se opuseram uma à outra. 

O conflito geopolítico entre EUA e URSS deu-se, principalmente, porque os americanos adotavam e defendiam o modelo capitalista, e os soviéticos, ao sistema comunista. Como são modelos com conceitos opostos, de certa forma, cada uma das nações queria mostrar sua superioridade ao mundo. 

Por meio de corridas científicas, armamentistas e espaciais, os dois países disputaram quem conquistaria tecnologias bélicas mais potentes, quem seria o primeiro a chegar na lua, entre outros aspectos. 

Estadunidenses e soviéticos nunca se enfrentaram diretamente durante a disputa, por isso ela é chamada de Guerra Fria. Mas é importante mencionar que eles influenciaram em guerras de outros territórios, dividindo nações entre comunistas e capitalistas, que guerreavam entre si a partir de insumos enviados pelas potências, como na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietnã.

O fim da Guerra Fria deu-se com a queda do Muro de Berlim que, de certa forma, representou uma derrota do modelo comunista. Após isso, a hegemonia do capitalismo é quase unânime entre os países, com algumas poucas exceções que ainda não aderiram à estrutura capitalista.

Globalização na Idade Contemporânea

Um aspecto importante da Idade Contemporânea é a globalização. Esse processo começou ainda nas Grandes Navegações, durante a Idade Moderna, mas cresceu exponencialmente com as novas tecnologias do século XX. 

Atualmente, com a internet e redes sociais, a relação entre países de diferentes continentes é extremamente facilitada. As distâncias físicas não são mais limitações para as transações comerciais nem mesmo para as trocas comerciais. Isso faz com que aspectos sociais, políticos e econômicos de vários territórios atravessem outras nações. 

Por exemplo, no Brasil, é possível comer um prato de massa italiana, ao som do rock estadunidense, ao mesmo tempo em que se planeja assistir um dorama coreano, vestindo roupas fabricadas na China, falando em um telefone projetado no Japão e fabricado em Taiwan. Veja que, de uma forma ou de outra, o processo de globalização trouxe uma aproximação entre as nações.

Conflitos relacionados ao petróleo

Outro aspecto importante da Idade Contemporânea é que o petróleo é um combustível central para a produção em diversos países, não somente para o funcionamento das fábricas, como também no transporte de mercadorias. 

Atualmente, boa parte do petróleo mundial é originado na Rússia e Oriente Médio. Então, quaisquer conflitos nessas regiões interferem em toda a cadeia produtiva de boa parte dos países ocidentais e orientais, como quando houveram as Guerras do Yom-Kippur no século XX. Atualmente, o conflito entre Síria e Iraque, que se desenrola na região desde 2011, tem relação com os combustíveis fósseis.

Idade Contemporânea: Conflito Ucrânia-Rússia

Um conflito da Idade Contemporânea que ainda se desenrola no ano de 2024 envolve Ucrânia e Rússia. Por interesses territoriais, econômicos e políticos, Vladimir Putin decidiu pela invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. A história dessa guerra remonta aos períodos de Guerra Fria, anexações prévias da Rússia, além de questões étnicas e organizações internacionais, como a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

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Conflito Israel-Palestina

Em outubro de 2023, ainda, iniciou-se um conflito entre Palestinos e o grupo terrorista islâmico Hamas e o estado de Israel. Para além desses personagens, a guerra envolve outras questões como a identidade Palestina, o reconhecimento de Israel como uma nação, além de outras nações do Oriente que podem se posicionar na guerra. Há, ainda, um risco de que Israel decida usar seu poder atômico e radioativo no conflito, o que pode gerar danos físicos e humanos sem precedentes na história da humanidade. 

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